Palácio Tangará São Paulo

STAYCATION pode beneficiar a hotelaria durante a pandemia

Sabemos que a indústria hoteleira vem tentando, desde o final do primeiro semestre de 2020, encontrar meios de compensar a queda brusca nas viagens. O setor sabe também que o potencial de viagens domésticas – sobretudo as chamadas viagens “hiperlocais” – ainda está longe de ser alcançado. É por isso mesmo que o conceito de staycation começa finalmente a fazer sucesso por aqui, e pode beneficiar enormemente a hotelaria durante a pandemia.

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As micro-viagens tornaram-se mais populares do que nunca nos últimos meses. São as “escapadas possíveis” para cada vez mais gente nestes tempos. Nos grandes eventos internacionais de turismo, como a ILTM, as staycations estão sempre apontadas entre as tendências de viagem da pandemia. Então nada mais natural que as staycations passem a ser encaradas como uma maneira de “fugir de casa” e relaxar um pouco sem envolver grandes deslocamentos ou logística complicada.

O termo se popularizou nos últimos meses e eis aí um tipo de viagem que acaba dando ao turista a sensação de maior controle e minimização de riscos. Afinal, estamos próximos de casa, senso de familiaridade, conhecemos toda a infra-estrutura hospitalar e emergencial do destino etc. 

O Rio de Janeiro foi a primeira cidade brasileira a ter sua hotelaria local investindo pesado em staycation na reabertura em tempos de pandemia. Inclusive já abordamos esse tema nesta coluna aqui. Mas desde o final de 2020 diversas outras propriedades espalhadas em grandes cidades brasileiras felizmente despertaram para esse filão – criando, muitas vezes, pacotes promocionais específicos para atrair esse tipo de hóspede. 

LEIA TAMBÉM: Oito tendências da hotelaria para 2021.

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Como a staycation pode beneficiar a hotelaria durante a pandemia

O termo “staycation“, corruptela de “stay” e “vacation“, existe para designar as férias passadas localmente já há muitos anos. Ganhou mesmo força internacional a partir da crise financeira de 2008. Mas, ao contrário de alguns outros países, a prática sempre foi bastante insípida no Brasil até o começo de 2020. E agora virou uma das grandes tendências da hotelaria para 2021.

LEIA TAMBÉM: Conheça os termos do turismo popularizados na pandemia.

Mas, ironicamente, a staycation tem sido “a luz no fim do túnel” para muitos hoteleiros brasileiros durante a pandemia. Dos econômicos aos mais luxuosos. Sobretudo no caso de propriedades instaladas em grandes cidades, que tinham nos viajantes internacionais grande parte de seu público anteriormente. Com o sumiço do turista internacional, foi preciso mais do que nunca investir no turista local.

Seja para quem quer apenas mudar um pouco a vista da janela de casa ou para famílias que procuram atividades diferentes para as crianças, a staycation revelou-se uma maneira descomplicada de sair de casa por alguns dias em tempos de pandemia. E mantendo o distanciamento social em mente. 

VEJA TAMBÉM: 10 hotéis para praticar turismo de isolamento no Brasil.

A prática tem sido comum também por quem procura um escritório diferente para o home office de todo dia. Com tanta gente ainda em trabalho remoto, a staycation e a workcation têm se fundido cada vez mais, sobretudo nas estadias em dias úteis. E o conceito de room office vai ficando cada vez mais abrangente.

E embora staycations possam ser facilmente reservadas com dois clicks em OTAs em geral, elas começam também a ser importante fonte de renda para muitas agências de viagem que estão promovendo mais esse tipo de escapada entre seus clientes.  

LEIA TAMBÉM: O que é Revenge Travel?

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Hóspedes gerando tickets cada vez maiores

Mais brasileiros começam a ver alguns hotéis em suas próprias cidades – ou muito próximo delas – como um destino em tempos de pandemia. Saem na frente, é claro, hotéis com boa oferta de espaços ao ar livre e, principalmente, que SAIBAM fazer bom uso desses espaços nestes tempos. 

Numa staycation, mais do que nunca o hotel deixa de ser visto como “um quarto” e passa a ser considerado por 100% dos hóspedes como uma experiência. E é fundamental o hoteleiro ter isso em mente ao receber esse tipo de hóspede, seja em um hotel ultra econômico ou em um hotel de luxo.

A staycation pode realmente beneficiar a hotelaria enormemente durante a pandemia. Sem as despesas de deslocamento, hóspedes em staycation costumam investir mais na escolha da acomodação. Além disso, geram um ticket final muito maior, consumindo também muito mais produtos e serviços dentro do hotel durante este tipo de hospedagem.

