A 123 Milhas anunciou a suspensão de sua linha promocional de pacotes e passagens aéreas. A medida afeta diretamente os consumidores que optaram por viagens da linha “Promo”, com datas flexíveis e embarques previstos entre setembro e dezembro de 2023. A empresa justificou a ação citando “circunstâncias de mercado adversas”. Este acontecimento levanta questões importantes para todos os que trabalham no setor.
Destaco minha torcida para que a 123 consiga resolver a demanda de todos os seus clientes. Mas não tenho receio de enfrentar o debate sobre os altíssimos riscos assumidos e suas consequências para nosso mercado.
Riscos para o viajante
Ao optar por qualquer compra sem a entrega imediata de vouchers, o consumidor está comprando um produto que não existe. Não há garantia de que a viagem ocorrerá conforme planejado, especialmente se a empresa enfrentar desafios financeiros ou operacionais. Isso está claro para o cliente na hora dessa aventura? Pelas manifestações que estamos vendo parece que não.
Sabemos que não é possível comprar passagens ou hospedagens até 11 ou 12 meses adiante. Muito pelo contrário, depois de um período complexo de pandemia e de grande esforço para reconstruir o setor, os cenários estão muito nebulosos. Qualquer turbulência é péssima para a credibilidade e reconstrução.
Riscos para TODAS as empresas de viagens e turismo
Quando o cenário ainda está instável e ocorrem casos como esse da 123 e o da HURB, todo o setor enfrenta uma crise de reputação geral. Isso pode resultar em cancelamentos, reagendamentos ou até mesmo na perda total do investimento feito pelo consumidor.
A suspensão de serviços ou alterações significativas em pacotes e passagens podem prejudicar gravemente a reputação de empresas similares no mercado, tornando mais difícil atrair novos clientes no futuro. Imagina se um grande número de clientes passar a exigir reembolsos simultaneamente.
Vale destacar a matéria da Panrotas que mostra recente estudo feito pela APEX com a Futura Inteligência.
Quais empresas de Turismo são mais lembradas pelo consumidor?
De acordo com o levantamento, as marcas mais lembradas pelos entrevistados são a CVC (52%), seguida da Gol (8,2%), 123 Milhas (6,0%), Latam (3,5%) e Decolar(3,4%). Essa pesquisa também mostra que as pessoas que compram por agências o fazem com 6 meses de antecedência. Das pessoas entrevistadas que viajaram nos últimos 12 meses, 24,9% afirmam ter comprado a viagem por meio de agências (físicas ou on-line). Será que vão continuar comprando ? Que outros riscos você identifica?
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