Nordeste e desembarques internacionais em alta

O Nordeste segue sendo o destino de viagem doméstico preferido dos brasileiros, é o que informa a pesquisa do mês de agosto do Ministério do Turismo divulgada nesta semana. A região foi indicada como destino de 50,7% dos brasileiros que pretendem viajar num  horizonte de 6 meses.

Em agosto, pela primeira vez em 11 meses, a região Sul supera o Sudeste como destino de preferência dos entrevistados, com 18,5% da preferência. O que provavelmente ocorre porque os atrativos do Paraná, Santa Catarina e especialmente do Rio Grande do Sul (Natal Luz) estão sendo amplamente divulgadas.

No Sudeste, destinos do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo devem receber a visita de 17,3% dos brasileiros que planejam viajar até fevereiro de 2018.

De acordo com a pesquisa, a porcentagem de pretensão de viagem para os próximos seis meses na relação com a agosto do ano passado não sofreu alteração expressiva. Em 2016, 21,4% dos brasileiros manifestaram perspectiva de viagem, percentual que chegou a 21,7% em agosto deste ano.

A preferência dos viajantes brasileiros por transporte aéreo, por sua vez, demonstrou alta de 4% se levarmos em consideração o mês de agosto de 2016, chegando a ser a opção escolhida por 60,5% dos que querem viajar nos próximos 6 meses.

Enquanto isso…

No panorama doméstico da aviação, de acordo com o Ministério do Turismo, de janeiro a junho de 2017, foram registrados 44,2 milhões de desembarques nacionais, o que confere uma retração de 0,64% em relação ao mesmo período no ano passado.

Já os números de desembarque internacional do Brasil, ainda segundo o levantamento do MTur,  tiveram leve alta. O País registrou, no primeiro semestre, uma alta de 1,97% no número de chegadas internacionais, o que equivale a 5 milhões de desembarques a mais do que no mesmo período em 2016.

Seguimos acompanhando.

Vídeos imersivos: grande tendência digital

Visit Philadelphia

Os serviços de assessoria e consultoria para o Turismo têm mudado expressivamente ao longo dos anos e as formas de tornar destinos atrativos e alcançar turistas também têm acompanhado essas transformações.

Há, cada vez mais, uma busca pela aproximação na comunicação com os viajantes e os recursos online são a principal ferramenta para motivar pessoas a viajar.

Como consultora há mais de 15 anos no mercado, entendo que. assim como o Turismo, nós que fazemos o setor também não podemos parar. Na busca por novos aprendizados, encontrei no site da Econsultancy (plataforma de pesquisa, aprimoramento e treinamento em Marketing Digital) uma tendência que tem ganhado força no Turismo, no mundo inteiro: o vídeo imersivo.

O que são vídeos imersivos? São os vídeos de 360 ​​graus, apresentados em 2015 pelo Facebook e pelo YouTube e já experimentado por muitos destinos turísticos. Os benefícios são visíveis: se bem feito, o vídeo de 360 ​​graus permite que os espectadores “mergulhem” em um destino, bem como atividades ou eventos específicos, gerando um engajamento muito maior do que o vídeo padrão.

Alguns dos melhores exemplos de marcas de Turismo que usaram a ferramenta:

Excursão virtual da Filadélfia

Visit Philadelphia permite aos espectadores saltar para as vistas e sons da Filadélfia com uma série de vídeos imersivos dos pontos mais reconhecidos da cidade.

Os espectadores podem andar de skate ao longo da Ponte Benjamin Franklin, olhar ao redor de Elfreth’s Alley e experimentar o que é estar no meio da Washington Square. Com um formato de tela cheia, ele oferece uma ótima maneira de ter um vislumbre do que é realmente estar lá.

VisitLEX Horses

Lexington em Kentucky é conhecida como ‘país do cavalo’. O conselho de turismo da cidade, VisitLex, escolheu aprimorar esse atrativo nicho com um vídeo de 360 ​​graus, Horses.

