A estrela francesa do filme The Gray Man

The Gray Man, lançado essa semana na Netflix é o filme mais caro já produzido pela plataforma, com um orçamento de US$ 200 milhões.

Apesar de um elenco e ações trepidantes, estamos aqui para falar de outra estrela do filme, situado adivinha onde? Île de France, mais precisamente na região Val de Oise.

O Castelo de Chantilly, outrora famoso no Brasil por ter acolhido a celebração do breve casamento de Ronaldo e Daniela Cicarelli foi escolhido pela equipe de produção de The Gray Man e seus realizadores, os irmãos Russo, para boa parte das filmagens.

Supostamente localizado na Croácia no filme, o castelo e seu parque estão na realidade situados a 60 km de Paris. O palácio e monumento histórico onde acontecem boa parte das cenas de explosões e perseguições do filme esbanja na telinha suas belezas arquitetônicas e naturais.

Após um suntuoso pátio de entrada vemos a esquerda o portal e balaustradas que circundam a parte superior do hall de entrada do edifício. Esse último, por sua vez é envolto por águas, oferecendo, de fato, um cenário digno de uma grande produção cinematográfica.

O interior do castelo não deixa nada à desejar e abriga em suas esplendorosas salas o Musée Condé, segunda maior coleção de obras de arte e pinturas da França, logo após o Louvre.

Chantilly e o Museu do Cavalo

Quem visita o Castelo de Chantilly não deve perder também a visita das Grandes Estrebarias e o Museu do Cavalo. E se possível assistir um espetáculo equestre. Trata-se de uma das maiores, mais luxuosas e educativas estrebarias da França.

O local, que festeja seus 300 anos de existência é frequentemente animado pelos estudantes que perpetuam o alto padrão das artes equestres francesas. Abaixo cenas do espetáculo ” Era uma vez as Grandes Estrebarias”

As cozinhas do grande vatel e os jardins de Le Notre

Ainda no próprio castelo de Chantilly, o restaurante “La Capitainerie” (aberto de terça a domingo) oferece a oportunidade única de provar da qualidade da cozinha conhecida como a cozinha de Vatel.

Vatel, cozinheiro e mestre-de-cerimônias no século XVII, teria cometido suicídio devido ao atraso da entrega do peixe para o banquete ofertado para o Rei Luís XIV em visita a seu primo Condé.

Abro aqui parênteses para contar uma das mais saborosas lembranças de minha vida ocorrida no La Capitainerie: Quando estive pessoalmente no restaurante para um café e uma sobremesa durante uma tarde de domingo. Estava acompanhada de minha mãe e minha filha e por acaso tivemos a sorte de sermos as últimas visitantes a entrar no local aquele dia. Assim, pelo preço de uma sobremesa por pessoa o garçon nos ofereceu “todas as sobremesas restantes do recinto e um imenso tacho de chantilly que servia com elas”. Até minha querida mãezinha que sofre de Alzheimer não esqueceu desse fato até hoje! O deleite chega a ser indescritível! Fecho parênteses

Além do castelo, do restaurante e das estrebarias, a descoberta dos jardins elaborados pelo famoso Le Notre, desvenda a “fazendinha” que teria inspirado Maria Antonieta para a criação de uma área similar em Versalhes e jardins aquáticos que se destacam por sua graça e engenhosidade. Um trenzinho leva os visitantes menos adeptos de grandes caminhadas para um passeio através dos jardins e parte da floresta.

chantilly destino Luxo

Os atores do filme The Gray Man ficaram hospedados no hotel Auberge du Jeu de Paume, um imponente edifício integrante do domínio de Chantilly datando de 1756 transformado em hotel 5 estrelas. Polo, golfe, restaurante estrelado, o Spa Valmont, um terreno recoberto de florestas e jardins de 7 800 hectares são apenas algumas das comodidades accessíveis para quem se hospeda na instituição vizinha do chique Hipódromo de Chantilly.  

Enfim, o destino oferece tanto a possibilidade de uma visita de um dia quanto uma estada de altíssimo padrão! Fica a dica!  

