Verão hemisfério norte: MUDANÇA DE DESTINOS para VIAGENS

À medida que o mundo se ajusta ao “novo normal” pós-COVID-19, as tendências de viagem estão mudando. O relatório “As Cidades Mais Populares para Visitar no Verão de 2023” da ForwardKeys destaca essas mudanças e revela algumas surpresas. O estudo foi feito baseando-se nas buscas por passagens aéreas para os destinos globais. Os destinos foram classificados por volume de pesquisas para viagens aéreas internacionais em julho e agosto de 2023. As pesquisas de voos realizadas até 23 de maio de 2023.

Novos comportamentos de viagem

A pandemia de COVID-19 alterou significativamente as preferências de viagem. O nomadismo digital e o trabalho remoto ganharam força, e a consciência do impacto ambiental das viagens aéreas mudou o comportamento de consumidores e operadores.

Destinos da Ásia-Pacífico em alta

No verão de 2023, os destinos na Ásia-Pacífico estão ganhando destaque. Bangkok agora lidera a lista de destinos mais populares para viagens no verão de 2023, superando Paris e Londres. Além disso, Denpasar Bali entrou no top cinco, superando alguns dos destinos europeus mais populares, incluindo Barcelona, Lisboa, Istambul, Madrid e Atenas.

Aumento da demanda por destinos urbanos

A demanda por destinos urbanos mais populares cresceu quase o dobro em comparação com os destinos tradicionais de “sol e praia”. Isso foi influenciado pelo retorno das megacidades asiáticas como possíveis destinos, bem como um aumento na demanda por pontos de compras globais, como Dubai, Singapura, Paris e Nova York.

Recuperação das viagens por país de origem

A recuperação das viagens por origem é mista, com diferentes ritmos de recuperação evidentes nas diferentes sub-regiões globais. Canadá e Estados Unidos mostram as taxas de recuperação mais impressionantes, com bilhetes para o verão já superando os volumes de 2019. Na América Latina, a recuperação do turismo internacional está ocorrendo de forma constante, principalmente por meio de viagens intrarregionais entre seus países constituintes.

Brasil fora da lista

O estudo da ForwardKeys mostra que a indústria de viagens está se recuperando e se adaptando às mudanças trazidas pela pandemia. As cidades da Ásia-Pacífico estão se tornando cada vez mais populares, enquanto os destinos urbanos estão vendo um aumento na demanda. Mas entre as 106 cidades mostradas no estudo, nenhuma brasileira aparece. Vale destacar o que mencionamos no início desse texto, são buscas para viagens entre julho e agosto de 2023, quando ocorre o verão no hemisfério norte. Mesmo assim, aparecem no estudo algumas cidades da América do Sul como Cidade do México, Bogotá, Lima e Buenos Aires. Vou atrás para entender melhor….

Para acessar o relatório completo em inglês você pode acessar esse link.

O Poder do Turismo: Como Nova York está Investindo em seu Futuro

Um artigo de Tania Menai no Brazil Journal desse domingo me chamou a atenção. O texto mostra como Nova York continua investindo pesado em espaços públicos para encantar turistas e moradores locais. 

Ela mostra que, recentemente, o Museu de História Natural inaugurou o Richard Gilder Center for Science, um projeto arquitetônico de US$ 465 milhões que possui seis andares armazenando quatro milhões de espécies catalogadas. Até 2030, Nova York planeja modernizar seus três principais aeroportos, com investimentos totais de US$ 25 bilhões. A cidade também inaugurou o Richard Gilder Center for Science, parte do Museu de História Natural, um projeto de US$ 465 milhões que agora abriga quatro milhões de espécies em seis andares.

Pesquisando um pouco mais fiquei impressionada com a quantidade de alterações e mudanças que a segunda cidade no mundo com mais chegadas aéreas vem vivendo. Os investimentos em todos os cinco distritos de Nova York também incluem a melhoria de vários bilhões de dólares nos aeroportos LaGuardia, Newark-Liberty e John F. Kennedy, além da nova Moynihan Train Hall e da expansão do Javits Center para sediar reuniões de negócios e convenções.