LEIA TAMBÉM: Viagens mais sustentáveis para 2021

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Staycation em São Paulo

Depois do sucesso na hotelaria carioca, diversos hotéis em São Paulo criaram também recentemente pacotes promocionais para estimular as staycations na cidade.

É o caso, por exemplo, do Renaissance São Paulo Hotel. Após registrar um aumento expressivo de moradores da capital paulista entre seus hóspedes, o hotel criou o pacote Staycation, que inclui pelo menos dois benefícios extras nas diárias, ao gosto do freguês. Os benefícios podem ser serviços como café da manhã diário para dois, 20% de desconto nos bares e restaurantes do hotel, late check out, estacionamento etc).

Outras iniciativas na cidade, como a São Paulo Experience Tour, também têm se dedicado a estimular os paulistanos a praticarem staycations na maior cidade do Brasil – oferecendo produtos e serviços exclusivos e propondo redescoberta de espaços da capital paulista.

LEIA TAMBÉM: Seis resorts urbanos no Brasil.

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Staycation no Palácio Tangará

Neste começo de 2021, resolvi apostar na staycation em São Paulo no belo Palácio Tangará – e tive uma excelente experiência. O hotel, parte do portfólio da prestigiosa Oetker Collection, foi eleito pela Condé Nast Traveller, no final do ano passado, como o melhor hotel do Brasil. 

Rodeado de verde em plena São Paulo, o Tangará fica anexo ao Parque Burle Marx e tem vista para o verde de praticamente todos os seus quartos – todos com muito espaço, amenidades Etro e pequenos balcões ou varandas. E dá para fazer ali seu room office tranquilamente.

O serviço impecável dá conta de manter a excelência e a amabilidade com o rigor necessário destes tempos para exigir que hóspedes cumpram todas as normas de segurança locais, o tempo todo – algo absolutamente fundamental.

O uso de máscara é obrigatório em todas as áreas públicas, internas e externas; as exceções são apenas à beira da piscina e, obviamente, nos restaurantes. Os espaços internos estão muito mais ventilados e há totens e displays de álcool em gel por toda a parte.

CONFIRA detalhes da staycation no Palácio Tangará aqui.

LEIA TAMBÉM: O crescimento das estadias prolongadas durante a pandemia.

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Novos espaços ao ar livre

Como hoje sabemos que o maior perigo da pandemia se encontra nos ambientes fechados, o Palácio Tangará criou um novo espaço delicioso ao ar livre, o Pateo do Palácio, que serve excelentes pratos e drinks dia e noite (com cardápios disponíveis em QR code) – e com música ao vivo nos finais de semana. 

O estrelado restaurante Tangará Jean-Georges também ganhou mais portas abertas para garantir boa ventilação e deliciosas mesas externas. 

CONFIRA detalhes da Staycation no Palácio Tangará aqui.

O Palácio Tangará não criou ainda nenhum pacote específico para staycation, mas trabalha até 31 de março com uma oferta de estadia que dá 50% off na terceira noite. 

VEJA TAMBÉM: As principais tendências para o turismo em 2021

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Enorme potencial para o mercado doméstico

Com o fim da pandemia parecendo cada vez mais distante, o setor começa a entender o enorme potencial que a staycation representa para o mercado doméstico neste período. O estímulo à staycation pode beneficiar a hotelaria de forma realmente imediata na pandemia. 

Falta, é claro, incentivo governamental para fomentar a prática. Diversos destinos internacionais estão vendo as próprias administrações locais fornecerem incentivos e subsídios a hotéis que trabalham o staycation durante as restrições de mobilidade da pandemia. Singapura, por exemplo, vem sendo um ótimo exemplo nesse sentido. E essa batalha ainda está bem longe de ser vencida.

E last but not least: obviamente, uma staycation só será de fato bem sucedida se hóspedes cumprirem as regras de segurança estabelecidas pela pandemia e se hotéis forem realmente rigorosos na fiscalização do cumprimento das mesmas.

LEIA TAMBÉM: A evolução dos hotéis durante a pandemia.

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Oito tendências para a hotelaria em 2021

Viramos a página e 2020, o ano mais duro para a história da hotelaria nacional e internacional, ficou felizmente para trás. Mas, mesmo com duas vacinas finalmente aprovadas para uso emergencial no Brasil (yeay!), a gente sabe que a pandemia não acabará como mágica de uma hora para outra. E algumas mudanças vieram mesmo para ficar. Importantes tendências para a hotelaria em 2021 vieram justamente de transformações comportamentais geradas no ano passado – e devem seguir firme nos próximos anos.

