O que pode mudar na hotelaria com o coronavírus

A pandemia da Covid-19 já infectou, neste momento, mais de um milhão de pessoas no mundo inteiro e já soma mais de cem mil vítimas fatais. E, mesmo de forma indireta, o vírus já está afetando a vida de milhões de pessoas e das mais diferentes indústrias. A indústria turística, sabemos, é um dos maiores catalisadores do mercado econômico – e foi a primeira indústria a ser atingida massiva e globalmente pela crise, logo no começo da pandemia. Estima-se que anualmente sejam gastos mais de um trilhão de dólares em acomodações e viagens aéreas no mundo. Mas o que pode mudar na hotelaria com o coronavirus?

“Parar por completo com o mercado turístico afeta severamente também milhões de pequenos negócios, comunidades e famílias que dependem disso”, diz um relatório divulgado esta semana pela ILTM (International Luxury Travel Market). Nas últimas duas semanas, vimos diversos hotéis, de pequenas pousadas de charme a gigantes como o Belmond Copacabana Palace, fecharem provisoriamente suas portas sem data para reabrir.

Os efeitos da crise na hotelaria, em que propriedades devem ter baixa ou nenhuma ocupação por muito tempo, são mesmo inéditos e devem acarretar mudanças expressivas – falo mais sobre tais mudanças na indústria do turismo aqui.

Erik Sadao (acervo pessoal)

Mas algumas propriedades estão aproveitando este tempo para se antecipar e já tentar se adaptar à nova realidade que deve vir por aí, quando for seguro viajar novamente. E é bem possível que a indústria da hospitalidade possa ser pioneira nesta retomada do turismo. “Se conseguirmos nos organizar de maneira a reforçar o ciclo virtuoso que o turismo carrega em sua essência, no bem-estar e na sustentabilidade das áreas onde os hotéis, por exemplo, estão instalados, há uma chance de que o produto viagem seja visto como agente de reconstrução do mundo. Não sabemos se o consumidor sairá dessa experiência mais consciente ou com o lado hedonista aflorado, buscando viver o tempo perdido. Em ambos os cenários, se o turismo se posicionar com clareza nos processos de sua produção e envolvidos, pode transformar a maneira como a viagem é enxergada por gerações futuras”, afirma Erik Sadao, publicitário com mais de 20 anos de experiência no mercado de turismo, incluindo onze deles à frente da diretoria da Teresa Perez, e proprietário hoje da Sapiens Travel.

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Erika Sanches, proprietária do Maitei (acervo pessoal)

Para quem se perguntava o que pode mudar na hotelaria com o coronavirus, já ficou claro nesta fase da pandemia que a hotelaria em geral terá que se reinventar em alguns aspectos para continuar fazendo sucesso neste cenário dos próximos meses e anos, dos novos padrões de limpeza (muitas propriedades já começaram a adotar os mesmo padrões adotados em hospitais) à nova dinâmica diária em geral. “Há mudanças significativas principalmente nos protocolos de higiene e segurança para a equipe e para os hóspedes, e na transformação do formato do café da manhã para o serviço à francesa. Também vamos focar agora em orientar os nossos serviços ao atendimento do mercado brasileiro, que tem preferências bastante específicas”, conta Thiago Azeredo, diretor comercial da Vila D’Este, em Búzios.

Seja com foco imediatista ou pensando mais a longo prazo, o movimento é uma constante no mercado hoteleiro. “Aqui já organizamos um monitoramento de funcionários para quando voltarmos ao trabalho, como tiragem de temperatura, uso contínuo de máscaras etc”, diz Evelyn Gavioli, proprietária da Pousada Estrela D´Água, em Trancoso, fechada no momento. Érika Sanches, proprietária da Maitei, em Arraial d’Ajuda, também prevê mudanças: “Talvez tenhamos que nos readaptar com os atendimentos realizados nas áreas comuns, como café da manhã, spa etc… Já estamos pesquisando as novas tendências de comportamento. Mas o cenário ainda está muito indefinido, temos que pensar um dia de cada vez”.

