Aonde o Pokémon vai levar o turista ou o turismo?

Pokemon Go hands onEssa febre mundial ainda de confuso acesso por aqui pode e, já está trazendo novidades ao setor de turismo. Será que o Pokémon vai entrar em seu restaurante? Vai ser procurado em sua loja ou estará na piscina de seu hotel? Bem, nos EUA já existem serviços de carro especializados em levar você numa corrida atrás do Pokémon.

Por US$ 30 o motorista, que oferece snacks e bebidas, te leva em roteiros atrás do seu bicho, ou brinquedo predileto. Fico imaginando a infinidade de opções e roteiros que esse boneco pode fazer num destino turístico!

Aonde vamos chegar? Ainda não sabemos, mas é um exemplo de como o mundo virtual e a portabilidade podem influenciar diretamente os gastos e gostos dos turistas de qualquer idade.

Como isso vai mudar o comportamento de viagens?

Mapa do Turismo e prioridades

Canoa Quebrada é uma praia mágica, que impressiona a todos os visitantes com sua atmosfera animada e suas belezas naturais. Suas falésias, dunas, mar e sol são as principais atrações do lugar. Assistir ao pôr-do-sol do alto das dunas é uma experiência única. São quilômetros de praias que podem ser conhecidas a pé ou por meio de passeios de bugue. Aracati (CE). 1999. Foto: Christian Knepper / Embratur *** Local Caption *** PT: Autorizado o uso exclusivo para divulgação do produto turístico brasileiro. EN: Exclusively authorized for promoting the brazilian tourist product.
Canoa Quebrada

O Ministério do Turismo apresentou ontem (terça-feira, 12) 0 novo Mapa do Turismo Brasileiro, uma forma de organizar as cidades como agrupamentos econômicos, já que os critérios de organização foram:

  • número de meios de hospedagem formais
  • empregos formais nos meios de hospedagem
  • estimativa de turistas brasileiros
  • estimativa de turistas internacionais

Vale ressaltar que o mapa não é uma comparação, ranking ou classificação de potencialidade turística, é apenas um agrupamento de cidades que possuem desempenho semelhante nos critérios mencionados.

É importante destacar que 29% dos municípios do Mapa são categorizados como A, B e C, e representam 93% da demanda nacional e 100% da demanda internacional. De acordo com a Cartilha da Categorização  esses critérios serão utilizados para políticas do setor e como forma de distribuição de recursos públicos. Como esse material foi validado por cada estado, pode ser uma alternativa para decisões também do FORNATUR para tratar com o Ministério sobre a verba descentralizada e como os recursos da pasta chegam aos estados. Mais do que isso, também podem servir de referência para emendas parlamentares, para priorizar investimentos dos estados.

Parece um tema simples, no entanto a inexistência de critérios técnicos (sejam quais forem eles), faz com que os já minguados recursos do MTur não cheguem a muitos municípios ou deixem de ser otimizados para fazer obras ou investimentos que seriam de outra pasta. Vamos torcer para que esse seja um passo inicial para a volta da verba descentralizada e para políticas públicas mais equilibradas em repasses de recursos e conteúdos de promoção.

Buenos Aires e marketing de eventos

eventosHá uma semana, mais de cem profissionais dos setores público e privado argentinos reuniram-se a fim de realizar um diagnóstico local a respeito do turismo de eventos. A ideia é unir estratégias para elaborar um plano inovador e colocar a cidade de Buenos Aires na rota do segmento.

Através de uma análise elaborada em conjunto, serão traçadas novas diretrizes de planejamento de marketing para a cidade, que saiu da lista das 20 cidades melhor posicionadas do mundo no Ranking ICCA 2015.

A reunião de esforços e investimentos da Argentina no turismo de negócios nos convoca a considerar ainda mais quais estratégias de marketing para este segmento temos no Brasil e que tipo de iniciativas podemos agregar ou estabelecer em nossas cidades, com objetivo de fomentar essa área.