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Em dezembro passado participei mais uma vez da ILTM, o maior e mais importante evento de turismo de luxo do mundo, e ali hoteleiros do mundo todo foram unânimes em ressaltar o efeito das mudanças trazidas pela pandemia nas novas tendências para a hotelaria e o turismo em geral. Falei bastante sobre isso neste meu texto aqui para o Estadão, e nesse meu outro texto para o UOL, ambos publicados ainda no final de 2020. E, se o mundo não é mais o mesmo, é absolutamente natural que o hóspede também não seja.

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Diferentes soluções possíveis

A pandemia deixou diversos hotéis sem hóspedes por meses a fio no ano passado. Com experiências distintas (variando muito em função das regras locais para contenção da pandemia, é claro), a reabertura desses hotéis veio acompanhada de diferentes soluções possíveis para diferentes tipos de hóspedes. De serviço de delivery de refeições (inclusive café da manhã!) à domicílio aos chamados room offices, vimos muita coisa nova sendo implementada nos hotéis ao longo de 2020.

LEIA MAIS: Como hotéis estão driblando a crise durante a pandemia

Hotéis se engajaram mais do que nunca em prol de suas comunidades. O conceito de sustentabilidade na hotelaria foi felizmente mais difundido do que nunca. Soluções antes disponíveis apenas para hóspedes tornaram-se possíveis para uma gama muito maior de potenciais clientes para diversas propriedades.

Muita gente viu, justamente durante a pandemia, surgir a chance de poder finalmente acessar de alguma maneira serviços de hotéis nos quais sempre sonhou em se hospedar. Outros descobriram o prazer de se hospedar em bons hotéis em sua própria cidade, mesmo “sem viajar”, mudando de ares e renovando energias. E o conceito de “revenge travel” finalmente está migrando do hemisfério norte para cá e pode impulsionar muitas viagens neste ano.

SAIBA MAIS: O que é Revenge Travel?

Conversei com diferentes especialistas no setor sobre todas essas transformações, o que veio para ficar e o que ainda deve vir por aí para hotéis e pousadas. E listo aqui oito tendências importantes para a hotelaria em 2021.

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Oito tendências para a hotelaria em 2021

1) Menos contato, mas mais foco no lado humano

Adotar cada vez mais tecnologias contacless, uma necessidade trazida pela pandemia, causa estranhamento e desconforto à maioria dos hoteleiros. Afinal, a indústria da hospitalidade sempre foi construída por interações pessoais essencialmente. Mas muitas redes e propriedades independentes estão mostrando que é possível encontrar o equilíbrio, sim.

Entram em cena quiosques e aplicativos para check-in virtual, QR codes para as refeições, chats para demanda de serviços e até entrada keyless nos quartos. A hotelaria de luxo, que em geral já investia pesado em tecnologias, adaptou-se de maneira muito rápida.

Mas o elemento humano segue mais presente do que nunca na interação e na entrega dos serviços. Priorizar a criação de experiências inesquecíveis e o envolvimento com o destino e as comunidades locais é fundamental em tempos de distanciamento social. “As pessoas darão cada vez mais importância para um mundo realmente mais humano”, defende Simon Mayle, diretor de eventos da ILTM (International Luxury Market).

Pequenos hotéis independentes e pousadas, tão acostumados a essa necessidade humana atrelada à hospitalidade, se adaptaram mais rapidamente nesse quesito. Simone Scorsato, diretora da BLTA (Brazil Luxury Travel Association), concorda:  “Veremos também a maior humanização de serviços e a valorização das relações pessoais entre locais e visitantes”, diz. 

LEIA TAMBÉM: A força dos pequenos na hotelaria.

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2) Sustentabilidade real

A pandemia mostrou como ações e reações, mesmo as mais simples e corriqueiras, estão interconectadas inegavelmente no mundo todo. E cada vez mais viajantes estão conscientes sobre essas conexões, entendendo que sustentabilidade no turismo é uma necessidade imediata.

Muitos hoteleiros estão compreendendo, enfim, que sustentabilidade na hotelaria vai MUITO além dos avisos nos banheiros pedindo para os hóspedes reutilizarem suas toalhas. “O viajante será cada vez mais consciente, entendendo que sustentabilidade em turismo é também saber como hotéis e prestadores cuidam do meio ambiente, mas também saber se ajudam suas comunidades, como ajudam, se contratam pessoas da comunidade etc”, afirma Simon Mayle.  Hotéis que não investirem em ações e condutas sustentáveis definitivamente ficarão para trás. 