Além da discussão de itens pontuais sobre o que pode mudar na hotelaria com o coronavirus, diversos especialistas acreditam que alguns modelos de propriedade talvez terão que se reestruturar por completo. “Os hotéis que se sustentavam na aura do agito das áreas comuns, bares e restaurantes, podem ter que rever a estrutura e toda a sua comunicação. Pode ser que o apetite do cliente se volte justamente pelo contrário: ambientes mais calmos, com áreas amplas, controle de pessoas etc. A hospedagem em vilas, queridinhas de todos, podem ser preteridas, ou até impedidas, por falta de garantia nos procedimentos de higienização. E o mesmo pode acontecer com os hostels e as casas de serviços compartilhados como o Airbnb”, ressalta Sadao.

As redes e propriedades que estão acompanhando as novas tendências que começam a se desenhar neste momento de tantas dúvidas e instabilidades podem sair na liderança no momento da retomada. “Neste exato momento, entregadores na China têm sua temperatura monitorada a partir de gadgets que transmitem informações sobre o estado de saúde, em tempo real, para quem fez o pedido. Em um cenário onde as informações sobre os envolvidos no atendimento se tornem importante, é possível que medidas similares sejam adotadas por hotéis, companhias aéreas, restaurantes e profissionais como guias de turismo do mundo todo. As campanhas da hotelaria de luxo já apostam em uma guinada nesse sentido, a partir do retrato dos envolvidos, das comunidades de onde vem etc”, alerta Sadao.

Com o mundo todo focado na ideia de saúde, manter-se são deverá ser preocupação ainda mais constante para o viajante. Por isso mesmo, as ações e atividades ligadas a wellness, por exemplo, devem ganhar status fundamental na maioria das propriedades hoteleiras.”Se uma onda afirmativa em relação ao bem-estar, já em alta há algumas décadas, acontecer em todos os grupos da sociedade, é possível que a prática de esportes se torne uma espécie de atestado de saúde”, concorda Sadao.

Mas o que especificamente pode mudar no departamento de wellness da hotelaria com o coronavirus? “Por causa das restrições de espaço e adequações que, possivelmente, se tornem o novo normal, é provável que hotéis precisem criar áreas abertas, como rooftop gyms, ou que se reservem os espaços fitness com antecedência para garantir um hóspede, ou poucos, por vez. Espaços e equipamentos nos quartos também podem se tornar uma tendência. Já pensou termos que informar se é “com ou sem fitness” no momento da reserva?”, brinca. A empresária Evelyn Gavioli, da Pousada Estrela D´Água, concorda: “Estas experiências serão ainda mais valorizadas, principalmente as experiências voltadas à natureza e ao bem estar”.

Quem já era focado neste segmento pode sair na vanguarda. “A tendência do wellness já é uma realidade no Maitei desde janeiro de 2019 e já fizemos o investimento e a reformulação nesse sentido. Nosso hotel é referência no assunto e nos dedicamos permanentemente à procura e criação de vivências únicas e transformadoras”, diz Érika Sanches. E completa: “Acreditamos que destinos e comunidades sustentáveis irão se recuperar antes e melhor”.

Evelyn Gavioli, da Pousada Estrela d’Agua (acervo pessoal)

Mesmo com tantas portas fechadas temporariamente pela pandemia, é possível, sim, que a hotelaria já comece a atuar na vanguarda destas mudanças. Solidariedade e pro-ativismo nesta fase serão, mais do que nunca, essenciais. “Como disse o Washington Olivetto esta semana, não é hora de vender; é hora de oferecer serviço. E esse serviço não necessariamente será o que você tem como produto principal. A participação solidária no momento, auxiliando a linha de frente, será a melhor ação de relações publicas para hotéis de áreas atingidas”, diz Sadao.

E completa: “Em Londres, o Claridge’s está funcionando como residência para cerca de 40 profissionais da saúde que trabalham no hospital St. Mary’s, no bairro de Paddington. O Connaught e o The Berkeley estão produzindo comida para vários trabalhadores de linha de frente que atuam na crise. Exemplos acontecem em outras grandes cidades como Tóquio e Nova York se multiplicam. De acordo com as pesquisas reveladas na última semana pelo próprio Panrotas, esforços assim tendem a ser lembrados quando tudo isso passar”. Nós do Hotel Inspectors não poderíamos concordar mais – e inclusive já abordamos o tema aqui, aqui e aqui.

