Brasileiros gastam 50% a mais no exterior, até aqui

Paulatinamente, a economia do país dá sinais de recuperação (tivemos aumento de 0,1% no PIB, no primeiro trimestre) e o Turismo tem sido uma importante ferramenta de observação. De acordo com os dados de receita e despesa cambial divulgados pelo Banco Central, os brasileiros gastaram US$ 4,47 bilhões no exterior nesse primeiro trimestre de 2017, 50,37% a mais em relação ao mesmo período no ano passado.

Em relação somente ao mês de março, os valores também tiveram aumento de percentual. Para o terceiro mês do ano, a despesa cambial turística foi 18,5% superior a março de 2016. Entretanto, o percentual foi o menor do ano, já que nos meses de janeiro e fevereiro foi observada alta de 87% e 61%, respectivamente.

Enquanto a previsão da FGV é de 0,3% de crescimento do PIB geral, a projeção da WTTC de crescimento do PIB do Turismo é de 0,5% em 2017.

A temporada de verão, que foi até o mês de março, é um importante período de análise das receita e despesa cambiais. A nossa economia segue bastante sensível ao aumento ou redução dos gastos brasileiros em viagens internacionais e a análise desse desempenho é fundamental, sobretudo, a da variação cambial, que foi decrescente nesse primeiro trimestre.

Receita cambial

Já os turistas internacionais gastaram aqui US$ 650 milhões no mês de março, o que corresponde a um percentual de 8,88% superior a março do ano passado, quando a receita cambial foi de US$ 597 milhões. No acumulado do ano, de janeiro a março de 2017, o valor dos gastos dos estrangeiros no Brasil foi de US$ 1,85 bilhão, mesmo valor observado no primeiro trimestre de 2016, segundo o Banco Central.

Ao colocarmos na balança os números do BC, vemos que há ainda um caminho a percorrer até chegar a um equilíbrio de fato. Seguimos observando de perto o setor.

Apresentando: Neuromarketing no Turismo

Já há algum tempo, o Neuromarketing, ciência que estuda, através de neurotecnologia e análise de estímulos cerebrais, o comportamento de consumidores, vem ganhando espaço como o campo de pesquisa recente que analisa hábitos de consumo, tornando-se parte atuante da inteligência de mercado. Pesquisas de comportamento do consumidor são extremamente relevantes para a condução de métodos de promoção, vendas e atendimento em qualquer tipo de mercado e com o Turismo não é diferente.

Como a personalização de serviços é uma das fortes tendências do Turismo no mundo, o Neuromarketing torna-se uma peça chave para o setor, já que seu objetivo é emitir a mensagem de forma individualizada, identificando desejos e motivações dos consumidores. A estratégia é ir além da previsibilidade e fazer mais do que simplesmente oferecer um destino: é apresentar ao consumidor uma alternativa atraente para ele, especificamente.

Para Turismo, esses estudos são feitos analisando comportamentos conscientes e subconscientes, como por exemplo: emoções, sensação de segurança, memórias afetivas e preferências artísticas e gastronômicas.

Tendo um estudo direcionado, supõe-se que a probabilidade de êxito seja maior. O Neuromarketing pode ser um elemento cada vez mais presente nas ações do Turismo, na busca por compreender e satisfazer as necessidades e expectativas dos turistas. Buscar inovações é sempre necessário, principalmente numa indústria que está em constante transformação. Seguimos acompanhando.   

50 anos da rota Recife-Lisboa

Na manhã desta quarta-feira (19) participei, em Recife – PE, da solenidade em comemoração dos 50 anos da rota Recife – Lisboa, da companhia TAP. É um marco da aviação e do turismo brasileiros que deve ser recordado já que o voo foi o primeiro do Nordeste a fazer uma viagem sem escalas para a Europa e é, ainda hoje, o único que conecta diretamente Recife a Lisboa.

No evento, em que estiveram presentes autoridades do Estado, do município, profissionais do Turismo e da aviação, foi anunciado que, a partir do mês de junho, a rota Recife-Lisboa terá frequência diária. É um ganho para os destinos, já que a rota é parte estratégica de importância para o fluxo de nordestinos à Europa e também de europeus ao Nordeste.

Com frequência diária, o fluxo de pernambucanos visitando terras lusitanas e de portugueses visitando o estado pode chegar a quase quatro mil pessoas por semana, indo e vindo, o que implica em um aumento de 10% no faturamento da companhia por aqui.

O voo inaugural do trecho foi realizado na manhã de 19 de abril de 1967 e transportou 51 passageiros convidados até Recife.