O vídeo conduz os espectadores ao mundo dos cavalos, permitindo que eles tenham uma visão 360 ​​graus de um dia de corrida, a preparação dos animais e os campos em que eles vagam. Ao se concentrar nisso e não na localização geral, o VisitLex pode segmenta o alvo, atingindo um público muito mais específico.

https://www.youtube.com/watch?v=4bx-RXegHus

British Columbia: Whistler Within

A Columbia Britânica, província canadense, usa muita ação para no roteiro do seu vídeo de 360 ​​graus, Winter Within, mostrando aos espectadores exatamente como é esquiar na área. De fato, ao permitir que os espectadores naveguem onde quer que escolham, acaba oferecendo uma visão do que os próprios esquiadores desfrutam.

https://www.youtube.com/watch?v=VVRAB4eoPbk

Os vídeos tour de 360 ​​graus pode servir para um propósito funcional, de inserir o futuro visitante no destino e fazê-lo conhecer a paisagem, a fim de torná-la ainda mais atrativa. Essa tecnologia, quando aplicada aos vídeos de aventura, transmite uma emoção diferente da simples observação, passando um pouco da adrenalina ao turista. Em ambos os casos, os vídeos 360º são uma tendência de marketing de destinos para os próximos anos.

Em breve trarei mais tendências digitais para a indústria de viagens e Turismo. Continuamos atentos ao setor.

 

O efeito “Trump slump”


Enquanto mais pessoas estão viajando no mundo todo (de acordo com a UNWTO), cada vez menos turistas estão escolhendo os Estados Unidos como destino. É o que informam os dados da U.S. Travel Association (Associação de Viagens dos EUA): as chegadas de turistas internacionais caíram abruptamente na terra do Tio Sam desde o começo de 2017.

No primeiro trimestre desse ano, a associação informou o número de 7,3 milhões de chegadas de visitantes internacionais (excluindo Canadá e México), ou seja, uma queda de 7,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O decréscimo foi notado em quatro dos primeiros sete meses do ano, mas foi mais percebido nos meses de fevereiro e março, que apresentaram queda de 6,8% e 8,2%, respectivamente.

A queda de desembarques internacionais nos EUA alimenta o receio de que a política vigente esteja afastando os turistas, sendo um dos efeitos “Trump slump”. Principalmente porque as quedas foram mais observadas nos meses seguidos à posse do presidente norte-americano.

A queda mais acentuada veio dos turistas do Oriente Médio; a já esperada diminuição é resultado da chamada “proibição muçulmana”, norma da administração Trump que afeta viajantes do Iraque, Irã, Síria, Iêmen, Sudão, Líbia e Somália e entrou em vigor ainda em janeiro, logo após Trump assumir a presidência.

Os países do Oriente Médio estão longe de ser os principais emissores de turistas para os EUA, mas ainda assim, prevê-se que o país americano irá perder, até o final do ano, a receita de mais de $350 milhões de dólares de turistas de países muçulmanos.

Ainda, as visitas aos EUA dos viajantes mexicanos  (cujo país de origem é o principal alvo do sistema anti-imigratório da atual Casa Branca) diminuíram também este ano, apresentando queda de 7% no primeiro semestre.

Além disso, o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) também acredita (declaradamente!) que as políticas do presidente estão tendo um efeito resfriador no turismo vinculado aos EUA,  não apenas por parte dos países afetados pela proibição muçulmana, mas também de outras partes do mundo.

De acordo com UNWTO, foi registrado no Barômetro do Turismo de 2017 uma alta de 4% no número total de desembarques internacionais nos Estados Unidos. Mesmo assim, as organizações do Turismo americano preveem uma leve queda no fechamento deste ano.