Dentre tudo o que pode mudar na hotelaria com a pandemia do novo coronavirus, as mídias sociais também podem ser instrumentos importantíssimos para manter a relevância da propriedade nestes tempos, mesmo para propriedades fechadas, estimulando uma conexão cada vez mais autêntica com os hóspedes. “A conexão via redes permite que o hotel demonstre o que está sendo feito, sem visões alienadas, mas de olho na urgência do momento”, afirma Sadao.  Na coluna da semana passada, mostramos alguns exemplos bem simples que alguns hotéis estão usando para tentar manter a conexão com clientes nas redes.

Erik Sadao (acervo pessoal)

Mas é preciso dosar bem a medida e entender exatamente o que o público quer e precisa neste momento; afinal, mais do que nunca, a conexão entre hotéis, trade e viajantes tem que ser absolutamente real. “Campanhas leves nas redes, com serviços que possam ser úteis para o publico que vive os dias de isolamento, como aulas de yoga ou pilates com os instrutores, aulas com chefs para pratos simples que são a assinatura do café da manhã do restaurante etc”, diz Sadao. E completa: “É possível que a gente presencie o final do conteúdo produzido pela indústria do entretenimento, séries e programas oficiais. Está na hora de proporcionar os quinze minutos de fama, que previu Andy Warhol, às equipes que fazem o serviço acontecer. No momento, elas são mais úteis do que os influenciadores de antes”.

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Leia aqui como deixar a casa com jeitinho de hotel nesta quarentena.

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Coronavírus e a proatividade na hotelaria

Sabemos que o turismo será infelizmente uma das indústrias mais impactadas com a pandemia da Covid-19. O segmento turístico, aliás, foi um dos setores que mais imediatamente começou a sofrer os efeitos destes nossos novos tempos, com uma quantidade sem precedentes de voos cancelados no mundo todo e também uma quantidade inimaginável de hotéis de todos os tamanhos e targets fechando provisoriamente suas portas. Da primeira à última semana do mês de março, em hotéis do mundo inteiro, o cenário não poderia ser mais diferente. E diversos hotéis independentes correm sério risco de fechar suas portas se este cenário se esticar por muito tempo. Mas, mesmo em plena pandemia do novo coronavírus, a proatividade na hotelaria segue extremamente necessária.

Mais do que apenas preencher cartas, documentos e abaixo-assinados pedindo ajuda governamental para manterem seus negócios em pé (que se faz necessária, sim, é claro), esta é também uma época em que parte da indústria hoteleira se mostra ainda mais pró-ativa. Urge utilizar o negócio hoteleiro para colaborar de alguma forma para ajudar (como for possível) que passemos por tudo isso mais rápido e que se repense estratégias para o futuro próximo. 

Várias “boas ações” da hotelaria foram citadas aqui na coluna na semana passada. De campanhas de arrecadação como da Lungarno Collection às redes hoteleiras que estão cedendo seus quartos sem custos a profissionais da saúde e sem-teto na Inglaterra, o setor felizmente começa a se posicionar solidariamente neste novo cenário que tem a maioria dos viajantes do mundo todo fechados em suas próprias casas para tentar frear um pouco o avanço do vírus. 

E é preciso, sim, ser solidário e investir em ações solidárias, mesmo com consideráveis investimentos, para que essa roda possa continuar girando lá na frente, “quando isso tudo passar”. O viajante já está prestando redobrada atenção nos players da hotelaria que estão se manifestando solidariamente, seja com iniciativas pequenas e pontuais (como os programas de fidelidade da Marriott e da Hilton ampliando a validade de pontos e status)  ou como iniciativas gigantes, como os hotéis que recebem sem custos profissionais da saúde. 

A proatividade na hotelaria frente ao novo coronavírus urge também que a hotelaria como um todo se reestruture, já que o nosso modo de viajar deve também mudar consideravelmente quando fronteiras forem reabertas e, com sorte, uma vacina for criada. E, mesmo agora, há espaço também para novas oportunidades no setor trazidas, de alguma maneira, pela própria crise na qual nos encontramos. 

Alguns países em destinos asiáticos – a primeira região do mundo a sofrer os efeitos da pandemia – podem dar exemplos interessantes. A ideia de transformar o propósito dos hotéis em uma espécie de QG da quarentena poderia, por exemplo, servir como uma maneira de ocupar parcialmente os quartos ociosos e gerar alguma renda neste período. 