A recuperação

A recuperação e crescimento do turismo em Nova York já em 2022, mostrou que a cidade recebeu 56,4 milhões de visitantes, um aumento de 71,4% em relação a 2021. Esse número representou 85% do recorde de visitantes de 2019. Para 2023, a expectativa é de que a cidade atraia 61,7 milhões de visitantes.

O turismo é creditado como uma importante força para a recuperação econômica do destino, gerando cerca de 410.000 empregos em lazer e hospitalidade (9% de todos os empregos na cidade), e mais de US$40 bilhões em gastos diretos dos visitantes, o que totaliza aproximadamente US$60 bilhões em impacto econômico total no ano.

Diversos fatores contribuíram para a retomada do turismo em Nova York em 2022. Isso inclui um aumento contínuo nas viagens de negócios durante a semana, a retomada das rotas aéreas, investimentos contínuos na infraestrutura da cidade, e novas ofertas turísticas e eventos para incentivar o gasto turístico.

quem vai pra lá

Nova York continua sendo o maior ponto de entrada para os EUA. Dentre os visitantes em 2022, 47,4 milhões foram domésticos. Os visitantes internacionais, que representam quase metade dos gastos dos visitantes, triplicaram em 2022, totalizando quase 9 milhões de viajantes. Os cinco maiores mercados internacionais para a cidade de Nova York em 2022 foram o Reino Unido (754.000), Canadá (656.000), França (607.000), Brasil (520.000) e Espanha (413.000). Olha os brasileiros por lá.

E não para por aí. Nos próximos três anos, mais de 11.000 quartos de hotel serão adicionados ao portfólio de acomodações da big apple. Além disso, a cidade também se beneficiará de grandes eventos nos próximos anos, incluindo a celebração do 50º aniversário do nascimento do hip-hop, que começa em 2023, e a sede da Copa do Mundo da FIFA em 2026.

Fontes: 

JACOBS. New York on track to attract more… | Connecting Travel. Connecting Travel. Disponível em: <https://www.connectingtravel.com/news/new-york-on-track-to-attract-more-than-60-million-visitors-in-2023>. Acesso em: 11 jun. 2023.

‌MENAI, Tania ; BJ-ADMIN. Nova York investe para continuar no topo: são bilhões em museus, trens, aeroportos. Brazil Journal. Disponível em: <https://braziljournal.com/nova-york-investe-para-continuar-no-topo-sao-bilhoes-em-museus-trens-aeroportos/?utm_source=Brazil+Journal&utm_campaign=9c80fe3300-news-110623-_COPY_03&utm_medium=email&utm_term=0_850f0f7afd-9c80fe3300-427952018>. Acesso em: 11 jun. 2023.

Hospitality Market Insights Report. [s.l.: s.n., s.d.]. Disponível em: <https://connect.amadeus-hospitality.com/hubfs/Hospitality%20Market%20Insight%20Worldwide%20-%20June%202023.pdf>. Acesso em: 11 jun. 2023.

Hotels in NYC: 10 Tips to Choose the Best One for Your Stay. Cityguideny.com. Disponível em: <https://www.cityguideny.com/article/summer-tourism-data-nyc-2022>. Acesso em: 11 jun. 2023.

QUEM VAI ESCREVER SOBRE TURISMO DEPOIS DO CHATGPT? (vídeo)

Um dos grandes desafios dos destinos turísticos no mundo é o conteúdo. Informação e sedução que leva à experiência, simplesmente preparar o turista para desfrutar do melhor que existe no local. E quem escreve essa narrativa? quantos e quais detalhes são importantes? 

Estudos revelam um longo período de buscas em mais de 40 sites na busca pelas férias ideais. A personalização, ou os detalhes que importam para cada gosto e interesse têm ganhado cada vez mais relevância quando o cliente busca aonde ir. Um mundo virtual e presencial complexo forma uma incontável possibilidade de buscar pela viagem ideal. E mais uma ferramenta aparece como opção para aqueles que geram conteúdo em viagens e turismo: trata-se do ChatGPT (nova ferramenta de IA – inteligência artificial).

Minha curiosidade vai em dois sentidos. O primeiro sobre a produção, o detalhamento e a personalização das informações que levamos ao cliente na busca para atraí-lo ao nosso destino, ficarem nosso hotel, experimentarem aquilo que somente nosso produto pode oferecer. E o segundo, sobre a produção e busca das informações na hora de escrever um blog e um material promocional. 

