Turismo versus Terrorismo

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Com consequências, na maioria das vezes, desastrosas em largas escalas, ataques terroristas são (e sempre serão, enquanto durarem) algumas das mais difíceis ocorrências de se superar quando, após serem estabelecidas medidas de reorganização física e social  e restauração da ordem, as atenções voltam-se ao Turismo.

No início deste mês o governo de Paris apresentou um plano estratégico de reestruturação do turismo na cidade, prejudicado pelos atentados de 2015. Um ano após os ataques, o número de visitantes na Cidade Luz caiu em 11% de janeiro a outubro deste ano e a perda estimada para o país gira em cerca de 1 bilhão de euros até agora: números bastante expressivos, principalmente em um destino onde o turismo é vital para a economia, já que a indústria é responsável por 9% do PIB nacional (representando aproximadamente 40 bilhões de euros por ano).

Com propostas para melhoria na iluminação, promoção de bairros ainda pouco conhecidos e de sediar anualmente grandes eventos esportivos, o projeto pretende aumentar em 2% ao ano o número de visitantes em Paris, até 2022. A premissa é não medir esforços na reedificação do turismo na capital francesa, o que é acertadamente apropriado, quando consideramos a relevância do setor para a cidade.

Terrorismo em outros territórios

Outros destinos que sofreram com ataques até mesmo anteriores aos de Paris, ainda tem o turismo debilitado pelo terrorismo. A Síria, por exemplo, estava com o turismo em ascensão até que começaram as revoltas que desencadearam a guerra civil local, dando origem a uma série de ataques terroristas. Em setembro, comentei aqui, a criticada tentativa do Ministério do Turismo sírio de convidar turistas para o país; que segue enfrentando uma grave crise no setor.

Outros casos são a Tunísia, que sofreu ataques em 2011 e teve um declínio no setor perceptível logo em seguida; e o Marrocos, que passou por atentados no mesmo ano. Ambos os países tiveram um desenvolvimento rápido do setor, o que confere otimismo quanto à recuperação do setor em situações semelhantes.

Apesar de sofrer grandes consequências dos atentados, Paris permanece sendo um dos destinos mais procurados por visitantes estrangeiros e possui recursos, ferramentas e força estratégica para desenvolver seu turismo após a ocorrência dos atentados. A beleza, o prestígio e o encanto da Cidade Luz serão fatores que contribuirão para que fatalidades como as de 2015 sejam superadas.

Números do turismo no Brasil e no mundo

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(Foto: Reprodução)

Do início do ano de 2016 até o mês de setembro, tivemos,  no mundo todo, quase 1 bilhão de turistas internacionais (956 milhões, para ser mais exata). É o que divulgou a Organização Mundial de Turismo (OMT) na versão de novembro do Barômetro Mundial de Turismo. De acordo com o levantamento, o número equivale a 34 milhões de turistas a mais se comparado com o mesmo período do ano passado, conferindo um aumento de 4% de viajantes estrangeiros.

Ainda, segundo o estudo, durante esses nove meses a demanda pelo turismo internacional se manteve bem, apesar de crescer em um ritmo não tão acelerado, e teve os meses de abril, maio e junho com crescimento mais lento do que os demais trimestres.

Nos resultados regionais, a América do Sul obteve o melhor resultado das Américas, com aumento de 7% na chegada de turistas internacionais, seguida pela América Central, que obteve aumento de 6% e, por último, Caribe e América do Norte, ambos com crescimento de 4%.

O Brasil, juntamente com alguns países como Irlanda, México e Portugal, destacou-se pelo crescimento entre 8% e 9% nas receitas com chegadas de turistas durantes os nove primeiros meses de 2016. Para a OMT, a projeção é otimista para as Américas neste último trimestre  do ano e ainda mais positiva para o ano que vem.

A expectativa é, durante todo o ano de 2016, tenha-se um aumento de 5% de visitantes internacionais mundo afora, em comparação ao ano de 2015. Ainda assim, a OMT traz a assertiva de que, apesar de resistente, o setor de turismo é muito sensível, podendo sofrer alterações diante de riscos reais ou de percepção ampliada. “Nenhum destino é imune”, eis uma grande verdade. Continuamos acompanhando.

