CORPUS CHRISTI tem -56.6% de chegadas em relação a 2019

Entre os dias 3 e 6 de junho, feriado de Corpus Christi, temos alguns dados de chegadas de viajantes por via aérea no Brasil para compartilhar. As informações são são coletadas pela Forwardkeys, empresa espanhola que trabalha com dados de demanda aérea global para auxiliar destinos e empresas em sua inteligência comercial. Destaco que a comparação é feita com dados de 2021 (3 a 6 de junho) com o mesmo período de Corpus Christi de 2019 (20 a 23 de junho). De acordo com Juan Gómez, Insight Expert da Forwardkeys, “essa comparação quer identificar a recuperação das viagens aéreas domésticas no Brasil em relação à níveis pré-crise, o que pode ajudar numa análise mais realista de 2021”. Para o período mencionado, estamos a níveis de -56,6% de chegadas aéreas de viajantes domésticos no Brasil.

As informações nos ajudam a entender, se, e como, está a recuperação das viagens aéreas domésticas no Brasil. Alguns destinos se mostram mais resilientes, ou, menos impactados no feriado de Corpus Christi de 2021 em relação a 2019. Todos ainda com números negativos, conforme abaixo. Importante destacar que esse não é um ranking de cidades, e sim o desempenho de cada cidade em relação a si mesma no período analisado. Por exemplo, o Recife, em relação ao número de chegadas aéreas que terá no Corpus Christi desse ano, tem uma diminuição de 5.9% em relação às chegadas na cidade no Corpus Christi de 2019. Os dados apresentados foram coletados no dia de hoje (02 de junho de 2021).

O mês de junho de 2021, conforme dados apresentados pela ABEAR, apresenta uma média diária de 1.319 partidas domésticas diárias, o que representa 55% do que tínhamos no período pré-crise, em março de 2020. Podemos indicar que as cidades com desempenho melhor do que 55% de chegadas domésticas em junho, em comparação com os níveis pré-crise, estão apontando uma recuperação melhor em 2021.

Acompanhe aqui a análise desses dados também nosso podcast HUB TURISMO.

Reservas passadas e futuras para o internacional

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Temos todos acompanhado o retrocesso do mercado internacional de turismo para o Brasil, diante desse cenário, fica a pergunta: e então como preparar o futuro? Acredito que termos dados é a chave para combinarmos com nossa experiência, especialmente quando vemos cerca de 94% de nossas chegadas aéreas menores do que 2019 (junho 2020). Trago para você números que nos permitem aprofundar os movimentos de chegadas aéreas que tivemos entre janeiro e junho de 2020 em cada um dos mercados emissores para o Brasil, assim como olhar para as futuras reservas.

Chegadas aéreas passadas

Segundo dados da FowardKeys (empresa de big data que mapeia reservas aéreas passadas e futuras com fonte nos GDSs e empresas aéreas), exclusivos para a Pires Inteligência em Destinos e Eventos, o Brasil registrou entre janeiro e junho de 2020 uma diminuição de 58 % nas chegadas aéreas internacionais. Dados da Argentina, que respondeu por 29,3% do total, mostram que perdemos 59,4 % de viajantes; no segundo mercado emissor nesse período, o Chile, a diminuição foi de 53,1%; e o Uruguay registrou -55,2% de chegadas. Quando olhamos para a Europa as maiores quedas vieram da Espanha (-59,9%) e da Itália (-59,6%); e as “menores” vieram da França (-52,2%) e de Portugal (-52,1%). Vemos claramente como os países mais impactados pela pandemia fizeram menos viagens para o Brasil, será que essa tendência pode ocorrer para as futuras reservas?

RESERVAS FUTURAS

Falando nas reservas futuras de curto prazo, os dados da FowardKeys demonstram que entre 29 de junho até 9 de agosto de 2020 comparado ao mesmo período de 2019, temos uma diminuição de 90% de chegadas internacionais programadas para o Brasil. Muito interessante notar aqui, que mesmo sendo um volume muito baixo de passageiros, países como a Argentina, Chile e Uruguai têm mais de 92% de diminuição de reservas futuras, e alguns países europeus refletem de forma lenta uma pequena retomada inicial, com cerca de até 81%, 84% de diminuição em relação a 2019. Esse fator, nesse momento, indica um aumento do share de chegadas da Europa para o Brasil, principalmente da Alemanha, Reino Unido, Itália e Portugal.

Não obstante as restrições atuais para passageiros entre o Brasil e América do Sul, Europa e outros destinos; além das incertezas do futuro próximo, é importante planejar desde agora 2021. Ficar ausente na mente dos possíveis consumidores no cenário de alta competitividade internacional é a pior estratégia, já que para recuperar o mercado de turistas estrangeiros teremos outros desafios além da própria pandemia em si. A grande oferta mundial estará toda focada em conquistar pequena demanda existente.

Vamos ficar de olho e trazer para você informações sempre atualizadas, lembrando que a volta da confiança nas viagens, a vacina, as restrições entre fronteiras e o cenário econômico podem impactar tendências em qualquer sentido. Leia aqui o que falamos sobre confiança nas viagens como fator decisivo para a retomada.

