Turismo fecha 2016 com números positivos no Brasil


O Banco Central apresentou os percentuais de despesas e receitas cambiais turísticas durante o ano de 2016. No acumulado do ano, de janeiro a dezembro, os turistas estrangeiros gastaram no Brasil US$ 6.024 bilhões, conferindo um aumento de 3,08% na receita cambial de 2016 em relação à 2015.

Este aumento se deve em grande parte pela realização da Olimpíada no Brasil. “Em termos absolutos, a contribuição gerada pela Rio 2016 foi de US$ 166 milhões, valor acrescido à receita durante a realização dos Jogos em relação ao mesmo período em 2015.

São dados que nos dão uma ideia para cálculos da contribuição, mas é impossível calcular o ganho em chegada de visitantes ao Brasil com a visibilidade das Olimpíadas. É impreciso afirmar qual seria essa variação de receita se não fosse a Rio 2016, mas é certo que ter sido sede dos Jogos Olímpicos trouxe ao Brasil um incremento substancial na receita cambial do nosso turismo, contribuindo para um resultado positivo.

Já os gastos dos brasileiros no exterior, ainda segundo dados do BC, foram de US$ 14.497 bilhões, apresentando queda de 16,48% no ano de 2016 em relação a 2015  (mais de US$ 8 bilhões a menos). Isso se deve ao momento desfavorável para o crescimento destes números devido à crise político-econômica e à variação do dólar durante o ano passado, que começou em janeiro com a moeda custando R$4,10 e variou para a faixa de R$ 3,50 apenas depois do primeiro trimestre.

Em meio às dificuldades enfrentadas elo nosso turismo, 2016, no fim das contas foi um ano positivo. O setor permanece se mostrando uma força de apoio para a economia brasileira e possui potencial para fazer mais em prol do desenvolvimento do nosso País. Seguimos fazendo o turismo e lutando pelo seu desenvolvimento: em busca de novas práticas, da melhor maneira que sabemos e sem perder nunca o otimismo.

Carnaval à vista!

A 40 dias do Carnaval, trade turístico se prepara. (Foto: Divulgação)

Estamos na metade de janeiro e trade turístico brasileiro já está preparado para o primeiro grande evento de 2017: o Carnaval. A 40 dias da festa do Momo, cidades famosas por suas comemorações nessa época do ano se organizam para receber os turistas foliões.

Além de visitantes estrangeiros que vêm conhecer a festividade no Brasil, o Carnaval é ainda um período fundamental para o turismo nacional: é o principal produto de promoção de diversos destinos no Brasil e um dos feriados mais bem aproveitados para viagens de brasileiros, além de ser o primeiro “feriadão” do ano.

Segundo projeções oficiais, a cidade do Rio de Janeiro espera receber 1,1 milhão de turistas juntamente com a receita de aproximadamente R$ 3 bilhões, durante os 4 dias de festa. Para os desfiles das escolas cariocas, alguns lotes de reservas de ingressos já estão esgotados.

Salvador já comemora os 96% de ocupação da rede hoteleira para o Carnaval e aguarda ainda o aumento da procura até a data da festa. A promoção do evento para a cidade de Salvador é massiva e tem sido realizada desde o fim do ano passado.

Cidades como Belo Horizonte, Porto Alegre e São Paulo e Recife têm também investido na divulgação de programações para a data, desde os primeiros dias de janeiro.

Para o turismo nacional, o momento é de aproveitamento de todas as oportunidades. A promoção para o Carnaval, assim como o investimento nos quesitos segurança, transporte e estruturas de apoio devem ser prioritários, considerando-se que a data é uma injeção de receita na economia do turismo para as cidades símbolo da festa e também para destinos que não possuem programações renomadas, os destinos de “descanso”.

O Carnaval do Brasil se difere de todos os outros carnavais mundo afora. É uma experiência cativante para muitos turistas que, não raro, adquirem a tradição de passar o período no mesmo destino, durante anos. A maior festa urbana do país, de cores vibrantes e ritmo contagiante, tem também a cara do povo brasileiro: ímpar, alegre e festiva como tem que ser.

Entre patrimônios e turistas demais

Conforme sabemos, o Brasil atingiu o número recorde de turistas estrangeiros em 2016: 6,6 milhões de visitantes desembarcaram por aqui no ano passado. O número representa aumento de de 4,8% de aumento em relação a 2015 e corresponde a um incremento de US$ 6,2 bilhões no país. Para esta temporada de verão, a expectativa é de um total de 73,4 milhões de viagens pelo Brasil. Temos números positivos? Temos sim e devemos reconhecer os esforços. Não obstante, vivemos em um país com potencial muito maior de desenvolvimento para a indústria de viagens e turismo.