LEIA MAIS: Sustentabilidade na hotelaria

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3) Novos usos para antigos espaços 

As mudanças de comportamento dos hóspedes e restrições trazidas pela pandemia também geraram transformações físicas importantes nos hotéis. Dentre as importantes tendências para a hotelaria em 2021 estão os novos usos dados para espaços já existentes nos hotéis. 

A adaptação de propriedades aos novos tempos incluiram, por exemplo, remodelar quartos para criar ambientes confortáveis para a prática de home office (mesmo investir no conceito de road office), inclusive em resorts antes focados exclusivamente no lazer. Estruturas para convenções, inutilizadas em tempos de distanciamento social e ausência de grandes eventos corporativos, foram transformadas com sucesso em estruturas para home office e homeschooling em diversos hotéis (inclusive em hotéis fazenda no interior de São Paulo). 

VEJA TAMBÉM: Oito pousadas para escapar no final de semana.

Lobbies perderam sua função social, mas muitas propriedades adaptaram também seus espaços para criar mais oferta interna de mesas ao ar livre na hora das refeições. Outras criaram estruturas externas para que seus restaurantes possam trabalhar com delivery para não hóspedes, o que tem feito a diferença para vários hotéis.

Até mesmo o tradicionalíssimo Ritz Paris criou um corner para vender pâtisseries para não hóspedes em sua fachada – que fez um imenso sucesso. “Em Amsterdã vários restaurantes queridinhos da cidade estão abrindo com sucesso versões temporárias dentro de hotéis para sobreviver mesmo em tempos de lockdown“, conta Erik Sadao, especialista em mercado de luxo e fundador da Sapiens Travel. Hotéis e restaurantes estão felizes com esses novos ajustes.

SAIBA MAIS: A evolução dos hotéis na pandemia

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4) Estadias cada vez mais longas

As chamadas “extended stays” (estadias prolongadas) ganharam de vez a preferência de muitos hóspedes. E a expectativa é que essa mudança de hábito perdure também depois do fim da pandemia. Afinal, muitos viajantes descobriram, enfim, o prazer de curtir um hotel por mais tempo, sem correria, com segurança.

Estadias prolongadas aumentaram até 300% em 2020 em algumas propriedades, desde pousadas brasileiras até hotéis de grandes redes de luxo, como Four Seasons (que viu seu filão das Private Retreats fazer mais sucesso do que nunca, inclusive entre millennials). 

“Veremos um crescimento ainda maior do slow travel“, afirma Simone Scorsato. “As viagens em 2021 serão mais longas e mais tranquilas, as estadias em um mesmo hotel serão mais demoradas, e as pessoas tentarão sempre aproveitar ao máximo cada experiência fora de casa”. 

LEIA TAMBÉM: O crescimento das estadias prolongadas em 2020.

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5) Mais customização de serviços

Durante a ILTM World Tour, em dezembro passado, hoteleiros foram unânimes em afirmar que o foco dos hotéis em 2021 será mais do que nunca centrado no hóspede. Personalização e customização no atendimento são moedas essenciais.

Por isso mesmo, uma das tendências para a hotelaria em 2021 é ampliar ao máximo o contato direto com os viajantes, mesmo com total distanciamento físico – antes, durante e depois da hospedagem. “Através da personalização do atendimento conseguimos garantir que hóspedes relaxem e realmente aproveitem suas estadias durante a pandemia”, afirma Helen Smith, gerente de experiências do cliente na Dorchester Collection.

Não à toa, alguns hotéis criaram novos cargos, novos departamentos e até projetos específicos (como o The Wishmaker, dos hotéis Cheval Blanc) para garantir essa personalização constante dos serviços. E muitas pousadas brasileiras intensificaram ainda mais essa vocação para a customização em seu atendimento. 

LEIA TAMBÉM: Como a hotelaria redesenhou cargos e funções durante a pandemia

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6) Maior uso dos espaços abertos 

Pela segurança em tempos de pandemia, nós todos temos buscado mais experiências ao ar livre em nosso dia-a-dia. E isso obviamente não será diferente nas nossas estadias em hotéis e pousadas. O próprio conceito do turismo de isolamento pegou de vez e muitos resorts que trabalham com baixa ocupação estão tirando bom proveito disso.

VEJA TAMBÉM: Seis resorts urbanos no Brasil

Hoje em dia, quase todo hóspede busca cada vez mais a garantia de atividades ao ar livre e contato com a natureza, mesmo em propriedades urbanas, nas viagens durante a pandemia. “A procura por acomodações estilo villa também deve aumentar”, diz Simon Mayle. 