Embratur faz 50 anos

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(Foto: Divulgação)

Nesta semana a Embratur, Instituto Brasileiro de Turismo, completa 50 anos de existência. Serão realizados, nesta semana, eventos em comemoração à data e às atividades lideradas pelo Instituto ao longo dos 50 anos.

Enquanto diretora e presidente da Instituição, entre 2003 a 2010, tive a oportunidade (e por que não chamar de privilégio) de colocar em prática ideias, fazer uso de ferramentas fundamentais e participar ativamente do desenvolvimento do turismo no Brasil.

Ver o resultado de muito do que foi construído ainda no tempo em que estive à frente do instituto é um impulso para permanecer no empenho do desenvolvimento do setor. Em grandes marcos para o turismo brasileiro que posso citar: a criação da marca Brasil, o lançamento do Plano Aquarela 2020, e a mudança de percepção da imagem do Brasil no mercado internacional e a participação da captação da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos  e  diante dos seus resultados, seria um contrassenso não continuar pleiteando o fomento do turismo no País.

Enquanto estive na Embratur, o Instituto completou 40 anos. Nos últimos dez anos, muita coisa mudou no turismo do Brasil e do mundo, e mudou radicalmente. Com grandes transformações, principalmente tecnológicas, temos um setor que permite benefícios econômicos, ambientais, sociais e culturais; uma indústria que se destaca cada vez mais em colocar pessoas de diferentes lugares, ideologias e das mais variadas formas de viver umas mais perto das outras, trazendo um novo semblante à globalização mundial.

Ser uma liderança no turismo nos dias de hoje é um grande desafio e uma grande responsabilidade, pois é preciso estar atento a mudanças, enxergar paisagens ainda turvas  e tomar decisões que interferem em decisões coletivas. Aos que estão à frente e a todos os que depositam tempo e profissionalismo setor, é necessária a permanência do empenho e compromisso para desenvolver a indústria e a habilidade e vontade de lutar pelo turismo no Brasil.

O turismo não é apenas uma atividade econômica que valoriza o meio ambiente e a cultura local como fontes de serviço e bens de consumo; o turismo é o respeito de diferenças, é a convergência de culturas, é o encontro de identidades distintas. O turismo é a indústria da paz: ele aproxima, cria laços e proporciona experiências que nenhum outro segmento é capaz de promover.

Tendências do Turismo na WTM London

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Segundo dia da WTM London. (Foto: Divulgação/Twitter)

Entre palestras, encontros e seminários dos mais variados temas que compõem o setor; o segundo dia da WTM London, o maior evento das versões WTM, foi de expansão dos horizontes do turismo.

Com apresentação do Global Trends Report, o relatório de novas tendências do turismo mundial divulgado pela WTM em parceria com editora de inteligência comercial Euromonitor Internacional traz estatísticas e probabilidades para cada continente com conceitos inovadores e inserção da tecnologia na experiência do turismo.

Uma das novidades, que já está em uso, é a implantação de lojas-conceito com realidade virtual, proporcionando ao turista vivenciar um destino ou um hotel através da recriação da realidade originada pela interface de alta qualidade. Funciona como uma experiência prévia do destino, uma forma de encorajamento a testar antes de comprar o pacote de viagem que, subjetivamente, cativa os turistas e, de forma prática, auxilia na escolha do destino.

Ainda com participação expressiva de tecnologias avançadas, o uso da inteligência artificial no auxílio e interação com clientes na busca de viagens em chats online foi também um dos destaques. Com programação específica para tirar dúvidas, apto a realizar pesquisas e auxiliar na prestação de serviços do turismo, algumas empresas já estão administrando viagens com operações facilitadoras deste tipo.

Estas são apenas algumas das tendências para o futuro do Turismo debatidas por aqui, probabilidades que oferecem um serviço único de aproximação e maior compreensão das necessidades de clientes/turistas. Ainda há muito o que comentar; falarei ainda nas próximas postagens sobre estas novas tendências, inovações tecnológicas para o turismo e novidades da WTM London. O futuro do turismo já chegou! Vamos acompanhando, ansiosos para fazer o turismo do futuro se desenvolver ainda mais.