Por quê?

O Brasil ocupa a décima posição na lista da UNESCO de países com maior número de Patrimônios Culturais e Naturais Mundiais da Humanidade e, em contrapartida, não consta na lista dos países que mais recebem turistas anualmente. Em via de regra, como se tem notificado, os países mais procurados pelos visitantes estrangeiros são também os que possuem maior número de patrimônios registrados. A França, por exemplo, líder dos destinos mais visitados no mundo, ocupa a quarta posição na lista da UNESCO.

São necessários planejamentos específicos de promoção para cada um dos patrimônios em particular. Temos 7 patrimônios naturais, dentre eles o Parque Nacional de Iguaçu, que recebe mais de 2 milhões de turistas anualmente, ficando atrás apenas do Cristo Redentor (declarado Patrimônio da Humanidade também pela Unesco), que recebe aproximadamente 7 milhões de turistas por ano.

Enquanto isso, na Holanda

Já em Amsterdã, os impostos foram elevados a fim de desencorajar a chegada de visitantes. Os moradores da capital holandesa almejam a redução do número de turistas e os responsáveis pelo setor no destino buscam uma maior “qualidade” de visitantes. A cidade possui 800 mil habitantes e recebeu, em 2016, mais 5 milhões de turistas. A busca por um outro perfil de visitantes, um que gaste mais e permaneça na cidade por mais tempo, é motivada não só pelo pedido da população, mas também com objetivo de atrair mais receita através de um turismo de qualidade.

Veja: 7 grandes tendências para o turismo em 2017

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Acompanhe 7 grandes tendências para o Turismo nesse ano (Foto: Divulgação)

Ao longo dos anos  temos acompanhado as mudanças da indústria do Turismo e o seu desenvolvimento. São inúmeras as motivações para as mudanças do setor: economia, política, comportamental etc. Mas uma coisa não muda: viajar permanece sendo uma das principais fontes de lazer para o mundo todo. Ainda bem!

Nessa chegada de ano, trago 7  tendências importantes que irão mover o Turismo em 2017. Acompanhe:

Destinos locais: Em 2017, a regionalidade estará em alta. Consequentemente, a busca por viagens a lugares próximos. No Brasil será ainda mais perceptível: como resultado da instabilidade econômica dos últimos tempos, o turista brasileiro está buscando destinos mais próximos para passar as férias.

Compartilhamento: A ideia se popularizou graças a ferramentas como Airbnb e Uber, que trouxeram em 2016 uma nova forma de serviço de hospedagem e transporte. Em 2017 o conceito estará ainda mais forte, podendo surgir outras novas formas de compartilhamento para viajantes.  Virou parte indissociável desta nova etapa do Turismo. Não só por serem uma opção às vezes mais barata, mas também por promoverem a experiência do turista no destino em que visita.

Busca pela experiência: uma das grandes engrenagens das novas tendências para este ano. É o impulso de diversas mudanças na forma de viajar e consiste na vivência do destino e não só na visita. O turista quer experimentar o lugar em que está e não apenas tirar fotos e ir embora. Esta tendência atua em  praticamente toda a indústria, fazendo referência aos diversos aspectos da viagem: cultura, o meio de transporte, a hospedagem, a gastronomia e comportamento.

Turismo de descoberta: Outro viés da experimentação do destino. O turismo de descoberta pega o gancho na vontade do turista de viver a cultura e se une à autenticidade da experiência. Nesse ponto, lugares que surgiram recentemente como opção de turismo possuem mais visibilidade por serem “inéditos” ou pouco explorados. É uma tendência também dos millennials. Pelo caráter de conquista e adrenalina, a tendência é que destinos de aventura também sejam procurados pelos “turistas descobridores”.

Praticidade: Tendência citada no Relatório de Tendências Globais para 2017 da World Travel Market, é  “o menos é mais” trazido para o turismo. Presente desde a hospedagem, com a popularização dos pared back hotéis (hospedagens mais espaçosas e com menos movelaria), até a escolha de utensílios na viagem. A funcionalidade é uma prioridade e leva a uma personalização dos serviços, onde o turista recebe o que considera prioritário. Dessa forma, o turista escolhe pelo que quer pagar: Wi-Fi, disponibilidade de alguns eletrônicos, até as roupas de viagem, que já têm a possibilidade de serem alugadas para que o viajante não perca tempo com malas. A personalização está inserida na experiência.