A possibilidade de fazer suas refeições – inclusive o café da manhã! – ao ar livre também vira requisito importante na hora da escolha do hotel. E o bem-estar em geral passa a ser, mais do que nunca, uma grande motivação para as viagens e escapadas da pandemia. “Os viajantes cuidarão do seu bem-estar de uma maneira mais holística, pensando em saúde de corpo, mente e espírito”, destaca Simon Mayle.  A própria dinâmica dos spas dos hotéis mais tradicionais já começa a mudar para atender esse novo movimento de parte dos hóspedes. 

LEIA TAMBÉM: 10 hotéis para fazer turismo de isolamento no Brasil

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7) Foco no local: a vez das staycations

Em época de tantas fronteiras ainda fechadas e do turismo doméstico fortalecido, apostar em um approach com alvo mais geograficamente definido faz sentido. Tem sido inclusive crucial nos índices de ocupação para os hotéis que realmente apostaram nas staycations

Mesmo com as restrições para o turismo, as pessoas querem sair de casa, variar os horizontes, equilibrar as energias. E a saída por estar muitas vezes em um hotel a quinze minutos da nossa casa. Com tantas restrições às viagens e tanta gente em home office, podendo trabalhar remotamente de qualquer lugar, cada vez mais turistas descobrem os benefícios de se hospedar em um hotel na sua própria cidade. 

Muitos hotéis do Rio de Janeiro começaram a focar bastante nos próprios cariocas em suas reaberturas, criando ofertas exclusivas para staycations. Agora vários hotéis em São Paulo, em Belo Horizonte e em Curitiba também começam a apostar nessa tendência. As apostas incluem ampliação de serviços em gastronomia e criação de maior infra-estrutura para o hóspede que vai mesclar trabalho e lazer durante sua staycation.

LEIA TAMBÉM: Revolução cultural na hotelaria durante a pandemia.

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8) Segurança, segurança, segurança

Confiança é, sem dúvidas, o novo luxo. Em tempos de pandemia, as pessoas continuam querendo viajar – mas querem segurança, confiança e serviços personalizados. Algumas marcas hoteleiras mudaram inclusive seu approach de marketing durante a pandemia para se adaptar a essa nova realidade. 

Caso, por exemplo, dos hotéis Shangri-La, que adotaram a hashtag #shangrilacares para focar mais do que nunca no lado humano da marca nas mídias sociais. Com o slogan “Your well-being in our care”, enfatizaram práticas de distanciamento social do staff e equipamentos de segurança em muitos dos materiais produzidos, deixando claro a segurança de suas instalações e propriedades.  A Dorchester Collection também apostou neste foco mais humano e adotou o slogan “when you’re ready, we’ll be waiting”, investindo em empatia, segurança e comprometimento.

Vale lembrar que o foco cada vez maior em segurança não deverá ficar restrito à segurança sanitária para os hotéis. O hóspede, em um cenário mundial de constante incerteza, quer garantir que se sentirá seguro do planejamento ao retorno da viagem. “As boas políticas de cancelamento e reembolso em geral serão cada vez mais valorizadas na hora de escolher um produto ou serviço”, afirma Simone Scorsato.

LEIA TAMBÉM: Turismo de luxo segue firme na pandemia.

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Hotéis para praticar turismo de isolamento

Há quatro meses e meio em casa e sem perspectivas reais de controle efetivo da pandemia no Brasil a curto prazo, alguns brasileiros começam a apostar em hotéis para praticar turismo de isolamento, seja individualmente ou em família.

A ideia principal deste tipo de turismo neste momento de pandemia é seguir em quarentena e zelar pelo distanciamento social, mas mudando de ares para recarregar suas energias. A expectativa de parte do mercado é que ele realmente se fortaleça nestes tempos e mantenha a tendência também no pós-pandemia.

Leia mais sobre o que é turismo de isolamento de fato aqui. 

Sejam campings, residências ou lodges remotos, os hotéis para praticar turismo de isolamento geralmente são rodeados por natureza, bem higienizados e permitem o menor contato possível com funcionários e outros viajantes.

Nós continuamos em casa, é claro; e recomendamos que você também fique em casa neste mês de agosto. Mas listamos aqui alguns hotéis para praticar o turismo de isolamento. Tudo com o máximo de cuidados, segurança e distanciamento social, para quando você puder retomar devagarinho suas viagens.