Direto da WTM London

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WTM London começou nesta segunda-feira (Foto: Divulgação/Twitter)

Começou hoje a maior versão global de Turismo, a World Travel Market London, que reúne profissionais do setor do mundo todo em um só lugar. Tendo a chance de acompanhar de perto o sucesso da feira, que tem mais de 50 mil participantes, pode-se afirmar que a WTM London uma ocasião excepcional de oportunidades para quem investe, promove e atua na indústria de viagens e turismo.

De acordo com os dados oficiais da  organização da WTM London, estão previstos para estes três dias de encontro mais de 865 mil reuniões comerciais com movimentação de €2,5 bilhões em negócios. A feira também conta com 5 mil expositores das mais variadas partes do planeta e mais de 9 mil compradores.

Diante da amplitude alcançada pelo evento em relação aos participantes e seus diversos interesses, a programação conta com uma agenda intensa de meetings e também de palestras, seminários e conferências. Tem muita coisa pra acontecer por aqui!

A WTM London vai até a quarta-feira (9). Até lá, segundo os organizadores do encontro, 2 em cada três participantes esperam que seus negócios cresçam 21%, de forma significativa a partir das operações, transações, acordos e oportunidades proporcionados pelo maior encontro de profissionais do Turismo do mundo.

Airbnb dentro de casa

airbnbSe você é também um viajante costumeiro, provavelmente já usufruiu (ou pelo menos cogitou a possibilidade) dos serviços de locação de plataformas especializadas em intermediar acomodações cuja máxima é “there’s no place like home”. Se você trabalha com turismo também já se questionou os impactos da atividade no setor de hospedagens. O ramo tem crescido a cada ano e possui o Airbnb como pioneiro e principal site nas buscas de quem procura acomodação fora do circuito tradicional.

A verdade é que não está tão “fora” assim. Apesar de estar à margem das regulações do mercado hoteleiro em alguns países como o Brasil, ele possui efeito sobre este mercado e, mais, sobre a indústria de turismo. Para se ter uma ideia, a start up foi responsável pela hospedagem de 85 mil pessoas no Rio de Janeiro durante os Jogos Olímpicos, faturando aproximadamente R$ 100 milhões.

O sucesso do compartilhamento de acomodações para turistas se deve à precedente  modificação nos hábitos do consumidor, isso acontece em diversas áreas de nossa indústria. Com a ideia de alugar espaços disponíveis em propriedades privadas para que o turista tenha uma experiência mais próxima da vida cotidiana na cidade em que está, a procura por este tipo de serviço é resultado de uma mudança de interesses dos turistas, que priorizam experiências, acomodações personalizadas e ambientes exclusivos.

Apesar de alguns defenderem que o serviço oferece uma ameaça, é mais sensato sinalizá-lo como um meio complementar de hospedagem e como um condutor de mudanças no setor, ao chamar atenção para os novos hábitos de viajantes, que já dava indícios através da busca pela originalidade. É imprescindível lembrar que o Airbnb e outros sites atendem a um grupo que busca atendimento em itens específicos da viagem. Há diversos elementos que se diferenciam dos serviços de hotéis e pousadas, como o nível de comodidade e a facilidade de informações, por exemplo. A velha casa de amigos e parentes ganha uma nova roupagem e um novo jeito de experimentar os lugares como um local.

A plataforma e os serviços oferecidos atendem a milhares de consumidores que não só existem, mas sabem exatamente o que querem. Devemos aprender com eles, entendendo que, nem de longe, o setor de turismo é um mercado estático. Ainda bem.

O valor da libra investida

londresEstamos sempre buscando os melhores métodos, a melhor economia e os melhores cálculos na hora de empreender e planejar estratégias para a indústria do turismo. O governo britânico divulgou, nesta terça-feira (11), após revisão anual, os cálculos de retorno dos investimentos em promoção do turismo na Grã Bretanha.

Os números são bastante expressivos: cada libra investida pelas autoridades britânicas no marketing internacional de promoção da Grã Bretanha resultou em £23 de gastos a mais de visitantes estrangeiros, totalizando o reforço de £800 milhões adicionais deixados no país em 2015.

