Reservas passadas e futuras para o internacional

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Temos todos acompanhado o retrocesso do mercado internacional de turismo para o Brasil, diante desse cenário, fica a pergunta: e então como preparar o futuro? Acredito que termos dados é a chave para combinarmos com nossa experiência, especialmente quando vemos cerca de 94% de nossas chegadas aéreas menores do que 2019 (junho 2020). Trago para você números que nos permitem aprofundar os movimentos de chegadas aéreas que tivemos entre janeiro e junho de 2020 em cada um dos mercados emissores para o Brasil, assim como olhar para as futuras reservas.

Chegadas aéreas passadas

Segundo dados da FowardKeys (empresa de big data que mapeia reservas aéreas passadas e futuras com fonte nos GDSs e empresas aéreas), exclusivos para a Pires Inteligência em Destinos e Eventos, o Brasil registrou entre janeiro e junho de 2020 uma diminuição de 58 % nas chegadas aéreas internacionais. Dados da Argentina, que respondeu por 29,3% do total, mostram que perdemos 59,4 % de viajantes; no segundo mercado emissor nesse período, o Chile, a diminuição foi de 53,1%; e o Uruguay registrou -55,2% de chegadas. Quando olhamos para a Europa as maiores quedas vieram da Espanha (-59,9%) e da Itália (-59,6%); e as “menores” vieram da França (-52,2%) e de Portugal (-52,1%). Vemos claramente como os países mais impactados pela pandemia fizeram menos viagens para o Brasil, será que essa tendência pode ocorrer para as futuras reservas?

RESERVAS FUTURAS

Falando nas reservas futuras de curto prazo, os dados da FowardKeys demonstram que entre 29 de junho até 9 de agosto de 2020 comparado ao mesmo período de 2019, temos uma diminuição de 90% de chegadas internacionais programadas para o Brasil. Muito interessante notar aqui, que mesmo sendo um volume muito baixo de passageiros, países como a Argentina, Chile e Uruguai têm mais de 92% de diminuição de reservas futuras, e alguns países europeus refletem de forma lenta uma pequena retomada inicial, com cerca de até 81%, 84% de diminuição em relação a 2019. Esse fator, nesse momento, indica um aumento do share de chegadas da Europa para o Brasil, principalmente da Alemanha, Reino Unido, Itália e Portugal.

Não obstante as restrições atuais para passageiros entre o Brasil e América do Sul, Europa e outros destinos; além das incertezas do futuro próximo, é importante planejar desde agora 2021. Ficar ausente na mente dos possíveis consumidores no cenário de alta competitividade internacional é a pior estratégia, já que para recuperar o mercado de turistas estrangeiros teremos outros desafios além da própria pandemia em si. A grande oferta mundial estará toda focada em conquistar pequena demanda existente.

Vamos ficar de olho e trazer para você informações sempre atualizadas, lembrando que a volta da confiança nas viagens, a vacina, as restrições entre fronteiras e o cenário econômico podem impactar tendências em qualquer sentido. Leia aqui o que falamos sobre confiança nas viagens como fator decisivo para a retomada.

Para saber mais sobre esse tema:

Como sair perdendo no turismo internacional

Recentemente conversamos aqui sobre o desempenho do Brasil na chegada de estrangeiros em 2019 e as difíceis perspectivas para 2020 em diante. Além de estarmos juntos enfrentando a pandemia com o restante dos destinos mundiais, já entramos nessa disputa em desvantagem pelo péssimo desempenho de -4,1% no ano passado, de acordo com a OMT. A média de crescimento mundial em 2019 foi de 3,6% e nossos vizinhos como a Argentina cresceram bastante: 6,6%.

Já fiz aqui uma análise da série histórica de chegadas de turistas e da entrada de divisas com os gastos dos estrangeiros do Brasil, e hoje trago uma atualização desse cenário. Certamente o mundo irá contar suas perdas à partir de 2020, mas nós já começamos derrotados desde 2019. Na tabela abaixo podemos ver a evolução de chegadas de estrangeiros ao Brasil com 2 momentos de queda: 2006 com a saída da VARIG do mercado, que levou anos para se recuperar até que a TAM iniciou sua atuação no internacional; e 2009, que foi uma crise econômica global. Observamos também 2 momentos de aumento com a Copa do Mundo FIFA em 2014 e depois, de forma menos acentuada, com a realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016. À partir de 2016 ficamos estáveis na casa de 6,5 milhões de turistas estrangeiros.