Para saber mais sobre esse tema:

3 COISAS QUE SEU CHEFE ESPERA QUE VOCÊ SAIBA SOBRE O CENÁRIO DO turismo hoje

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Cenário histórico e sem precedentes coloca 100% dos destinos turísticos mundiais com restrições de viagens. 217 países adotaram medidas de restrições de viagens, dentre estes, 45% têm suas fronteiras total ou parcialmente fechadas (aonde o Brasil se inclui) e 30% têm cancelamento total ou parcial de voos. Esse é o cenário atual, 20 de abril, da crise da convid-19 para o turismo segundo a Organização Mundial do Turismo – OMT.

Tendo como perspectiva de que o pico médio mundial da pandemia vai ocorrer em maio e talvez se prolongar até junho, ainda vivemos uma conjuntura incerta com várias hipóteses de qual será o desenrolar da crise atual. Já presenciamos alguns países se programando para voltar às atividades de turismo e organizações do setor preparando planos de retomada. São mais perguntas do que respostas o que emos agora, e enquanto isso busco por alguns horizontes que podem ser explorados e passar por uma reflexão inicial:

  1. As medidas de abertura e fechamento de fronteiras e retorno de voos deverá ocorrer de forma diferente nos diferentes países, e em etapas progressivas, de acordo com o cenário de contaminação e isolamento social que cada um estiver vivendo. As viagens domésticas, principalmente regionais, devem começar a retomada assim que houver controle da pandemia e as pessoas recuperarem a confiança nos deslocamentos. A volta ao patamar de 2019, no entanto, ainda deve demorar alguns anos;
  2. A convivência diária dentro de casa com novas tecnologias pode trazer o consumidor para um cenário cada vez mais on-line, inclusive de pessoas de mais idade que tinham insegurança no comércio eletrônico podem se tornar futuros consumidores mais conectados. As pessoas irão fazer mais pesquisas depois da pandemia do que costumavam fazer antes, segundo o TripAdvisor. O uso de tecnologias deve ser mais intensivo no turismo, mas acredito muito na necessidade do contato humano, de que as pessoas vão exigir respostas rápidas e eficazes para suas demandas; e ao mesmo tempo vão desejar interagir com humanos além de robôs. Como será essa convivência do on-line com o off-line?;
  3. O impacto sobre a indústria de turismo deve ocorrer sobre a demanda e também sobre a oferta de forma drástica. Para a demanda, poderemos ter distintos comportamentos de acordo com a confiança que cada cliente terá no retorno às atividades, que deve começar pelas viagens a negócios e depois a lazer. Certamente as mudanças no comportamento do consumidor serão importantes e teremos que acompanhar diariamente para entender como satisfazer suas necessidades nas viagens. Do ponto de vista da oferta, infelizmente algumas empresas não irão sobreviver, destinos serão impactados de várias formas, e a oferta de produtos e serviços provavelmente estará focada, no primeiro momento, em trazer segurança e limpeza aos viajantes. Países e empresas já adotam protocolos e selos CLEAN & SAFE (limpo e seguro), garantindo que os viajantes terão segurança sanitária em suas viagens.

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6 cidades com aumento de voos internacionais em 2019

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De janeiro a julho de 2019 Fortaleza aumenta 60% de sua oferta de assentos em voos internacionais diretos (comparado com o mesmo período de 2018).

A EMBRATUR divulgou dados que mostram o comportamento da oferta de assentos e voos internacionais diretos para as 24 cidades brasileiras entre janeiro e julho de 2019, comparando com o mesmo período de 2018. Somente 6 cidades aumentaram sua capacidade, prefiro falar em número de assentos do que de voos, pois mostram melhor o tamanho da capacidade de transporte. No ranking das cidades brasileiras se destaca Fortaleza, que aumentou 60,1% sua oferta de assentos; depois os maiores aumentos foram: Brasília (28%), Campinas (25,44%), Curitiba (20,92%), Salvador (4,8%) e Florianópolis (3,16%). Todas as demais cidades que recebem voos internacionais diretos tiveram queda na oferta.

RANKINGCIDADE%
1Fortaleza60
2Brasília28
3Campinas25
4Curitiba21
5Salvador 5
6Florianópolis 3

Os destinos que mais perderam oferta internacional direta de assentos foram: Porto Seguro (-69%), Navegantes (-62,66%), Foz do Iguaçu (-50,92%), Belo Horizonte (-40,28%) e João Pessoa (-39%). A Região Norte foi a que mais perdeu oferta, de -16,94%.

Vale destacar que ainda há grande discrepância entre as cidades brasileiras em relação ao volume de voos internacionais diretos que recebem. Para se ter uma ideia, São Paulo Guarulhos concentra 63,55% da capacidade de assentos, depois vem o Rio com 17%; seguido de Campinas (3,82%); Brasília e Recife com 2,49% cada; e Fortaleza com 2,2% da capacidade.

Agendas e ações que foram feitas por Pernambuco, Ceará e Bahia na redução de custos para as empresa aéreas nacionais são exemplos positivos que reforçam a malha nacional e internacional; enquanto alguns destinos não entendem que seus custos são altos e pouco competitivos. Finalmente, também é preciso promoção e marketing permanentes para manter esses voos; além da melhoria da qualidade dos produtos e experiências que estamos oferecendo ao mercado internacional.

Oferta de voos internacionais diretos em julho 2019, por região brasileira
Fonte: EMBRATUR