A promoção de viagens domésticas também esteve no planejamento britânico e teve um incremento de £ 97,2 milhões com turistas nacionais.

Obviamente, tais resultados não vêm sem esforço. O valor da libra investida de £23 em retorno para a Grã Bretanha não foi alcançado apenas com publicidade bem paga. Além de um plano estratégico elaborado, com estudo de resultados, o setor privado investiu £ 12,7 milhões é o governo também recebeu apoio de companhias aéreas, incluindo a British Airway ; instituições privadas atuantes no setor de turismo local e de marcas globais, como a Sony Pictures Entertainment.

As iniciativas de promoção do destino receberam ainda a parceria dos conselhos de turismo da Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.

Aprender nunca é demais. Os incentivos recebidos pela Grã Bretanha da iniciativa privada evidenciam a carência de apoio do Brasil nesse sentido. Buscar este tipo de contribuição junto a entidades que se beneficiam com o fomento do turismo nacional e, por isso, são partes interessadas deve ser uma realidade da nossa indústria, para que o valor do real investido nos dê um retorno expressivo é satisfatório, no turismo doméstico e internacional.

A sensação térmica da crise

economiaApós a constatação de que o brasileiro está ficando um pouco mais otimista em relação às suas economias, expressada pela perspectiva de consumo da família brasileira (conversada nesse post), recebemos aquele baldinho de água fria do Banco Central: talvez o pior não tenha passado, estamos ainda no meio da recessão mais severa da história.

Fica a indagação: será que estamos vivendo  uma variação de clima econômico onde a temperatura observada difere da percepção? Pelo menos é o que se pode concluir quando o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirma que a inflação parece estar recuando: temos a temperatura real (mais do que constatada) de crise e uma sensação térmica de clima quase ameno ou, no mínimo, de tempo ficando bom.

Mesmo no turismo, setor em que algumas das características mais marcantes são a resiliência e a capacidade de resistir bem a crises, diante da relação realidade versus percepção, não tem sido uma tarefa simples estabelecer uma projeção real (sem o embaraço do pessimismo ou do otimismo forçado)  de consumo diante do quadro econômico do País.

Não é fácil enxergar em tempo nublado. Entre informações que levamos em consideração temos, por exemplo, os números da WTTC. De acordo com o conselho, a projeção do PIB do Turismo para o Brasil para 2016 e 2017 é de queda, -1,6% e -0,5%, respectivamente. Porém, a perspectiva até 2020 é positiva, de 2,4% ao ano. Veja o vídeo aqui

Para quem contribui para turismo no Brasil, a busca por dados econômicos, de consumo, de construção de perfil de clientes, de estudos específicos é ainda maior, pois perder tempo e muito menos recursos é uma opção. Estamos cautelosos ainda (e com razão!), economicamente falando.

Entre boas e más notícias, nos resta mesmo a prática das atividades no setor, que é a melhor ferramenta para projeções. E seguimos caminhando com a  experiência acumulada e a criatividade para conduzir o trabalho da maneira mais proveitosa possível: dois dos maiores aliados para se atravessar o tempo desfavorável  que se apresenta  ainda sem previsão de melhora.

Quando viajar deixa de ser luxo

porquinhoCom um cenário econômico ainda instável algumas projeções mostram que o brasileiro está ficando um pouco mais otimista e confiante em relação aos seus gastos, é o que mostra a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC). De acordo com o estudo, a intenção de consumo da família brasileira, em setembro, registrou crescimento de 4,1% em relação a agosto deste ano, a maior alta mensal desde 2010. Sendo assim, o índice geral de intenção de consumo chegou a 72,1 pontos em um escala que varia de zero a 200. Quanto mais esse número sobe, mais a perspectiva de consumo aumenta.

Viajar, hospedar-se em hotéis e conhecer novos lugares deixou de ser considerado um “luxo” para o brasileiro, que possui um novo padrão de consumo. De acordo com pesquisa de Mudanças do Mercado Brasileiro, do Instituto Nielsen, o turismo deixou de ser uma atividade secundária para se tornar uma das opções de consumo importante dos brasileiros. Associado a necessidades básicas como acesso à cultura e lazer, a concepção prioritária a respeito do consumo do turismo agrega ao consumidor uma série de mudanças de comportamento econômico e, certamente, é benéfica para o setor.