Fiz uma experiência interessante nessa nova ferramenta e coloco abaixo um vídeo com o resultado. Longe das polêmicas, é uma reflexão que gostaria de compartilhar com todos e ouvir o que pensam. logo volto com mais algumas curiosidades sobre o uso do ChatGPT no conteúdo para destinos turísticos.

E aí, o que você me diz?

Assista ao vídeo para ver o texto escrito pelo ChatGPT sobre Ecoturismo.

3 TENDÊNCIAS EM ALTA ATÉ DEZEMBRO E COMO APROVEITÁ-LAS

Mesmo com todos os desafios que enfrentamos esse ano, alta de preços, crise geopolítica e as eleições, a vontade de viajar está em alta. Nesse post trazemos 3 tendências que podem ajudar no planejamento de empresas e destinos para os meses que ainda temos em 2022.

VIAGENS EM FAMÍLIA

A grande vontade de estar junto às famílias tem tido um impacto muito grande nos negócios de turismo. Além de gastarem cerca de 25% (EXPEDIA) mais do que outros tipos de viajantes a lazer, os grupos de parentes têm uma característica multi-geracional. Compostos por crianças, adultos e pessoas mais idosas, são uma ótima oportunidade para hospedagem em resort e destinos que apresentam oportunidades de experiência para qualquer idade.

Mostrar os tipos de experiências que proporcionam oportunidades para todas as idades é uma forma de atrair esse público-alvo. muitas famílias querem viajar juntas mas não sabem em que lugar podem encontrar acomodação para todos os que compõem o grupo e têm necessidades diferentes.

DESTINOS DE LONGA DISTÂNCIA

Viagens com duração de mais de 4 horas de avião são uma tendência global. Dados da EXPEDIA dizem que no segundo semestre houve um aumento de 50%, em relação ao ano passado, na demanda por voos de longa distância. na América Latina houve uma demanda para voos para as cidades do infográfico que segue:

Para os brasileiros quem enfrentam uma diferença cambial alta além das oportunidades no Brasil temos buscas intensas para cidades como Orlando e Miami, Lisboa, Buenos Aires e outros destinos da América do sul que ofertam bons preços. Na América do Sul os clientes podem ter experiências diferenciadas. Podem conhecer destinos ainda não explorados, e ainda assim conjugar o câmbio para uma viagem agradável e previsível financeiramente.

VIAGENS COM ENGAJAMENTO

Os viajantes estão buscando maior envolvimento com a cultura local e as comunidades que vivem nos destinos visitados. As experiências desejadas pelos visitantes ultrapassam as fronteiras tradicionais das áreas turísticas nos destinos. Isso traz uma grande oportunidade para que os destinos possam criar ambientes inclusivos para os visitantes nos seus esforços de marketing. Mostrar a diversidade natural, a cultura autêntica e experiências que retratam uma vivência diferenciada, são uma forma de mostrar além do que as pessoas já sabem sobre os destinos.

Você pode perder clientes por causa do Wi-Fi ?

Imagine um mundo ainda mais hiperconectado. Somos quase 8 bilhões de pessoas no planeta. Somos 5 bilhões usando a internet, 63% da população mundial[1]. Depois de 2020 todos se acostumaram ainda mais a usar as tecnologias para facilitar seu dia-a-dia. E isso não é diferente nas viagens.

As previsões positivas e os desafios enfrentados pelo setor de turístico no mundo atualmente exigem que a indústria busque oferecer a seus clientes melhores serviços e qualidade inquestionável. A digitalização do setor continua sendo essencial para garantir o crescimento da demanda e uma melhor experiência do cliente. 

Parece algo básico mas muitos turistas ainda falam em pelo menos ter uma conexão Wi-Fi segura e de qualidade. Estamos falando não somente dos clientes a negócios e eventos, para os quais o sucesso da viagem está ligado a ter acesso à internet de qualidade; até porque seu trabalho depende desse serviço. Mesmo os visitantes a lazer buscam hotéis e serviços turísticos tecnologicamente evoluídos.

Quem não experimenta frequentemente uma conexão de internet lenta ou ruim, inexistente em alguns lugares do alojamento ou até mesmo uma instabilidade frequente? Muitas vezes ao chegar num restaurante ou num local de visitação a primeira coisa que as pessoas pedem é a senha do Wi-Fi, verdade? Bem, é verdade que seu empreendimento pode ter por princípio se desligar, ficar sem internet. Aí tudo bem, só avise seu cliente antes!

