Air France experimenta Passe Sanitário

Air France experimenta Passe Sanitário

A partir desta quinta-feira, a Air France oferecerá um “passe de saúde” para seus clientes realizarem um experimento em alguns de seus voos. Um dispositivo destinado a pessoas vacinadas contra Covid-19 ou que possam ter um teste negativo recente.

Em comunicado, a Air France disse que o programa de teste será utilizado de forma voluntária pelos clientes e aplicado por 4 semanas nas rotas PARIS CDG-Pointe-à-Pitre e Paris CDG-Fort-de-France.

Em relação aos dados pessoais de seus clientes, a Air France especifica que não armazena nenhum, apenas o laboratório pode ter acesso a eles.

No entanto, a empresa aérea compartilhará a opinião dos clientes sobre o dispositivo com as outras companhias aéreas da aliança Skyteam, que atualmente estão testando várias soluções para digitalização de documentos de saúde”, disse a Air France em seu comunicado.

Um código QR com os resultados de seu teste PCR

O dispositivo testado pela Air France foi criado pela start-up de Cingapura AOK Pass. O viajante registra em um QR Code o resultado de seu teste realizado em um laboratório parceiro do aplicativo móvel AOK Pass que servirá como seu passaporte de saúde no aeroporto.

O aplicativo que funciona como um “certificado digital”. O que garante que os resultados dos testes PCR apresentados sejam totalmente confiáveis.

Este ainda não é um passaporte vacinal para viagens, mas certamente fará parte das soluções encontradas para reanimar o tráfego aéreo que está em queda livre no último ano devido a crise covid-19.

É também uma forma de facilitar o embarque para cada passageiro, como explica Emmanuelle Ferracci, gerente de projetos da Air France. “Haverá uma fila dedicada para esse cliente que terá prioridade de embarque. Para isso, ele terá que apresentar seu QR para o agente e ele dirá exatamente se o teste realizado está em conformidade com os requisitos do destino para o qual ele está indo”, explica.

“O objetivo é nos preparar para o futuro, já que a longo prazo teremos que encontrar soluções para poder assumir uma retomada do tráfego. E esse ‘passe de saúde’ fará parte disso.”

Integração da prova de vacinação

Nos próximos meses, este dispositivo também poderá incorporar a comprovação de vacinação. Mas, por enquanto, os debates em torno do “passaporte vacinal”, desejado por muitos atores do setor de aviação, estão longe de serem decididos.

Cerca de 170 aeroportos ao redor do mundo dizem estar prontos para reconhecer este sistema já experimentado por algumas companhias aéreas, incluindo Etihad Airways ou Alitalia em suas rotas Roma-Nova York, Roma-Abu Dhabi e Roma-Cairo. De acordo com a Air and Cosmos, a Air Caribbean e a French Bee anunciaram sua intenção de usá-lo já em março em todas as suas rotas no exterior.

O Reino Unido desconfina

Abre, fecha, recolhe, confina por região,confina nos fins de semana… . O vai e vem não para. São tantas restrições e tentativas de controle ao vírus na França que eu até parei de contar e retranscrever para vocês. Mas finalmente uma boa notícia.  

No Reino Unido, a campanha de vacinação contra o Covid-19 está trazendo os primeiros resultados muito animadores

A campanha britânica de vacinas está começando a dar frutos. Na segunda-feira, 1 de março, a Public Health England (PHE, o Ministério da Saúde da Inglaterra) publicou uma avaliação preliminar que comprova a eficácia das duas vacinas que estão sendo implantadas no país (Pfizer-BioNTech e Oxford-AstraZeneca) para prevenir infecções por coronavírus na década de 70.

O estudo de “todos os adultos com mais de 70 anos (mais de 7,5 milhões de indivíduos), e aqueles testados entre 8 de dezembro, 2020 e 19 de fevereiro de 2021”, mostra que, quatro semanas após a injeção da primeira dose, a proteção contra a infecção sintomática do SARS-CoV-2 é de 57% a 61% para a vacina Pfizer e de 60% a 73% para a vacina Anglo-Sueca Oxford/AstraZeneca. Para a faixa etária mais frágil (acima de 80 anos), os dados sugerem que uma única dose da vacina Oxford-AstraZeneca ou Pfizer-BioNTech reduz as internações em mais de 80% (entre três e quatro semanas após a injeção).

20 milhões de britânicos vacinados

No país europeu mais afetado pela pandemia, até agora mais de 20 milhões de britânicos receberam pelo menos uma dose da vacina.

Graças aos resultados promissores da companha de vacinação, o primeiro-ministro Boris Johnson apresentou as fases sucessivas de um desconfinamento anunciado como “cauteloso” e “progressivo”.  

A transição de uma etapa para outra e as reaberturas associadas dependem de quatro fatores:

  • a continuação bem sucedida do programa de vacinação,
  • o fato de as vacinas reduzirem as internações e óbitos,
  • que as taxas de infecção não levem ao ressurgimento das internações
  • e que a “avaliação de risco não seja fundamentalmente alterada” pelo surgimento de novas variantes do vírus. 
Desconfinamento- Todos buscando a boa receita

5 semanas entre cada fase de desconfinamento

A primeira etapa começará em 8 de março com a reabertura das escolas. Essa reabertura será seguida por lojas, academias e prédios públicos não essenciais dia 12 de abril; exibições de filmes ao ar livre e drive-ins devem ser capazes de retomar nesta data. Restaurantes, bares, cinemas e outros teatros fazem parte da terceira etapa do plano e poderão reabrir ao público dia 17 de maio. Finalmente, a etapa final está prevista para 21 de junho, com o levantamento de todas as restrições

Falando aos deputados britânicos, Boris Johnson disse que “não havia um roteiro crível para um 0 positivo”.