LEIA MAIS: Dez hotéis remotos para particar turismo de isolamento no Brasil

Etnia Casa Hotel. Foto: Mari Campos

No Brasil

Etnia Casa Hotel

Localizado em Trancoso, na Bahia, o Etnia Casa Hotel ocupa um bosque tropical a meros 350 metros do Quadrado. Ali são apenas sete casas completas, todas elas isoladas umas das outras e completamente independentes. As casas passam agora por extremos protocolos de desinfeção e higienização, incluindo uso da solução de biossegurança Fog In Place (FIP). Cada casa tem autonomia completa, mas tem também direito, é claro, de usufruir de todo o premiado serviço de hotelaria da casa – inclusive o caprichado café da manhã diário à la carte. 

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LEIA TAMBÉM: Cabanas isoladas e casas em árvores para se isolar na pandemia.

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Casana Hotel

Localizado em Jericoacoara, Ceará, o Casana é outra ideia de hotel para praticar turismo de isolamento sem abrir mão do conforto: possui apenas oito bangalôs, todos isolados uns dos outros. A propriedade com acesso bastante restrito fica à beira-mar na praia do Preá e rodeada de verde. 

Leia sobre destinos para fazer turismo de isolamento no Brasil e no mundo.

Cristalino Lodge

Eleito um dos 25 melhores ecolodges do mundo pela National Geographic Traveler, o Cristalino Lodge fica na porção sul da Amazônia, na cidade de Alta Floresta, já no Mato Grosso. Turismo de isolamento é com ele mesmo: ocupa uma reserva particular com com mais de onze mil hectares e rodeado de vida selvagem. 

Clique aqui para acompanhar os hotéis nos quais nos hospedamos no nosso instagram.

Anavilhanas Jungle Lodge. Foto: Mari Campos

Anavilhanas Jungle Lodge 

Uma das melhores opções de selva a partir de Manaus, o Anavilhanas fica em pleno Parque Nacional homônimo, ao lado da cidade de Novo Airão. Tem acesso descomplicado de carro a partir da capital manauara, em viagem de duas horas. Instalado à beira-rio, tem serviço é atencioso, gostosas refeições à la carte e é todo focado em sustentabilidade. Os quartos são em sistema chalé ou bangalô, espaçados e imersos na floresta tropical, e com todos os passeios locais incluídos nas diárias.

LEIA MAIS: como ser um bom hóspede (e ficar seguro) em tempos de pandemia

The Brando Resort. Foto: Mari Campos

No exterior (em destinos abertos para brasileiros)

The Brando, Polinésia Francesa

Na Polinésia Francesa, talvez uma das opções que naturalmente sempre privilegiou o distanciamento social entre seus hóspedes seja o resort The Brando, a única construção de todo o arquipélago de Tetiaroa. Ali todos os quartos são em formato de villa, e todas as villas são isoladas umas das outras, com muita privacidade, espaço e acesso direto à praia privativa. Das refeições aos passeios, está tudo incluído e tudo pode ser feito sem contato. Das refeições entregues sem custos diretamente em cada villa aos passeios, tudo é sempre customizado e individualizado para cada villa. Hotel perfeito para praticar turismo de isolamento em pleno paraíso. 

Dá para ler mais sobre o The Brando aqui. 

Private Retreats

Em diferentes destinos mundo afora, o grupo Four Seasons criou a Private Retreats, uma coleção com mais 750 casas, villas e apartamentos que reúnem a segurança do isolamento social aos protocolos sanitários da John Hopkins Medicine International. Tudo isso associado, é claro, ao serviço premiado da rede, com o mínimo possível de contato. O aplicativo Four Seasons App permite solicitar qualquer serviço, em qualquer propriedade, sem nenhum tipo de interação. Alguns dos destinos abertos a brasileiros que contam com estas residências são México, Maldivas e Polinésia Francesa. 

Saiba mais sobre o Four Seasons App aqui. 

Anantara Kihavah. Foto: Mari Campos

Anantara Kihavah

Localizado no Baa Atol, nas Maldivas, o Anantara Kihavah garante privacidade e distanciamento em qualquer modelo de acomodação. O pavilhão dos bangalôs sobre o mar tem mesmo acomodações um pouco mais próximas umas das outras, mas dispostas de maneira que evite contato com outros hóspedes. As isoladas e completíssimas vilas pé na areia, com piscina privativa e cercadas de verde, são pretexto perfeito para praticar turismo de isolamento. 

Leia mais sobre hotelaria nas Maldivas aqui.

Soneva Fushi

Também nas Maldivas e também no Baa Atol, o Soneva Fushi já praticava distanciamento social desde antes da pandemia. Inteiramente composto de villas à beira-mar, o resort tem cada uma de suas poucas acomodações bem distante das demais, com total privacidade e infra-estrutura para quem nem quiser sair dela. Bicicletas são o meio de transporte oficial na ilha, para percorrer os deliciosos bosques e hortas do resort, e há também gostosas trilhas bastante fáceis. Todas as villas têm acesso direto ao mar e à incrível barreira de corais a poucos passos da areia.

