3 fatores que podem ajudar na reconstrução do turismo

Em todo o planeta, em 2020, o turismo sozinho perdeu 4,5 trilhões de dólares e 62 milhões de empregos. No Brasil dados da CNC dizem que o setor deixou de faturar R$ 473,7 bilhões em receitas desde o início da pandemia até dezembro de 2021[1]. Só em 2020 foram perdidas 476 mil vagas formais segundo o CAGED.

Existem alguns fatores fundamentais para que o setor possa se reconstruir e ser ainda melhor do que no período pré-crise. Em tempos de reconexão das pessoas observamos tipos de comportamento que se destacam; como das viagens com vários propósitos ou mistas. A facilidade de trabalhar de qualquer lugar também faz com que as viagens possam ter uma duração mais longa e gasto maior. E o foco no bem-estar e na segurança ainda são temas presentes na mente dos viajantes.

Alguns fatores nos levam a refletir o que pode ajudar a indústria de viagens e turismo a ser melhor do que no período pré-crise (para além do cenário macro-econômico global que impõe inflação e recessão econômica, invasão da Ucrânia e falta de mão de obra especializada na aviação civil.

O primeiro seria buscar entender a flutuação da demanda para adequar planos de metas e ajustes de custos das empresas. Basear-se em dados do mercado, estudos e nas informações da própria empresa faz a diferença. Precisamos então tomar decisões com base em dados e nas informações disponíveis.

Depois, entendo que precisamos usar mais as tecnologias como facilitadoras das experiências de viagens, especialmente para adequar cada etapa da jornada às necessidades do viajante. As empresas de turismo no Brasil, sobretudo as pequenas e médias, usam tecnologia para gestão, e ainda estão longe ao trazer opções de venda que facilitem a vida do viajante.

Por último, o desafio de desenhar viagens com propósito, onde a autenticidade cultural local deve estar no centro da experiência da viagem. Vejo que ainda nos limitamos aos modelos tradicionais, passeios sem personalização. E o que não faltam são opções locais de atividades que certamente podem ser inesquecíveis (além de trazer mais visitantes).

O que mais você soma a esses temas? Compartilha aqui conosco.


[1] CESARCANTEIRO. Turismo deixou de faturar R$ 473,7 bi com pandemia, diz CNC. Cnnbrasil.com.br. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/business/turismo-deixou-de-faturar-r-4737-bi-com-pandemia-diz-cnc/>. Acesso em: 4 jul. 2022.

Como enfrentar essa turbulência?

Os períodos de turbulência causados pelos anos de pandemia, e agora uma situação econômica global complexa, continuam sendo um desafio para a indústria de viagens e turismo. Soma-se a esse cenário a ofensiva militar da Rússia na Ucrânia e os altos custos do petróleo com uma inflação generalizada. A atividade turística é impactada também pelas interrupções das cadeias de suprimento globais aumentando os preços do transporte e das hospedagens.

O turismo internacional segue dando sinais de recuperação com destaque para a Europa. Entre abril e maio de 2021, 41 milhões de pessoas fizeram viagens internacionais.  Para o mesmo período de 2022 já existe uma estimativa da OMT de chegar a 117 milhões de chegadas internacionais. Quando olhamos para o período pré-crise, as chegadas internacionais de 2022 são projetadas para chegar entre 55% e 70% dos níveis de 2019.

Aqui no Brasil também temos um ano complexo vinculado ao cenário mundial e as eleições no final do ano. Mesmo com os juros altos e a inflação limitando a capacidade de compra das famílias as atividades de viagens seguem recuperando empregos e melhorando seu faturamento em relação a 2021. Os últimos dias têm sido de muita turbulência econômica.

E aí fica a pergunta: como enfrentar essa turbulência? 

Analisar dados, fatos e tendências tomando decisões baseadas em números é o início do trabalho que empresas e destinos fazem no atual momento. Não vejo como um momento de falta de rumo, mas sim de desafios e oportunidades que vamos buscando entender. Olhar para o setor de forma a entender quais são esses desafios exige uma visão multidimensional. Turismo sustentável como um negócio de longo prazo exige combinar várias dimensões e assumir riscos em cenários nebulosos. 

Para empresas e profissionais, segue o desafio de resolver problemas econômicos imediatos. Ao lado disso, tudo o que envolve a reconstrução do turismo deve considerar um ambiente de resiliência que envolve fatores econômicos, sociais e do ambiente natural. 

