Caminho de Santiago

Hotelaria de charme na Galícia leva novo perfil de turista ao Caminho de Santiago

As diferentes rotas do Caminho de Santiago são há tempos um dos mais míticos itinerários do turismo internacional. Popularizado em diferentes livros, séries e filmes do final do século XX pra cá, ganhou ainda notoriedade entre viajantes de distintas nacionalidades e faixas etárias com a popularização das redes sociais. Mas, hoje, muito além dos mochileiros e da ampla rede de albergues públicos gratuitos nos trechos espanhóis, a hotelaria de charme na Galícia leva novo perfil de turista ao Caminho de Santiago.

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É isso mesmo: a indústria da hospitalidade cada vez mais caprichada em diferentes trechos do mítico Caminho que passa pela região espanhola da Galícia vem impulsionando sobremaneira o turismo de luxo na região. A afirmação vem do próprio departamento de turismo regional, que monitora a movimentação cada vez maior de turistas – inclusive brasileiros – na procura por hotéis de luxo, restaurantes estrelados, vinícolas e serviços privativos de guias e transportes.

Neste último maio tive o prazer de voltar a fazer parte do Caminho de Santiago desse jeito, com muito conforto e privacidade, zero muvuca, atravessando duas regiões espanholas (dá para acompanhar a viagem todinha no meu Instagram @maricampos). E as melhores surpresas hoteleiras ficaram para a sempre adorável região da Galícia, que está preparadíssima para receber turistas, peregrinos ou não, cada vez mais exigentes.

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Hotelaria de charme na Galícia

Nas últimas duas décadas, diferentes hotéis de charme começaram a despontar margeando as rotas que atravessam a Galícia – principalmente na fase final do Caminho, já quase chegando em Santiago de Compostela. E o movimento se intensificou enormemente nos últimos dez anos, não apenas com novas propriedades do nicho abrindo suas portas como com hotéis já existentes passando por amplas reformas nos anos recentes.

Um caso icônico é o do Parador de Santiago de Compostela (Hostal de los Reyes Catolicos, diárias desde 240 euros). Considerado o mais bonito dos Paradores de toda a Espanha, e considerado por muitos o hotel mais antigo do mundo, o Parador de Santiago passou por uma revitalização milionária pré pandemia. E estava mesmo precisando, dadas as constantes reclamações de hóspedes.

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Hoje, seus quartos estão mais em harmonia com os belíssimos claustros e corredores do edifício histórico. Não se trata de hotelaria de luxo, mas os quartos ficaram agora mais confortáveis (em colchões, roupas de cama etc) e os banheiros, novinhos, ficaram mesmo excelentes. O serviço não é irretocável mas é extremamente solícito, com muitos funcionários que levam décadas por ali. E a localização perfeita, de cara para a majestosa Catedral de Santiago de Compostela, em plena Praça do Obradoiro, é mesmo imbatível.

Os espaços públicos são deliciosos, o bar ganhou nova bossa e as mesinhas externas, abertas para a praça, são mesmo uma delícia nos meses mais quentes. Falta só organizar um pouquinho melhor o café da manhã: o serviço está acontecendo com hora marcada desde o começo da pandemia, justamente para controlar o fluxo de pessoas no salão. Mas, ainda assim, o buffet segue com filas quase ininterruptas, mesas bastante próximas umas das outras e demasiado ruído para degustar propriamente a refeição.

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Al Otro lado del rio

Outra opção deliciosa da hotelaria de charme na Galícia fica nos arredores da cidade de Pontevedra, quando o Caminho de Santiago já está quase tocando seu destino final: é o charmoso e romântico Torre do Rio. Com diárias desde 240 euros, a bucólica propriedade tem nada menos que 10.000 m2 de área tomada por muito, muito verde. A vegetação exuberante, cortada pelo rio Umia, é a moldura perfeita para uma antiga fábrica de tecidos do século XVIII transformada há alguns anos em um hotel de charme de apenas 14 quartos.

Cada quarto tem estrutura, tamanho, vista e decoração completamente diferentes; mas são todos bastante confortáveis, com apelo romântico na decoração. As áreas comuns são lindas, de pequenos salões internos a terraços, varandas, alpendres e jardins charmosamente mobiliados. Não espere por alguém para carregar sua mala escadaria acima até os quartos no primeiro ou no segundo andar – não existe esse tipo de serviço. O serviço no café da manhã também é limitado, um pequeno buffet e dois tipos de ovos como prato quente. O wifi raras vezes funciona e tampouco há alguém na recepção 24h para nos atender.