Nosso cenário atual, agravado pela pandemia da COVID-19, é muito pior do que a média global, já que o super competitivo mundo do turismo, com transformações rápidas e profundas nos deixa a ver navios desde 2019. Fizemos uma projeção (que vale hoje!), para o desempenho do Brasil em 2020 com base em diversos dados de chegadas aéreas até junho (1 de janeiro a 21 de junho com dados da FowardKeys), o percentual de chegadas terrestres de estrangeiros e o cenário intermediário de viagens internacionais do WTTC. Bem, posso dizer que é uma aposta bastante otimista e ao mesmo tempo com muitos questionamentos pelo fato de não sabermos como será o segundo semestre. Voltaremos a esse dado em breve para atualizar, já que o pior cenário pode os leva a uma queda de mais de 70% na chegada de estrageiros.

Outro dado ainda mais relevante é o gasto dos estrangeiros no Brasil, que tem também um desempenho péssimo, nos colocando na 46a. posição mundial na entrada de divisas com viagens internacionais. A curva de receitas cai à partir de 2014 e se mantém no mesmo patamar até 2019 (na casa dos USD$ 6 bilhões), veja o gráfico comparativo de chegadas de turistas e receitas abaixo:

É o que trago hoje para nos ajudar a ver os cenários passados e, sobretudo, nos iluminar da melhor forma para pensarmos o turismo internacional do Brasil. Você gostaria de compartilhar mais informações e análises? Comenta aqui, obrigada.

Em 2019 Brasil já registrou queda de 4,1% de estrangeiros

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Hoje a Organização Mundial de Turismo, OMT divulgou o Barômetro de junho sobre o desempenho do turismo mundial, e pela primeira vez tivemos acesso aos dados que mostram o desempenho do Brasil em 2019. Recebemos 6.353 turistas estrangeiros, uma queda de 4,1% em relação a 2018 quando chegaram 6.621 visitantes. Lamentável que no ano passado nosso país já tivesse uma diminuição tão significativa de estrangeiros, quando o mundo registrou aumento de 3,6%, as Américas de 2% e países como a Argentina um aumento de 6,6% (7,4 milhões de turistas), Colômbia + 3,4% e Paraguai +2,9%.

Impactos da pandemia

Os dados da OMT apresentam também com mais clareza os impactos da pandemia no turismo global, mostrando que entre janeiro e abril foram -44% de chegadas internacionais; somente o mês de abril registrou queda de 97%, quando o turismo global ficou totalmente parado. Veja no quadro abaixo a evolução das chegadas nos quatro primeiros meses de 2020 (mundo) comparados com 2019:

JANEIRO 20/191.8 %
FEVEREIRO 20/19-11.7 %
MARÇO 20/19-54.6 %
ABRIL 20/19-97 %

As perdas do turismo global nesses primeiros meses de 2020 foram igualmente estratosféricas, os destinos turísticos e a economia do planeta deixaram de arrecadar US$ 195 bilhões, uma queda de quase 33% em relação ao mesmo período de 2019. O Brasil, que ocupa a 46a. posição entre os países que mais recebem divisas com o turismo, mostrou uma perda de receitas com divisas nesse mesmo período de 31,8%. Já quando se trata dos gastos dos brasileiros no exterior, ocupamos a 20a. posição; gastos estes que caíram 46,1% entre janeiro e abril desse ano em comparação com 2019.

Não posso deixar de apontar aqui minha reflexão: com nosso desempenho no turismo internacional em 2019, somados à pandemia que terá, provavelmente, reflexos pelos próximos 2 ou 3 anos em todo o planeta, como fica o trabalho de promoção internacional de nosso país no médio e longo prazos? O que você acha sobre isso ?

Você pode ouvir mais análises em nosso podcast HUB TURISMO. Se quiser saber mais sobre a série histórica das chegadas de estrangeiros você pode ler nosso post aqui.