A busca por um quarto de hotel hoje em dia vai desde viajantes de negócios e turistas que se viram repentinamente “ilhados” após o fechamento de fronteiras e cancelamento de voos até indivíduos que estão buscando lugares alternativos para se auto-isolar da família por duas semanas ante a possibilidade de terem sido expostos ao vírus. Isso, aliás, foi algo que na minha família mesmo consideramos para o último membro que chegou de viagem – e uma atitude que mais pessoas estão de fato adotando também no Brasil (para citar um exemplo bem público, Preta Gil escolheu um flat em São Paulo para seu auto-isolamento após ser diagnosticada com Covid-19).  

Em destinos asiáticos como a Tailândia, alguns hotéis já começam a anunciar inclusive seus “quarantine packages” para este público, com duração de duas semanas e preços bastante competitivos. Em alguns países, como o caso de Singapura, é inclusive mandatório que qualquer pessoa entrando no país faça sua quarentena por duas semanas, mantendo ainda abertas as portas da maioria de seus hotéis.

Em propriedades como as da rede tailandesa A-One, os pacotes incluem refeições entregues nos quartos em trolleys e a promessa de cuidar separadamente de pratos, talheres e roupas de cama e banho destes hóspedes em quarentena. E, é claro, a promessa de que o staff checará diariamente as condições de cada hóspede em quarentena e tomará as providências cabíveis caso algum deles necessite ser levado ao pronto-socorro. 

Na Suíça, o Le Bijou Apart-Hotel ganhou os holofotes do cyberspace nestes últimos dias ao anunciar pacotes de quarentena de alto luxo em seus apartamentos independentes. Numa jogada de marketing, os pacotes mais completos custam milhares de euros por dia e incluem também os serviços diários de médicos e enfermeiros, além de uma testagem para a doença. O upside fica por conta do fato de que passaram a oferecer estadia sem custos para profissionais da saúde em algumas de suas unidades – e alguns dos executivos da propriedade, incluindo o CEO, doaram seus salários para ações de solidariedade durante a quarentena.

O cenário para o turismo parece mesmo bastante desanimador para os próximos meses, mas a proatividade da hotelaria neste período pode ser a chave da retomada depois. Afinal, mesmo com as incertezas frente ao novo coronavírus, novas perspectivas para a hotelaria nacional e internacional, ainda que mínima e bem vagarosamente, devem continuar aparecendo para tentar preencher de alguma forma esse gap. Por aqui estamos torcendo muito.

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A hotelaria e o coronavírus

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Great Plains Conservation abre novo camp de luxo no Quênia

A Great Plains Conservation, que reúne diferentes safari camps em distintos países africanos, abriu neste segundo semestre de 2019 sua mais nova propriedade de luxo no Quênia. O novo Mara Nyika Camp fica localizado na área de conservação Naboisho, adjacente à reserva nacional Maasai Mara, e conta com apenas quatro luxuosas e exclusivas tendas, com capacidade máxima de apenas oito hóspedes.

Durante uma longa viagem pela região nestas últimas semanas, tive o prazer de ser a primeira jornalista brasileira a se hospedar ali – e conheci em detalhes esta bela propriedade construída de maneira ética e sustentável.

O nome Nyika significa “grande planície” e combina perfeitamente com o terreno plano repleto de acácias.  “Cada vez que viemos ao local enquanto planejávamos o camp, nos deparamos acidentalmente com leões e leopardos. Encontramos um dos mais excitantes lugares da África”, diz Dereck Joubert, CEO e fundador da Great Plains Conservation, empresa focada em conservação e preservação da vida selvagem através do turismo sustentável que mantém com sua esposa, Beverly Joubert. O casal é também especializado em fotografia e documentários sobre vida selvagem no continente africano, com diversas produções em parceria com a National Geographic. 

Construído de maneira ética, o Mara Nyika é um camp de luxo que opera 100% com energia solar, trata e reaproveita a água que consome e já nasceu totalmente plastic-free. A caprichada cozinha da propriedade só utiliza ingredientes locais e sazonais, tem índices de desperdícios mínimos e praticamente tudo ali é hand made. 

A ideia ali é ensinar o hóspede a fazer uso ético, racional e sustentável de todos os recursos da propriedade, protegendo o ecossistema tão especial do qual se beneficia em sua visita, mas sem abrir mão do conforto nem dos serviços de hotelaria de primeira linha. 