Força do dólar

Em contrapartida, subjacente ao declínio no turismo vinculado aos EUA, tem sido o dólar forte, o que torna os EUA mais caro para os estrangeiros visitarem. A queda dos visitantes nos EUA pode ser produto da combinação do reflexo da política Trump com a força da moeda americana.

Brasileiros nos EUA

Em 2016, os Estados Unidos receberam 1,69 milhão de turistas brasileiros. O número é o menor desde 2011 e 24% abaixo do que o registrado em 2016, mas ainda assim expressa 2,2% do total de turistas no país durante o ano passado.

Para 2017, a previsão é de que esse número caia ainda mais: a Associação de Viagens dos EUA prevê uma queda de 23% na chegada de visitantes brasileiros. Entretanto, como não é tão difícil observar, é provável que esta queda seja consequência não da política Trump, mas resultado de nossas próprias políticas.

Seguimos acompanhando.

Turismo internacional tem maior crescimento em 7 anos

Ontem, a Organização Mundial do Turismo (OMT – UNWTO) divulgou a edição de agosto de 2017 do Barômetro Mundial de Turismo, uma análise global do setor no período de janeiro até junho de 2017.

Mundialmente, o Turismo internacional teve o seu primeiro semestre mais forte desde o ano de 2010, de acordo com relatório: destinos de todo o mundo receberam 598 milhões de turistas nesses primeiros seis meses de 2017  (cerca de 36 milhões de mais do que no mesmo período de 2016, resultando um crescimento de 6%, superando a tendência dos últimos anos -cuja alta foi de 4% em 2010).

Sobre o Brasil

Ainda segundo o World Tourism Barometer, a metade de 2017 foi de recuperação para o Brasil, já que, de acordo com dados do relatório, o nosso país teve “uma forte recuperação em demanda” nesse primeiro semestre de 2017.

Outro destaque para o Brasil são as despesas dos turistas brasileiros no exterior, que cresceram 35%, após alguns anos de declínio. Possivelmente, temos esse crescimento como um reflexo da estabilidade do câmbio e baixa do dólar (que esteve pela casa dos R$ 3,06 em março deste ano), tornando os gastos no exterior mais atrativos e estimulando as viagens para fora do país.

América do Sul

Dentre as Américas, a América do Sul foi a que apresentou o maior resultado positivo, de acordo com a OMT. Em desembarques internacionais, o aumento foi de 6%, quando comparado ao primeiro semestre do ano passado

Com crescimento de dois dígitos nos números de chegadas internacionais temos o Uruguai (+ 27%), Colômbia, (+ 20%), Chile (+ 17%) e o Paraguai (+ 12%). A OMT informou que não há informações ainda sobre desembarques internacionais do Brasil e da Argentina no período de janeiro a junho de 2017.

A primeira metade do ano geralmente representa cerca de 46% das chegadas internacionais anuais totais, tendo o segundo semestre três dias a mais e incluindo a alta temporada do Hemisfério Norte meses de julho e agosto.

Em uma análise primária, é possível afirmar que o Brasil tem mostrado um crescimento saudável e um Turismo resiliente, dados os períodos de instabilidade que o setor tem atravessado. Ainda há muitos desafios a serem superados e metas a serem alcançadas, mas, globalmente falando, nosso Turismo tem caminhado relativamente bem no primeiro semestre de 2017.

Seguimos acompanhando de perto.

Veneza sitiada

Nessa onda de aversão à chegada de turistas em um destino, ocasionada pelo crescimento desenfreado de visitantes e a subsequente falta de controle dos seus efeitos nos destinos “supervisitados”, há uma série de medidas já propostas e outras a serem estudadas na tentativa de minimizar os desconfortos sem que o turismo saia prejudicado.

Veneza está entre as cidades que têm caminhado contra o número de turistas: a romântica cidade italiana, segundo os habitantes locais, tem se tornado um destino puramente de visitação, algo como um “parque temático”. Claro que, a alusão (por enquanto) é uma forma de expressar o quanto a chegada de hordas de turistas tem afetado os habitantes da cidade que eram 170 mil em 1951 e hoje são apenas 50 mil, na região das ilhas.

