A experiência me ensinou que mesmo para as maiores tragédias ou sofrimentos em nossa vida sempre há uma lição a aprender, algum aspecto que podemos melhorar. Nesse momento sem precedentes para a humanidade, e especialmente para a indústria de viagens e turismo, tenho me perguntado: quais os grandes ensinamentos eu posso tirar? Essa reflexão já me despertou dois temas que não são nenhuma novidade, e sim cada vez mais essenciais para a sobrevivência e avanços do nosso setor.
Sobre a persistência
Um primeiro aspecto, ligado às incertezas temporais da pandemia, nos obriga a pensar mais no longo prazo, a entender fases distintas e planejar etapas para o futuro. Falo de planejamento de longo prazo, de continuidade e evolução renovadora em nossas empresas e, sobretudo, nas políticas púbicas do setor. Entendendo a necessidade de pensarmos no agora, em termos que pagar a conta no final do mês, não consigo conceber que nosso país não desenvolva a capacidade de cooperação publico-privada para o desenvolvimento do turismo no longo prazo. Ao assumirmos uma posição de liderança em nosso setor podemos cada vez mais garantir a salvaguarda de avanços e dirigir o setor com confiança.
É certo que aprendemos que planejar e cooperar para melhorar sempre é mais do que uma necessidade, é imperativo para o avanço e sobrevivência no cenário mega competitivo“.
O aprendizado também me remete à necessidade viva e real de pensar e agir o turismo de forma sustentável. Me refiro não somente ao meio ambiente natural, matéria prima do turismo; mas, certamente, aos aspectos de valorização cultural, de sobrevivência econômica equilibrada e de valorização dos aspectos sociais de cada destino. Mais do que uma bandeira, a sustentabilidade em todos os seus âmbitos é a garantia da existência do turismo daqui frente, aliás, de nossa sobrevivência como espécie aqui pelo planeta.
A pandemia é, segundo estudos diversos, um reflexo do desequilíbrio ambiental que vem de desmatamento, de queimadas, de lixo, dos impactos de nossa vida cotidiana que desestabiliza o habitat e contribui para a proliferação de vírus, bactérias e outros seres invisíveis que trazem contágio de animais para seres humanos (exatamente o que estamos vivendo). E isso pode se repetir, possivelmente de formas que não esperamos e que não estamos preparados.
Turismo e sustentabilidade são conceitos e vivências já inseparáveis, como estamos praticando em nossas empresas e destinos? Será que os viajantes irão aceitar paisagens sujas, águas contaminadas, culturas destroçadas e sociedades tão díspares e inconstantes? Quando essa será, de fato, a principal bandeira do turismo brasileiro na prática?
Estamos vivendo nesse planeta como se nós tivéssemos algum outro para ir”. Terry Swearingen, enfermeira e ganhadora do Goldman Environmental Prize em 1997
Ola Jeanine:
Otima reflexão. Concordo plenamente. Já estamos atrasados nessas ações.
Grande abraço
Olá Valdir, obrigada por comentar.Realmente estamos bem atrasados conforme você fala, mas vamos seguir adiante e fazer cada um a sua parte!
Pontos precisos e reais! Realmente uma reflexão!
OI Valéria, estamos felizes por ter gostado. Quer acrescentar mais alguma análise ?
Abs, Jeanine
É uma pena que até o momento estejamos fazendo, como país e destino, o inverso do que o artigo corretamente defende. A inconstância nas políticas públicas (não só no turismo, mas em praticamente todas as áreas) atrapalha demais. Alguns demonizam a iniciativa privada, que é motor importantíssimo de investimentos e inovação. Outros descreditam o Estado no papel central de regulação e apoio ao desenvolvimento. E assim, sem encontrar um meio termo, vamos ficando para trás…
Rodrigo obrigada pela colaboração. Entendemos que a cooperação público privada é o caminho, aonde cada um tem seu papel definido.
E a continuidade é essencial para o país, afinal o legado é do país, não é?
Abraço, Jeanine