A relação da companhia TAP com Pernambuco é um dos exemplos de bons resultados obtidos através de relacionamento produtivo no Turismo. De acordo com a Infraero, a rota celebrada obteve mais de 120 mil embarques e desembarques em 2016. Até fevereiro deste ano, as reservas para Recife no período de abril a outubro registraram aumento de 144%, quando comparadas ao mesmo período de 2016. A expectativa é que este número cresça ainda mais com a retomada dos vôos diários.

O clima no Turismo

Qual foi o clima de negócios da WTM Latin America e o que isso tem a ver com nosso dia a dia?

A ideia aqui não é de comentar sobre a fera em si, não obstante seu sucesso e consolidação após 5 anos de realização. Mas em diversas conversas e reuniões em que participei o que mais me marcou foi a vontade e o esforço de empresários e lideranças para uma retomada no turismo brasileiro e a superação da crise econômica.

Todos comentaram, “estamos trabalhando muito”, e o clima que a WTM Latin America respirou foi de vontade de superação, dedicação para vencer obstáculos e mais do que isso, atitude. Pelo menos nos discursos de empresários de que “não podemos mais esperar pelo governo”. Isso fortalece as entidades, traz mais vontade e ânimo às lideranças e coloca o setor privado num outro patamar mais ativo e ator das políticas de turismo.

Sempre fica a compreensão e o esforço da parceria público privada, mas dessa vez sinto que o “tomar as rédeas” é  eloquente entre as entidades mais representativas do turismo. Que isso se torne realidade!

Brasil ocupa 27ª posição em ranking de competitividade no Turismo

O Fórum Econômico Mundial divulgou recentemente o Travel & Tourism Competitiveness Report, com a lista de 136 países ordenados de acordo com o potencial competitivo dos diversos serviços de viagens e turismo. Na liderança do relatório, está a Espanha, em seguida a França e a Alemanha ocupando a terceira colocação. O Brasil aparece em 27º lugar, subindo uma colocação em relação à edição anterior do relatório, em 2015.

Ainda assim, dos países da América do Sul, o Brasil é o primeiro da lista e é o líder do ranking mundial de recursos naturais. A evolução de posto do País no relatório é expressiva, já que, na edição de 2013 do Travel & Tourism Competitiveness Report, o Brasil ocupava a 51ª posição.

Os investimentos realizados com vistas à Copa do Mundo e Jogos Olímpicos foram, evidentemente, elementares para a melhor avaliação de competitividade do nosso turismo.

O relatório é elaborado a cada dois anos e analisa 14 aspectos da indústria de viagens e turismo, destinos para negócios, condições de transporte, segurança, saúde, preços de serviços etc., classificando cada parâmetro com notas (máximo de 7). A classificação mais baixa do Brasil foi para o quesito “infraestrutura terrestre e portuária”, com nota 2,1. A maior foi a de “recursos naturais”, com 6,1 (mais alta overall).

O ranking final é formado pela nota média de todos os parâmetros: o primeiro colocado obteve 5.43 de pontuação, o Brasil ficou com 4.49.

Travel & Tourism Competitiveness Report é um relatório que se baseia em possibilidades e é uma importante ferramenta de estudo, principalmente para nós que fazemos o turismo no Brasil, país em que o setor está se estabelecendo como prioridade de desenvolvimento. Passados os grandes eventos que fizeram o Brasil ter uma melhor colocação em rankings de competitividade, visitação e retorno econômico, é sempre bom lembrar que nosso Turismo não pode parar.

Para ter acesso ao Travel & Tourism Competitiveness Report  completo clique aqui.

Experiência, inovação e sustentabilidade na WTM

(Foto: Assessoria WTM)

Estou desde segunda-feira (3) em São Paulo participando da WTM Latin America 2017 & 47º Encontro Comercial Braztoa, no Expo Center Norte. O evento tem reunido grandes nomes do trade e profissionais gigantes no compartilhamento de práticas do Turismo, com promoção de debates e ideias comerciais.

Pois bem, aqui destaco alguns pontos que têm regido o encontro e que são propulsores de transformações e desenvolvimento para o nosso setor. O primeiro é a valorização da experiência, uma das tendências mais fortes do Turismo que tem moldado as principais etapas de atuação da indústria (escolha do destino, comunicação com clientes, vivência da viagem etc). Sempre presente na nos encontros da WTM através dos lounges de experiência, o conceito de vivência possui ainda mais força, por ser, basicamente, uma motriz do “Turismo do futuro”.