Tendo 50 mil habitantes, a cidade tem recebido o gigantesco número de 20 milhões de turistas por ano, ou seja, mais de 50 mil visitantes por dia.

Além de adotar e estudar medidas que controlem alguns efeitos, como proibir abertura de novas lojas de fast food e limitar o número de visitantes ao centro da cidade, o destino também precisa ter criatividade para lidar com a má educação e desrespeito aos patrimônios históricos locais por parte alguns visitantes.

Com o objetivo de conter turistas que levaram a cidade aos noticiários enquanto  tiravam as roupas e se lavavam em fontes medievais, urinavam nas ruas, mergulhavam nos canais, saltavam de pontes históricas entre outras imprudências, a A Universidade Ca’Foscari está criando uma campanha de conscientização, um tutorial para turistas com o tema  “Como respeitar Veneza”.

O projeto contará com elaboração de pequenos vídeos com as orientações, que serão apresentados em um festival de curtas audiovisuais em Março de 2018, em Veneza. Após a estreia, os vídeos serão distribuídos a agências de turismo, companhias e divulgados em canais e redes sociais da cidade.

O projeto conta com a liderança de Hiroki Hayashi, nome conhecido na direção e arte de jogos, filmes e desenhos de animação.

Numa época em que é preciso chamar a atenção de alguns visitantes para que estes tenham mais respeito à cidade em que estão de passagem, será que a campanha trará resultados na difícil tarefa de educar os turistas em massa? Teremos que esperar para ver.

Seguimos acompanhando.

Brasileiros voando mais

A intenção do brasileiro em viajar de avião aumentou 3 pontos percentuais de acordo com a última pesquisa de Sondagem do Consumidor  – Intenção de Viagem, do Mtur, divulgada ontem. O resultado mais recente, de julho, informa que, dos brasileiros que pretendem viajar num horizonte de 6 meses, 62% pretende ir de avião, intenção maior do que a observada em junho deste ano (que foi de 57%).

Já a intenção de viajar de automóvel e de ônibus caiu 2 pontos percentuais cada uma em julho, se compararmos a junho deste ano.

A preferência pelo o transporte aéreo também é uma das maiores do ano, que chegou a ter 50% das intenções no início de 2017. Paulatinamente, os brasileiros têm mostrado mais confiança econômica para realizar viagens, o que tem movimentado o ramo da aviação. Entretanto, o momento ainda é de incertezas por aqui.

Mas, por enquanto, está dando pra ser otimista: de acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), em julho deste ano houve um crescimento de 3,83% na busca por voos domésticos e de 4,43% no volume de passageiros transportados, somando 8,6 milhões viagens realizadas. Esse percentual obtido quando comparado o mês de julho de 2017 a julho do ano passado.

Ainda segundo a ABEAR, além da procura, a oferta de transporte oferecida por companhias como Avianca, Gol, Latam e Azul teve um aumento de 4,59% em relação a julho do ano passado.

Atualmente, o governo possui a meta de chegar a 100 milhões de brasileiros viajando em 2022. Nos dias de hoje, esse número é de 60 milhões. A que velocidade precisamos andar para conseguir os 100 milhões? Será que, em menos de 5 anos, conseguiremos o feito, dado o momento político e econômico que (ainda) temos atravessado?

Enquanto não temos respostas, seguimos fazendo o turismo da melhor forma que sabemos e acompanhando de perto todos percalços e estímulos do setor.

Como sua empresa se comporta nas redes sociais?

Graças às redes sociais, hotéis, serviços de turismo e destinos nunca foram tão expostos quanto são agora. Há um diálogo constante entre consumidores e empresas nesse terreno e o posicionamento das diversas áreas do turismo deve ser sim, alvo de atenção! O planejamento do comportamento em mídias sociais como Instagram, Facebook, Twitter, LinkedIn e outros é uma das ferramentas mais eficazes para divulgação orgânica (espontânea).