Inovações tecnológicas: Outra tendência apontada pela WTM. Um exemplo, que já está em uso, é a implantação de lojas-conceito com realidade virtual, proporcionando ao turista vivenciar um destino ou um hotel através da recriação da realidade originada pela interface de alta qualidade. Funciona como uma experiência prévia do destino, uma forma de encorajamento a testar antes de comprar o pacote de viagem que, subjetivamente, cativa os turistas e, de forma prática, auxilia na escolha do destino. O uso de inteligência artificial, sobretudo no atendimento, é também um dos destaques  da inserção da tecnologia na indústria. O uso de uma interação inteligente promovida pela tecnologia traz uma programação específica para tirar dúvidas, realizar pesquisas e auxiliar na prestação de serviços do turismo  para cada turista individualmente.

Bleisure travel: Por fim, temos o crescimento do chamado bleisure travel. A palavra é uma junção business com leisure, ou seja, viagens de trabalho associadas a lazer, e já se tornou um estilo de vida: viajantes que estão a trabalho e aproveitam para passear, acrescentando, muitas vezes um ou dois dias a mais na estadia. É um público que deve ser observado já que, no Brasil, de acordo com dados MTur, o percentual de crescimento de viagens a trabalho foi de 400% de 2005 a 2015. Essa tendência é encotrada também pela abrangência de estudos para promoção de viagens de negócios, que deverá permanecer em movimento no ano de 2017.

Talking about Brazil

riodejaneiroDurante os acontecimentos do ano, acompanhamos o que a mídia exterior emitia a respeito do nosso país. Sob os holofotes graças às Olimpíadas Rio 2016, o Brasil, durante todo este ano, esteve nas capas de grandes tabloides e foi assunto constante em diários do mundo inteiro. Com conteúdo espontâneo dos mais variados temas, que vão de casos políticos à exaltação das nossas belezas naturais, choveu Brazil lá fora o ano todo, e neste fim de 2016  também.

Acompanhe as notícias internacionais sobre o Brasil no mês de dezembro:

Ainda sobre Rio 2016: o Associated Press, dos Estados Unidos, lançou crítica à manutenção do campo de golfe olímpico na cidade do Rio, com o argumento de que são poucos os que praticam o esporte por aqui.

Conjuntura política: um dos temas mais abordados durante o ano, continua rendendo pauta. Este mês o LeMonde, da França, a Reuters, do Reino Unido, e periódicos da Espanha, Portugal, Peru, Argentina e Chile abordaram o andamento da lava-jato, o esquema de corrupção presente na política brasileira ou a presidência do nosso país em alguma de suas matérias.

No entanto, durante a segunda quinzena do último mês do ano, as festas de fim de ano no Brasil foram mais comentadas. Publicações importantes de países como os Estados Unidos, como o Travel News Guide; Espanha, Alemanha, Itália, Argentina, Peru e Chile comentam e relacionam destinos brasileiros para o réveillon. O verão no Brasil também é tema frequente de revistas de turismo mundo afora, com ênfase no aquecimento do turismo no país durante a temporada e os encantos do verão carioca.

Não podemos esquecer que, apesar de não termos Olimpíadas em 2017, continuamos debaixo dos olhos da mídia mundial. Apesar das notícias factuais a respeito do panorama político-econômico, aproveitar a mídia espontânea que geramos para fomentar o turismo é essencial. Para 2017, queremos um ano em que o Brazil esteja, majoritariamente, no contexto de desenvolvimento enquanto destino turístico. Torcer nunca é demais!

Brasileiros voltam a gastar no exterior pelo segundo mês consecutivo

aaaaaadolarOs brasileiros continuaram a gastar no exterior no mês de novembro, conforme Banco Central divulgou na tarde desta terça-feira (20), no relatório mensal da receita e despesa cambial turística. De acordo com os dados oficiais apresentados, os gastos dos brasileiros no exterior foram de U$$ 1,20 bilhão, o que corresponde a um acréscimo de 23,93% se comparado aos números do mesmo mês em 2015. É, praticamente, o segundo mês do ano com aumento expressivo nestes dados: superando as expectativas, o mês de outubro teve o percentual de 42% de crescimento, segundo o comparativo anual. Já os meses de agosto e setembro apresentaram crescimento pouco significativo nos dados de despesa cambial.

Já os estrangeiros gastaram aqui U$$ 472 milhões, correspondendo a um percentual 1,27% superior a novembro do ano passado. O valor configura um déficit de U$$ 728 milhões na na balança do turismo do país.

A permanência do crescimento nas despesas cambiais em novembro é ainda decorrente da variação do dólar, que apresentou aumento, fechando em R$ 3,37 em novembro. Para a receita, o ano de 2016 não foi de crescimento expressivo, com exceção dos meses de julho e agosto, quando tivemos um aumento na receita do turismo por ser o período dos Jogos Olímpicos.