Mas a beleza estética e natural da propriedade, com tanto espaço e ar muito puro, e o romantismo que paira no ar, compensa. Destaque absoluto para a incrível piscina natural entre pedras, à beira do rio, que se aproveita lindamente de uma pequena cascata.

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PEQUENA JÓIA FAMILIAR

Mas meu coração acabou batendo mais forte pelo adorável A Quinta da Auga, por exemplo, é uma propriedade familiar nos arredores da cidade de Santiago de Compostela. O antigo moinho de papel do séc. XVIII foi cuidadosamente restaurado pela família proprietária para criar aquele é provavelmente o hotel mais romântico de todo o Caminho de Santiago.

Repleto de detalhes antigos e modernos que se misturam o tempo todo, a quinta tem ótimo staff, ambientes muito charmosos, um belíssimo spa e um delicioso restaurante de influências bem galegas – o impecável Filigrana, aberto também a não hóspedes (mandatório reservar para o jantar).

Tocada por mãe e filha, é difícil não se deixar seduzir por cada detalhe da propriedade. Inclusive seus espaçosos e românticos quartos, todos diferentes entre si (diárias desde 160 euros), com muita luz natural e, de longe, os melhores lençóis, colchão e roupa de banho de toda a viagem.

As áreas comuns, internas e externas, com salões, varandas e impecáveis jardins, têm capricho e aconchego na medida certa – daquele tipo que faz a gente querer pedir um café ou drink e ficar horas ali, seja namorando, confraternizando, lendo um bom livro ou simplesmente contemplando a beleza natural do local. Com tanto esmero, autenticidade e personalização de serviços, não é de se estranhar que a propriedade leve o selo Relais&Chateaux.

CONFIRA mais detalhes sobre o A Quinta da Auga aqui.

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Para ficar de olho também

A hotelaria de charme na Galícia leva novo perfil de turista ao Caminho de Santiago mesmo – mas a região não está sozinha. Na Espanha, as opções charmosas e/ou estreladas na hospitalidade estão hoje literalmente espalhadas ao longo do Caminho de Santiago – e não é nada difícil encontrar um lugarzinho especial para chamar de seu por alguns dias, seja na Galícia ou em outras regiões espanholas.

Há espaço de sobra para hotéis contemporâneos de grandes redes; mas é preciso reconhecer o trabalho incrível que muitas propriedades estão fazendo, instaladas também em fábricas, “pazos”, estâncias, conventos, mosteiros e abadias restaurados.

Além das três belas opções citadas nesta coluna, vale ficar de olho também no Gran Hotel La Perla (que já recebeu diversos hóspedes ilustres, como Hemingway, em sua longa história), o charmoso El Ciego (parte do impressionante complexo Marqués de Riscal, projetado por Frank Gehry) e a bela Abadia Retuerta Le Domaine, lindamente posicionada entre a paisagem arrebatadora dos vinhedos na Ribeira del Duero.

Você pode conferir detalhes dos hotéis citados aqui, assim como o beabá para uma viagem cheia de conforto – e zero perrengues – pelo Caminho de Santiago – no meu Instagram @maricampos

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Fazenda Santa Vitória

Fazenda Santa Vitória: fugindo do estereótipo do “hotel fazenda”

Desde a reabertura do turismo brasileiro no segundo semestre do ano passado, hotéis com grandes espaços ao ar livre têm sido especialmente procurados durante a pandemia. Muitos estão inclusive batendo recordes históricos de ocupação nos últimos meses, tão grande vem sendo a procura. É o caso da Fazenda Santa Vitória, em Queluz, SP, que vem também fugindo do estereótipo do “hotel fazenda” brasileiro.

Localizada no Vale do Paraíba, a propriedade começou a operar como parte da indústria da hospitalidade há cerca de quatro anos e meio, após os proprietários unirem quatro fazendas adjacentes da década de 1920. 

Hoje, apesar de funcionar unicamente de 5a. a domingo e feriados, o sucesso do empreendimento tem sido tão significativo que a ocupação anda beirando os 100% frequentemente – e as reservas disponíveis são para geralmente só daqui três ou quatro meses. E a sustentabilidade de suas operações é sem dúvidas seu principal atrativo.

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Fugindo do estereótipo do “hotel fazenda” brasileiro

A Fazenda Santa Vitória vem fugindo do estereótipo do “hotel fazenda” brasileiro desde sua abertura. Ali não há imensos buffets, programação diária de atividades, monitores nem qualquer tipo de entretenimento infantil. A propriedade é assumidamente muito mais pensada para e focada em adultos do que famílias com crianças e adolescentes. 

