Trump Hotel Chicago: da polêmica à hotelaria de alto nível

Não tem sido fácil para a hotelaria usar o nome Trump nos últimos tempos. Além da óbvia rejeição de boa parte dos viajantes internacionais e das fotos de turistas fazendo sinais de baixo calão em frente a eles, alguns dos hotéis Trump andaram enfrentando vários problemas ultimamente, como o polêmico Trump Hotel em DC e o o Trump Hotel de Toronto (finalmente colocado à venda).

Uma pesquisa da YouGov para o The Guardian mostrou que enquanto o mercado de luxo tem impressões majoritariamente positivas com marcas hoteleiras como Ritz-Carlton, JW Marriott ou Four Seasons, o mesmo não acontece com a marca Trump no setor. Os Trump Hotels até anunciaram no final de 2016 uma nova marca do grupo, a Scion, focada em millennials.

Em Chicago, assim como em qualquer outro canto dos EUA (e quiçá do planeta), o nome Trump é sinônimo de polêmica, seja política ou socialmente. Mas ali esse mesmo nome Trump é sinônimo também de um dos mais icônicos hotéis da cidade: o Trump International Hotel & Tower Chicago

O icônico edifício do Trump Chicago visto do Loop. Foto: Mari Campos

O gigantesco edifício de 92 andares (o segundo mais alto da cidade e 16º. mais alto do mundo) às margens do rio Chicago chama a atenção de qualquer ponto que se olhe. E, graças a seu desenho todo particular e muito reluzente, virou há muito tempo figurinha facilmente identificável no horizonte da cidade. Parte do prédio é hotel e parte residências. Como é meio de praxe a qualquer edifício de mr. Trump, o design é bastante masculino, misturando com maestria concreto, ferro e vidro na fachada e muita madeira escura e tons acinzentados no interior.

A localização excelente, à beira-rio, nos leva em poucos passos à deliciosa Riverwalk (uma das partes mais gostosas da atualidade em Chicago, cheia de espaços sociais, cafés, restaurantes etc), ao business district, às lojas da Magnificent Mile, ao clássico Loop e diversas opções de bares, cafés e restaurantes nas proximidades. 

Polêmicas à parte, é fato que o hotel tem um dos melhores serviços de hotelaria que já encontrei na cidade. Sou bem fã de outras propriedades em Chicago (como o irretocável Península Chicago, por exemplo), mas no Trump, das amenidades aos restaurantes, é difícil apontar qualquer inconsistência. E há muito conforto em todas as instalações.

São 339 quartos e suítes, mas a sensação que a gente tem na maior parte do tempo é que o hotel esteja vazio.  Os quartos são bastante grandes, sempre com imensas janelas do chão ao teto para contemplarmos o skyline da cidade e as linhas sinuosas do Chicago River da própria cama. Têm área separada de living, espaçosos banheiros com banheira e nespresso cortesia. A internet gratuita é de ótima qualidade e o serviço de quarto (pedi café da manhã assim em um dos dias) é simpático e eficiente. 

Há ainda um belo spa, academia (com empréstimo de tênis para quem viaja sem) e uma gostosa piscina aquecida com vista para Chicago. No quesito gastronomia, o estrelado Sixteen, que sempre foi um dos meus preferidos na cidade, infelizmente não existe mais. Foi substituído pelo mais casual Terrace at Sixteen, com o badalado rooftop bar The Terrace anexo. Para drinks em um ambiente mais discreto e low profile, o hotel tem o Rebar, no primeiro andar, também com vista para o rio. 

Foto: Mari Campos

O serviço de conciergerie do Trump International Hotel & Tower Chicago é mais sisudo mas extremamente eficiente e os processos de check in e check out são feitos de maneira muito rápida e descomplicada. Vale destacar também o ótimo serviço de house car sem custos, que leva os hóspedes (conforme disponibilidade, first come first served) a museus, restaurantes ou para fazer compras nos arredores.

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Mari Campos

Mari Campos (@maricampos) é jornalista formada e premiada nacional e internacionalmente. Viajante de toda a vida, escreve desde 2004 sobre turismo e hotelaria de luxo para os principais jornais, revistas e sites do Brasil, além de colaborar com algumas revistas e jornais de outros seis países. É também consultora para a indústria da hospitalidade e foi eleita em 2020 pelo ranking Panrotas+Elo uma das 100 pessoas mais influentes do turismo no Brasil. Além da coluna aqui no Panrotas e das colaborações mensais para diversas publicações, é colunista fixa no jornal O Estado de S.Paulo, tem três livros de viagem publicados pela Verus/Record e comanda também desde 2007 o MariCampos.com. Seu instagram @MARICAMPOS foi eleito pelo Kayak um dos dez melhores perfis de viagem do Brasil. Praticante do turismo responsável e regenerativo, põe atenção nos mínimos detalhes de cada hospedagem e acredita que, sim, uma boa cama, uma bela vista e, principalmente, um serviço caprichado podem tornar qualquer viagem ainda melhor.

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