Piscina do hotel The One, em Lisboa

Como é se hospedar no Palácio da Anunciada, novo hotel de luxo em Lisboa

Os números de 2019 ainda não foram divulgados, mas as projeções indicam que Portugal está prestes a bater mais um recorde de visitantes, e passar dos 26 milhões. Lisboa dá sinais de que continuará em alta, e não apenas entre os brasileiros. Pelo contrário, somos considerados mercado em crescimento. A capital portuguesa vê surgir novas atrações; cafés, bares e restaurantes, e, claro, hotéis, de boutique a propriedades de luxo. Entre estes, uma das novidades é o The One Palácio da Anunciada, novo hotel de luxo aberto em Lisboa há menos de um ano.

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Em uma localização central e com o selo da coleção L.V.X. da Preferred Hotels, o Palácio da Anunciada é uma construção da primeira metade do século XVI meticulosamente restaurada. Espere pisos em mármore, escadaria em pedra e tetos ornamentados. The One (não confundir com a marca americana 1 Hotels) é uma bandeira de luxo do grupo catalão H10 Hotels, que no total tem mais de 60 endereços na Europa e no Caribe (estes com a marca Ocean). Por enquanto, há apenas dois The One, um em Lisboa e outro Barcelona. O hotel na Catalunha foi um dos melhores do meu 2019, e ainda vou escrever mais sobre ele. Mas comecemos pela novidade lisboeta, onde estive no final do ano passado, a convite do hotel.

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Palácio da Anunciada, novo hotel de luxo em Lisboa

Localização

The One Palácio da Anunciada fica na Baixa, no Centro da cidade. Sua estreita rua calçada em paralelepípedos vai dar no Largo São Domingos e é paralela à Avenida da Liberdade. Comércio variado, teatros, bons restaurantes e tradicionais botequins de ginjinha estão por ali. Quinze minutos de caminhada, ou menos, pelas ruas comerciais da Baixa, e chega-se ao Chiado; ou ao Elevador da Graça, funicular do final do século XIX que leva ao Bairro Alto e ao Príncipe Real; ou à Praça do Comércio e ao Rio Tejo.

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Palácio da Anunciada, hotel de luxo em Lisboa: quarto da categoria deluxe no novo The One
Quarto da categoria deluxe no novo The One em Lisboa | Foto de Carla Lencastre
Quartos

Antiga residência abandonada, o palácio passou por um retrofit. Fotos nas paredes dos corredores e dos 83 quartos e suítes mostram o belo trabalho de restauração. As comodidades são do século XXI, como minibar com máquina de café expresso, tomadas ao lado da cama e na escrivaninha, Wi-Fi perfeito. Quartos em tons de azul e cinza têm decoração minimalista, com móveis de linhas retas, piso em madeira clara e pratos em cerâmica nas paredes. Banheiros em mármore rosa português têm amenidades Natura Bissé, grife de Barcelona. Há banheiras apenas em algumas suítes.

O quarto no qual fiquei, categoria deluxe, tinha cerca de 30 m², armário, escrivaninha com cadeira, mesa baixa em mármore e poltrona. Era de canto, no topo da construção, com teto inclinado e pequenas janelas, uma voltada para o pátio interno, outras para os telhados em frente. O décor, tanto nas acomodações quanto nas áreas comuns, é assinado pelo chileno Jaime Beriestain, celebrado designer de interiores baseado em Barcelona.

Palácio da Anunciada, hotel de luxo em Lisboa: pátio interno
O pátio interno do Palácio da Anunciada, construído no século XVI | Foto de Carla Lencastre
Áreas comuns

No belo jardim interno do Palácio da Anunciada, o paisagismo foi feito levando em conta um centenário dragoeiro. Fotos mostram a obra de engenharia que protegeu as raízes da árvore durante a reconstrução do hotel. A maioria dos quartos têm vista para esta área central, com um pátio com fonte e mesas sobre o piso em pedras portuguesas, onde se pode tomar café da manhã ou uma taça de vinho no fim de tarde naquela luz que só Lisboa tem. A piscina (foto no início do texto) é estreita, mas extensa o suficiente para nadar. Fica em um nível elevado, com vista para o jardim e as telhas dos vizinhos. Há um pequeno spa, ainda em fase de ajustes.