Além de Ryan Gosling, vencedor do Oscar por seu papel em La La LandThe Gray Man conta com as presenças de Chris Evans, ex-Capitão América, e Ana de Armas, vista igualmente em Blade Runner 2049 com Ryan Gosling. Todos eles se apaixonaram pelo local e deixaram seus testemunhos nas redes sociais. Ryan Gosling promete que nenhum castelo foi ferido ou danificado e os irmãos Russo brincam com a pronuncia do nome. Veja a seguir:

Calor extremo em Paris-O que fazer?

Esta semana se anuncia extremamente quente em Paris e em todo país.

Um episódio de “canícula” ou grande calor que já dura há uma semana chegará ao seu ápice levando os termômetros aos 41 graus celsius amanhã.

Sim a palavra Canícula existe…” é um termo que designa períodos de ondas de calor em geral associadas à presença circulações atmosféricas anticiclônicas quase estacionárias, encontradas durante eventos de bloqueio atmosférico. Refere-se a passagem aparente do disco solar pela constelação de Cão Menor, fenômeno de risco natural que ocorre durante o verão do Hemisfério Norte em Agosto e no Hemisfério Sul em Fevereiro. A expressão onda de calor é também usada. (fonte Wikipedia)

Mas enfim…

É tempo de férias escolares e muitos parisienses deixaram a cidade, uns estão realmente de férias, outros trabalham à distância numa casa secundária enquanto os filhos desfrutam de tempo livre.   

No entanto, quando os marcadores ultrapassam os 35 graus, que você esteja de férias ou não, você precisa de sombra e água fresca.

O que fazer em Paris em tempos de grande calor?

E lugar interessante e climatizado em Paris é o que não falta!

Paris tem 206 museus e cada um deles abriga os melhores acervos e artefatos de suas respectivas temáticas: dos mais conhecidos, como o Louvre ou o Museu D’Orsay até os mais inusitados como o Museu do Romance, Museu do Perfume, Museu do PSG ou da Idade Média você encontra informação, cultura, diversão para todos os gostos e sobretudo ar fresco!

Um dos museus que me inspira frescor e faz qualquer pessoa esquecer o desconforto criado pelo calor extremo nas ruas da capital é o Museu d’Orsay. Como não sentir o frescor da praia ao olhar as obras de Gaughin? Ou ainda a docura das sombras nos jardins arborizados de Manet ou Monet?

Museu d’Orsay – um antigo PALÁCIO

Muita gente sabe que o Museu d’Orsay foi instalado onde antes havia uma estação de trem, mas pouca gente sabe que de fato o museu d’Orsay está localizado no local do antigo Palais d’Orsay, construído a partir de 1810 e incendiado em 1871 durante a Comuna de Paris.

O edifício ficou em ruínas até ser transformado em estação de trem com objetivo de receber visitantes e delegações estrangeiras durante a Exposição Universal de 1900.

O Museu d’Orsay abriu suas portas como museu em dezembro de 1986 e hoje recebe quase 4 milhões de visitantes ao ano.

Recordes de frequência em 2019

“…Apesar dos coletes amarelos e greves, o Museu d’Orsay alcançou um recorde de público em 2019. Com mais de 3,65 milhões de admissões (11% a mais do que em 2018), o museu supera o número de 2012 (3,60 M) que foi o melhor atendimento desde a inauguração da antiga estação como museu em 1986. fonte Club Innovation Culture

Nestes dias de grande calor é recomendado a compra de entradas com antecedência, pois a procura por lugares climatizados e interessantes é grande! Eu não sou a única pessoa que pensou nisso. Fica a dica!

Île de France- Você tem que conhecer

Você sabe o que é Île de France? Onde fica?

Com mais de 30 milhões de visitantes por ano, a Île-de-France é o principal destino turístico do mundo! 

Île de França, ou em português Ilha da França é uma das 18 regiões francesas. No Brasil chamaríamos Île de France de um estado francês. Densamente povoado, sozinho acolhe 18,8% da população da França metropolitana em apenas 2,2% de seu território.