2 FATORES QUE DEVEM FAZER A DIFERENÇA PARA SEU CLIENTE

Imagino que sua empresa esteja preparando os devidos protocolos para se preparar para a volta às atividades em breve, correto ? Ter os protocolos conforme orientações de diversos órgãos, treinar as equipes e divulgar de forma clara como será a experiência do visitante será fundamental agora e ainda por um bom tempo. Entendo, que assim que as viagens começarem a retornar (aos poucos), os protocolos, além de mandatórios, vão virar uma commoditie, ou seja, todos terão que ter. Mas e daí? Como me diferencio?

Tenho avaliado que existem 2 fatores que podem fazer a diferença com o cliente desde já: a flexibilidade e o valor adicional.

  1. FLEXIBILIDADE: A confiança nas viagens será um fator fundamental para que a demanda volte a se aquecer, já falamos sobre isso aqui e você pode ver mais detalhes. Precisamos então eliminar as demais barreiras do meio do caminho, e uma destas pode ser a incerteza sobre a situação da pandemia nos próximos 6 meses ou 1 ano (ou até mais). Nesse cenário, ser flexível com remarcação, adiamento, multas e qualquer custo ou problema futuro para o cliente pode ajudar muito na decisão de uma viagem. Não é fácil tanta flexibilidade para os fornecedores, no entanto quanto mais incertezas ou falta de clareza um cliente tiver sobre o futuro de uma viagem, mais difícil será ele tomar uma decisão. Lembre-se: ainda temos a grande incerteza no ar, a possibilidade de contaminação.
  2. VALOR ADICIONAL: Você está oferecendo os protocolos e buscando a segurança de seus colaboradores e clientes, ok. O que mais você está oferecendo ao visitante para aumentar sua vontade de viajar e trazer mais algum valor e propósito à viagem? Como você está se diferenciando de seu competidor, somente pelo preço? Cuidado, isso pode ser uma armadilha, já que ainda podemos ter mais alguns anos pela frente com a pandemia. Se você conhece seu público então saberá como oferecer um jantar romântico, gratuidade para crianças, uma massagem no spa, ou bem melhor do que isso, surpreender seu cliente de diversas formas. Ele quer ser tratado como especial, personalização é a palavra.

Mãos à obra! Nesse momento em que existem muitas incertezas ainda, a tarefa de atrair a demanda será um desafio, e aos poucos vamos sentindo aquilo que funciona, olhando o que outros estão fazendo e construindo uma experiência inesquecível para os nossos clientes. Sim, mais uma tendência que devemos ficar de olho: os comentários, avaliações e compartilhamentos de experiências devem aumentar bastante.

RETOMADA DAS VIAGENS: 5 IDEIAS PARA SUA EMPRESA

Photo: Revolution Event Design & Production

Sinto uma grande ansiedade por parte dos profissionais do turismo brasileiro querendo retomar as viagens, natural diante do cenário que vivemos. Mas esse retorno não depende só de nosso desejo e sim de como a realidade irá se impor nas próximas semanas e meses, depende do quão seguro estará o viajante e da necessidade ou desejo de sua viagem. Já mencionei que entendo uma retomada gradativa, com diversas fases, sem descartar retrocessos caso nossa pressa não consiga ser balanceada com medidas seguras.

O que fazer agora enquanto as pessoas não viajam? Como se preparar para uma volta gradual? Trago aqui 5 sugestões para drenar nossa ansiedade e energia para o otimismo com nossa indústria para que saiamos mais fortes e mais competitivos dessa crise.