Também não se trata de um hotel de luxo. O hóspede não deve esperar excelência em serviço, mimos nem acomodações impecáveis. A proposta ali é oferecer amplos espaços ao ar livre, em um autêntica fazenda do Vale do Paraíba, para que cada um encontre na natureza e na cultura local seu espaço e diversão.

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As 18 acomodações estão espalhadas em diferentes modelos e espaços. Optando por qualquer uma delas, o hóspede tem acesso aos mesmos espaços comuns: gramados e jardins muito bem cuidados, trilhas, riacho e até cachoeira. E também ao mesmo serviço de pensão completa. Há também quadra de tênis, salão de jogos, piscina, sauna, “caldário” – e passeios à cavalo podem ser contratados à parte (mediante pagamento).

Para curtir melhor muitos dos espaços ao ar livre, tão fundamentais hoje em dia, o hóspede muitas vezes vai ter que pegar seu próprio carro e dirigir. Há bicicletas gratuitamente disponíveis para os hóspedes, mas alguns trajetos podem ficar mais “puxados” sobre apenas duas rodas. Mesmo os meros 4km que separam a sede da cachoeira, dada a topografia do terreno (acidentado e montanhoso), são definitivamente mais factíveis de carro. 

O hotel deve ganhar um spa até o final do ano e oferece ainda a possibilidade de visita à Casa do Arado, uma casinha isolada na fazenda que, em parceria com o Instituto Arado, tenta divulgar e preservar a história e a cultura regional caipira da região. 

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fazenda santa vitória: Diferentes tipos de acomodação

As 18 acomodações disponíveis na fazenda estão divididas, da mais simples à mais luxuosa, em suítes-sede, suítes-quintal, casas do pomar e casas na montanha. As linhas gerais propõem simplicidade com arquitetura de época integrada à natureza. Todas as acomodações são operadas em diárias com pensão completa, wifi e uso de todos os espaços comuns; mas as facilidades de cada tipo de acomodação mudam bastante. 

Fiquei hospedada em uma das quatro suítes da casa sede no último feriado de Independência do Brasil; mas vale o alerta de que são de longe as menos interessantes da propriedade toda. São mais simples, antigas e pequenas, sem qualquer balcão, varanda ou contato com a natureza. Na casa sede, há constante “entra e sai” de hóspedes e funcionários o dia todo, tirando qualquer resquício de privacidade dos quartos. O som vaza com facilidade de um quarto para outro e os quartos absorvem também todo o barulho e “falação”, tanto da piscina quanto da cozinha principal (logo cedo pela manhã nesse caso, inclusive). 

A minha recomendação é escolher acomodações das suítes-quintal (que têm diferença de valor ínfima em relação às suítes-sede) em diante. Todas essas são não apenas esteticamente muito mais interessantes como também mais aconchegantes e muito mais silenciosas e privadas. As suítes quintal e as casas do pomar (estas últimas inauguradas neste 2021) ficam quase anexas à sede, ao centro lazer e ao restaurante. Já as casas na montanha ficam isoladas, com vista panorâmica para a fazenda e os arredores (mas o hóspede precisa pegar o carro na hora de ir fazer as refeições ou utilizar a infraestrutura da sede).  

Dá pra conferir detalhes de toda a minha estadia por lá em várias imagens e vídeos tanto no feed quanto nos Stories do meu instagram @maricampos, sempre atualizadinho.

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Hospitalidade sustentável

O grande atrativo da Fazenda Santa Vitória é ser um hotel verdadeiramente sustentável, com iniciativas realmente interessantes que raramente são vistas em “hotéis fazenda” brasileiros. Há práticas regenerativas importantes tanto do ponto de vista ambiental quanto cultural, social e econômico.

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A propriedade, antes voltada para exploração de madeira e pecuária extensiva, hoje promove reflorestamento e manejo sustentável da terra. A pequena criação de gado é voltada para a produção local de leite e queijo para hotel e moradores. 

A equipe do hotel é quase toda composta por membros das famílias dos empregados originais da fazenda, que ainda moram ali mesmo e tiram dali o seu sustento. E em diversos aspectos tentam resgatar/preservar as referências histórico-culturais da região (da decoração à Casa do Arado, em parceria com o Instituto Arado).

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Há também painéis solares instaladas em diferentes pontos da propriedade, o hotel já é autossuficiente energeticamente e planeja construir em breve uma pequena termoelétrica para que seja capaz de gerar energia positiva – ou seja, gerar mais energia do que consome. 