Leia mais: É seguro usar piscina de hotel durante a pandemia?

Gastronomia

O café da manhã tem um bufê, com diversos itens em pequenas porções individuais, e serviço à la carte. As mesas estão em belas salas contíguas, com tetos trabalhados, e no pátio. À noite, o local abriga o Condes de Ericeira, de alta gastronomia portuguesa. Pode ter sido coincidência, mas quando jantei lá não havia ninguém além do meu grupo. Fiquei com a sensação de que o restaurante é mais voltado para eventos privados, ainda que oficialmente seja aberto ao público em geral.

O simpático Jardim Wine Bar, ao lado, tem mais de vida. Há cafés variados de dia, drinques perfeitos à noite, vinhos portugueses, saboroso menu de tapas. O bar de vinhos e o restaurante oferecem o serviço mais consistente do hotel (há acertos a serem feitos na recepção, na arrumação dos quartos e no spa). O Palácio da Anunciada tem ainda o Boémio Cocktail Lounge, para funções particulares. Fica no térreo, na área que abrigava os estábulos da residência.

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Como é se hospedar no Kimpton Fitzroy, o primeiro da marca em Londres

Como é se hospedar no renovado Mandarin Oriental Hyde Park, em Londres

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Praia do resort Six Senses Con Dao, no Vietnã

O difícil adeus ao plástico nos hotéis

Somos viciados em plástico no nosso dia a dia. A indústria hoteleira também. É possível um grupo hoteleiro de luxo, com 18 propriedades em 14 países e em expansão, substituir o plástico nos hotéis tanto nas áreas visíveis aos hóspedes quanto nas invisíveis? E trabalhar com fornecedores plastic free? A rede asiática Six Senses pretende provar que sim em 2022. O objetivo é ambicioso. Em uma concorrida apresentação durante a ILTM Cannes (a maior feira de viagens do mercado de luxo, realizada mês passado na França), o CEO do grupo, Neil Jacobs, chamou a atenção para alguns dos obstáculos.

Adeus ao plástico nos hotéis: banheiro de uma suíte do novo Six Senses Kocatas Mansions Istanbul | Foto de divulgação
Banheiro de uma suíte do novo Six Senses Kocatas Mansions Istanbul | Foto de divulgação

Canudos e garrafas descartáveis são apenas a ponta dos icebergs de plástico nos oceanos. Na rede Six Senses, parte do gigante grupo britânico InterContinental (IHG), canudos deixaram de ser usados em 2016. Garrafas de plástico, na década de 1990. Mas como lidar, por exemplo, com fornecedores de alimentos? Reconhecido especialista em sustentabilidade na hotelaria de luxo, Jacobs deixa claro que não há solução fácil.

“A meta de ser plastic free em 2022 é audaciosa. Em alguns países, como no Vietnã, peixes e frutos do mar chegam em caixas plásticas. É assim que funciona a cadeia de fornecedores. Estamos trabalhando com comunidades e autoridades para propor alternativas. Compartilhamos as soluções com outras redes hoteleiras, caso elas se interessem. Sustentabilidade e bem-estar viraram palavras banais. Ativismo é importante. Mas fundamental é como você se comporta. Temos que fazer o que for necessário para tornar o planeta melhor. Você não precisa mudar o mundo, mas faça algo.”

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Leia mais: Covid-19 prolonga o uso de plástico descartável na hotelaria

Adeus ao plástico nos hotéis: uma das 50 villas com piscina e vista para o mar no Six Senses Con Dao | Foto de divulgação
Um das 50 villas com piscina e vista para o mar no Six Senses Con Dao | Foto de divulgação

O Vietnã é um dos grandes responsáveis pela poluição plástica do planeta, o que só aumenta o tamanho do desafio. O Six Senses Con Dao, em uma ilha a 45 minutos de voo de Ho Chi Minh City (a antiga Saigon), completa uma década no final deste ano. É um dos resorts mais sustentáveis do grupo e um dos principais eco-lodges do mundo. O hotel participa de iniciativas para proteção da fauna local e tem 50 pool villas construídas em madeira, com vista para o Mar da China. De lá chega o peixe fresco. Em caixas plásticas.