Pensando nisso, trago aqui uma breve compilação (oriunda do desenvolvedor de pesquisas Clutch.co e outros artigos online) de 4 dicas práticas e simples que são pilares para o desenvolvimento estratégico no solo das redes sociais. Vale a pena dar uma conferida!

  1. Invista no relacionamento: Certifique-se que a sua empresa/marca está ativa nas redes sociais. Identifique o que há de mais memorável e os pontos fortes dos seus serviços lembrando sempre que o que é oferecido nas redes sociais deve condizer com o que é entregue pela sua marca. As redes sociais acabam tornando-se um “SAC virtual”, onde futuros clientes perguntam sobre preços, viabilidade e disponibilidade, entre outras dúvidas. É importante estar atento e responder sempre com cordialidade, para que a repercussão da imagem da marca seja positiva.
  2. Comunique-se visualmente e com objetividade: Uma das tendências dos novos viajantes é a objetividade. Nas redes sociais, um texto claro e direto vale ouro. Não há necessidade de floreios, principalmente se a legenda vier acompanhada de uma boa imagem. Aliás, a imagem é o que fica em primeiro plano nas mídias sociais e, por isso, deve ser pensada com carinho, levando-se sempre em consideração a conexão do conteúdo com a marca. Não dá pra postar foto de “Bom dia” com bonecos de desenho animado em uma rede social de hotel, por exemplo; ao invés disso, dá pra tirar uma foto da paisagem do hotel ao nascer do sol ou do destino em que ele se encontra ou mesmo do café da manhã que ele oferece. Lembrando sempre: não crie expectativas que não podem ser cumpridas.
  3. Encare as redes sociais como um canal de vendas: Estar ativo nas mídias sociais não quer dizer apenas que sua empresa aderiu à “modinha”. As redes sociais devem ser vistas como uma ferramenta valiosa de divulgação do seu serviço e que agrega valor à imagem da sua marca no meio virtual. Uma postagem bem elaborada e bem direcionada em uma rede social pode obter mais efeito positivo do que uma publicidade, por exemplo.
  4. Um profissional faz toda diferença: Para ter resultados efetivos, a ajuda de um profissional deve ser sempre considerada. Seja em consultoria ou na criação dos conteúdos, o direcionamento estratégico de um profissional qualificado pode ser um diferencial no posicionamento da sua marca/empresa nas redes sociais.

Como a sua empresa/marca tem se posicionado nas redes sociais? Que outra dica pode ser valiosa na hora de iniciar o relacionamento com futuros e antigos clientes nas mídias? Compartilhe.

O Brasil que descobre Portugal

Ainda nessa semana, o Banco Central divulgou o expressivo  aumento de gastos de brasileiros no exterior no último mês de julho (período em que o valor da despesa cambial cresceu 38% em relação a julho de 2016) e, simultaneamente a este dado, dos países mais procurados pelos brasileiros, temos sido fortes contribuidores da receita do turismo de Portugal.

De acordo com dados do Banco de Portugal, os brasileiros deixaram por lá 58% a mais no primeiro semestre de 2017, sendo os brasileiros a nacionalidade com o maior aumento de gasto em terras lusitanas. Turistas brasileiros gastaram, de janeiro a junho de 2017, mais de  € 270 milhões em Portugal, engordando a receita do país, que já ultrapassa a marca dos € 1 bilhão.

O Brasil é um dos principais emissores de turistas de Portugal (o quinto maior) e o número de brasileiros no país europeu tem aumento cada vez mais. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE) de Portugal, o número de dormidas de turistas brasileiros nos hotéis portugueses no primeiro semestre deste ano foi para 951 mil, com um crescimento de 55,4% em comparação com a primeira metade do ano passado.