Nos quartos, as amenidades Trousseau são colocadas em grandes dispensers nas paredes. Plásticos são evitados e há água filtrada cortesia generosamente abastecendo tanto um filtro à entrada da casa da sede o dia todo quanto charmosas moringas à cabeceira da cama em todos os quartos. 

A alimentação não fica de fora: boa parte do que chega à mesa do hóspede é preparado com a produção da própria fazenda, seja da queijaria, da horta ou do pomar.

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FOCO ainda maior na gastronomia

As refeições são parte importante da experiência na Fazenda Santa Vitória e os quitutes da cozinha conduzida pelo chef Vitor Rabelo estão sempre incluídos nas diárias. A propriedade deve passar a focar ainda mais no aspecto gastronômico do hotel: até o ano que vem, deve ganhar novos espaços dedicados à gastronomia, inclusive um restaurante totalmente dedicado a carnes, instalado no haras, com vista panorâmica para o vale. 

A maioria das refeições, ainda que com menu bastante enxuto (entrada e sobremesa sempre únicas, três opções para o prato principal), é à la carte. As mesas são fixas para cada quarto/hóspede/família. Mas como os slots de horário para as refeições não são muito amplos, convém chegar cedo para pegar o restaurante mais vazio.

Os pratos são muito bem apresentados e há sempre alguma opção vegetariana no cardápio. Mas vale saber que a feijoada de todo final de semana é obrigatoriamente servida em um buffet assistido.

Eventualmente, oferece-se aos hóspedes algum tipo de degustação cortesia de produtos da região durante a estadia. Nos meus dias por lá, houve degustação de cerveja artesanal em um dos almoços e de cachaça antes de um dos jantares.

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O café da manhã merece destaque: a melhor refeição da casa é todinha preparada ali mesmo, item por item, e chega com capricho à mesa. O iogurte da casa é excelente e tem também uma das melhores granolas que já provei na vida! 

É pena que a propriedade não utilize regularmente seus muitos gramados e espaços abertos para também à hora das refeições, ainda mais durante a pandemia. Apenas dois almoços são feitos ao ar livre (um nos arredores da cachoeira e outro nos jardins da casa sede); todas as demais refeições são sempre feitas dentro do restaurante e/ou em sua varanda coberta anexa.

A Fazenda Santa Vitória vai ganhar em breve também uma queijaria completa, em parceria com o queijeiro João Laura, que vai contar inclusive com espaço dedicado para degustações e um terraço aberto.

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Serviço

A Fazenda Santa Vitória fica na cidade de Queluz, SP, quase na divisa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Viajei para lá no meu próprio carro e achei o acesso a partir da Via Dutra muito fácil e bem sinalizado, com apenas um pequeno trecho em estrada de terra. As diárias com pensão completa valem desde R$2.200,00 para duas pessoas, incluindo café da manhã, almoço, bolo com café à tarde e jantar – sempre com água filtrada cortesia à mesa. Demais bebidas são todas cobradas à parte.

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Leia tudo que já publicamos sobre hotelaria em tempos de pandemia.

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Hotel do Café, fazenda Guaritá

Novo Hotel do Café aposta em história no interior do Rio de Janeiro

Quase ao mesmo tempo em que os proprietários da Fazenda Marambaia se inspiravam em tempos de outrora para inaugurar um hotel boutique de luxo em Petrópolis, em um ponto mais no interior do Rio de Janeiro, perto de Vassouras, antigo domínio de outro ramo da família imperial brasileira, os donos da Fazenda Guaritá abriram o Hotel do Café. Os dois novos tranquilos hotéis fluminenses inaugurados durante a pandemia possuem uma imensa área verde, mas nada têm a ver com “hotel fazenda”. São voltados para adultos, ainda que aceitem crianças. No hotel Casa Marambaia, instalado em um casarão de meados do século 20, a gastronomia de inspiração francesa é um ponto fortíssimo. Já no Hotel do Café, em uma fazenda de 1875, é o acervo histórico que torna a viagem à região do Vale do Café especial e imperdível.

O Hotel do Café é um endereço para quem quer passar uns dias imerso em natureza e história e desconectado da vida urbana. Sem sinal de telefone e com Wi-Fi fraco e intermitente, que os proprietários estão tentando melhorar, por enquanto não é endereço para instalar um anywhere office. A internet irregular me proporcionou um check-out idílico: paguei a conta embaixo de uma figueira no jardim, o único ponto onde a máquina de cartão funcionou.

