Brasil recordista em aumento de gastos em 2017

Dados divulgados hoje (31/01/2018) pela OMT – Organização Mundial de Turismo mostram que o Brasil e a Rússia, com as viagens de seus cidadãos ao exterior ajudaram a aumentar a demanda internacional por viagens em 2017. Sobretudo os gastos dos brasileiros foram notados no exterior no último ano.

2017 fechou com aumento de 7% de viagens, uma média bastante superior aos anos anteriores que vinha se mantendo em 4%; com grande destaque para o desempenho da Europa (+8%). Os países que mais recebem visitantes são França, Estados Unidos, Espanha, China e Itália; o Brasil aparece em 43o. lugar em 2016 e 2017, segundo a OMT.

No lado dos gastos, o desempenho dos países que mais gastam em viagens internacionais mostra a retomada das viagens dos brasileiros e dos russos; somos o país que mais cresceu percentualmente em gastos em 2017 (33%) e os russos o segundo (30%). Os países que mais arrecadam receitas com gastos dos estrangeiros em seus territórios são Estados Unidos, Espanha, Tailândia, China e França.

 

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A espera de um Carnaval

  1. A menos de duas semanas do Carnaval, as principais cidades que investem no evento se preparam para receber os turistas estrangeiros e locais para a folia e esperam uma movimentação da economia.

Sendo no início do ano, o Carnaval possui um desempenho importante no nosso turismo: feriado nacional, vários dias de folga e despedida do verão. Além de tudo, há a identidade de festa, o que torna o evento ainda mais convidativo. Para o setor, é uma oportunidade imperdível.

Já na expectativa de movimentar a economia, alguns destinos já iniciaram as prévias carnavalescas com blocos e dias de festa. A maioria tem previsão melhor de receita da época para 2018 em relação ao ano passado.

Belo Horizonte, por exemplo tem expectativas altas para o Carnaval deste ano: 3,6 milhões de foliões, 20% de aumento da movimentação em bares e restaurantes e R$ 530 milhões de receita, 30% a mais em relação a 2017, segundo o governo local. A cidade dobrou o valor dos investimentos para o período, chegando em R$ 20 milhões.

Já Salvador, cidade conhecida no mundo inteiro pelo seu Carnaval, estima que, dentre os milhões de foliões, 700 mil sejam turistas nacionais e 70 mil estrangeiros. A capital da Bahia espera uma movimentação econômica de R$ 1,7 bilhão para os dias de festa é uma ocupação hoteleira 25% maior do que a do ano anterior, na mesma época.

O Rio de Janeiro, que possui mais de 460 blocos autorizados que desfilarão pela cidade, espera atingir 85% de ocupação hoteleira, superando os 78% do ano passado. A previsão é que o Carnaval do Rio atraia cerca de 6 milhões de foliões, dos quais 1,5 milhão são turistas. São esperados R$ 3,5 bilhões de movimentação econômica para os dias de festa na capital carioca.

Já em São Paulo, o Carnaval deve movimentar R$ 464 milhões na economia local e a hotelaria aguarda ocupação de 90% no litoral da cidade.

O estado de Pernambuco, onde as festas de Carnaval se concentram principalmente em Recife e Olinda, são aguardados 1,7 milhão de turistas e receita de R$ 1,2 bilhão no período que antecede e nos dias de folia.

Após um ano de crise, em que a época não resultou no rendimento esperado em diversos destinos e quando cidades tiveram que cancelar a programação de Carnaval, a folia em 2018 chega no país carregada de otimismo em relação ao setor. Para a economia brasileira, a expectativa é que o período carnavalesco, neste ano, injete mais de R$ 11 bilhões na economia. É aguardar para ver. Seguimos acompanhando.

*Com informações de assessorias de imprensa dos governos locais.

Brasileiros viajaram ao exterior em 2017

O Banco Central fechou no último dia 26 de janeiro os dados da receita e despesa cambial do turismo no Brasil para o ano de 2017.

O ano foi marcado pela volta das viagens dos brasileiros ao exterior, sobretudo pela variação do dólar entre R$ 3,1 e R$ 3,2 durante praticamente todo o período de 2017. Isso fez com que a média da variação das despesas em viagens internacionais ficasse com 31% a mais em relação a 2016.