A decoração honra o romantismo da África Oriental com tendas glamurosamente decoradas dispostas sobre charmosas passarelas de madeira reaproveitada de antigas ferrovias e construções africanas, entre belas acácias. Dentro de cada tenda, quatro áreas bem separadas: uma bela varanda ao ar livre, um charmoso living, o quarto propriamente dito e imensos banheiros, com duchas e banheiras em cobre – tudo com vista para a vida selvagem, é claro.  Todas as facilidades da hotelaria de luxo – roupões, safe box, amenidades de banho, água filtrada, café e chá cortesia – estão ali, acrescidas de charmosos detalhes, como óculos de leitura e câmeras DSLR com lentes objetivas emprestados sem custo para os hóspedes durante sua estadia. Os serviços de lavanderia diários também estão incluídos, assim como pensão completa, bar aberto e atividades na região. 

As passarelas de madeira que conectam cada uma das quatro tendas à área principal (living, restaurante, deck, boutique e wine lounge) dão um certo clima de “casa na árvore” ao local. O serviço geral é primoroso, com uma equipe local muito afinada, comandada com doçura pela adorável queniana Marietta Keru. 

Todos os dias, pela manhã cedinho e nos finais de tarde, os hóspedes têm a chance de sair em excitantes game drives pela região, com excelentes avistamentos de vida selvagem. Ali a gente quase não vê outros carros de safári e consegue aproveitar ao máximo cada saída. Os safáris de final de tarde terminam com impecáveis sundowners em plena savana, com direito a settings quase cinematográficos, incluindo bar completo, confortáveis cadeiras e fogueira enquanto a tarde cai. Com sorte, dá para degustar sua caprichada gin&tonic vendo o sol se por e ouvindo o rugido de leões à distância, como aconteceu comigo. 

Os hóspedes que ficam ali, além de explorarem os 50 mil acres da área de conservação e se aventurarem em safáris também pela reserva Maasai Mara, contribuem diretamente com o sustento das mais de 500 famílias Maasai assistidas pela propriedade. As taxas de conservação garantem a conservação da vida selvagem no ecossistema Maasai Mara. 

Para o ano que vem, o camp ganhará uma honeymoon suite, ainda maior e mais caprichada, que terá piscina privativa. Vale ficar de olho.

Leia mais sobre a Great Plains Conservation e seus luxury safari camps super sustentáveis aqui, aqui e também aqui.

Mari Campos viajou ao Quênia a convite de Sariri Terra, Gamewatchers Safaris e South African Airways.

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As Novidades da Leading Hotels of the World neste 2019

Durante a ILTM Latin America, a Leading Hotels of the World já tinha confirmado a entrada de 30 novas propriedades em seu luxuoso portfólio neste 2019. Neste verão europeu, onze novas propriedades foram introduzidas no portfólio, com novos hotéis no Congo, na África do Sul, nas Maldivas, no Japão, na Espanha, na Croácia, na Grécia, na França e o esperado Ananti Montenegro.  Os novos membros confirmam o crescimento da Leading na África e na Europa (com destaque para o Báltico).

A Leading, estabelecida em 1928 e que agora conta com mais de 400 hotéis em 80 países (85% deles hotéis familiares e 95% administrados de forma independente), realiza todos os anos um sério e longo processo para decidir pela aceitação (ou não) de uma nova propriedade. Em comum, cada novo membro partilha da filosofia da associação em entregar experiências inspiradoras e encarar o conceito de luxo sempre um passo a frente – sempre abraçando, é claro, a essência e as raízes dos destinos nos quais estão inseridos.

Seu programa de fidelidade Leaders Club – que já oferecia a possibilidade de upgrades, noites grátis, café da manhã e tarifas especiais – foi recentemente reformulado e agora convida seus associados a descobrirem as delícias do programa “Insider Experiences”, que contempla experiências singulares e extremamente locais, cuidadosamente curadas em cada um dos mais de 400 hotéis de luxo que compõem o portfólio do grupo. De um dia entre vinhedos e gastronomia com o Cape Grace na Cidade do Cabo a um tour privativo no Pena Palace de Sintra após o fechamento do local para o público (com o Tivoli Palácio de Seteais), o menu de experiências deles é realmente inspirador.

