Restrição alimentar não é frescura!

Carlos Prado

Entregar aos nossos clientes a melhor gestão de viagem é muito mais que uma frase meramente retórica. E vazia, muitas vezes, de substância. Trata-se de compromisso sério, lastreado em ações consequentes e imensa responsabilidade. Ninguém mais aceita nem tolera o ‘mais ou menos’. As expectativas são crescentes, entre aqueles que entregam boa parte da vida ao andamento de suas empresas, empreendimentos e negócios.

A jornada do viajante corporativo exige padrão de atendimento que extrapola o convencional. A qualidade de serviços da companhia aérea pode contribuir para o bom desempenho do passageiro que, depois de horas de voo, tem uma agenda exaustiva de compromissos. Precisa estar inteiro e disposto, para lograr o melhor resultado em sua missão.

Na hotelaria não é diferente. Do check-in ao check-out, o viajante não pode se estressar com falhas do wifi, do chuveiro ou mesmo do serviço rotineiro de abastecimento do frigobar. Surpresas? Só aquelas decididamente agradáveis, sob todos os aspectos.

Na hora das refeições, o restaurante (seja do hotel, seja da cidade), tem o dever de customizar a oferta de opções para o viajante com restrições alimentares. Embora no Brasil ainda ensejem enjoamento ou frescura, há muitos clientes que não toleram carnes, açúcares, lactose e glúten, por exemplo.  E eles precisam ser rigorosamente respeitados.

Falo, de cadeira, sobre essa questão de restrições alimentares. Muitas vezes, quando se pede determinado prato sem a presença de lactose, o garçom não entende que queijo parmesão, por exemplo, é derivado do leite. Por desconhecimento básico e falta de treinamento, não tem clareza sobre a cadeia de derivados. E com isso, a sensação de insegurança e desconforto compromete a experiência do cliente.

Cabe lembrar que quadros executivos, especialistas corporativos, homens e mulheres de negócio são, acima de tudo, pessoas. Deixam suas famílias no local de origem para enfrentarem deslocamentos muitas vezes longos, para destinos remotos. Carregam na bagagem a responsabilidade de representar a sua organização. Portanto, não podem correr riscos de uma noite mal dormida ou de uma intoxicação alimentar.

Em minhas viagens, sempre observo a seriedade com que os europeus lidam com as restrições alimentares dos viajantes. A Itália é exemplar na atenção e cuidado com hóspedes e clientes. Nosso país, infelizmente, ainda está longe do padrão ideal.

Mas há exceções. Uma delas pode-se conferir no Restaurante Skye, que funciona na cobertura do Hotel Unique, na Brigadeiro Luiz Antônio, 4700. Ali o viajante atualiza o conceito de compliance em matéria de atendimento a gosto, sob medida. Há uma oferta considerável de alternativas no cardápio. Mais que isso: os garçons são preparados para informar bem, tranquilizar e valorizar a experiência do cliente. Nota-se uma sintonia fina entre cozinha, chef e aqueles que fazem o serviço de mesa. É um case de benchmarking para outras casas, com certeza.

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