Em contrapartida, o país ainda atravessa um momento econômico pouco favorável a este novo padrão de consumo e é possível que muitos brasileiros permaneçam com a preferência, mas sem concretização, ou seja, fiquem apenas na intenção da viagem.

Positivamente, temos um padrão de consumo que prioriza o turismo como parte da cesta de consumo de algumas classes sociais e vemos, também, um consumidor que está disposto a economizar em outros bens para bancar viagens. É é o que mostra estudo de julho deste ano da Worldpay, empresa especializada em pagamentos digitais. ¨Dos brasileiros, 62% usa economias para financiar viagens de férias. Contudo, esse mesmo consumidor atravessa um período de incerteza econômica que pode inviabilizar planos de viagens”.

Diante dessa realidade, os valores de pacotes e as formas de pagamento são fatores decisivos para o consumo do turismo. O estudo da Worldpay detectou que, não raro, a escolha do destino de férias dos brasileiros é determinada pelo preço. Valor de vôos e ofertas de viagens determinam o local das férias de 72% dos entrevistados.

Ainda segundo o estudo, 90% dos consumidores entrevistados declarou ter interesse em pagar pacotes de viagens em planos de parcelamento e 86% afirmou que, se possível, pagaria passagens aéreas de forma parcelada.

Apesar dos tempos de crise, ideias, estratégias e ferramentas que atraiam o consumidor, que possui nova percepção e expectativa de viagens, são valiosas para o mercado do turismo, que tem capacidade de resistência à crises, se recupera mais rápido e permanece em expansão, mesmo em períodos de dificuldades.

Balanço olímpico do turismo

parque-olimpicoEm pouco menos de duas semanas, os Jogos Paralímpicos Rio 2016, movimentaram a cidade maravilhosa: de acordo com dados preliminares de pesquisa oficial, aproximadamente 243 mil turistas estiveram no Rio de Janeiro durante a realização da Paralimpíada. O gasto médio desses visitantes foi de R$ 271,20 por dia, o que equivale a uma renda gerada de R$ 410 milhões para o País.

Apesar do número de turistas no evento ser bem menor do que na Olimpíada e, ao contrário do que muitos poderiam prever, foi durante as Paralimpíadas que o Parque Olímpico da Barra, em todo o evento da Rio 2016 (incluindo Jogos Olímpicos), teve seu recorde de visitação, o que ocorreu no primeiro sábado dos Jogos Paralímpicos (10 de setembro), com público de 172 mil pessoas.

A pesquisa também revelou que muitos vieram ao Brasil pela primeira vez: o dado é de quase 60% dos turistas internacionais entrevistados entre o período da Paralimpíada. Medindo o índice de satisfação dos turistas, para 87,8% dos entrevistados a viagem correspondeu ou superou as expectativas e 90,5% tem intenção de retornar ao país, este último dado, maior que o correspondente nos Jogos Olímpicos comentado aqui.

Expectativa x Realidade

Durante a Olimpíada, o Rio de Janeiro recebeu 1,17 milhão de turistas que gastaram, em média, R$ 424,62 diários, gerando, no total, uma renda de R$ 4 bilhões; números que superaram com folga as expectativas divulgadas pela Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

No entanto, na Paralimpíada, os dados, até agora, estão abaixo do esperado pelo setor comercial. O número de turistas ficou um pouco maior que a metade do previsto, de 468,5 mil visitantes, e a renda gerada ficou bem abaixo da projeção de R$912,4 milhões de faturamento.

Ainda assim, o Brasil teve renda gerada significativa e dados bastante expressivos de índice de satisfação e intenção de viagem, o que coloca os resultados do turismo como um dos grandes legados dos eventos Rio 2016. Agora é ainda maior o desafio, tirar o máximo de proveito das oportunidades geradas pela passagem dos Jogos por aqui e da visibilidade que ganhamos mundo afora.

Um estratégia ousada e diferente da promoção do Rio e do Brasil, uma nova política de captação de eventos associativos e esportivos já passou da hora de ser planejada e executada.