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O empresário Omar “Catito” Peres, dono de dois restaurantes tradicionais do Rio, do Bar Lagoa e da Fiorentina (este fechado no momento), comprou e restaurou a Fazenda Guaritá há cerca de 20 anos. O acervo histórico espetacular foi garimpado em leilões e antiquários no Brasil e na Europa por Catito e sua mulher, a jornalista Lenise Figueiredo, que guia um imperdível tour pela coleção da propriedade. O casal vivia entre a fazenda do Vale do Café, onde recebiam amigos com frequência, e Roma. Mas, desde o início da pandemia os dois estão na fazenda, e daí veio a ideia de transformar a propriedade em um hotel. A estreia do casal na hotelaria foi em dose dupla: além do Hotel do Café, a dupla arrendou o Mara Palace, o mais tradicional hotel de Vassouras, que tem um público fiel e está sendo renovado.

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Hotel do Café, na Fazenda Guaritá, de 1875: à esquerda estão os quartos; à direita, o restaurante; ao fundo, o Rio Paraíba do Sul. O gramado fica na antiga área de secagem do café | Foto de Carla Lencastre

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Como é se hospedar no Hotel do Café

O Hotel do Café se apresenta como um hotel de luxo. O projeto ainda está na fase inicial, e há ajustes a serem efeitos, principalmente na área de alimentos e bebidas. Por enquanto, o hotel funciona apenas de quinta a segunda-feira. A seguir, alguns detalhes da minha hospedagem de três dias, no início de julho.

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Localização

O Hotel do Café fica no pequeno município de Rio das Flores, a cerca de três horas de carro do Rio e a seis de São Paulo. As estradas estão boas condições, com exceção do curto do trecho final, de terra. O hotel está a 30km de Vassouras, que tem um agradável centro histórico. Banhada pelo Paraíba do Sul, a Fazenda Guaritá é de 1875, a fase final do ciclo. Na outra margem do rio passam os trilhos da Ferrovia do Aço.

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Área verde

O Hotel do Café tem dezenas de palmeiras imperiais, características das fazendas da região, jabuticabeiras e mangueiras. Atualmente há pouquíssimo café no Vale do Café, mas a Guaritá começou a cultivar uma pequena aérea. O hotel tem trilhas para caminhadas, piscina e quadra de tênis ao ar livre, cadeiras espalhadas à beira-rio para ver o trem passar ou estrelas. Em frente à casa principal, onde antes era a secagem dos grãos, há um gramado ladeado por duas construções originais hoje com quartos e salões que abrigam restaurante, bar com piano, cozinha, sala de jogos com sinuca, sala de estar, alambique, e uma locomotiva a vapor do início do século passado. A Maria Fumaça inglesa, com um vagão de passageiros, às vezes faz um percurso de cerca de 1km da entrada da fazenda até a área do hotel. Perto da piscina há sauna seca e outra piscina pequena e coberta. No inverno, os dias no Vale do Café são quentes e ensolarados. À noite, a temperatura cai abaixo de 20 graus Celsius.

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Quartos

Por enquanto são 12 suítes com nomes de personagens do período imperial, com duas entradas cada, uma voltada para o gramado principal, outra para o rio. O casarão da fazenda tem outros cinco quartos, menores, que ainda estão sendo preparados para receber hóspedes. As suítes, assim como toda a propriedade, são decoradas com um incrível acervo de objetos da época do Brasil Império, garimpados pelos proprietários em leilões e antiquários. É como passar a noite em um museu histórico, e este é o maior luxo do Hotel do Café. Outros confortos nos quartos são a roupa de cama de muitos fios e as toalhas de banho de algodão egípcio (o enxoval tem monograma da fazenda), e amenidades de banheiro da grife italiana Acqua di Parma.

A suíte na qual me hospedei, a D. Pedro I, era aconchegante e confortável, com piso em taco de madeira, saleta com sofá e mesa de centro, quarto com escrivaninha e uma televisão pequena, e dois banheiros. Cada acomodação tem uma decoração única, e algumas têm armário e espelhos. O que não era o caso, com exceção de um espelho acima de uma das pias. Não há roupão de banho, secador de cabelo nem minibar. A arrumação diurna sob demanda é apenas da cama, e não inclui o banheiro.

Gastronomia

O restaurante do Hotel do Café é amplo, com pé direito alto, seis janelas e três portas duplas, boa ventilação cruzada e álcool gel. O ambiente é de alta gastronomia, com mesas com toalhas brancas arrumadas com porcelanas, sousplats, talheres de prata, flores frescas. Café da manhã, almoço e jantar, com bebidas não alcoólicas, estão incluídos na diária. Os pratos são saborosos, ainda que o menu seja bem restrito. Não há carta de bebidas.