Os debates sobre as inovações, que são frequentes entre os profissionais do setor (já que estamos num período de transição e adaptação às novas tecnologias), também têm se mostrado uma constante por aqui. Com espaços de diálogo aberto para discussão de novos métodos, mudanças comportamentais, uso de tecnologias e/ou aplicativos que desenvolvam o Turismo e criação de start ups, o evento promove o compartilhamento de práticas diversas e cases de sucesso.

E por fim, o incentivo à sustentabilidade nas agências, no setor de hospedagem e nos destinos. Sendo 2017 declarado o ano internacional da Sustentabilidade no Turismo pela ONU, a WTM Latin America 2017 & 47º Encontro Comercial Braztoa tem realizado uma agenda ativa para a discussão de planos sustentáveis, metas, soluções, oportunidades de negócio e reflexões a respeito do tema, além de apresentar iniciativas premiadas e realizar a divulgação do vencedor do Prêmio Top de Sustentabilidade.

A programação da WTM Latin America 2017 & 47º Encontro Comercial Braztoa permanece intensa, com as palestras, business meeting, painéis de participação e reuniões internas. O evento deve reunir até 9 mil profissionais do trade, até esta quinta-feira (6).

Desembarcando no IBAS, no RIOgaleão

Nesta quarta-feira (29), teve início o IBAS – International Brazil Air Show, evento que reunirá players da aviação civil e infraestrutura aeroportuária. Realizado no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o RIOgaleão, o IBAS irá até o dia 2 de abril.

Tendo como um dos pilares principais de pauta a promoção do debate sobre a relação entre os destinos, o turismo e a aviação civil, pode-se destacar a programação Landings, nesta sexta-feira (31), que contará com uma gama de seminários sobre perspectivas econômicas para 2017, desenvolvimento da aviação civil na América Latina, panorama do setor no Brasil e os desafios do mercado. As atividades reunirão experts da indústria e grandes nomes do setor para ministração e intermediação das conversas.

Com dinâmica estratégica, a participação no evento nos três primeiros dias será restrita a profissionais e empresários do setor aeronáutico, com programação destinada à promoção de debates, geração de novos negócios, relacionamentos comerciais e seminários.

Já no fim de semana, nos dias 1 e 2 de abril, as atividades do IBAS serão voltadas para o público visitante e terão exposições estáticas de aeronaves, shows aéreos, programação destinada ao público infantil e simuladores de voo.

A aviação civil deixou de ser apenas uma atividade comercial de transporte para ser uma importante seção de desenvolvimento do turismo, influenciando diretamente a indústria, em todo o mundo. A discussão de boas práticas, expansão de malha aérea, criação de novos métodos e apresentação de inovações é valorosa e necessária, num momento que é de transformações para a aviação civil e para o Turismo de forma geral.

Despesa cambial em ascensão

Durante os 7 primeiros meses de 2016 os números da despesa cambial foram negativos, porém, a partir de outubro, os gastos dos brasileiros em viagens ao exterior permanece em progressão expressiva.

De acordo com dados do Banco Central, neste mês de fevereiro, não foi diferente. A despesa cambial turística de fevereiro/2017, foi de US$ 1,36 bilhão, ou seja, 61,63% superior à de fevereiro de 2016 (US$ 841 milhões). No acumulado do ano, os gastos dos brasileiros no exterior foram de US$ 2,94 bilhões correspondendo a um percentual de 74,85% superior ao mesmo período de 2016, quando a despesa foi de US$ 1,68 bilhão.

Já a receita cambial retrocedeu em relação a fevereiro de 2016.Os turistas internacionais deixaram aqui, nesse segundo mês, US$ 535 milhões, o que equivale a 10,62% a menos do que a receita de fevereiro do ano passado.

Mesmo se juntarmos as receitas de janeiro e fevereiro deste ano, temos US$ 1,20 bilhão, ainda assim, é 4,23% menor do que a receita do mesmo período em 2016, equivalente a US$ 1,25 bilhão.

Já a despesa cambial turística de fevereiro/2017, cuja soma foi de US$ 1,36 bilhão, foi 61,63% superior à de fevereiro de 2016, que foi de US$ 841 milhões. No acumulado do ano, os gastos dos brasileiros no exterior foram de US$ 2,94 bilhões correspondendo a um percentual de 74,85% superior ao mesmo período de 2016, quando a despesa foi de US$ 1,68 bilhão.

De outubro até aqui, o dólar permanece em estabilidade moderada, na casa dos R$ 3,30, o que explica o aumento dos gastos dos brasileiros no exterior.