“Não podemos continuar indefinidamente com restrições que afetam nossa economia, nosso bem-estar físico e mental e o futuro de nossas crianças”, disse ele. É por isso que é essencial que este roteiro seja prudente, mas também irreversível. É, acredito, o único caminho para a liberdade. E seu início é possível pela velocidade do programa de vacinação de nossos cidadãos.”

Enquanto a maioria da população começa a ver uma luz no fim do túnel, alguns setores particularmente afetados pela pandemia, como a indústria hoteleira e de restaurantes, terão  que esperar mais algumas semanas.

Fronterias seguem fechadas para certos países

Simultaneamente aos preparativos para o desconfineamento, o governo apertou os controles fronteiriços para evitar a importação de variantes. Desde a última segunda-feira, residentes britânicos e irlandeses que chegam à Inglaterra de 33 países classificados como em risco devem se submeter a dez dias de quarentena em um hotel, às suas próprias custas.

Uma lista denominada Red List indica os cidadãos de quais países ainda não podem entrar no território inglês.

  • Angola
  • Argentina
  • Bolivia
  • Botswana
  • Brazil
  • Burundi
  • Cape Verde
  • Chile
  • Colombia
  • Democratic Republic of the Congo
  • Ecuador
  • Eswatini
  • French Guiana
  • Guyana
  • Lesotho
  • Malawi
  • Mauritius
  • Mozambique
  • Namibia
  • Panama
  • Paraguay
  • Peru
  • Portugal (including Madeira and the Azores)
  • Rwanda
  • Seychelles
  • South Africa
  • Suriname
  • Tanzania
  • United Arab Emirates (UAE)
  • Uruguay
  • Venezuela
  • Zambia
  • Zimbabwe

Maiores detalhes no link à seguir : Coronavirus (COVID-19): requirements to provide public health information to passengers travelling to England – GOV.UK (www.gov.uk)

Os franceses não fazem parte da lista, porém aqui estamos proibidos de deixar o território francês sem razões primordiais. Ou seja, poderíamos entrar, mas não podemos sair…

A situação não parece estar prestes à ser resolvida, mas pelo momento, um  resquício de volta à normalidade no país mais atingido pelo Covid-19 do continente europeu já se traduz em grandes esperanças.

Vacinação – Uma luz no final do túnel
Captura de tela- Macron em clip Mcfly e Carlito

A Aposta Genial de Macron

Em abril de 2020, os Youtubers franceses Mcfly e Carlito organizaram um dia de caridade no seu canal – o “maradon”(*1) arrecadou mais de 400.000 euros em doações para hospitais franceses e Ehpads ( casas de repouso). O gesto dos artistas inspirou o presidente Emmanuel Macron.

O desafio presidencial

“Eu os desafio: façam um vídeo para (re)explicar os “gestos barreira”, a importância de respeitá-los, não se unir, não correr riscos, não se aglomerar em grandes grupos, fazer o máximo possível de teletrabalho. Façam esse vídeo simples e se vocês tiverem 10 milhões de visualizações, eu me comprometo, vocês vêm filmar no Elysée… Só depende de vocês”, disse o presidente da República à dupla, cujo canal tem mais de 6,2 milhões de inscritos, na sexta-feira.

Os jovens aceitaram desafio, mas pediram ao presidente uma pequena mudança na proposta. Eles não desejam filmar o palácio presidencial, eles preferem realizar um vídeo com o próprio Emmanuel participando a um dos formatos mais conhecidos do  canal, um “concurso de piadas”.

Assim, os YouTubers lançaram seu vídeo sobre os gestos barreira no domingo (dia 21), dois dias após o desafio lançado na sexta-feira por Emmanuel Macron. A dupla optou por falar sobre os gestos a adotar contra o Covid-19 com o título musical “Eu me lembro”.

“Temos nossa parte a desempenhar”, cantam os youTubers.

“Eu me lembro deste mundo onde as únicas barreiras eram aquelas nos campos de vacas ou ovelhas (…) Se queremos redescobrir essas sensações de ontem, devemos aplicar os gestos de barreira” eles cantam como um refrão. “Gestos de barreira são importantes para você e seus entes queridos, tente respeitá-los ao máximo, sabemos que está começando a demorar muito tempo, mas vamos conseguir chegar lá juntos”, explicam os dois cinegrafistas na legenda do vídeo.

Cheio de bom humor e anetodas “entre linhas” para o presidente, em menos de três dias o clip já obteve o número de visualizações necessárias para que os artistas ganhassem a aposta.

Com tal iniciativa o presidente Macron deu um golpe de mestre: realizou uma publicidade dele mesmo junto aos jovens e passou seu recado para essa faixa etária que aparentemente é a mais resistente à aplicação dos “gestos barreira”.  Um marketing simplesmente genial!


Nota: Maradon – das palavras Marathon (Maratona) e Don (Dom)