Ainda na ILTM, Jacobs foi a principal atração de um evento da IHG, no belo InterContinental Carlton, no qual mostrou outros exemplos de que ser plastic free vai muito além de banir canudos e garrafas. Várias amenidades encontradas em banheiros de hotéis de luxo foram apresentadas na versão Six Senses, como escovas de dente em bambu, cotonetes com haste em madeira e embalagens feitas em papel reciclado, tudo com o bom design que se espera de uma rede de eco-luxo.

Leia mais: Hotel carbono neutro, a hospedagem que não deixa pegadas

Há muito plástico em hotéis, e é difícil se livrar dele. Inclusive para a Six Senses, que tem sustentabilidade no DNA. Plástico é barato, é fácil de limpar, é leve. É conveniente para hoteleiros e para hóspedes. Seria um aliado se não destruísse o meio ambiente (e microplásticos ainda fazem mal para a saúde).

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As dificuldades das grandes redes para acabar com o plástico nos Hotéis

Cada vez mais viajantes de diferentes perfis se preocupam com jornadas sustentáveis. Para a Geração Z, que começa agora a viajar por conta própria, sustentabilidade pode ser inegociável. Semana passada, a publicação americana Skift, voltada para a indústria de viagens, fez uma reportagem sobre várias das dificuldades das redes hoteleiras para se tornarem plastic free. IHG, Accor, Marriott, Hilton, Hyatt, todas já anunciaram prazos, que talvez não sejam alcançados, para acabar pelo menos com os plásticos descartáveis. Em O Problema com as Promessas, as amenidades líquidas são um dos exemplos citados. Se o hotel escolhe uma embalagem maior de plástico, ela irá da mesma maneira parar no aterro sanitário ou, pior, no mar. Se a opção for por vidro, é preciso higienizar e reabastecer, o que demanda logística. É simples? Não. É possível? Sim. É necessário? Sem dúvida. Você pode ler o texto da Skift, em inglês, clicando aqui.

Leia mais: Marriot está (finalmente) se livrando das cortinas de plástico

O longo caminho da hotelaria no Brasil para acabar com o plástico nos hotéis

Se grandes grupos internacionais ainda parecem no começo de um longo percurso, não é diferente no Brasil. Há exceções, claro. Por exemplo, o Hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu, tem uma extensa história de ações sustentáveis muito antes de ser administrado pela Belmond. Mas redução de plástico em hotéis brasileiros ainda é algo distante da realidade.

“A venda da água em garrafas plásticas nos minibares nos oferece uma das maiores margens de lucro e não temos planos de mudar”, me disse há apenas alguns meses o gerente geral de um recém-renovado hotel de quatro estrelas na orla da Zona Sul carioca. Mas aqui e ali o cenário brasileiro vai se transformando. Apontamos alguns bons exemplos baianos no nosso texto da semana passada. Ainda que não mude o mundo, é alguma coisa.

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Os novos hotéis e spas cinco estrelas no Forbes Travel Guide 2020

Como é um spa cinco estrelas na lista Forbes

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Piscina do novo Anantara Tozeur Resort, na Tunísia

Luxo em cenário de Star Wars e outros novos hotéis de 2020

A versão 2019 da International Luxury Travel Market (ILTM Cannes), a maior e mais importante feira de viagens de luxo, realizada na primeira semana de dezembro na ensolarada Riviera Francesa, esteve como sempre repleta de novidades, entre tendências e produtos, como novos hotéis de 2020. Em estandes lindamente decorados de gigantes da hotelaria, em apresentações para a imprensa, em bate-papos individuais ou em almoços, jantares, coquetéis e festas concorridas em hotéis, restaurantes e até na praia banhada pelo Mar Mediterrâneo, durante intensos quatro dias muito se conversou sobre o mercado de viagens de luxo em 2020. Big players da indústria estiveram por toda a parte e foram muitos os anúncios de aberturas hoteleiras em 2020.