Por aqui, o turismo de negócios é um dos maiores do setor, trazendo, aproximadamente, 25,3% dos turistas internacionais ao Brasil, de acordo com o Ministério do Turismo. Esta parcela de turistas apresenta um gasto médio diário bem maior do que o do turista de lazer: enquanto os visitantes a passeio gastam, em média, U$$ 73,77, o turista de negócios desembolsam U$$ 329,39 por dia (Mtur, 2015).

De acordo com a ICCA (International Congress and Convention Association), o Brasil estava até 2014 entre os dez primeiros países no mundo que mais sediam eventos associativos; em 2015 perdemos uma posição e estamos em 11° lugar. Apesar de as atividades ligadas a este setor terem crescido, ainda há muito o que ser feito. Receber os Jogos Olímpicos é, sem sombra de dúvidas, uma ocasião ímpar, da qual deveria ter saído uma nova estratégia de atração de eventos.

A criação de estratégias a curto e longo prazo que estimulem o desenvolvimento deste setor deve ser pauta obrigatória dos profissionais da área e das autoridades da indústria de viagens; o turismo de eventos e o de negócios possuem força inegável e são eficazes em trazer resultados positivos para a economia.

Sucesso na estratégia de Buenos Aires e das demais cidades latino-americanas. Fortalecer essas cidades é fortalecer o turismo no Brasil e no continente.

Quer saber mais sobre o que o Brasil poderia fazer para desenhar uma estratégia para o segmento de eventos ? Veja aqui: Eventos, e agora?

30 dias, depende de que(m) ?

Há sete anos, parecia estar longe a data de início dos Jogos Rio 2016. Mas só faltam 30 dias.

Como no período que antecedeu a Copa do Mundo FIFA, em realidades diferentes, muita especulação e muitos problemas reais. No caso da Copa, a sensação que tenho é de que mexia mais com os brasileiros, afinal era futebol, tínhamos 12 cidades sede, com temas que pareciam mais perto de nossa gente. Agora, os cariocas parecem sentir mais de perto a pressão, no entanto, também me parece que a dimensão para nosso país é tão grande ou maior do que aquela de 2013 ou 2014.rio 30 dias

O cenário econômico e político estão mais deteriorados; os problemas, tais como segurança ou Zika virus, além de serem nossos, também afetam as pessoas que participam do evento. E a repercussão internacional para a imagem do Brasil é maior nos Jogos Olímpicos do que na Copa; além disso, os temas negativos se somam àqueles divulgados em 2013 e 2014, tornando mais complexa a percepção que o mundo tem de nosso país.

Como mencionei em seminário realizado pela CNC e pelo jornal O Globo antes do início da Copa, podemos dizer que teremos três tipos de repercussão do que vai ocorrer nos Jogos; e irá depender fundamentalmente da experiência de quem vier para cá. A primeira é aquela das pessoas que estarão longe, vendo pela TV, pela internet e acompanhando as notícias sobre o Brasil; essa será impactada pelo sucesso da cerimônia de abertura, dos fatos e acontecimentos no período dos jogos, assim como da forma como cada nacionalidade já vê o Brasil e irá receber as diversas mensagens. A segunda, aquela das pessoas que virão ao Brasil, como atletas, jornalistas, formadores de opinião, e depois vão contar suas histórias em seus lugares de origem; colaborando assim para falar (bem ou mal) de sua experiência, levando mensagens indiretas sobre suas experiências. E a terceira, aquela que me parece a mais promissora, tal qual na Copa, a experiência em si das pessoas no Rio e no Brasil que será vivida e compartilhada de forma instantânea nas redes sociais; essa última, irá retratar a emoção, a hospitalidade, a riqueza da cultura e da natureza do Brasil.

Os destinos turísticos brasileiros podem, ainda, por meio de suas estratégias digitais, aproveitar a visibilidade do Brasil e divulgar seus atrativos e produtos, utilizar o Media Center no Rio e tantas outras ferramentas para espalhar conteúdos de qualidade e positivos sobre o Brasil.

Vamos acompanhando e aproveitando o que resta de oportunidades.