No mapa você vê 12 regiões, mas outras seis são “ultra marinhas” ou além-mar (Guadalupe, Martinica, Reunião, Guiana, Mayotte, Corsega)
autor mapa Superbenjamin – Wikipédia

O menor estado francês

De fato, com uma área de 12.012 km2, a Île-de-France é um dos menores estados franceses (o menor da França metropolitana depois da Córsega), mas de longe o maior por população (cerca de 12 milhões de habitantes em 2015, ou pouco menos de 18% da população francesa, incluindo os departamentos ultramarinos) e por seu produto interno bruto que representava, em 2014, 30,94% do PIB da França.

É neste pequeno estado que se situa a capital francesa.

Concentrando os poderes econômicos, administrativos e políticos do país, a região pode ser considerada como uma zona hora urbana, hora campestre, que se ramifica em uma estrela ao redor de Paris.

Com um PIB estimado em € 642 bilhões e um PIB per capita de € 55.227 em 2015, é a região que mais produz riqueza do país.

Seu território está envolto por três rios: o Oise, a Seine e a Marne, daí a origem do nome de ilha. Seus habitantes são chamados franciliens, assim como os trens que desservem a região.

É bastante provável que você já conheça além de Paris alguns pontos importantes desse estado, como Versalhes e Disneyland.

No entanto, este pequeno território coberto por 1/3 de florestas e pincelado por vilarejos pitorescos, castelos e produtores agrícolas de primeira linha abunda em atrações turísticas e culturais. Exibindo um rico patrimônio arquitetônico, natural e artístico a Île de France é uma colcha de retalhos composta por monumentos históricos, lugares alternativos, festividades, excelente gastronomia e muita gente legal!

conhecendo a FRANÇA de verdade

Visitar a Île de France é também a melhor maneira de conhecer a “verdadeira França” sem ir muito longe de Paris.

Para exemplificar: 7 tipos de queijos franceses são produzidos em Île de France: 3 variedades de Brie, Coulommiers, Boursault, Brilla Savarin e Cendre de Champagne.

Paisagens fantásticas, cidra, crepes caseiros, carnes suínas, artesanato local e até mesmo vinhos regionais fazem de uma escapada fora de Paris a verdadeira descoberta de uma França autêntica, hospitaleira e pitoresca.

Basílica Saint Denis (Seine Saint Denis), Versalhes (Yvelines), Chantilly (Val de Oise), Provins (Seine e Marne), Rambouillet (Yvelines), Enghien-les-Bains (Val de Oise), Disneyland (Seine e Marne), parque Astérix (Oise), Malmaison (Haut de Seine)….

Um só texto não seria suficiente para descrever tantas atrações, por isso vamos começar (o mês de julho) por uma delas que se encontra bem pertinho do centro de Paris, a Basílica Saint-Denis, situada no subúrbio parisiense chamado Seine-Saint Denis.

île de france-Basílica Saint Denis

O santuário de adoração de Saint-Denis*, padroeiro de Paris martirizado em torno de 250 DC e transformado em sepulcro real pelo rei Dagobert no século VII abriga mais de 70 túmulos de reis e rainhas franceses. Mais precisamente 43 reis, 32 rainhas, 60 príncipes e princesas e 10 servos da monarquia. E como você pode imaginar, os monarcas não escolheriam um lugar qualquer para serem imortalizados.

Projetada pelo abade Suger, conselheiro dos reis, de 1135 a 1144, concluída no século XIII durante o reinado de São Luís, a grande obra marca o início de arte gótica na França e inaugura o lugar central da luz, símbolo do divino, na arquitetura religiosa.

As tumbas, monumentos medievais ou renascentistas, compõem o conjunto mais importante de esculturas funerárias francesa entre os séculos XII e XIX.

Accessível pela linha 13 de metrô, embora pouco procurada pelos brasileiros, sua visita vale muito a pena! A Basílica Saint-Denis é uma verdadeira obra de arte única no seu gênero.

Veja algumas imagens:

PS

O pregador católico Denis foi decapitado em Montmatre pelos romanos entre 250 e 280 DC e teria corrido sem cabeça seis km até o local onde foi enterrado e hoje se encontra a catedral.