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Entre tantas novidades, selecionei para a revista Panrotas, semana passada, 20 novos hotéis em diferentes cidades pelo mundo (Paris, Londres e Nova York inclusive) para ficar de olho em 2020.

Você pode conferir a lista completa na edição digital clicando aqui (o texto começa na página 24).

Separei aqui seis hotéis bacanas, fora de grandes centros, para dar uma amostra do que vem por aí na hotelaria de luxo.

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Hotéis novos DE 2020 fora de grandes centros.

Anantara Tozeur Tunisia. Em soft opening desde o final de 2019, este esperado resort no Deserto do Sahara (foto em destaque no topo) fica na região da Tunísia que aparece nos filmes da saga Star Wars como o planeta Tatooine. São 50 quartos e 43 villas a 1h15m de voo da capital, Túnis. Anantara tem hoje 41 hotéis. O 42º (e terceiro na Europa) será o The Marker Dublin, na Irlanda, que reabre no segundo semestre. O projeto do Anantara brasileiro, no antigo Kiaroa, na Península de Maraú, na Bahia, foi adiado.

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Novos hotéis de 2020: Six Senses Bumthang, o quinto lodge da marca no Butão
Six Senses Bumthang, o quinto lodge da marca no Butão | Foto de divulgação

Six Senses Fort Barwara. A Six Senses, parte do IHG, continua em expansão. Fort Barwara fica a três horas de carro de Jaipur, na Índia. Em uma fortaleza do século 14, terá 48 quartos, dois restaurantes e duas piscinas. O hotel incorporou dois templos, e o spa seguirá a filosofia ayurveda. Em 2020, Six Senses conclui o projeto no Butão e abre em Bumthang. Este quinto lodge forma um itinerário em conjunto com os quatro inaugurados em 2019.

Na torcida para que os roupões do Fort Barwara sigam o padrão de originalidade de outros hotéis indianos de luxo, como você pode ver aqui.

Leia mais: O difícil adeus ao plástico na hotelaria

Novos hotéis de 2020: interior do restaurante grifado do primeiro O&O na Europa, em Portonovi, Montenegro
O restaurante grifado do primeiro O&O na Europa | Foto de divulgação

One&Only Portonovi. O O&O de Montenegro será o primeiro da marca na Europa. Banhado pelo Adriático, entre o mar e a montanha, o resort fica a 45 minutos de carro de Kotor, Patrimônio Mundial pela Unesco, e a uma hora de Dubrovnik, na vizinha Croácia. Terá 113 acomodações, entre suítes e villas; dez residências, spa e restaurante do chef estrelado Giorgio Locatelli. Ainda para este ano está marcada a inauguração do O&O Mandarina, na Riviera Nayarit, o segundo resort do grupo no México (um terceiro está a caminho, em Puerto Vallarta). E a abertura do O&O Desaru Coast, na Malásia. Nesta mesma região do Sudeste Asiático, a duas horas de carro do Aeroporto de Singapura, foi inaugurado recentemente um Anantara.

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Novos hotéis de 2020: piscina com vista para o Mar Tirreno no Villa Igiea, em Palermo
Piscina voltada para o Mar Tirreno no Villa Igiea, em Palermo | Foto de divulgação

Villa Igiea, a Rocco Forte Hotel. Rocco Forte em pessoa anunciou em Cannes a reabertura do Villa Igiea, fora do centro de Palermo. Em um palácio do final do século 19 e com 68 quartos e suítes, a maioria com vista para o mar, será o 14º hotel de Sir Rocco (sétimo na Itália, segundo na Sicília). Hotel desde o início do século 20, Villa Igiea recebeu nobres europeus e celebridades de Hollywood ao longo das décadas, antes de fechar.