Vale a pena pensar numa cobertura rápida e segura em todas as áreas do hotel, não somente na recepção e algumas áreas comuns. Com a chegada do 5G além da boa infraestrutura a velocidade da conexão é essencial para atender as demandas dos clientes. Você pode perder um cliente porque a conexão de internet não é boa. Observe os comentários dos clientes.


[1] DATAREPORTAL – GLOBAL DIGITAL INSIGHTS. DataReportal – Global Digital Insights. DataReportal – Global Digital Insights. Disponível em: <https://datareportal.com/>. Acesso em: 18 jul. 2022.

recomendações propostas turismo

Você não é um alienado eleitoral? Então esse post é pra você

Me chamou bastante a atenção uma matéria recente da CNN Brasil sobre o crescimento das abstenções nas últimas eleições no Brasil. Somadas aos votos brancos e nulos nos pleitos presidenciais, os números passaram de 25,1% em 2006 para 29% em 2014 e 2018.

A alienação eleitoral tem crescido no Brasil de forma lenta e consistente desde 2006. O baixo comparecimento às urnas é ainda mais acentuado na região Sudeste e entre os jovens. Esses dados são do estudo “A alienação eleitoral no Brasil Democrático”, do Instituto Votorantim, com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

Por que estou falando sobre isso? Todos sabemos que temos eleições em breve, e é saudável exercitar como nosso voto pode colaborar com nossa atuação na indústria de viagens e turismo. Tenho acompanhado a história das políticas públicas relacionadas ao turismo no Brasil há quase 30 anos. Já testemunhei diversos momentos de organização dos empresários e profissionais para sensibilizar autoridades do executivo e do legislativo em relação à importância do setor. Acredito que vale a pena aprofundarmos o assunto e aproveitarmos para levarmos aos candidatos a cargos do executivo e legislativo em nível nacional e estadual.

Fiz um bate-papo em meu podcast HUB TURISMO com Alexandre Sampaio da CNC e Cássio Garkalns da GKs. Você pode conferir os principais temas resultantes de um rico processo de construção de políticas públicas de turismo.

Me diz, o que você acha desse tema? Escuta lá nosso podcast e comenta por aqui.

3 fatores que podem ajudar na reconstrução do turismo

Em todo o planeta, em 2020, o turismo sozinho perdeu 4,5 trilhões de dólares e 62 milhões de empregos. No Brasil dados da CNC dizem que o setor deixou de faturar R$ 473,7 bilhões em receitas desde o início da pandemia até dezembro de 2021[1]. Só em 2020 foram perdidas 476 mil vagas formais segundo o CAGED.

Existem alguns fatores fundamentais para que o setor possa se reconstruir e ser ainda melhor do que no período pré-crise. Em tempos de reconexão das pessoas observamos tipos de comportamento que se destacam; como das viagens com vários propósitos ou mistas. A facilidade de trabalhar de qualquer lugar também faz com que as viagens possam ter uma duração mais longa e gasto maior. E o foco no bem-estar e na segurança ainda são temas presentes na mente dos viajantes.

Alguns fatores nos levam a refletir o que pode ajudar a indústria de viagens e turismo a ser melhor do que no período pré-crise (para além do cenário macro-econômico global que impõe inflação e recessão econômica, invasão da Ucrânia e falta de mão de obra especializada na aviação civil.

O primeiro seria buscar entender a flutuação da demanda para adequar planos de metas e ajustes de custos das empresas. Basear-se em dados do mercado, estudos e nas informações da própria empresa faz a diferença. Precisamos então tomar decisões com base em dados e nas informações disponíveis.

Depois, entendo que precisamos usar mais as tecnologias como facilitadoras das experiências de viagens, especialmente para adequar cada etapa da jornada às necessidades do viajante. As empresas de turismo no Brasil, sobretudo as pequenas e médias, usam tecnologia para gestão, e ainda estão longe ao trazer opções de venda que facilitem a vida do viajante.