O café foi servido de duas maneiras diferentes. No primeiro dia, vieram direto da cozinha para a mesa, como os tempos pandêmicos recomendam, fruta, iogurte, queijos, geleias, pães, e suco e ovos feitos na hora. No segundo dia, o café estava montado em um bufê tradicional, com todos os itens do dia anterior, além de bolos da casa.

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A maior parte dos alimentos, em todas as três refeições do Hotel do Café, vem de um atacadista no Rio de Janeiro. O que significa, no caso do café da manhã, geleias e pães de forma industrializados. Na fazenda são feitos queijo minas, ricota, iogurte, bolo aos domingos e uma cachaça envelhecida 18 anos em barril de carvalho. Tudo uma delícia.

O hotel está sem chef de cozinha, e o almoço e o jantar têm apenas um menu do dia. No almoço, sem entrada, havia duas opções de prato principal (carne ou peixe) e goiabada com queijo para sobremesa. À noite, duas sopas (batata-baroa ou canja), um prato principal que escolhi mais cedo e nenhuma sobremesa. No dia seguinte, o almoço foi feijoada, sem alternativa de feijão ou farofa sem carne. Para o jantar, duas opções de sopa (aipim com carne-seca ou canja), três de prato principal (carne, arroz de pato e o mesmo filé de tilápia do dia anterior) e três de sobremesa. Para beber, água em garrafas de plástico, refrigerante, caipirinha de limão e um rótulo de vinho tinto português, que pode ser servido em taça (R$ 23). Quem levar o próprio vinho (recomendo), paga taxa de rolha de R$ 40.

O Hotel do Café tem um interessante “menu imperial”, apresentado aos hóspedes ao final da refeição. Trata-se de uma pesquisa histórica bacana sobre o que os nobres da época gostavam de comer, com detalhes divertidos sobre os personagens e os ingredientes. Pedi para experimentar um dos pratos no jantar. Apostei em almofadinhas de surubim com espuma de capim santo e alcaparras, receita inspirada pela Imperatriz Leopoldina, que, informava o menu, trouxe as alcaparras para o Brasil. À noite, a massa recheada veio à mesa coberta por denso molho branco, sem alcaparras. A dica é folhear o menu como curiosidade, e escolher entre os pratos sugeridos pela casa.

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Bath, locação da série da Netflix "Bridgerton"

Como é dormir em uma locação da série ‘Bridgerton’

Lady Featherington tem um objetivo na vida: casar suas três filhas. Quem já assistiu a Bridgerton, série da Netflix que estreou no Natal, sabe de quem estamos falando. Produzida por Shonda Rhimes (de Grey’s Anatomy) e inspirada nos livros de Julia Quinn, a obra de época está no topo do top 10 Brasil do serviço de streaming. Bridgerton se passa em Londres no período regencial, no início do século XIX, e mostra nobres e aristocratas britânicos às voltas com romances. A maioria dos fabulosos cenários internos foi recriada em estúdio. Já as cenas externas foram filmadas principalmente na adorável Bath. Várias no Royal Crescent, onde fica o Royal Crescent Hotel & Spa. E como é dormir em uma locação de Bridgerton?

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Bath, Patrimônio Mundial

No sudoeste da Inglaterra, a 1h30m de Londres a partir da Estação de Paddington, Bath é muitas vezes visitada em programas de bate-e-volta. Um desperdício de tempo. Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a cidade tem atrações o suficiente para ao menos uma ou duas noites. A arquitetura predominantemente do período georgiano está muito bem preservada.

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O Royal Crescent, conjunto de 30 prédios da década de 1770 formando uma meia-lua em torno de um gramado, é um dos cartões-postais de Bath. E endereço da fachada da casa dos Featherington. Logo no primeiro episódio dá para ver bem o local, quando os personagens vão a um encontro com a rainha no qual quem brilha é a protagonista Daphne Bridgerton (Phoebe Devynour) e não a família de Lady Featherington (Polly Walker).

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rOYAL cRESCENT, OBRA-PRIMA GEORGIANA

Ainda hoje cerca de um terço das construções do Royal Crescent permanecem como residências únicas. O restante foi dividido em apartamentos, com duas exceções. No Royal Crescent número 1 há um museu, previsto para reabrir em abril, que mostra como era o interior das casas locais no final do século XVIII. Já os números 15 e 16, bem no centro do semicírculo, abrigam o Royal Crescent Hotel & Spa, hotel boutique de luxo que faz a gente se sentir em um episódio de Bridgerton. Ainda não sabemos quando poderemos viajar tranquilamente para o Reino Unido e, no momento, o Royal Crescent Hotel está fechado. Mas é permitido sonhar e fazer planos para dormir em uma locação de Bridgerton.