Já os gastos dos estrangeiros no Brasil diminuíram 3,5%, com praticamente todos os meses do ano em queda, e uma pequena recuperação no final de 2017 à partir de outubro. O ruim para 2017 é que caímos do patamar de US$ 6 milhões, chegando a US$ 5,8 milhões o total de divisas com os gastos dos estrangeiros no Brasil. Em ano de aumento de exportações o turismo poderia ter contribuído mais com nossas receitas.

O superávit da balança de turismo foi de US$ 13 bilhões, já que o valor total que os brasileiros gastaram no exterior foi muito superior a 2016, chegando a US$ 19 bilhões (2017). O crescimento de 7% nas viagens internacionais que o mundo viu em 2017 não chegou ao Brasil. Muito ainda a fazer para que a imagem do Brasil no exterior se altere de forma significativa e para que uma nova etapa de promoção moderna e ousada seja implantada no Brasil.

As perspectivas para 2018 estarão certamente ligadas à variação cambial e podem sofrer impactos relacionados às eleições e ao cenários político. Por enquanto, a prevalecer os indicadores de intenção de viagens registrados pela Pesquisa de Sondagem do MTUR os brasileiros continuam viajando pelo Brasil e para o exterior. Quer dicas de como trabalhar a promoção de seu destino em 2018? Veja as tendências de marketing aqui.

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De férias na Síria

Comentei, em setembro de 2016, as tentativas do Ministério do Turismo da Síria de promover o setor no país apesar do cenário caótico gerado pelo conflito no país desde janeiro de 2011. Hoje, a dois dias do início do conflito completar 7 anos, com edifícios em ruína, patrimônios históricos destruídos e milhões de sírios espalhados pelo continente, o país permanece investindo em Turismo e as autoridades sírias esperam que visitantes estrangeiros visitem o lugar.

É certo que o país recuperou controle de boa parte de seu território, mas as investidas para o turismo tornam-se suscetíveis a críticas quando o governo sírio praticamente ignora as consequências de uma guerra longa, que devastou marcos importantes da Síria.

O setor do Turismo, antes dos conflitos começarem no país, era uma parcela importante da economia síria. O país estava desenvolvendo sua indústria e possuía grandes marcos turísticos, mas uma parte significativa destes foi danificada ou inteiramente destruída. A constante sensação de insegurança no país provocada pela guerra afastou milhares de turistas, como previsível.

A mesma afirmação que fiz há alguns meses ainda é aplicável hoje: a tentativa do Ministério do Turismo Sírio de mostrar uma outra imagem da Síria é coerente e perfeitamente compreensível, porém os convites para férias no destino podem ser interpretados ainda como uma ideia insólita, principalmente após a repercussão do vídeo “Syria always beautiful”, publicado no YouTube pelo Ministério do Turismo sírio, enquanto o derramamento de sangue assolava o país em larga escala.

Acertadamente, o país tenta reconstruir sua história e seu Turismo; erroneamente, o governo não prioriza a reconstrução de seus marcos e de sua segurança. Investir em projetos que tragam resultados a longo prazo pode ser mais efetivo do que impulsionar o país enquanto a ordem não foi totalmente restabelecida. Enquanto isso, convidar turistas para visitarem a Síria logo após o um período turbulento pode não ser tão eficaz e gerar críticas duras ao país.

Continuamos acompanhando.

52 lugares para visitar, segundo NY Times

The New York Times fez elaborou lista de destinos para visitar em 2018

Tido como o jornal mais influente do mundo, o americano The New York Times divulgou sua lista anual de 52 destinos que estão em alta para visitar em 2018.

A lista é formulada a partir de centenas de contribuições de colaboradores do tablóide, dos quais muitos são residentes dos países indicados. Além da diversidade cultural e geográfica, importantes pontos para seleção dos lugares, a escolha para 2018 também levou em conta grandes eventos como os Jogos Olímpicos de Inverno (na Coreia do Sul) e inauguração de grandes redes hotéis ou empreendimentos em destinos (como a estreia do Six Senses no Butão).

A América do Sul aparece 3 vezes na lista, com indicações para Colômbia, parques e reservas nacionais do Chile (Route of Parks) e La Paz, na Bolívia. A última vez que o Brasil apareceu na lista foi em 2014, com a recomendação de Fernando de Noronha, em Pernambuco.