Leia mais: Cinco inovações que vão mudar a hotelaria

Novos hotéis de 2020: café da manhã com vista para o Caribe no Le Carl Gustaf
Café da manhã com vista para o Caribe no Le Carl Gustaf | Foto de divulgação

Barrière Le Carl Gustaf. O grupo francês Barrière chega a Saint-Barth, no Caribe, e já aceita reservas para a partir de 1º de março. Serão 23 acomodações, todas com vista para o mar, entre quartos, suítes e bangalôs. O hotel boutique terá também uma filial da clássica brasserie Le Fouquet’s, de Paris, que faz parte do mesmo grupo e completa 150 anos em 2020.

Cayo Guillermo Resort Kempinski. A rede alemã baseada em Genebra cresce em Cuba, depois do sucesso do Gran Hotel Manzana La Habana, aberto em 2017. O novo resort à beira-mar, em Playa Pilar, tem 245 quartos. Com 76 hotéis em 31 países, Kempinski pretende chegar a uma centena de hotéis em todo o mundo no próximo ano.

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Torre da Universidade de Cartagena

Onde ficar em Cartagena, no Caribe colombiano

Em cima do muro não é uma opção. Do lado de cá ou do lado de lá é a principal dúvida na hora de escolher o hotel na belíssima Cartagena das Índias, no noroeste da Colômbia. Dentro da muralha de dez quilômetros de extensão, a cidade tem um colorido Centro Histórico do século XVI, Patrimônio da Humanidade pela Unesco, repleto de hotéis boutique, lojas, bares e restaurantes (estes até em cima do muro). Do lado de fora da muralha está o Mar do Caribe. Onde ficar em Cartagena?

Leia mais: um roteiro por Cartagena na revista Panrotas (a partir da p. 26)

As praias da cidade não são aquelas dos cartões-postais caribenhos, com água azul-turquesa e areia branca e fofa. Mas a hospedagem nos grandes hotéis à beira-mar é opção a ser levada em conta para quem viaja com crianças pequenas. Ou não dispensa a infraestrutura de um resort. Ou simplesmente quer combinar história e praia na mesma cidade.

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Onde ficar em Cartagena: Dentro da Muralha

Para quem vai a Cartagena em busca da vida do século XXI pelas ruas do século XVI, o lugar para ficar é do lado de dentro do muro. Da primeira vez na cidade, há alguns anos, tive ótima experiência no Charleston Santa Teresa, o que contribuiu muito para o meu amor à primeira vista por Cartagena. Com 87 quartos, instalado em um antigo convento do século XVII perto da Torre do Relógio, o hotel tem piscina no terraço, com vista para as torres da Catedral em primeiro plano, e o selo Traveller Made. No belo claustro central estão as mesas do Harry’s, restaurante de Harry Sasson, um dos chefs colombianos mais famosos.

Outro convento, também do século XVII, abriga o Sofitel Legend Santa Clara, com 123 quartos e recomendado pelo Forbes Travel Guide. Mesmo que não seja a sua opção, vale aproveitar o bom bar El Coro e o restaurante 1621. El Coro é o endereço da cripta que inspirou Gabriel García Márquez no livro Do amor e outros demônios. A casa do escritor colombiano, ainda hoje com a família, é vizinha ao Santa Clara. As áreas comuns do hotel são lindas, como o pátio central repleto de plantas e com um poço. A piscina, grande para uma área histórica, está em um pátio ao lado. Este é o hotel do Centro Histórico com melhor estrutura para receber crianças pequenas.

Atualização:

Em outubro de 2020, o Santa Clara foi eleito pelos leitores da Condé Nast Traveler o melhor hotel da América do Sul e o segundo melhor do mundo. Em novembro, foi reconhecido como o South America’s Leading Hotel pelo World Travel Awards.