No acumulado do ano, de janeiro a novembro de 2016, a receita cambial  foi de US$ 5,57 bilhões, correspondendo a um percentual de 6,10% superior ao mesmo período de 2015. A despesa cambial, nesses onze meses de 2016 foi de US$ 13,11 bilhões correspondendo a um percentual de 18,66% inferior ao mesmo período de 2015, quando a despesa foi de US$ 16,11 bilhões.

Sobre APAVT, em Aveiro

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(Foto: Panrotas)

Estive, durante alguns dias da semana que passou, presente no 42º Congresso da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT), em Aveiro, Portugal, evento onde foi realizada ação para promoção do turismo no Brasil aos portugueses. A ação em Portugal foi a primeira iniciativa no mercado estrangeiro da nova parceria entre a consultora Pires e Associados com a Panrotas para promoção de destinos e inteligência comercial internacional.

Durante atividades do evento, foi realizada a divulgação de destinos brasileiros, com apresentação das cincos regiões do Brasil, através da distribuição de impresso promocional a mais de 500 participantes do congresso, entre empresários do ramo, gestores de agências, representantes de organizações e profissionais dos vários segmentos do Turismo.

Portugal e Brasil

Portugal, em 2015, foi um dos 10 principais emissores para o Brasil: recebemos mais de 162 mil portugueses no referido ano. Na malha aérea, há 11 vôos diretos de variados destinos brasileiros para Lisboa e dois para a cidade de Porto, operados pelas companhias TAP e Azul.

A recíproca é também verdadeira: o Brasil tem sido um importante emissor de turistas internacionais para o país lusitano, chegando a ocupar o 3º lugar em número de turistas em maio de 2015. Até aqui, o número de brasileiros em Portugal tem apresentado crescimentos expressivos que resultam em movimentação na economia e geração de receita.

Por estes motivos, promover o estreitamento dessa relação é uma importante fração da estratégia de fomento de turismo para o nosso país. Além de manter o relacionamento no mercado português, reitera-se o convite aos lusitanos para que visitem o Brasil. O material da ação também está disponível em versão online e as publicações serão distribuídas pelas companhias aéreas TAP, Azul, além de operadoras de turismo e a própria APAVT.

2017: o ano do Turismo Sustentável

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Lagoa Misteriosa, Bonito (MS), considerado o melhor destino responsável do mundo. (Foto: Divulgação)

Com vistas na promoção da conscientização a respeito de todo patrimônio natural mundial e considerando que indústria de Turismo e Viagens permanece em crescimento (com aumento de 4% no número de turistas pelo mundo no período de janeiro a setembro deste ano), a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu 2017 como o ano do Turismo Sustentável.

Falei sobre o tema aqui no blog há pouco tempo (veja aqui) explicando a fragilidade das estratégias do nosso turismo, de maneira geral, a respeito de sustentabilidade. O termo, quando se refere ao setor, ainda possui definição um pouco vaga e uma aplicabilidade mais inconsistente ainda na maior parcela da nossa indústria.

A sustentabilidade no turismo, que, entenda-se, vai muito além da preservação ambiental de destinos de ecoturismo, tem mais chances de ser compreendida e transformada em prática, agora que, muito possivelmente, será  mais debatida por aqui.

Quais medidas de preservação são passadas aos turistas? Há reforço de práticas de manutenção de áreas públicas? Como o crescimento do turismo no país afeta a nossa condição socio-cultural?  Qual o impacto ambiental causado pelos visitantes no destino? Qual o papel dos agentes da indústria dentro do tema? São perguntas básicas que devem ser respondidas se quisermos a continuidade do turismo a longo prazo no Brasil.

No caminho

Alguns destinos no país possuem estratégias e análises de risco voltadas ao planejamento, prática e promoção do turismo sustentável. A cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul, recebeu neste ano o prêmio de melhor destino de turismo responsável do mundo (World Responsible Tourism Awards), entregue na WTM London. A cidade de Curitiba também se destacou no segmento de sustentabilidade no setor, sendo considerada a cidade mais verde toda América Latina, no relatório Green City Index (Índice Cidades Verdes).

Também dentro do tema, o MTur apresentou neste ano o Mapa da Sustentabilidade, um guia para consultas que promove e incentiva turistas a visitarem destinos que têm destaque por suas ações sustentáveis.

Vem, verão!