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Como é se hospedar no Royal Crescent Hotel

O conjunto arquitetônico do Royal Crescent é considerado de Grau 1 pelo Reino Unido, o que significa que é de “interesse excepcional” e não pode ser demolido ou alterado. As duas construções ocupadas pelo Royal Crescent Hotel são de 1775 e foram meticulosamente restauradas para manter o esplendor original. Com os selos de qualidade da hotelaria de luxo Virtuoso e Traveller Made, o hotel é hoje um destino em si. Fica em uma silenciosa área residencial e a menos de 15 minutos de caminhada das principais atrações turísticas de Bath, como as Termas Romanas, a abadia do século XVI e a Pulteney Bridge sobre o Rio Avon (foto no início do texto).

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Locação da série Bridgerton em Bath: Royal Crescent Hotel | Foto de Carla Lencastre
Royal Crescent Hotel em Bath | Foto de Carla Lencastre
Elegância do Século XVIII, cOMODIDADES DO SÉCULO xxi

Antes uma residência, como todas as casas do Royal Crescent, o número 16 virou hotel somente em 1950. Em 1971 o número 15 foi anexado à propriedade, que recebeu o nome de Royal Crescent Hotel. Os donos mudaram ao longo das últimas décadas, mas o nome foi mantido. Os proprietários atuais assumiram o hotel na década de 2010 e fizeram novas restaurações e obras de renovação, inclusive no spa com seis salas de tratamento (com produtos naturais da grife britânica Elemental Herbology), saunas seca e a vapor e uma deliciosa piscina aquecida e coberta com 12 metros de extensão e cercada por paredes em pedra. O ambiente é do século XVIII; os confortos, do século XXI. O serviço é impecável.

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Suítes à la Bridgerton

O hotel tem 45 elegantes acomodações, com decorações únicas e banheiros em mármores. Os quartos de entrada, com 23 m² e móveis de época, podem ser um pouco apertados. Mas as 11 suítes com pé-direito alto, tetos ornamentados, lustres, bustos e pinturas a óleo valem o investimento. A sensação de dormir em um prédio de quase 250 anos é a de estar em um cenário de Bridgerton. Ainda que o ambiente seja extremamente romântico, o Royal Crescent Hotel é family friend. Há quartos interligados e outros que podem receber camas extras. O hotel oferece serviço de babysitting e maiores de 12 anos podem usar a piscina do spa.

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O Royal Crescent Hotel tem ainda uma villa com quatro quartos e jardim privativo, procurada por celebridades do cinema e da música. E oferece buyout muito antes de a pandemia ter transformado em tendência a opção de reservar um hotel inteiro para você, sua família e seus amigos. Rolling Stones e U2 já fecharam o Royal Crescent Hotel apenas para convidados.

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bAR, RESTAURANTE E SPA SÃO ABERTOS AO PÚBLICO

Um belo jardim separa os quartos da construção onde ficam o Dower House Restaurant, o Montagu Bar & Champagne Lounge e o spa, todos abertos ao público em geral mediante reserva. O nome do bar homenageia a socialite, incentivadora da literatura e escritora Elizabeth Montagu (1718-1800), que morou no número 16 e organizou muitos eventos literários em seus salões. No site do hotel há detalhes saborosos da história do Royal Crescent e de seus personagens, que renderiam outras séries de TV. Mas é a literatura que é parte indissociável de Bath, como bem sabem os leitores de Jane Austen. A escritora inglesa (1775-1817) viveu na cidade e a usou como inspiração e cenário em suas obras. Royal Crescent incluído.

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A estrutura hoteleira na República Dominicana

Passei a última semana toda na República Dominicana, o destino caribenho mais visitado por turistas de todo o mundo, de acordo com dados do relatório deste ano da Organização Mundial de Turismo.

Neste cenário, sabemos que há anos o Brasil é um mercado extremamente importante para o destino e um dos maiores emissores de turistas do mundo para a República Dominicana. Embora a grande maioria rume diretamente para os grandes resorts tudo incluído de Punta Cana, fiz uma viagem um pouquinho diferente. A convite do Ministério do Turismo da República Dominicana, visitei também outros cantos do país – a começar por sua capital, Santo Domingo – para conhecer um pouco mais da estrutura hoteleira do país e da própria diversidade de seus destinos turísticos.

Voei a Santo Domingo com a Copa Airlines (escala rápida no Panamá), mas o país conta com oito aeroportos internacionais e diversas possibilidades de rotas para chegar lá. A capital dominicana é repleta de belezas arquitetônicas (trata-se da cidade mais antiga das Américas) e realmente vale ao menos um pernoite (se possível, dois) – e a hotelaria local está finalmente sabendo tirar bom proveito disso.

