Não estou falando de diminuir o índice de turn over. Reter talentos é outra coisa, e exige gestores realmente preparados.
A ideia desse texto para o blog veio após um post meu no LinkedIn ter mais de 30.000 Likes, 2.200 compartilhamentos, e 1.100 comentários (que eu parei de ler depois do centésimo):
Nunca imaginei que uma simples opinião sobre o 1º dia de um funcionário pudesse ter tanta repercussão. E o que mais me impressionou foi a quantidade de pessoas desejando algo parecido ou compartilhando suas péssimas experiências.
Isso nos leva a outra reflexão: “Se até o primeiro dia costuma ser um desastre, estamos preparados para reter talentos?”
Muitos vão recorrer ao velho looping do turismo e hotelaria:
= paga mal + trabalho duro = perda dos melhores colaboradores = entrega aquém do esperado = baixa rentabilidade…e começa tudo novamente.
Outros entendem que é um segmento interessantíssimo e gratificante, com muita gente boa no que faz.
Conforme o mundo se torna mais conectado e multifuncional, precisamos:
- Agregar mais valor à proposta de trabalho para os jovens talentos.
- Investir na formação dos números 2 de cada área.
- Estabelecer programas para desenvolvimento de líderes.
Dou muitos treinamentos, e não é rara a vontade de replicar no nosso setor os programas de desenvolvimento de liderança que encontro na indústria automobilística, escritórios de advocacia, varejo, empresas financeiras ou de cosméticos, para citar algumas.
Em recente pesquisa professores adjuntos e membros do conselho consultivo da Universidade de Georgetown, que também são profissionais hoteleiros, as empresas do setor que estão fazendo sua lição de casa para atrair jovens talentos:
- Tem foco em inovação e melhoria contínua.
- Proporcionam autonomia.
- Mantêm o foco na sustentabilidade e filantropia, o que se conecta com o desejo dos novos profissionais de equilibrar vida pessoal e trabalho. Ex.: Marriott.
- Fazem avaliações de desempenho formais.
- Mantêm o programa de cargos e salários atualizado.
- Não dão espaço para paternalismo ou favoritismo.
- Sabem manter a nova geração em movimento, visto que ela não tem a paciência necessária para aguardar o momento de crescer.
- Investem na diversidade (mesmo!)
- Mantêm sua singularidade e diferenciação, não só para clientes, mas para seus colaboradores. São únicas!
Em resumo, a hotelaria precisa quebrar seu estigma da indústria onde é possível ter um EMPREGO, mas raramente uma CARREIRA.
E isso é sua responsabilidade, gestor!
Vamos criar um novo looping: investir no desenvolvimento dos líderes = reter talentos = aumentar lucratividade = atrair novos talentos.
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Olá Gabriela. Muito interessante seu post, realmente reter talentos e muito importante. Sou graduado em RH e pós-graduado em psicologia do trabalho, trabalhei 14 anos na Marriot, assim sendo conheço está cia muito e posso lhe garantir que lá tem um programa fantástico voltado para valorização humana, porém infrutífero devido gestores sem preparo nenhum para tocar o programa. Tenho 3 formações e nunca fui reconhecido, valorizado pelo contrário , fui descriminado talvez por eu ser negro, enfim foram quatorze anos de muitas decepções, não vou detalhar tudo que passei ali pois tomaria muito tempo, mas posso lhe sem dúvida foi sem dúvida a maior decepção que tive. Presenciei assédio moral, sexual, racial, religioso e de todas denúncia q fiz em apenas uma fui ouvido. Bom não vou falar mais pq muito me entristece falar da Marriot. Abraços
Olá Josias, é mesmo vital que os gestores ‘vivam’ os valores da empresa. Bola prá frente! Boa sorte na sua carreira!!!