A temporada de verão, que vai até o mês de março, é um importante período de análise das receita e despesa cambiais. Quando colocamos na balança os números do BC, vemos que há ainda um caminho a percorrer para chegar a um nível mais equilibrado. Além do que, os valores da receita e despesa representam um auxílio expressivo para a economia do País.

 

O caminho tortuoso dos vistos de entrada

Assunto no mundo todo e tema frequente nos principais tabloides, as medidas do governo Trump de controle de entrada de estrangeiros nos EUA são motivo de debate a cada nova decisão. Nesta semana, todas as embaixadas americanas foram instruídas a ampliar a investigação em entrevistas de visto.

Dentre as novas medidas de análise está o questionário detalhado a respeito dos antecedentes do requerente ao visto e também a verificação obrigatória de e-mails e perfis em redes sociais como Facebook, Twitter e Instagram.

Essa nova movimentação e possíveis restrições para retirada de vistos nas embaixadas americanas irão aumentar a probabilidade de vistos negados? Sim.
O manejo das exigências extras irá atrasar, de forma geral, o processo da concessão de vistos? Provavelmente sim.

As novas regras só não serão aplicadas aos 38 países cujos cidadão podem entrar em território americano sem visto (a maioria da Europa e países como Austrália, Nova Zelândia, Japão e Coreia do Sul). Como sabemos, o Brasil não está nessa lista “privilegiada”, apesar dos inúmeros debates e estratégias com finalidade de nos levar à isenção de vistos dos EUA.

O governo Obama caminhava nesse sentido, com negociações e comunicação que objetivavam a isenção do visto americano para brasileiros. Porém, com a administração de Trump, as regras para entrada de brasileiros no país permanecem e enrijecem a cada nova medida de controle. A isenção de vistos para brasileiros na terra do Tio Sam parece cada vez mais distante.

Enquanto isso, no Brasil

O governo brasileiro firmou acordo com o governo dos Emirados Árabes Unidos (EAU), na semana passada, para garantir a isenção de visto de turismo e negócios para portadores de passaportes comuns, diplomáticos e especiais dos dois países.

Já a proposta do Ministério do Turismo de acabar com a exigência de vistos para a entrada de turistas de quatro países no Brasil permanece caminhando e segue dividindo opiniões.
Vamos acompanhando.

O Turismo na contramão

Conforme sabemos, em informações divulgadas pelo MTur do Boletim de Desempenho Econômico do Turismo, levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a respeito do andamento da indústria no País, temos que: o faturamento do setor superou, no último trimestre de 2016, em 37% as estimativas projetadas; o nível de emprego observado nos últimos 3 meses superou em 38% as projeções; o percentual de faturamento das empresas previsto para ser usado como investimento no primeiro trimestre de 2017 supera 11% para 67% dos entrevistados.

São dados que nos confirmam a resistência e a solidez do setor e mais: a confiabilidade de desempenho das empresas que operam no ramo. Vamos às explicações.

2016 se mostrou um ano de queda nas expectativas para diversas áreas de movimentação econômica. Obviamente, para o Turismo também não foi um ano fácil. No entanto, mesmo em meio à oscilação financeira sem fim em todo o país e enquanto as esferas econômicas torciam por um fôlego no último trimestre, o Turismo caminhou na contramão e superou estimativas. O que não ocorreu com o e-commerce ou com o varejo, por exemplo, quando a expectativa de retorno é mais aguardada nos últimos três meses do ano.

O emprego formal fechou dezembro com variação negativa no País, de acordo com divulgação do Ministério do Trabalho. Nas áreas analisadas, as mais afetada com queda de empregos formais são Agricultura, Construção Civil e Indústria de Transformação. Ao todo, o Brasil perdeu 1,3 milhão de vagas de emprego em 2016. Enquanto isso, no Turismo, temos o dado de superação das projeções no nível de emprego no setor.

O quadro de instabilidade política e econômica fez com que grandes empresas recuassem e repensassem os investimentos feitos no Brasil, o que acaba impactando o cálculo do PIB. De acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgados neste mês, o percentual de expectativa de novos investimentos de grandes indústrias em 2017 por aqui foi o mais baixo desde o ano de 2010. Nadando contra a maré, temos o Turismo, que tem se mostrado um setor confiável para investimentos, com estimativas superadas para as empresas que operam e contribuem com a indústria.

O Turismo tem sido ponto de apoio para a economia do país e tem caminhado firme mesmo em um tempo de instabilidade. Há altas expectativas para o ano de 2017, para todos os setores de atividades econômicas e a gente espera que todas sejam superadas. Enquanto isso, continuamos acompanhando (e contribuindo com) o desenvolvimento do setor.