Fazer melhor significa entender e enfrentar riscos e adversidades. Fazer melhor significa entender o que pode vir pela frente. Significa aprender lições que possam sempre direcionar o turismo para um norte de longo prazo com muita resiliência.

Viagens a lazer + trabalho remoto=?

Jä falamos aqui nesse post que as viagens a negócios e eventos estão ganhando novos formatos. Nessa primeira reflexão, falamos das mudanças que o home office pode trazer para as relações de trabalho, e consequentemente, para os perfis de viagens a negócios e eventos. Essa semana, quero compartilhar algumas questões sobre o aprofundamento da combinação de viagens a negócios com lazer. Faz até algum tempo que já falamos sobre o ‘bleisure’, que é como a expressão é usada em inglês; indicando BUSINESS + LEISURE.

Não é novidade o fato de que as pessoas que viajam a negócios ou a eventos sempre agregam um tempo para passear e conhecer o lugar em que estão. O que o mercado acompanha são as mudanças nas viagens do corporativo, a quantidade de pessoas que estão de forma presencial nos eventos e os investimentos que as empresas estão voltando a fazer no setor. O que quero comentar está relacionado às mudanças, também na forma presencial de trabalho, as transformações demográficas no setor corporativo e a predominância de viagens a lazer.

Trabalho em qualquer lugar, conheço novos lugares

Aqueles profissionais que podem trabalhar de forma remota poderão ter novos hábitos de moradia e de viagens. Nesse caso, são as viagens a lazer, predominantes nos últimos 2 anos, que podem também fazer parte da jornada de trabalho. Por outro lado, as políticas das viagens corporativas também estão ficando mais adaptáveis. O próprio colaborador pode escolher e ajustar sua viagem. O CEO do AirBnb Brian Chesby afirmou recentemente que o escritório tal qual conhecemos acabou. Será que estar conectado e com um laptop (e um fone de ouvido) já não está nos possibilitando trabalhar de qualquer lugar ?

Estudos também mostram o desejo dos jovens talentos em trabalhar em empresas que oferecem viagens em seu escopo de trabalho. A ideia é conhecer lugares, interagir com colegas e outras comunidades para ganhar mais experiência. Trabalhar e viajar a trabalho é considerado uma experiência rica para empregados e empreendedores. Assim, já vemos uma relação inversa; quem viaja a lazer pode ficar mais tempo, continuar trabalhando e conhecer novos lugares: LAZER + NEGÓCIOS ou LAZER + TRABALHO REMOTO.

O que você acha dessa reflexão ?

Chegadas internacionais FUTURAS ao brasil

Temos acompanhado semanalmente a recuperação das chegadas internacionais aéreas ao Brasil. Segue me chamando a atenção a diferença da recuperação das chegadas da Europa em relação à América do Sul. Mesmo com um volume maior, os tradicionais países emissores de turistas ao Brasil, ou mesmo de destino dos brasileiros, seguem com retorno lento dos voos.

Os dados que a ForwardKeys disponibiliza para nossas análises demonstram que somente Portugal já retornou ao patamar de chegadas pré-crise em 2019. Com um share de 4,5% das chegadas futuras ao Brasil entre 18 de abril e 29 de maio, Portugal tem 15,6% de chegadas ao Brasil em relação ao mesmo período de 2019.

A Argentina, que já concentrou a grande maioria das chegadas de estrangeiros ao Brasil, está hoje com 21,7% das chegadas futuras entre 18 de abril e 29 de maio desse ano em relação ao níveis pré-crise. Alguns fatores que podem influenciar esse cenário são a tardia abertura das fronteiras durante a pandemia e a atual baixa oferta de voos entre os países. Os custos de operação das empresas aéreas, a entrega de aeronaves e a situação econômica de muitos países devem também impactar no cenário lento de recuperação. Dados apresentados pela ABEAR mostram que, o mercado internacional, “a demanda por voos (RPK) registrou retração de 47% em fevereiro, diante de igual período de 2019. A oferta (ASK), teve queda de 41,8% na mesma comparação. Assim, o aproveitamento das aeronaves mostrou redução de 7,1 pontos percentuais, para 72,2%. Ao todo, foram transportados 919,4 mil passageiros, um recuo de 54,3%”.