Por último, o desafio de desenhar viagens com propósito, onde a autenticidade cultural local deve estar no centro da experiência da viagem. Vejo que ainda nos limitamos aos modelos tradicionais, passeios sem personalização. E o que não faltam são opções locais de atividades que certamente podem ser inesquecíveis (além de trazer mais visitantes).

O que mais você soma a esses temas? Compartilha aqui conosco.


[1] CESARCANTEIRO. Turismo deixou de faturar R$ 473,7 bi com pandemia, diz CNC. Cnnbrasil.com.br. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/business/turismo-deixou-de-faturar-r-4737-bi-com-pandemia-diz-cnc/>. Acesso em: 4 jul. 2022.

Viagens a lazer + trabalho remoto=?

Jä falamos aqui nesse post que as viagens a negócios e eventos estão ganhando novos formatos. Nessa primeira reflexão, falamos das mudanças que o home office pode trazer para as relações de trabalho, e consequentemente, para os perfis de viagens a negócios e eventos. Essa semana, quero compartilhar algumas questões sobre o aprofundamento da combinação de viagens a negócios com lazer. Faz até algum tempo que já falamos sobre o ‘bleisure’, que é como a expressão é usada em inglês; indicando BUSINESS + LEISURE.

Não é novidade o fato de que as pessoas que viajam a negócios ou a eventos sempre agregam um tempo para passear e conhecer o lugar em que estão. O que o mercado acompanha são as mudanças nas viagens do corporativo, a quantidade de pessoas que estão de forma presencial nos eventos e os investimentos que as empresas estão voltando a fazer no setor. O que quero comentar está relacionado às mudanças, também na forma presencial de trabalho, as transformações demográficas no setor corporativo e a predominância de viagens a lazer.

Trabalho em qualquer lugar, conheço novos lugares

Aqueles profissionais que podem trabalhar de forma remota poderão ter novos hábitos de moradia e de viagens. Nesse caso, são as viagens a lazer, predominantes nos últimos 2 anos, que podem também fazer parte da jornada de trabalho. Por outro lado, as políticas das viagens corporativas também estão ficando mais adaptáveis. O próprio colaborador pode escolher e ajustar sua viagem. O CEO do AirBnb Brian Chesby afirmou recentemente que o escritório tal qual conhecemos acabou. Será que estar conectado e com um laptop (e um fone de ouvido) já não está nos possibilitando trabalhar de qualquer lugar ?

Estudos também mostram o desejo dos jovens talentos em trabalhar em empresas que oferecem viagens em seu escopo de trabalho. A ideia é conhecer lugares, interagir com colegas e outras comunidades para ganhar mais experiência. Trabalhar e viajar a trabalho é considerado uma experiência rica para empregados e empreendedores. Assim, já vemos uma relação inversa; quem viaja a lazer pode ficar mais tempo, continuar trabalhando e conhecer novos lugares: LAZER + NEGÓCIOS ou LAZER + TRABALHO REMOTO.

O que você acha dessa reflexão ?

Recuperação do turismo: o que os números dizem?

Nada como alguns números para avaliarmos se realmente os voos domésticos e internacionais estão, de fato, construindo uma recuperação das viagens e do turismo. Muitos desafios no cenário global e nacional trazem um panorama flutuante. Ora o dólar e o euro estão super altos dificultando viagens aos exterior; ora baixam um pouco e, pronto! Sobem as buscas e as compras.

Fomos buscar algumas informações com a Forwardkeys, empresa espanhola que monitora demanda passada e futura nas viagens pelo planeta, ajudando empresas e destinos a atuar com bases em dados para planejar sejas vendas e seu marketing. As buscas internacionais para passagens aéreas com destino ao Brasil entre 3 de janeiro e 27 de março de 2022 mostram maior procura de norte-americanos e europeus do que sul-americanos. Os EUA, Portugal, Espanha, Alemanha e França lideram as procuras no período.

As chegadas de sulamericanos ao Brasil entre abril e junho de 2022 estão em 36% do montante que tínhamos em 2019. Argentina, Chile e Colômbia são os principais mercados de origem dessas reservas. Se olharmos para toda a demanda internacional de voos com base em abril desse ano, estamos a 67% do nível de 2019.