Leia mais sobre hotéis nas Maldivas aqui.

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LEIA MAIS: 10 hotéis remotos para turismo de isolamento no Brasil.

Confira mais destinos para praticar o turismo de isolamento aqui. 

LEIA MAIS: como ser um bom hóspede (e ficar seguro) em tempos de pandemia

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As Novidades da Leading Hotels of the World neste 2019

Durante a ILTM Latin America, a Leading Hotels of the World já tinha confirmado a entrada de 30 novas propriedades em seu luxuoso portfólio neste 2019. Neste verão europeu, onze novas propriedades foram introduzidas no portfólio, com novos hotéis no Congo, na África do Sul, nas Maldivas, no Japão, na Espanha, na Croácia, na Grécia, na França e o esperado Ananti Montenegro.  Os novos membros confirmam o crescimento da Leading na África e na Europa (com destaque para o Báltico).

A Leading, estabelecida em 1928 e que agora conta com mais de 400 hotéis em 80 países (85% deles hotéis familiares e 95% administrados de forma independente), realiza todos os anos um sério e longo processo para decidir pela aceitação (ou não) de uma nova propriedade. Em comum, cada novo membro partilha da filosofia da associação em entregar experiências inspiradoras e encarar o conceito de luxo sempre um passo a frente – sempre abraçando, é claro, a essência e as raízes dos destinos nos quais estão inseridos.

Seu programa de fidelidade Leaders Club – que já oferecia a possibilidade de upgrades, noites grátis, café da manhã e tarifas especiais – foi recentemente reformulado e agora convida seus associados a descobrirem as delícias do programa “Insider Experiences”, que contempla experiências singulares e extremamente locais, cuidadosamente curadas em cada um dos mais de 400 hotéis de luxo que compõem o portfólio do grupo. De um dia entre vinhedos e gastronomia com o Cape Grace na Cidade do Cabo a um tour privativo no Pena Palace de Sintra após o fechamento do local para o público (com o Tivoli Palácio de Seteais), o menu de experiências deles é realmente inspirador.

“Neste programa, deixamos que cada hoteleiro fizesse o que sabe fazer de melhor: criar esperiências customizadas e memoráveis para seus hóspedes”, defende Phil Koserowski, VP de Desenvolvimento Digital e Marketing da Leading.  “Eles são especialistas em seus destinos e têm prazer genuíno em mostra-los para nossos hóspedes de maneira memorável, seja na primeira ou na quinta visita à cidade”. 

Em julho e agosto passados, tive o prazer de me hospedar em duas das onze propriedades da LHW em Paris: o clássico Hotel Barrière Le Fouquet’s Paris e o novíssimo Fauchon L’Hôtel. Hotéis extremamente diferentes entre si – em estilo, approach ao hóspede, localização, décor, história etc – mas com almas incrivelmente (e indubitavelmente francesas). Mais que francesas, propriedades realmente 100% parisienses.

O Hotel Barrière Le Fouquet’s Paris, com seus 81 quartos na esquina da avenue George V com a Champs-Elysées, a passos do Arco do Triunfo, é quase um marco na cidade. Parte da luxuosa cadeia francesa de hotéis Barrière e da Fouquet’s Brasserie, o hotel tem um pouco do clima hollywoodiano de outros tempos, mas é um verdadeiro oásis de sossego do lado de dentro. Quartos charmosos completamente redesenhados por Jacques Garcia (com direito a bebidas não alcoolicas e os snacks do minibar gratuitos), um café da manhã simplesmente adorável servido diariamente no Le Joy e uma equipe afinada, que memoriza rápido o nome do hóspede, são alguns dos elementos que fazem dele uma opção excelente na cidade. Dá pra ler minha review completa sobre o Hotel Barrière Le Fouquet’s Paris aqui.

O novo Fauchon L’Hôtel, o primeiro hotel da incontornável Fauchon Paris, fica ao lado da Madeleine e mescla o edifício histórico com décor ousado, sexy e contemporâneo do lado de dentro. Recepção feita charmosamente num lounge com macarrons e drinks, um perfume de ambientes desenvolvido exclusivamente para o hotel inspirado no famoso chá Marchand de Rêve da casa e o café da manhã servido diariamente no imperdível Grand Café Fauchon são apenas alguns dos seus atrativos. Os 51 quartos têm todos vistas panorâmicas para Paris, muita luz natural, janelas que de fato se abrem, Bosé speakers até no teto e um enorme bar customizado cheio de delícias gastronômicas by Fauchon sem custos. Dá pra ler minha review completa sobre o hotel aqui.