Dados recentes da IATA, mostram que no mês de fevereiro de 2022 (1) o tráfego internacional de passageiros (RPK Revenue pax.km – passageiros pagantes transportados vezes quilômetros) está -45,5% na comparação com o mesmo mês de 2019, o que mostra uma longa recuperação pela frente. Os mercados domésticos seguem sendo os grandes ativos na reconstrução do turismo mundial. É o que ocorre no Brasil, que tem 1,9% de share doméstico mundial. Segundo nota da ABEAR, “a demanda por voos domésticos em fevereiro, medida em passageiros-quilômetro transportados (RPK), registrou queda de 17% em relação ao mesmo mês de 2019. A oferta, calculada em assentos-quilômetro oferecidos (ASK), teve redução de 14,3% na mesma comparação. Com isso, a taxa média de ocupação dos aviões ficou em 79,9%, um recuo de 2,5 pontos percentuais. No total, foram transportados 5,6 milhões de passageiros, retração de 24,8%. As informações são da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)”(2).

(1) IATA

(2) ABEAR

Chegadas aéreas futuras ao brasil

Depois de 2 anos de queda nas chegadas internacionais de viajantes ao Brasil, no mês de março teremos chegadas aéreas de Portugal nos níveis de 2019. Ainda é um dados isolado, mas é um sinal de que podemos reconstruir um caminho de início de recuperação em 2022. Segundo dados recentes da Organização Mundial de Turismo, OMT e da IATA, a recuperação das viagens internacionais no mundo deve voltar ao patamar de 2019 somente em 2024.

Os dados abaixo, disponibilizados pela ForwardKeys, mostram que nas próximas 6 semanas (28 de fevereiro a 10 de abril), as chegadas aéreas internacionais ao Brasil estarão no patamar geral de -61% dos níveis de 2019. Interessante destacar que os países da América do Sul, tradicionais emissores ao Brasil como a Argentina, ainda têm patamar de recuperação inferior à Europa. Mesmo assim, o volume de chegadas da Argentina segue sendo o maior no período avaliado, seguidos pelo Chile, Portugal, Reino Unido e Alemanha. A imagem abaixo nos mostra os dados de chegadas aéreas futuras por país em relação ao mesmo período de 2019:

Turismo internacional, como tirar o Brasil do atraso ?

O tema sobre a chegada de visitantes estrangeiros ao Brasil é cercado de alguns paradigmas e também de vários fatores que ao longo da nossa história trazem o desafio de tornar nosso país um destino internacional.

Destaquei recentemente nesse post que em 2020 entramos em desvantagem na atração de estrangeiros porque no ano anterior. enquanto a média mundial de chegadas internacionais foi de +3.6%. o Brasil teve uma queda de 4.1%. Com todo o impacto da pandemia na restrição das viagens e, ainda, a maneira como o nosso país lidou com o tema sanitário e das vacinas, terão impacto de longo prazo em nosso cenário. Regredimos pelo menos 26 anos no número de estrangeiros que recebemos; assim como nas receitas desses visitantes.

Outro dado relevante, já que o ideal é olhar um determinado período de tempo quando avaliamos o desempenho de um destino turístico, é o fato de que entre 2000 e 2019 a média de crescimento das chegadas internacionais globais foi de +117%, enquanto o Brasil cresceu somente 20% no mesmo período (OMT, 2020). 

A pergunta que todos nós nos fazemos é: afinal como ter um trabalho de promoção do Brasil no cenário Internacional de forma a construir uma imagem que reflete o estilo de vida do brasileiro e proporciona aos visitantes uma experiência sensacional? Destaco aqui alguns pontos, podem até parecer simples mas são objetivos e óbvios:

O que fazer então?

  1. elaborar de forma participativa uma estratégia de inserção do Brasil na atração de estrangeiros com base em estudos dados e um posicionamento de longo prazo;
  2. inovar nas estratégias de marketing, deixando de conversar somente com os intermediários é determinar uma estratégia interativa com os visitantes potenciais nos principais mercados conectados ao Brasil;
  3. unificar o trabalho Internacional nas diversas esferas governamentais e privadas para somar esforços;
  4. aproveitar todas as tecnologias e ferramentas de comunicação e marketing digital disponíveis no mercado para mostrar as experiências culturais e naturais do Brasil, com destaque para o estilo de vida nacional e a brasilidade;
  5. estabelecer políticas públicas que tenham equipes técnicas via orçamento, e cooperação privada para que além de uma estratégia exista uma continuidade e uma permanente inovação na forma como podemos mostrar nosso país para o mundo.