Cidades brasileiras que mais se recuperaram no internacional

As chegadas internacionais no Brasil entre abril e junho de 2022 mostram quais as cidades brasileiras são mais resilientes diante da crise, ou seja, em relação às chegadas que tinham no mesmo período em 2019, mostram a recuperação acima dos 65% médios do período no Brasil. Nos próximos 3 meses, Belo Horizonte e Brasília terão superado as chegadas em relação a 2019, respectivamente 127% e 110%. Curitiba e Porto Alegre, Fortaleza e São Paulo, estarão acima de média de recuperação nacional, respectivamente com ….%, 95%, 88% e 74% em relação aos níveis de 2019.

E as viagens dos brasileiros ao exterior ?

Para os próximos três meses, as partidas dos brasileiros ao exterior em viagens aéreas estão 65% quando comparadas a 2019 no mesmo período. Viagens com destino aos Emirados Árabes estão iguais e 2019. E partidas para o México estão a 93% e para a Colômbia estão a 80% dos níveis pré crise

Feriado de 21 de abril

Viagens entre 20 a 24 de abril de 2022 se comparadas aos níveis de 2021 estão bombando! Para as viagens internacionais é registrado um aumento de 335% e dentro do Brasil de +86% segundo os dados da Forwardkeys.

Para Juan Gómez, analista sênior da Forwardkeys, “O que os últimos dados demonstram e destacam é que o desejo de viajar é forte e se traduz em reservas confirmadas em todo o Brasil. O Brasil tinha uma base sólida de turismo doméstico para começar, mas agora podemos ver o retorno dos viajantes internacionais, especialmente ao Norte do Brasil, pois as restrições de viagem são aliviadas e a conectividade de vôo é melhorada para destinos como Espanha, Portugal e EUA”.


Inteligência no turismo, como é isso?

Ainda sobre o tema da digitalização do turismo, especialmente sobre o uso de dados para marketing e inteligência comercial, tive um bate-papo super esclarecedor com Jucelha Carvalho, CEO da Smart Tour.

o que é inteligência competitiva e inteligência de mercado?

Inteligência competitiva ou de mercado, são conceitos com muitas similaridades, e são diferenciados por dois aspectos principais, o foco da análise e a estratégia desejada.  A inteligência competitiva tem como objetivo avaliar de forma mais precisa a concorrência e fazer planejamento a longo prazo de forma a entender o cenário em que o turismo está inserido. Já a inteligência de mercado busca entender mais a fundo o comportamento dos consumidores em relação aos produtos e serviços turísticos. Podemos afirmar que os dois focos são importantes para a atividade turística, podem ser usados conjuntamente ou ainda com mais ênfase em um ou outro a depender dos objetivos de um destino ou de uma empresa específica.

A competitividade na atividade turística é tão forte atualmente que as organizações e empresas de ponta do setor investem cada vez mais em métodos e tecnologias que possam monitorar, entender e subsidiar esse ambiente disputado.  Os métodos e técnicas empregados utilizam a tecnologia para organizar e processar um conjunto de dados e informações que permitem fazer análises que propiciam às organizações desenvolverem uma escuta ativa e preventiva no ambiente de negócios.

O que isso muda em nosso negócio?

As grandes transformações do turismo mundial foram aceleradas a partir de 2020 com o advento da pandemia do novo Coronavírus, aumentando ainda mais as grandes mudanças que já vinham ocorrendo no comportamento dos consumidores e em seus hábitos de viagens. Pessoas ao redor do mundo ficaram mais tempo navegando nas redes sociais, aprendendo sobre novas tecnologias de comunicação online, e o comércio eletrônico vivenciou uma grande expansão para atender às necessidades das pessoas que se encontravam isoladas.  Este comportamento segue como uma tendência e uma realidade no consumo de viagens e turismo.

Todo esse cenário fez com que muitas transformações ocorressem na demanda turística global, tornando ainda mais difícil a projeção de cenários e trazendo cada vez mais a dependência de dados atualizados, informações em tempo real e estudos de demanda futura para o planejamento e a tomada de decisões dos destinos e das empresas ligadas à indústria. O uso da inteligência de mercado e da inteligência competitiva, é uma premissa para o sucesso dos destinos turísticos em todo o mundo.

Você pode ouvir mais sobre esse tema no podcast HUB TURISMO. Depois comenta aqui com a gente.

Aqui nesse post também falamos sobre esse tema, confere também.