“Neste programa, deixamos que cada hoteleiro fizesse o que sabe fazer de melhor: criar esperiências customizadas e memoráveis para seus hóspedes”, defende Phil Koserowski, VP de Desenvolvimento Digital e Marketing da Leading.  “Eles são especialistas em seus destinos e têm prazer genuíno em mostra-los para nossos hóspedes de maneira memorável, seja na primeira ou na quinta visita à cidade”. 

Em julho e agosto passados, tive o prazer de me hospedar em duas das onze propriedades da LHW em Paris: o clássico Hotel Barrière Le Fouquet’s Paris e o novíssimo Fauchon L’Hôtel. Hotéis extremamente diferentes entre si – em estilo, approach ao hóspede, localização, décor, história etc – mas com almas incrivelmente (e indubitavelmente francesas). Mais que francesas, propriedades realmente 100% parisienses.

O Hotel Barrière Le Fouquet’s Paris, com seus 81 quartos na esquina da avenue George V com a Champs-Elysées, a passos do Arco do Triunfo, é quase um marco na cidade. Parte da luxuosa cadeia francesa de hotéis Barrière e da Fouquet’s Brasserie, o hotel tem um pouco do clima hollywoodiano de outros tempos, mas é um verdadeiro oásis de sossego do lado de dentro. Quartos charmosos completamente redesenhados por Jacques Garcia (com direito a bebidas não alcoolicas e os snacks do minibar gratuitos), um café da manhã simplesmente adorável servido diariamente no Le Joy e uma equipe afinada, que memoriza rápido o nome do hóspede, são alguns dos elementos que fazem dele uma opção excelente na cidade. Dá pra ler minha review completa sobre o Hotel Barrière Le Fouquet’s Paris aqui.

O novo Fauchon L’Hôtel, o primeiro hotel da incontornável Fauchon Paris, fica ao lado da Madeleine e mescla o edifício histórico com décor ousado, sexy e contemporâneo do lado de dentro. Recepção feita charmosamente num lounge com macarrons e drinks, um perfume de ambientes desenvolvido exclusivamente para o hotel inspirado no famoso chá Marchand de Rêve da casa e o café da manhã servido diariamente no imperdível Grand Café Fauchon são apenas alguns dos seus atrativos. Os 51 quartos têm todos vistas panorâmicas para Paris, muita luz natural, janelas que de fato se abrem, Bosé speakers até no teto e um enorme bar customizado cheio de delícias gastronômicas by Fauchon sem custos. Dá pra ler minha review completa sobre o hotel aqui.

Até o final do ano, novas propriedades em diferentes destinos ainda serão adicionadas ao celebrado portfólio da Leading Hotels of the World. Vale lembrar que mais de 40 membros em 35 destinos foram premiados novamente este ano no Travel+Leisure World’s Best 2019 (incluindo o La Réserve Paris, sobre o qual já falamos aqui).

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Las Vegas e as novidades da hotelaria

Já contei aqui sobre novidades da hotelaria e os hotéis premiados no Best of Best da Virtuoso Travel Week 2019. Mas os dias do evento em Las Vegas, nos EUA, trouxeram ainda mais novidades na hotelaria internacional, incluindo diversas excitantes aberturas esperadas até o comecinho de 2021. 

A Canyon Ranch, que tem no The Venetian o maior day spa do mundo –  abre em novembro uma nova propriedade no Sillicon Valley.  A Four Seasons Hotels and Resorts, que recentemente abriu nova propriedade em Atenas, na Grécia, ainda abre este ano novos hotéis em Madri e Los Cabos  e no ano que vem em Napa Valley. Uma segunda propriedade do grupo na Cidade do México abrirá suas portas em 2021. 

Detalhe da arquitetura do Aria. Foto: Mari Campos

A Accor Hotels, que acaba de abrir o Fairmont Rio, abre ainda entre 2019 e 2020 o Sofitel DC, o Legend Panama, o So Havana, o So Los Cabos e em 2021 o Fairmont Mexico City. Os luxuosos Robertson Lodges, na Nova Zelandia, inauguraram três novas villas de quatro dormitórios no Kauri Cliffs e passarão a incluir também almoço gratuito em suas diárias a partir de dezembro. Na Nova Zelandia chegam agora também os novos hotéis The Lindis Lodge e o Park Hyatt Auckland.