Até o final do ano, novas propriedades em diferentes destinos ainda serão adicionadas ao celebrado portfólio da Leading Hotels of the World. Vale lembrar que mais de 40 membros em 35 destinos foram premiados novamente este ano no Travel+Leisure World’s Best 2019 (incluindo o La Réserve Paris, sobre o qual já falamos aqui).

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Leela Palace New Delhi: terceiro melhor hotel urbano da Ásia

A esperada lista World’s Best Awards 2019 da Travel and Leisure acaba de ser divulgada e, como sempre, agita o mercado hoteleiro. Afinal, quem é que não quer ver sua propriedade figurando entre os melhores do mundo, segundo uma das mais prestigiosas publicações internacionais do setor?

A lista deste ano trouxe repetecos bem-vindos – como a escolha da rede Six Senses como a melhor rede hoteleira do mundo – , mas trouxe novidades que nos chamaram atenção. Como, por exemplo, o fato do The Leela Palace New Delhi ter sido escolhido o terceiro melhor hotel de todo o continente asiático.

Afinal, a Ásia é um dos continentes mais férteis do mundo para hotelaria de primeira linha. Veio de lá também o melhor hotel do mundo no ano passado, o Four Seasons Bali at Sayan (que considero também um dos melhores hotéis do meu mundo) e o vencedor deste ano, o Leela Palace Udaipur, na Índia.

A própria Índia é um país que preza pela hotelaria de altíssima qualidade, como já falamos aqui. E Delhi mesma tem vários excelentes hotéis de personalidades bem diferentes espalhados pela cidade toda – mas o Leela Palace merece, sim, estar entre os 100 melhores hotéis do mundo na lista da Travel and Leisure deste ano. Na categoria hotéis urbanos na Ásia, o Leela Palace New Delhi perdeu no ranking deste ano apenas para o novo Rosewood Beijing e para o Oberoi Mumbai.

O The Leela Palace New Delhi realmente superou todas as minhas expectativas durante minha hospedagem ali em abril último, durante um longo périplo indiano – e olha que já me hospedei em diversas pérolas da hotelaria indiana, inclusive na própria capital (como o incrível The Lodhi, do portfólio da Leading Hotels of the World).

O Leela Palace New Delhi segue o melhor estilo da hotelaria indiana, com excelência em serviços e acomodações super confortáveis – mas sem pecar em nenhum momento por excesso. Construído especificamente para ser um hotel de luxo, tem todos os seus móveis e objetos de décor feitos sob medida por artesãos locais – e chama atenção também pelo esmero nos muitos arranjos de flores espalhados pela propriedade toda.

Há certa opulência no lobby de entrada, mas os demais ambientes são bastante contemporâneos e cálidos, daquele tipo que faz o hóspede se sentir confortável rapidamente. Até mesmo a decoração dos quartos, que remete às vibes palacianas aqui e ali, são delicadas e aconchegantes – sua categoria standard tem os maiores quartos da cidade nesta categoria de entrada. Os quartos, aliás, têm excelente isolamento acústico, banheiros em mármore com banheira e chuveiro separados, cafés, chás e biscoitos cortesia e acesso ao sistema de mordomo.

A localização na área das embaixadas de Delhi permite deslocamentos razoavelmente fáceis tanto para o aeroporto como para zonas mais turísticas da cidade (e há muitas opções de restaurantes e compras nos arredores). Da bela rooftop pool com borda infinity no último andar – com água sempre mantida em perfeitos 26 graus – há vista panorâmica para Nova Delhi todinha.

São quatro restaurantes de especialidades diferentes (Internacional, Indiana, Japonesa e Italiana) abertos para almoço e jantar e um ótimo speakeasy bar, o Library Bar. O imenso buffet de café da manhã é servido diariamente no belíssimo Qube, inteiramente construído como um cubo de faces de vidro nos jardins do hotel – com décor cheio de espelhos que permite reflexos caprichados da paisagem externa no interior do restaurante. E ainda há um belo ESPA spa na propriedade.

Não fiquei hospedada em outros hotéis da rede Leela, mas a participação da unidade de New Delhi no World’s Best 2019 está corretíssima na minha opinião. A lista completa dos melhores hotéis do ano segundo a Travel and Leisure pode ser conferida aqui.

E dá pra conferir minha review completinha sobre o Leela Palace New Delhi aqui.

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