A bonita Casa San Agustín, membro da Leading Hotels of the World, também é recomendada pelo Forbes Travel Guide. O restaurante Alma, de frutos do mar com leitura contemporânea, é bem gostoso. Tem vista para a pequena piscina em formato de L, emoldurada pela parede em pedra de um aqueduto do século XVII. Os 30 quartos, com decorações únicas, oferecem mix charmoso de detalhes modernos e históricos, alguns com afrescos originais nas paredes. O hotel tem um solário com vista para a torre da universidade do século XIX, onde estudou García Márquez (foto na abertura deste texto).

Leia mais: Hotéis e spas cinco estrelas na edição 2020 do Forbes Travel Guide

Onde ficar em Cartagena: jacuzzi com vista para o Mar do Caribe no hotel Radisson Cartagena Ocean Pavillion | Foto de Carla Lencastre
Jacuzzi com vista para o Mar do Caribe no Radisson Cartagena | Foto de Carla Lencastre

Onde ficar em Cartagena: fora da muralha

Tive as duas experiências, dentro e fora do muro. A mais recente foi mês passado, quando voltei a Cartagena a convite do Radisson Ocean Pavillion. O hotel com 233 quartos fica na praia de La Boquilla, entre 20 e 30 minutos de carro do Centro Histórico. Conto mais sobre o Radisson Cartagena em reportagem na revista Panrotas. Ainda ao norte do Centro, entre 30 e 40 minutos de carro, na região de Manzanillo del Mar, há duas novas opções de grandes redes hoteleiras: o Meliá Karmairi, somente para adultos, aberto em meados de 2019, e o Conrad Cartagena, inaugurado no final de 2017.

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Onde ficar em Cartagena: prédios modernos na ponta da península de Bocagrande, em Cartagena | Foto de Carla Lencastre
Prédios modernos na ponta da península de Bocagrande | Foto de Carla Lencastre

A área hoteleira de praia mais perto do Centro é Bocagrande, península repleta de arranha-céus que, vista do mar, lembra Downtown Miami. Está a cerca de 15 minutos de carro da principal entrada da cidade murada, a Porta do Relógio. Um clássico na área é o Hilton, em El Laguito, no sul da península. Há outras opções de redes, em diferentes faixas de preço. Em Bocagrande, como em La Boquilla, geralmente a areia e o mar são acinzentados, com águas mornas. Há vendedores, o assédio é grande; as praias são seguras.

Onde ficar em Cartagena: conjunto histórico vai abrigar o Four Seasons Cartagena | Foto de divulgação
Como vai ficar o conjunto histórico que abrigará o Four Seasons Cartagena| Divulgação

Também ao sul do Centro, fica Getsemaní, um dos bairros mais antigos de Cartagena. É lugar para aproveitar a vida noturna, com muitos bares de salsa. Há alguns meses, a rede Four Seasons anunciou que sua terceira propriedade na Colômbia (há dois hotéis em Bogotá) será justamente em Getsemaní, em um conjunto de prédios históricos a apenas cinco minutos de caminhada da Porta do Relógio. Passei por lá, as obras ainda não começaram. Será a 15ª propriedade da coleção Four Seasons Historic Hotels. Em fase de gentrificação, o bairro tem hostels e hotéis como o Selina, inaugurado há menos de um ano, com quartos individuais e comunitários.

E agora? Qual o seu lado do muro?

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Fachada do Kimpton Fitzroy, hotel em Londres

Como é se hospedar no Kimpton Fitzroy, em Londres

Erguido há 120 anos para abrigar um dos primeiros hotéis de Londres com banheiro em todos os quartos, o impressionante prédio com fachada em terracota na Russell Square, em Bloomsbury, acaba de completar um ano como Kimpton Fitzroy. O nome homenageia o arquiteto Charles Fitzroy Doll, também autor da sala de jantar do Titanic. Fitzroy Doll encomendou duas esculturas idênticas de um dragão em bronze. Uma está na escadaria que começa no exuberante lobby em mármore do hotel. A outra foi para o Titanic. Um dos dragões se chama Lucky George (George o Sortudo). Fácil saber qual deles, não?