Los Cabos, no México, também marcou presença para celebrar as diversas aberturas hoteleiras entre este ano e o próximo, com destaque para Zadun, a Ritz-Carlton Reserve, Nobu Los Cabos, Aman Los Cabos, Four Seasons Los Cabos at Costa Palmas, Solaz Signature e, mais para a frente, também uma SoHo House

A entrada principal para o Eataly do novo Park MGM. Foto: Mari Campos.

A hotelaria em Las Vegas também está em constante evolução, tem diversas boas novidades neste 2019 e fiz questão de testar várias delas na última semana.  O grupo MGM Resorts International trouxe várias novidades recentemente, incluindo o novo hotel Park MGM, no coração da Strip. Com pegada mais jovem e focado nos Millennials, o Park MGM é repleto de boas opções para comer e beber – com destaque para um enorme Eataly e o novíssimo Juniper Cocktail Bar (imperdível, especializado em gim, com mais de 60 rótulos da bebida de diferentes partes do mundo).

Como é se hospedar no Park MGM, o mais novo hotel de Las Vegas

Anexo ao Park MGM fica o também novo NoMad Hotel Las Vegas, que tem um belíssimo bar e um dos mais bonitos restaurantes da cidade toda: o incrível NoMad Restaurant, que serve pratos e drinks impecáveis em um salão adornado com mais de 25 mil livros diferentes em suas paredes.

O Aria Resort & Casino (meu preferido pessoal em Las Vegas, por ser talvez o hotel da cidade com mais luz natural e pés direitos sempre muito altos) continua sendo o campeão em ofertas gastronômicas, com 16 bares e restaurantes dentro da propriedade – com destaque para sua nova (e linda!) Aria Patisserie aberta o dia todo e os sempre ótimos Catch e Juan Serrano Tapas. O Aria, aliás, renovou seu lounge (cujo acesso pode ser comprado no ato da reserva ou mesmo do check in no hotel), que agora se chama Resort Lounge, com acesso do piso térreo, aberto das 7 às 20h com comidinhas e bebidas, incluindo serviço completo de café da manhã até 11h. 

O Bellagio, que sediou a Virtuoso Week 2019, continua sendo uma atração por si mesmo, e há turistas passeando pelo hotel dia e noite, o tempo todo, em toda parte. O hotel renovou suas boas opções de gastronomia, incluindo o Sadelle’s, atualmente o principal hot spot para o brunch em Las Vegas, e seu Baccarat Bar, que foi recentemente remodelado. Os restaurantes Le Cirque e Picasso fazem do Bellagio o único resort nos EUA a ter dois restaurantes com 5 estrelas na Forbes sob o mesmo teto.

As concorridas piscinas do Bellagio. Foto: Mari Campos

As Bellagio Towers, parte do portfólio da Leading Hotels of The World, têm quartos com muito mais bossa e espaço que em outras alas do hotel – e muitos deles com vista panorâmica para as famosas fontes do Bellagio, a Strip e as montanhas do deserto, então vale cacifar a diferença. E há ainda seu sempre badalado conjunto de piscinas, uma interessante Gallery of Fine Art e o hotel vem se esforçando ultimamente nas iniciativas sustentáveis e na luta contra o desperdício, doando 66 mil refeições não servidas em seus restaurantes ao ano para instituições de caridade da cidade. 

O novo Delano Las Vegas também ficou lindo e definitivamente vale a visita, nem que seja para almoçar ou jantar no delicioso Rivea, de Alain Ducasse. Além da cozinha impecável e do ótimo serviço em um ambiente descontraído e bem contemporâneo, os terraços do restaurante têm seguramente uma das mais incríveis vistas de Las Vegas.

Na hora dos bons drinks, o The Chandelier 1.5 do Cosmopolitan Las Vegas segue sendo um clássico da cidade e trouxe mudanças em seu menu de coquetéis. O The Palazzo do The Venetian trouxe o Electra, um belo bar ao lado do cassino com excelentes mixologistas – que pode ser local do pre-dinner cocktail antes de ir jantar no irretocável cantonês Mott 32. Mas a melhor novidade para os fãs de coqueteleria talvez seja o adorável Vanderpump Cocktail Garden, um verdadeiro oásis e bom ambiente, boa playlist e ótimos drinks instalado em meio ao caos usual do piso térreo do Caesar’s Palace – imperdível.

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