Na sua opinião como podemos reverter esse quadro ? O que devemos fazer?

Inteligência no turismo, como é isso?

Ainda sobre o tema da digitalização do turismo, especialmente sobre o uso de dados para marketing e inteligência comercial, tive um bate-papo super esclarecedor com Jucelha Carvalho, CEO da Smart Tour.

o que é inteligência competitiva e inteligência de mercado?

Inteligência competitiva ou de mercado, são conceitos com muitas similaridades, e são diferenciados por dois aspectos principais, o foco da análise e a estratégia desejada.  A inteligência competitiva tem como objetivo avaliar de forma mais precisa a concorrência e fazer planejamento a longo prazo de forma a entender o cenário em que o turismo está inserido. Já a inteligência de mercado busca entender mais a fundo o comportamento dos consumidores em relação aos produtos e serviços turísticos. Podemos afirmar que os dois focos são importantes para a atividade turística, podem ser usados conjuntamente ou ainda com mais ênfase em um ou outro a depender dos objetivos de um destino ou de uma empresa específica.

A competitividade na atividade turística é tão forte atualmente que as organizações e empresas de ponta do setor investem cada vez mais em métodos e tecnologias que possam monitorar, entender e subsidiar esse ambiente disputado.  Os métodos e técnicas empregados utilizam a tecnologia para organizar e processar um conjunto de dados e informações que permitem fazer análises que propiciam às organizações desenvolverem uma escuta ativa e preventiva no ambiente de negócios.

O que isso muda em nosso negócio?

As grandes transformações do turismo mundial foram aceleradas a partir de 2020 com o advento da pandemia do novo Coronavírus, aumentando ainda mais as grandes mudanças que já vinham ocorrendo no comportamento dos consumidores e em seus hábitos de viagens. Pessoas ao redor do mundo ficaram mais tempo navegando nas redes sociais, aprendendo sobre novas tecnologias de comunicação online, e o comércio eletrônico vivenciou uma grande expansão para atender às necessidades das pessoas que se encontravam isoladas.  Este comportamento segue como uma tendência e uma realidade no consumo de viagens e turismo.

Todo esse cenário fez com que muitas transformações ocorressem na demanda turística global, tornando ainda mais difícil a projeção de cenários e trazendo cada vez mais a dependência de dados atualizados, informações em tempo real e estudos de demanda futura para o planejamento e a tomada de decisões dos destinos e das empresas ligadas à indústria. O uso da inteligência de mercado e da inteligência competitiva, é uma premissa para o sucesso dos destinos turísticos em todo o mundo.

Você pode ouvir mais sobre esse tema no podcast HUB TURISMO. Depois comenta aqui com a gente.

Aqui nesse post também falamos sobre esse tema, confere também.

Semelhanças entre 2021 e 2022

Desde que passamos a pensar como seria a recuperação do turismo esteve presente a reflexão de que enfrentaríamos períodos de altos e baixos. E os dados e análises de cenários vêm mostrando um caminho desafiador desde julho de 2020 quando esse debate começou de forma mais intensa. Falamos disso nesse post aqui.

Depois de vivermos 2020 como o pior da história do turismo desde os anos 90, com uma queda de 73% nas chegadas internacionais e de -63% nas receitas; 2021 também se revelou desafiador. Esses dados da OMT ainda mostram -72% (queda) nas chegadas internacionais em relação a 2019; e somente +4% em relação a 2020. Em fevereiro de 2021 a curva de chegadas parecia decolar de forma lenta, e em agosto já veio a queda apressada, conforme imagem abaixo. A curva de abril a novembro segue uma tendência nos 3 anos, com grandes diferenças nos quatro primeiros meses do ano.

Fonte: Barômetro da OMT, janeiro 2022.

Destaques de 2021:

O “bom” desempenho da Europa, Americas e do Caribe (com a melhor performance) são as evidências do ano passado. A recuperação da indústria internacionalmente foi fraca, e a confiança nas viagens vai melhorando na medida em que avança a vacinação. A facilitação nas fronteiras segue a vacinação e as testagens, o que vai trazendo condições de recuperação gradual. As viagens domésticas acabam tendo força no mundo inteiro, e as de curta distância prevalecem na Ásia Pacífico. A Ômicron já assume protagonismo pelo mundo.