Lá, fiquei hospedada no charmoso Hodelpa Nicolás de Ovando, que ocupa um imenso casarão colonial restaurado em pleno centro histórico. Os quartos e banheiros são espaçosos e confortáveis, há piscina, academia, dois bons restaurantes e os ambientes comuns souberam tirar ótimo proveito da história do edifício. Móveis coloniais com um toque de contemporaneidade, muito verde, belos pisos – e tudo com um serviço bem simpático e eficiente.

Além do charme do hotel em si, o Nicolás de Ovando soube criar um serviço premium dentro do próprio hotel: o Club Imperial, que funciona como um lounge executivo com café da manhã e happy hour gratuitos todos os dias, além de águas, refrigerantes, cafés e peticos à disposição no espaço o tempo todo. Devagarzinho, outras propriedades da cidade começam a investir também nesta vibe hotel-boutique-histórico, que tem tudo para seguir funcionando na cidade.

Para fugir do estereótipo dos imensos hotéis all-inclusive de categoria turística da ilha, algumas regiões da República Dominica, como Samaná e La Romana, se destacam pelas opções luxuosas de hospedagem e pelo fluxo imensamente inferior de turistas em suas areias. La Romana, que vem sendo apontado com um dos pedaços mais luxuosos do país, deve sua aura premium em grande parte ao excelente Casa de Campo, um hotel que faz parte dos seletos portfólios tanto da Leading Hotels of the World quanto da Preferred Hotels.

Trata-se de uma imensa propriedade que mistura hotel e villas privadas entre campos profissionais de golfe, paisagismo caprichado e, claro, a beira-mar. Conta com ótimos quartos, um caprichado beach club, marina, lojas, diferentes complexos de piscina, excelente serviço em geral e ainda uma incrível oferta de bares e restaurantes das mais diversas cozinhas. Ali cada quarto recebe um carrinho de golfe no check in (obrigatória a apresentação da carteira de identidade) para se locomover dia e noite entre os distintos espaços do hotel. A grande sacada do hotel é que ele funciona tanto no modelo tradicional da hotelaria de luxo, com apenas hospedagem, como também em sistema tudo incluído – à escolha do hóspede, inclusive na hora do check in.

A propriedade tem ainda a Altos de Chávon, uma cidadela antiga que reproduz uma vila italiana medieval com direito a igreja, praças, anfiteatro romano e edifícios antigos hoje ocupados por lojas, galerias de arte, cafés, bares e restaurantes – e ainda tem uma vista linda para o rio e as colinas cobertas de verde. A localização é excelente, belas praias quase desertas e ainda é um bom ponto de partida para tomar um dos passeios à Isla Saona.

E como não dava para deixar Punta Cana de lado, passei os últimos dias da viagem por lá. A cidade ganhou novos e charmosos beach clubs e investe cada vez mais pesado em hotelaria de luxo para fugir um pouco do estigma dos resorts all inclusive de qualidade duvidosa. O destaque da hotelaria ali fica por conta do premiado Tortuga Bay, com design de Oscar de la Renta, mas vale dizer que mesmo all inclusives mais tradicionais estão dando um jeitinho de tirar uma fatia deste mercado.

É o caso do hotel Dreams Punta Cana, com mais de 600 quartos, que acrescentou um serviço “Preferred” a alguns deles. O hotel é antigo e poderia passar por uma bem-vinda reforma nos edifícios onde os quartos estão localizados. Mas os quartos são extremamente espaçosos (a maioria com jacuzzis nas grandes varandas) e há mais de 10 opções diferentes para gastronomia. Quem paga pelo suplemento Preffered leva amenidades diferenciadas, bebidas premium, frigobar incluído nas diárias, consumo em sem restrições em todos os restaurantes da propriedade, serviço de concierge exclusivo para reservas e passeios, lounge dedicado dentro do hotel e também um beach lounge exclusivo, bem caprichado, em área específica e controlada da praia, com cabanas e serviço diferenciado.

Uma inciativa simples que faz profunda diferença no dia-a-dia dos hóspedes que optam por este suplemento – a começar pelo sossego do café da manhã. A estratégia vem dando tão certo que outros grandes resorts da região já estão planejando implantar medidas similares a partir do segundo semestre do ano que vem.

Dá para conferir mais informações sobre o país aqui e mais informações sobre a hotelaria testada e aprovada na minha viagem pela República Dominicana aqui.

Onde ficar em Cartagena, no Caribe colombiano

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