Eventos: e agora ?

EventosCreio que já falei sobre o tema algumas vezes aqui no blog, mas o tema é de extrema importância e ao mesmo tempo requer uma reflexão séria, e muitas atitudes.

A resposta que busco é: o que vamos fazer depois de realizar Copa do Mundo FIFA e Jogos Olímpicos em termos de eventos no Brasil ? Todos, ou a maioria dos países que realizaram megaeventos tiveram grande preocupação em estabelecer uma política de captação para eventos esportivos e associativos depois desses eventos. Os melhores eventos recentes, em minha opinião, são o Canadá e Londres.

Em nosso caso, além de não ter conhecimento sobre o que se está fazendo, ou não existir essa política, também temos perdido muito espaço no ranking ICCA e na atração de novos tipos de eventos para o Brasil. As cidades sede da Copa, diversas cidades brasileiras, e especialmente o Rio de Janeiro e São Paulo, podem atrair eventos de várias categorias e segmentos.

A captação de eventos não pode ficar ao acaso, sobretudo quando falamos de políticas federais. Uma política de atração de eventos pode ser mensurada e trazer grandes resultados para a economia do país, para as cidades e ampliar os benefícios na geração de empregos.

Se quiser saber mais sobre o tema veja o artigo publicado na Revista Turismo em Pauta 13 em Pauta da CNC.

Mtur: ser ou não ser

Brasil_TurismoConsidero um ótimo debate a existência ou não do Ministério do Turismo no Brasil. Inicialmente porque obriga (no bom sentido) empresários, líderes governamentais e a sociedade a falar sobre a atividade econômica e sua situação diante das políticas públicas federais do Brasil. O turismo é importante para o Brasil? Quais as políticas públicas e privadas estão em marcha? Por outro lado, e cada vez mais, fica clara a necessidade de organização do setor privado em torno de temas comuns e uma atuação política forte, coerente e decisiva para convencer, informar e defender o setor a longo prazo.

Bem, se o Ministério existe, e queremos que ele siga adiante, uma reflexão sobre sua atuação nos últimos anos, ao lado de uma avaliação sobre as políticas que vêm sendo desenvolvidas, o orçamento e os profissionais que estão à frente da pasta. Quais os critérios levaram a indicação de Ministros e quais as equipes são necessárias para uma política de estado para a indústria de viagem e turismo ? Qual é o Plano Nacional de Turismo ?

Se achamos que ele deve ser adicionado a outra pasta, precisamos refletir: qual seria essa pasta? Como fica a política de desenvolvimento e como fica a EMBRATUR e a promoção internacional ? Como as entidades organizadas da sociedade devem se relacionar com o poder federal ? Nos atuais moldes ?

Muitas são as perguntas, e mais do que debater se deve ou não existir um ministério para a pasta, devemos, nós profissionais da área, refletir o que queremos, como queremos e com quem queremos tocar o desenvolvimento e a promoção do turismo brasileiro. E você ?

P.S. Na busca por uma imagem para esse post, coloquei no Google “imagem do Ministério do Turismo”, mas infelizmente não dava para ilustrar esse post. Dá uma olhada.

E as viagens nos próximos meses

travelaccidentA Sondagem do Consumidor realizada em maio de 2016 pelo MTUR sobre a intenção dos brasileiros em viajar nos próximos 6 meses trazem algumas novidades que merecem uma reflexão. Vou pontuar algumas delas para a evolução de janeiro a maio e adoraria contar com a avaliação dos colegas do mercado e dos estados.