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(Foto: Divulgação)

O verão está chegando e, com ele, a otimista estimativa de aumento no fluxo de estrangeiros no Brasil para a temporada, principalmente no destinos de sol e mar. De acordo com análise divulgada pela Embratur, durante a estação (nos meses de dezembro a fevereiro), é esperado um aumento de 11% no número de turistas internacionais no País, chegando a 2.420 milhões, em comparação aos 2.183 recebidos no mesmo período em 2015.

Caso essa projeção se concretize, teremos um novo recorde de fluxo estrangeiro. De acordo com a entidade, o dado estimado também representa um terço do total de visitantes do exterior durante todo o ano de 2015, encerrado em 6,3 milhões.

Dentre as razões para o crescimento de visitantes internacionais no país podemos destacar duas determinantes: o desempenho e visibilidade adquirida através da Olimpíada Rio 2016 e, sem sombra de dúvidas, a taxa de câmbio do dólar.

Para a Rio 2016, após recebermos de forma admirável a Olimpíada, conquistamos uma popularidade global que, em algum nível, se converte em potencial de destino para a viagem dos turistas internacionais.

Já com a cotação atual do dólar girando em torno de R$ 3,35, temos um momento favorável para a vinda de visitantes estrangeiros, que têm passeios e viagens mais acessíveis por aqui.

Outras medidas de incentivo

Apesar do momento favorável para a chegada de estrangeiros, ainda se faz necessária a intensificação e prática de estratégias de promoção do Brasil como destino no mercado internacional. Outra razão de incentivo para o aumento do fluxo estrangeiro no país seria a isenção de vistos estendida para os países Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália, beneficiados por esta política durante o período dos Jogos. A continuidade de suspensão da exigência de vistos para estes países incrementaria ainda mais a receita do turismo no Brasil durante o verão. Muito comentada, mas ainda não definida, a conclusão da política de isenção de vistos também é assunto cuja deliberação a gente aguarda com otimismo, assim como a estação mais quente do ano.

Precisamos falar sobre isenção de vistos

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(Foto: Divulgação)

Já falei algumas vezes neste espaço o quanto uma estratégia relacionada à política de isenção de vistos no Brasil é essencial para o fomento do Turismo. É uma pauta que, finalmente, vem ganhando mais atenção, positivamente, e, apesar de estar inserida nas prioridades da lista de debates, ainda há muito o que se discutir a respeito. Nossa política de vistos necessita urgentemente de uma reorganização, com projetos concretos formados a partir de estudos de resultados; além das considerações de discurso.

Segundo as informações do Mtur, tivemos êxito na isenção de vistos no período dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio, que foi de 1º de junho a 18 de setembro de 2016. De acordo com o levantamento, o número de turistas vindos dos países inseridos no plano de isenção (Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália) para o Brasil aumentou em 55,31% em relação ao mesmo período do ano passado, com o número de 163.104 turistas nesse ano e 105.017 em 2015.

Claro que tivemos em 2016 o diferencial de ser um período de Olimpíada, o que, de forma isolada, certamente já contribui para a vinda dos turistas. Temos, no entanto, para dar uma resolução concreta, o dado de que, do total de estrangeiros beneficiados que vieram para os Jogos, 74,4% afirmaram ter a isenção de vistos como um fator determinante para a viagem. Daí a gente já enxerga com mais clareza a influência e a necessidade de se trabalhar na análise do fim da exigência de vistos para determinados países.

Estados Unidos

Enquanto isso, a controvérsia gira em torno dos Estados Unidos. Dividida entre os grupos que são contra e a favor da isenção de vistos no Brasil para os EUA, encontramos argumentos fortes para a discussão. De um lado temos a informação de que o índice de rejeição de vistos americanos para brasileiros nesse ano deve triplicar, chegando a pouco mais de 15%. Embasado neste dado, vemos o pensamento de que não estamos no momento para “abrir” o Brasil para os americanos. Será?

Para escolher um lado, os números são decisivos: além dos dados oficiais da Rio 2016, a WTTC já apontou em pesquisas que, quanto mais aberto o país, mais desenvolvido é o seu turismo. Em números, a organização indica que os países apresentam crescimento de 5% a 25% na receita do turismo à medida que reduzem as restrições de entrada.

Apesar do tema cair em territórios econômicos e políticos delicados como a crise econômica atravessada pelo Brasil e a reciprocidade de vistos, é forte o reforço em defesa da isenção para os países já mencionados. A importância desse tipo de medida para o fluxo de turistas no Brasil é corroborada pelo êxito no período da Rio 2016. A retomada de isenção de vistos já foi a debate com o Ministério das Relações Exteriores e com a Casa Civil. Se aprovada a medida, o período de dispensa se estenderá por dois anos para os mesmo países, facilitando a entrada de turistas e incentivando as viagens ao Brasil. Vamos acompanhando.