  1. Preparando a segurança do cliente: de acordo seu ramo de atividade, organize desde já todos os procedimentos de medidas sanitárias que no futuro deixarão os clientes tranquilos e seguros sobre o uso de seu serviço ou produto. Adote um selo de turismo baseado em processos profissionais, feitos por pessoas que entendem sobre a contaminação e a transmissão no formato que seu negócio funciona. Faça o caminho do cliente, imagine seus passos e coloque-se no lugar dele para entender como cada momento irá exigir segurança e distanciamento;
  2. Treinando seus colaboradores: eles ainda não estão preparados para os novos processos, então comece já. Use plataformas digitais e contrate profissionais adequados e profissionais na área de capacitação para o seu negócio. Médicos infectologistas e empresas de certificação, por exemplo, podem trazer uma visão profissional sobre o assunto que nós ainda estamos tentando decifrar, não tente fazer sem ajuda profissional, você entende de turismo e não de coronavírus (com todo o respeito);
  3. Comunicação: pense e planeje desde já como será sua comunicação interna e externa. O que está fazendo durante a quarentena? Que procedimentos adotou para seus colaboradores? Como será a experiência do cliente quando ele chegar ao seu estabelecimento? Utilize o máximo de canais que conseguir, atue com mensagens humanizadas e práticas, imagens e conteúdo adequado. Se puder, contrate uma empresa de relações públicas ou um jornalista profissional. Lembre-se de adequar tudo ao seu públic-alvo e conceito de negócios;
  4. Flexibilidade: De acordo com sua atividade, pense em ser o mais flexível possível, evitando aumento de preços, taxas, multas ou atitudes que façam o cliente pensar que vai perder dinheiro se não der certo a experiência dele. Os tempos são de muitas incertezas, e a pessoa pode ficar na dúvida de marcar uma viagem, um passeio, uma passagem, e depois ter que alterar e pagar caro por isso. Deixe suas políticas de remarcação, cancelamento e outras em letras grandes e visíveis, e não no anexo do anexo do anexo que ninguém lê;
  5. Trabalho unificado: A volta da confiança em viajar será um processo lento, com diversas fases e muitos imprevistos podem ocorrer. Procure trabalhar com lideranças de turismo do seu setor, traçar planos de comunicação conjuntos, somar esforços nas iniciativas. A tarefa de ganhar a confiança dos viajantes é de todos que trabalham com o turismo. Busque por experiências que deram certo em outros países que já estão em fases de abertura, existem muitas ideias criativas que viralizam e acabam atraindo a atenção das pessoas.

O que mais você sugere para as empresas de turismo brasileiras se prepararem desde já? Compartilha aqui suas sugestões.

AVALIANDO CENÁRIO ATUAL COM DADOS

Primeiro trimestre de 2020 aponta queda de 22% nas chegadas internacionais de viajantes pelo mundo; relato da OMT também mostra a diminuição de 19% nas chegadas à América do Sul. A perda de receitas globais do turismo pode chegar a US$ 1,2 trilhões esse ano e os empregos diretos em risco podem chegar a 120 milhões em todo o planeta.

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Tudo bem, sei que você não está querendo ouvir notícias ruins, pois o cenário já está bastante difícil e está sendo bombardeado com informações difíceis de digerir. Quero te convidar a avaliar os números recentes sobre o impacto da COVID-19 na indústria de viagens e turismo porque estou, assim como você e todos em nosso setor, na torcida e com as mãos na massa para a retomada, e só acredito em cenários quando eles são baseados em números e avaliações consistentes. Considero então que devemos entender o que está passando no planeta para olhar para o futuro do turismo.

Dados de hoje (18 maio 2020), divulgados pela Organização Mundial de Turismo, OMT mostram os primeiros números coletados para o primeiro trimestre de 2020 nas chegadas internacionais de viagens: uma queda global de janeiro a março de 22%. A Ásia-Pacífico é a região mais impactada, pois lá a epidemia chegou mais cedo do que nos demais países, uma diminuição de 35%; as Américas tiveram uma queda de 15% com a sub-região América Latina foi mais impactada, – 19%. Destaca-se que somente o mês de março registrou -57% nas viagens, e fevereiro, -9%. Veja as imagens abaixo:

As projeções da OMT levam a uma diminuição entre 58% a 78% das viagens mundiais em 2020, a depender de como o cenário evolui, especialmente na contaminação e re-abertura progressiva dos países e suas fronteiras. Nas divisas geradas pelas viagens internacionais, a perda pode chegar a US$ 1,2 trilhões, a maior queda registrada historicamente no setor. O setor ainda projeta que o impacto no turismo coloca hoje cerca de 100 a 120 milhões de empregos diretos em risco.