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O Fitzroy é o primeiro Kimpton no Reino Unido e o segundo na Europa com a marca americana, agora propriedade do gigante britânico da hotelaria InterContinental Hotels Group (IHG). Em abril de 2018, depois de reforma de 85 milhões de libras (cerca de R$ 440 milhões), o hotel reabriu como Principal. No mês seguinte, o IHG assumiu a administração da marca britânica e decidiu pelo rebranding, concluído em outubro do mesmo ano. Fiquei hospedada no Kimpton Fitzroy em maio deste ano, a convite do VisitBritain, órgão de promoção do turismo britânico.

O IHG comprou a Kimpton no final de 2014. O primeiro hotel europeu com a bandeira foi aberto em 2017, o De Witt, em Amsterdã. Este ano a marca chegou à Escócia, em Edimburgo e Glasgow. Manchester, na Inglaterra, terá o próximo. Todos estes quatro hotéis no Reino Unido eram Principal.

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Hospedagem no Kimpton Fitzroy, em Londres

Localização

O Kimpton Fitzroy fica em Bloomsbury, uma área mais tranquila de Londres. A estação de metrô de Russell Square encontra-se na esquina, a 150 metros. O Museu Britânico está do outro lado da praça, a cinco minutos de caminhada. Na mesma direção, mais 15 minutos levam à área de compras da Oxford Street. Do lado oposto fica Holborn, com bares e restaurantes. Chega-se em 15 minutos também à região renovada no entorno das estações de trem e de metrô de King’s Cross e St. Pancras, casa londrina do Eurostar.

Quartos

São 334 acomodações, com tamanhos entre 11 e 68 metros quadrados. Fiquei em uma suíte com vista para a Russell Square. Na primavera e no verão, o verde das folhas das árvores parece invadir o ambiente acolhedor, com decoração sóbria. Na sala, com tapete sobre piso em madeira escura, sofá de dois lugares, poltrona, mesa de centro e televisão, há bonitas edições de Jane Austen e Charles Dickens, máquina de café expresso e minibar. No quarto, a escrivaninha fica entre dois armários com cortinas em vez de portas. Espelhos ajudam a ampliar os ambientes.

O ponto alto é o banheiro em mármore branco, repleto de luz natural e com banheira separada do chuveiro. A Kimpton é inovadora em design de roupões de banho, mas os do Fitzroy são em estilo clássico.

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Gastronomia

O bar Fitz’s é o destaque. Com uma atmosfera extravagante e sexy, o ambiente escuro mistura antiguidades com plumas, sofás confortáveis em veludo com um globo espelhado de discoteca pendurado no teto. Os drinques são bons e servidos lindos copos. O bar é bem concorrido no início da noite, mesmo em dia de semana. Melhor reservar.

A tradicional wine hour da Kimpton acontece no restaurante Neptune, em tons claros de mármore, com bons vinhos e canapés. No dia em que lá estive, o gerente geral do hotel, Paul Walters, estava conversando com os hóspedes e querendo saber a opinião de todo mundo, em um ambiente descontraído.

O restaurante é especializado em frutos do mar e abre para almoço e jantar. Hóspedes também podem tomar o café da manhã ali. Em outro restaurante, o Palm Court, é servido o chá da tarde. Fica em um pátio interno com plantas e uma claraboia em vidro que deixa passar a luz natural. É um ambiente luminoso, que contrasta com as outras áreas do hotel, mais escuras. Há ainda um café em ambiente mais neutro e moderno, o Burr & Co.

Áreas comuns e serviço

Conhecia o edifício de outras idas a Londres, quando entrava no prédio histórico apenas para admirar seu interior. Cada área é mais incrível do que a outra. Há mármore nas imensas colunas, nas paredes, nos pisos em mosaico. O décor combina móveis clássicos com objetos de design, característica da rede, alguns à venda. Não há piscina nem spa. O serviço é informal e gentil, ainda que um pouco confuso nos bares e restaurantes. Estive lá apenas seis meses depois da abertura. Ajustes já devem ter sido feitos.

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