  • a intenção positiva de viajar não mudou nos primeiros 5 meses do ano, segue em torno de 19%, embora seja menor que a média do ano de 2015, que foi em torno de 25%
  • as viagens domésticas e internacionais também não mudaram, cerca de 80% prefere ficar no Brasil e 20% ir ao exterior, com diferenças entre os mercados emissores. Por exemplo, os pesquisados em Porto Alegre mostram 51% de intenção de viagem ao exterior; e os pesquisados em Recife mostram 93% e em Belo Horizonte 89% de intenção de viagem nacional
  • o nordeste (35%) e o sudeste (35,4%) são as regiões preferidas por aqueles que desejam viajar no Brasil; um ponto de atenção, já que em janeiro o nordeste representava quase a metade das intenções dos pesquisados
  • aumenta um pouco a intenção de viajar de avião e de se hospedar em hotéis, caindo a hospedagem em casa de amigos e parentes
  • cai a intenção de viajar dentro do estado (era 34% em janeiro e é de 21% em maio) de moradia e cresce a de viajar para fora do estado (era 66% em janeiro e é de 78% em maio)

Esses dados, que ainda podem ser aprofundados merecem uma reflexão sobre a influência da situação econômica sobre as decisões de viagens, e ao mesmo tempo, das mudanças de comportamento dos consumidores de viagens.

Qual marca?

marca BrasilCidades, estados e países sabem da importância do turismo para sua economia, a geração de empregos e atração de investimentos. Mas ao final que tipo de promoção e imagem de um destino se constrói para ganhar reputação e credibilidade ? Certamente não é aquela que muda de slogans, lança campanhas e muda marcas a cada novo governo ou mesmo em curtos períodos de tempo.

Marcas se constroem ao longo do tempo, são investidos recursos públicos em lançamentos, eventos, publicidade e estratégias de comunicação. Mas isso, vem com o tempo. A marca Espanha tem mais de 30 anos e está regulamentada por lei nacional, tendo um grupo de alto nível para preservar os princípios da imagem do país e sua marca. Os slogans como os da Índia (Incredible India) ou da Malasia (Truly Asia) são mensagens que ao longo do tempo foram consolidando a imagem desses países e atraindo milhões de visitantes. Por que? Têm um posicionamento de longo prazo, não jogam dinheiro fora lançando novos slogans ou marcas.

Um dos aspectos mais importantes sobre as marcas de destinos políticos, é a compreensão de que elas são o resultado de uma estratégia de posicionamento, e não um adereço publicitário ou uma peça de design. Marcas de destinos turísticos ou de lugares retratam mensagens, cores, e precisam de tempo e investimentos publicitários e de comunicação para dar resultados e representar a reputação de um país ou lugar.

Em tempos de Jogos Rio 2016, ou quando diversos destinos no Brasil se organizam em campanhas ou mensagens, vale a reflexão sobre qual seu posicionamento de longo prazo, se é que ele existe; como ele está sendo preservado ou trabalhado de forma a acompanhar as mudanças rápidas de mercado e como atores privados e públicos se complementam em seus papéis na formação da imagem e da reputação de seus lugares.

Promoção de Pins

drawing-pin-1427330Uma nova ferramenta que poderá atrair clientes e gerar negócios no turismo, e ainda bastante interessante para o marketing dos destinos é uma novidade que estará disponível em breve no mercado de buscas.

O Google vai trazer uma inovação para anunciantes utilizando a ferramenta do Google Maps. Já em teste com alguns usuários, a proposta é patrocinar Pins de serviços turísticos ou mesmo de atrações que estão perto dos viajantes ou mesmo locais. Baseado na utilização do GPS, o usuário poderá escolher serviços e gerar mais negócios, já que além da visibilidade, a marca da empresa e as preferências dos usuários vão ajudar no direcionamento da busca em formato de geolocalização.

A novidade, além de gerar mais visibilidade aos restaurantes, hotéis, lojas e outros serviços turísticos, é mais uma opção para os destinos, já que grande maioria das busca no Google tratam de viagens e turismo. A personalização da busca é outro ponto de destaque, já que o perfil do cliente, cliques anteriores e preferências serão utilizadas para direcionar a publicidade aos turistas com aqueles desejos de consumo.

O que percebemos com essa e outras iniciativas é a proximidade cada vez maior entre o cliente e os serviços, a personalização das opções e os negócios potencializados à partir da presença dos turistas nos destinos, com informações cada vez mais precisas e de fácil acesso. Vale a pena testar.