Outras entidades e pesquisas também trazem números que são importantes conhecer. A International Air Transport Association, IATA mostrou uma diminuição de 22% na demanda de passageiros de janeiro a março no mundo, sendo somente em março uma queda de 56%; a projeção para o ano de 2020 é de diminuição de 48%. Estudos sobre os quais a PIRES INTELIGÊNCIA EM DESTINOS E EVENTOS teve acesso em abril mostram que as buscas por viagens aéreas no Brasil começaram a cair em março (-6,6%) e já à partir de abril e maio registraram queda de -36% e -46%, respectivamente. A demanda internacional da Europa, por exemplo, em abril já registrava queda de 31% em relação ao mesmo período de 2019.

Hoje o Brasil tem 8,5% de sua frota de aeronaves voando, e diversas empresas aéreas nacionais e internacionais anunciam a retomada gradual de voos no início de junho, a depender da abertura de fronteiras hoje fechadas no país. Você pode ouvir mais sobre o cenário de aviação no podcast HUB TURISMO, episódio 7, quando conversamos com Eduardo Sanovicz, Presidente da ABEAR.

Seguimos acompanhando os dados futuros, lembrando que a FowardKeys, empresa espanhola de big data para antecipação de demanda mostrou que para os meses de junho, julho e agosto temos no Brasil uma queda de 51.7% nas reservas com confirmação até 2 de maio de 2020 em relação ao mesmo período de 2019.

PODCAST HUB TURISMO: quando as viagens voltam ?

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Hoje trago um convite diferente pra você, ao invés de ler, ouça nossas ideias no HUB TURISMO, o podcast para profissionais de nosso setor. Temos vários episódios, você pode nos seguir para acompanhar, pega um café ou chá, coloca seu fone e vem pra cá.

Sugiro escutar e comentar o Episódio 2: Quando as viagens voltam ao normal? Em 6 minutos falo sobre as fases de retomada e algumas medidas que irão nos acompanhar por um bom tempo nas jornadas de viagens.

Ouça aqui o HUB TURISMO

3 COISAS QUE SEU CHEFE ESPERA QUE VOCÊ SAIBA SOBRE O CENÁRIO DO turismo hoje

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Cenário histórico e sem precedentes coloca 100% dos destinos turísticos mundiais com restrições de viagens. 217 países adotaram medidas de restrições de viagens, dentre estes, 45% têm suas fronteiras total ou parcialmente fechadas (aonde o Brasil se inclui) e 30% têm cancelamento total ou parcial de voos. Esse é o cenário atual, 20 de abril, da crise da convid-19 para o turismo segundo a Organização Mundial do Turismo – OMT.

Tendo como perspectiva de que o pico médio mundial da pandemia vai ocorrer em maio e talvez se prolongar até junho, ainda vivemos uma conjuntura incerta com várias hipóteses de qual será o desenrolar da crise atual. Já presenciamos alguns países se programando para voltar às atividades de turismo e organizações do setor preparando planos de retomada. São mais perguntas do que respostas o que emos agora, e enquanto isso busco por alguns horizontes que podem ser explorados e passar por uma reflexão inicial:

  1. As medidas de abertura e fechamento de fronteiras e retorno de voos deverá ocorrer de forma diferente nos diferentes países, e em etapas progressivas, de acordo com o cenário de contaminação e isolamento social que cada um estiver vivendo. As viagens domésticas, principalmente regionais, devem começar a retomada assim que houver controle da pandemia e as pessoas recuperarem a confiança nos deslocamentos. A volta ao patamar de 2019, no entanto, ainda deve demorar alguns anos;
  2. A convivência diária dentro de casa com novas tecnologias pode trazer o consumidor para um cenário cada vez mais on-line, inclusive de pessoas de mais idade que tinham insegurança no comércio eletrônico podem se tornar futuros consumidores mais conectados. As pessoas irão fazer mais pesquisas depois da pandemia do que costumavam fazer antes, segundo o TripAdvisor. O uso de tecnologias deve ser mais intensivo no turismo, mas acredito muito na necessidade do contato humano, de que as pessoas vão exigir respostas rápidas e eficazes para suas demandas; e ao mesmo tempo vão desejar interagir com humanos além de robôs. Como será essa convivência do on-line com o off-line?;
  3. O impacto sobre a indústria de turismo deve ocorrer sobre a demanda e também sobre a oferta de forma drástica. Para a demanda, poderemos ter distintos comportamentos de acordo com a confiança que cada cliente terá no retorno às atividades, que deve começar pelas viagens a negócios e depois a lazer. Certamente as mudanças no comportamento do consumidor serão importantes e teremos que acompanhar diariamente para entender como satisfazer suas necessidades nas viagens. Do ponto de vista da oferta, infelizmente algumas empresas não irão sobreviver, destinos serão impactados de várias formas, e a oferta de produtos e serviços provavelmente estará focada, no primeiro momento, em trazer segurança e limpeza aos viajantes. Países e empresas já adotam protocolos e selos CLEAN & SAFE (limpo e seguro), garantindo que os viajantes terão segurança sanitária em suas viagens.