Em 2021 a OMT registra um aumento nos gastos em viagens internacionais e permanências mais longas. O trabalho remoto vem se consolidando, o que facilita estar em qualquer lugar para aqueles profissionais que não precisam de presença. Não vejo essa tendência no Brasil com clareza.

DESAFIOS 2022:

Viver na gangorra parece ainda ser uma realidade desse ano, apesar de que as quedas parecem mais “previsíveis” depois do que vivemos em 2020 e 2021. Dados atualizados, acompanhamento diário de vendas e adaptabilidade ainda são as palavras que me parecem precisar de ênfase em nossos negócios. O contínuo crescimento das tecnologias sem toque, o comércio eletrônico e a certificação de COVID são as ferramentas mais eficientes no dia-a-dia de nosso trabalho no início de 2022. As projeções do Painel de Especialistas da OMT esse ano mostram mais otimismo com a recuperação da Europa e das Américas. O turismo internacional, na opinião da maioria dos especialistas, deve retomar aos níveis pré-pandemia em 2024; projeção também de associações globais de turismo.

Tendências

Segue o doméstico como rei, viagens mais próximas de casa. As tendências seguem com atividades de natureza, atividades ao ar livre e reservas mais próximas da data das viagens. Também experiências autênticas, responsabilidade ambiental e social seguem como preocupações e critérios de avaliação dos viajantes. De olho. O que você tem notado desde seu dia-a-dia?

3 pontos de atenção no marketing digital do turismo

Sim claro, sabemos da importância da presença dos produtos e serviços turísticos nas estratégias de marketing digital. Quem não quer conversar com pessoas em qualquer lugar do mundo? Aumentar a visibilidade? Melhorar a experiência do cliente? Unificar a promoção pública e privada de forma cooperada?

Algumas experiências recentes no mercado brasileiro, no entanto, mostram muitas dificuldades e desafios para que os caminhos da digitalização e uso de tecnologias nas pequenas e médias empresas e nos destinos turísticos do Brasil tenham competitividade. Ainda que existam exceções. Vamos falar de 3 pontos de atenção.

  1. ESTRATÉGIA: As empresas de pequeno porte e os destinos ainda trabalham sem um plano de negócios, sem uma estratégia definida de onde querem chegar. No caso dos destinos, até podem ter Planos de Marketing, mas que não se transformaram numa metodologia de trabalho incorporada na equipe; que sofrem mudanças sem critérios junto com as mudanças de gestão. Não ter uma estratégia é andar sem destino e sequer saber se a estrada está boa, se vai conseguir se sobrepor aos obstáculos, se terá água e comida pelo meio do caminho. Diante desse cenário, fica difícil entender o poder de transformação das tecnologias e a mudança que estas trazem em termos de equipes, ferramentas, prioridades de investimentos, etc.
  2. EQUIPES: Nas pequenas empresas, normalmente é o proprietário que cuida da gestão e do marketing. Nos órgãos públicos, pode existir a dependência das secretarias de comunicação (mais focadas na gestão pública interna) e ainda a falta de profissionais com capacitações voltadas às habilidades digitais mais básicas. O nível de conhecimento por parte das lideranças sobre tecnologias e seus benefícios pode ser insuficiente para avaliar os resultados dos investimentos em tecnologias e da digitalização do marketing. Falta ainda capacitação para habilidades básicas e apoio de treinamentos adequados.
  3. INVESTIMENTOS: Me refiro à ter no orçamento da pequena empresa ou do destino recursos direcionados aos investimentos em tecnologia e à capacitação permanente de equipe. Todas as dificuldades recentes desde 2020 com as grandes perdas financeiras e até fechamento de pequenos negócios torna esse desafio ainda maior. Os programas e movimentos voltadas à startups ou inovação no turismo ainda são restritos, e carecemos de maior divulgação e acesso a ferramentas já testadas, com custos acessíveis. Precisamos de financiamentos e grande investimento na digitalização e inserção de tecnologias no turismo nacional.

Como está esse cenário em sua empresa? Em seu destino? Você também pode acessar esse tema no podcast HUB TURISMO, abordamos outros aspectos. Acesse aqui.