Confira os dez primeiros colocados da versão de 2018:

  1. New Orleans, EUA
  2. Colombia
  3. Basilicata, Itália
  4. Caribe
  5. Vierwaldstättersee, Suíça
  6. Route of Parks, Chile
  7. Gangwon, Coréia do Sul
  8. Cincinnati, EUA
  9. Butão
  10. Glasgow, Escócia

O viajante da lista

Pela primeira vez, o The New York Times também selecionou um viajante para receber o trabalho dos sonhos: passar por todos os destinos da lista relatando para o jornal a sua vivência. O periódico recebeu mais de 13 mil currículos para a seleção, especialmente de jornalistas interessados no trabalho.

A viajante escolhida, a americana Jada Yuan, passará por todos os 52 destinos durante o ano de 2018, começando pelo primeira cidade da lista, New Orleans.

Para ver a lista completa acesse 52 Places to go 2018.

Veja também a matéria completa do The New York Times.

4 tendências-chave de MKT para 2018

Todo ano, os hábitos do viajante e os métodos dos profissionais de Turismo mudam e, todo início do ano, como já é de praxe, acompanho os estudos a respeito das tendências do Marketing Digital. Além de ser a minha área de atuação, também considero o estudo do MKT global uma porta de entrada para que ferramentas sejam aplicadas no desenvolvimento de ações de marketing do Turismo. Compartilho aqui uma compilação do que há no Marketing que estará em evidência em 2018:

 

  1. Interação humanizada

 

Atendimento e interatividade personalizada ao cliente darão mais poder a marcas. Estratégias focadas em atender, levando a relação B2C a um patamar mais humanizado, menos motorizado e menos automático poderão apresentar mais eficácia. A consideração e importância dada à pessoa do cliente também são fatores que cativam e trazem preferência à marca.

  1. Propósito da marca

Responsabilidade social corporativa e marketing de causa fazem uma conexão com emoções e consciência de clientes, gerando empatia. Iniciativas socio-ambientais e atos de cidadania corporativa traduzidos em campanhas promocionais de uma empresa (que mira o lucro mas não esquece de melhorar algum aspecto da sociedade) ligam-se diretamente à fidelidade do cliente e aumento de audiência. O propósito da marca deve ser autêntico e relevante, aproximar-se a uma causa pode dar a marca uma presença mais forte, alinhando o seu propósito com os valores e prioridades da empresa e dos seus consumidores.

  1. Apelo emocional

O apelo emocional é outra grande tendência para o marketing em 2018. Tendo a experiência como uma tendência de Turismo bastante consolidada, o consumidor quer mais do que um produto ou serviço, ele quer vivências. Criar um vínculo entre a marca e o consumidor por meio do engajamento emocional, promover experiências, investir em storytelling, por exemplo, facilita o elo afetivo entre consumidor e marca.

  1. Influência de marketing

Promover produto/marca através de um agente influenciador estará em alta em 2018. Acompanhamos em 2017 um aumento no uso de bloqueadores de anúncios, com uma publicidade pode ser mais eficaz em trazer popularidade ( “já vi em algum lugar”) do que em prospecção de clientes de fato (“já fiz uso”). Além disso, a publicidade com um influenciador pode ser muito mais poderosa do que anúncios pagos, já que consumidores confiam mais em recomendações do que em anúncios.

Seja em marketing para destinos, marcas, agências de turismo ou empresas, as tendências podem se aplicar de infinitas formas a fim de captar consumidores e seguidores, além de, não raro, serem atividades que trazem engajamento também de colaboradores e marcas parceiras no setor (B2B). Continuamos acompanhando as novidades da indústria.

2017 segundo a OMT

A Organização Mundial de Turismo divulgou que, em 2017, o turismo internacional aumentou 6% no mundo. Até o mês de outubro, foram 1,1 bilhão de viajantes internacionais.

Até o mês de agosto de 2017, o turismo cresceu 7% e a OMT aguardava um resultado de desenvolvimento de 5% até o fim do ano, já que os últimos meses registram aumentos inferiores. Porém, atipicamente, o forte crescimento no setor se manteve até o mês de outubro, fato que elevou a porcentagem positiva do balanço anual.