Você gostaria de compartilhar conosco seus comentários e ideias sobre o atual cenário do turismo ? Deixe sua opinião aqui.

PRIMEIRO PASSO: RESTAURAR A CONFIANÇA

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Diariamente tenho lido muito conteúdo sobre o que está ocorrendo no mundo do turismo durante a pandemia, desde ações e exemplos interessantes de iniciativas imediatas, até planos para a retomada depois do fim da pandemia. Tenho percebido que talvez não exista uma data em que todos ficaremos aliviados e possamos dizer: bom, de hoje em diante a vida chegou ao novo normal. Isso pode gerar certa ansiedade, mas sinto que, se a retomada for gradativa como já imaginamos, com fases distintas e de forma específica em cada destino, região e país, devemos nos preparar uma longa fase de adaptação e período incertezas. Imagino que a cada etapa novas informações, insights e ações farão parte de um cotidiano bastante impreciso.

Certamente isso não é motivo para achar que não podemos ser otimistas, pelo contrário, há que enfrentar a realidade tal qual ela se apresenta e enfrentar os desafios de forma destemida e agradecendo pelo novo que se impõe. São muitas variáveis que não estão em nosso poder de ação direta, e mesmo assim somos os mestres de nosso destino, seguramos a cada dia o que for possível e no dia seguinte insistimos em segurar novamente as mudanças e enfrentar cada adversidade. Para nosso negócio, o turismo, entendo que a restauração da CONFIANÇA será o ingrediente mais importante, e ela ocorrerá de diferentes formas. Estudos já mostram que as pessoas vão optar por viajar por perto, dentro de seu país, e secundariamente dentro de seu continente. Conta aqui a confiança em nossa marca, em como estamos agindo agora e como seguiremos na percepção do cliente depois que ele decidir voltar a usar nossos serviços.

Nenhum exercício de adivinhação ou futurologia adianta agora. Minha perspectiva é ler muito, ouvir muito, aprender com a experiência de outras empresas e outras países, e entender nossa realidade para poder me ADAPTAR ao que vem pela frente. Usar toda a capacidade de análise baseada em alguma experiência já existente para somar aos conhecimentos e experiências de outros colegas no pensar e agir de forma conjunta.

Minha sugestão? Que o setor de turismo trabalhe a restauração da confiança mas viagens diante nos novos cenários, primeiro vem a confiança em viajar, que diz respeito a todos da indústria de viagens e turismo. Estamos todos dependendo disso para que cada um cuide de seu negócio e busque seus clientes. A volta da confiança ainda depende da evolução da pandemia em cada lugar e, num segundo momento, de como nossa indústria irá enfrentar novas demandas por medidas de segurança sanitária que deixarão as pessoas tranquilas e prontas para aproveitar suas viagens. Acredito muito numa ação conjunta de empresários e governos para preparar uma comunicação eficiente no sentido de esclarecer as pessoas sobre a confiança em visitar nossos destinos. Destacando: primeiro virá a necessidade de passar tranquilidade às pessoas de que elas podem viajar, e aí cada empresa e serviço entrará em ação para mostrar seus diferenciais e as vantagens de suas marcas. No momento correto, a marca de nossa indústria deverá trazer o valor de CONFIANÇA de volta, todos juntos vamos precisar garantir o direito e o desejo de viajar.