O número de turistas brasileiros no país também é crescente: aumentou em 60% neste primeiro semestre. Se o ritmo de crescimento permanecer o Brasil irá superar os 624 mil viajantes do ano de 2016.

O aumento crescente pela procura de brasileiros por destinos portugueses, além da facilidade do idioma, é também fruto da manutenção de um importante relacionamento comercial entre os dois países, que é ratificado na indústria de viagens e turismo com criação de vôos diretos e parcerias de serviços do setor.

O gasto do brasileiro nas férias

Os brasileiros gastaram 1.878,90 bilhão de dólares em viagens e turismo no exterior em Julho, um dos meses mais fortes de férias por aqui, informa o Banco Central do Brasil. Com o montante, o mês de julho atingiu um novo máximo desde Janeiro de 2015.

Relativamente ao mesmo mês em 2016, os gastos aumentaram 38%, ou seja,  mais de 500 milhões de dólares, elevando assim média deste ano. Os números de julho também fazem a despesa cambial de 2017 ultrapassar os dez bilhões de dólares, atingindo os U$$ 10.684,24 bi.

Um dos grandes influenciadores do aumento da despesa cambial tem sido a desvalorização do dólar, que chegou a valer R$ 3,11 no mês passado, tornando os gastos exterior mais atrativos e estimulando as viagens para fora do país.

Intenção de viagem

Segundo a pesquisa do MTur de Sondagem do Consumidor e Intenção de Viagem, no mês de junho deste ano, quase 20% dos entrevistados que afirmaram planejar viajar nos próximos 6 meses pretendiam realizar uma viagem internacional. Em relação à junho do ano passado, o número de turistas brasileiros que pretendiam viajar para o exterior no horizonte de 6 meses correspondia a 16% do total.

Receita cambial

Já os gastos dos estrangeiros no Brasil tiveram queda em julho deste ano, em relação ao mesmo mês de 2016. Como se mostrou previsível, a receita cambial obteve o percentual negativo de 5,54%, correspondendo ao valor de U$$ 440 milhões.

A queda não foi surpresa, visto que os dados do mês de julho no ano de 2016 foram fortemente impulsionados pela realização dos Jogos Olímpicos no País. Seguimos acompanhando.

Entre o terrorismo e a renovação do turismo

Envolvidos com o turismo ou não, todos temos acompanhado a onda de terrorismo que vem se interpondo entre disputas políticas, econômicas e socio-culturais na Europa.

O último atentado, cujo alvo foi a cidade de Barcelona (um dos destinos mais visitados do mundo inteiro), foi o 7 deste ano no continente europeu e o mais recente de uma série ataques à Europa ao longo dos últimos dois anos.

O turismo é a indústria da paz. É sobre receber o que vem de longe, abraçar o desconhecido, aceitar o incomum e se surpreender com o novo.

Nesta segunda-feira (21), cerca de 1300 membros da comunidade muçulmana manifestaram-se nas ruas de Barcelona para condenar “a barbárie e a insanidade” alavancadas por ataques terroristas. A mensagem é clara: é importante que haja separação do islamismo como religião do terrorismo religioso. A questão social que se apresenta é também um dos pontos a serem considerados.

Barcelona, que já atravessava um momento delicado no turismo, terá de lidar com as consequências do imprevisível, assim como fizeram outras cidades atingidas por ataques, como Paris, por exemplo. O desempenho do setor, tão importante para a economia da cidade (representando 12% do PIB), terá que ser acompanhado ainda mais de perto.

Já comentei aqui no blog o quanto é espantoso que, diante da evolução das relações pessoais, tecnológicas e diplomáticas, ainda precisemos discutir terrorismo e soframos com as consequências dos ataques. Em contrapartida, o Turismo é uma das formas mais consistentes de se combater a intolerância, os preconceitos e de respeitar as diferenças.