De acordo com a entidade, a previsão para 2018 é de aumento 3% e 4% na chegada de turistas internacionais, com projeção de crescimento anual até o ano de 2030.

América do Sul

Segundo a OMT, no fim dos dez primeiros meses de 2017, a América do Sul liderava o crescimento do setor nas Américas, com 7% de aumento nas visitas de turistas. Um dos motivos é o enfraquecimento do desempenho do setor na América do Norte.

Com o ano começando, ficamos no aguardo de estudos e balanços da indústria no ano completo de 2017. Os dados de chegadas internacionais nos ajudam a observar o setor sob um panorama a nível global, analisar projeções e traçar estratégias. Ficamos no aguardo e seguimos acompanhando.

E para 2018 ?

O ano de 2018 começa a todo vapor, seguindo o ritmo do final do ano que acaba. E o que nos reserva o cenário geral do Brasil para 2018?

Temos os dados de projeção econômica divulgados ontem (08/01/2018) pelo Banco Central que colocam a inflação a 3,95% e o crescimento do PIB para 2,69%; já a taxa básica de juros deve ficar em torno de 6,75%. O dado que também nos interessa muito, o câmbio, está projetado para ter uma média de R$3,34.

São ainda projeções que correm num cenário político muito instável, e sobretudo em ano de eleições para Presidente, Governadores e o legislativo. Normalmente são períodos que mexem com as políticas públicas porque ocorrem muitas mudanças nas lideranças federais e estaduais das pastas de turismo, além de balançar internacionalmente a imagem do Brasil no exterior.

Vale a pena o setor privado organizado não somente acompanhar os acontecimentos econômicos, mas pensar em suas sugestões e proposições para as candidaturas que trazem impactos diretos para nossos negócios e a gestão do turismo. A média cambial projetada sugere um maior equilíbrio entre as viagens domésticas e internacionais como ocorreu em 2017, mas pode trazer mais cautela dos consumidores devido à incertezas políticas e econômicas do cenário político eleitoral. É ficar de olho e trocar idéias.

Barcelona ganha Plano 2020

Depois de um 2017 complicado no setor da cidade, com manifestações e muitas discussões a respeito da superexpansão do turismo, Barcelona  recebe seu Plano Estratégico 2020.

O documento de 73 páginas é definido  como “um processo de diagnóstico e reflexão que define o roteiro das políticas de turismo” a serem implantadas na cidade. Elaborado coletivamente e apresentado pelo Conselho Municipal, o objetivo do plano é gerenciar o destino de forma mais enfática, buscando sua sustentabilidade e, concomitantemente, garantir a satisfação dos visitantes.

Barcelona é uma das cidades que mais recebe visitantes no mundo e uma das primeiras se levarmos em conta a relação número de habitantes/número de turistas. Na cidade em que moram 1,6 milhão de pessoas, 32 milhões de turistas fizeram visita, em 2016.

Com um setor deste porte, as medidas de controle e de ajustes na cidade devem ser minuciosamente estudadas de acordo com seus objetivos, já que o Turismo é uma força para a economia local: responsável por 12% do PIB.

Mudanças em curso

Algumas medidas foram implementadas no Plano 2020 da cidade em matéria de acomodação, mobilidade ou gerenciamento de regiões de alto tráfego. Operadores turísticos e agências devem pagar uma nova tarifa que define o limite do tamanho dos grupos de visitantes na cidade..

Além disso, há aproximadamente um ano, foi aprovado o Plano Urbanístico Especial de Alojamento Turístico”, que limita o número de camas disponíveis em hotéis e apartamentos, regula a construção de hotéis e não permite emissão de novas licenças de apartamentos para turistas.

Nas Olimpíadas de Barcelona em 1992, a reputação da cidade como destino cresceu. O governo nacional, regional e local investiu fortemente na infraestrutura turística; conexões de voo de baixo custo proliferaram; o terminal de cruzeiros cresceu e a chegada de turistas expandiu-se mais do que o contornável.

Barcelona é um exemplo de que o crescimento exponencial de turistas deve, indiscutivelmente, ser acompanhado por medidas que comportem esse desenvolvimento. O crescimento do Turismo numa região deve estar diretamente associado ao acompanhamento das transformações, da manutenção da cultura local e diagnóstico da capacidade do destino.

Ver o Plano 2020 completo de Barcelona.