Semelhanças entre 2021 e 2022

Desde que passamos a pensar como seria a recuperação do turismo esteve presente a reflexão de que enfrentaríamos períodos de altos e baixos. E os dados e análises de cenários vêm mostrando um caminho desafiador desde julho de 2020 quando esse debate começou de forma mais intensa. Falamos disso nesse post aqui.

Depois de vivermos 2020 como o pior da história do turismo desde os anos 90, com uma queda de 73% nas chegadas internacionais e de -63% nas receitas; 2021 também se revelou desafiador. Esses dados da OMT ainda mostram -72% (queda) nas chegadas internacionais em relação a 2019; e somente +4% em relação a 2020. Em fevereiro de 2021 a curva de chegadas parecia decolar de forma lenta, e em agosto já veio a queda apressada, conforme imagem abaixo. A curva de abril a novembro segue uma tendência nos 3 anos, com grandes diferenças nos quatro primeiros meses do ano.

Fonte: Barômetro da OMT, janeiro 2022.

Destaques de 2021:

O “bom” desempenho da Europa, Americas e do Caribe (com a melhor performance) são as evidências do ano passado. A recuperação da indústria internacionalmente foi fraca, e a confiança nas viagens vai melhorando na medida em que avança a vacinação. A facilitação nas fronteiras segue a vacinação e as testagens, o que vai trazendo condições de recuperação gradual. As viagens domésticas acabam tendo força no mundo inteiro, e as de curta distância prevalecem na Ásia Pacífico. A Ômicron já assume protagonismo pelo mundo.

Em 2021 a OMT registra um aumento nos gastos em viagens internacionais e permanências mais longas. O trabalho remoto vem se consolidando, o que facilita estar em qualquer lugar para aqueles profissionais que não precisam de presença. Não vejo essa tendência no Brasil com clareza.

DESAFIOS 2022:

Viver na gangorra parece ainda ser uma realidade desse ano, apesar de que as quedas parecem mais “previsíveis” depois do que vivemos em 2020 e 2021. Dados atualizados, acompanhamento diário de vendas e adaptabilidade ainda são as palavras que me parecem precisar de ênfase em nossos negócios. O contínuo crescimento das tecnologias sem toque, o comércio eletrônico e a certificação de COVID são as ferramentas mais eficientes no dia-a-dia de nosso trabalho no início de 2022. As projeções do Painel de Especialistas da OMT esse ano mostram mais otimismo com a recuperação da Europa e das Américas. O turismo internacional, na opinião da maioria dos especialistas, deve retomar aos níveis pré-pandemia em 2024; projeção também de associações globais de turismo.

Tendências

Segue o doméstico como rei, viagens mais próximas de casa. As tendências seguem com atividades de natureza, atividades ao ar livre e reservas mais próximas da data das viagens. Também experiências autênticas, responsabilidade ambiental e social seguem como preocupações e critérios de avaliação dos viajantes. De olho. O que você tem notado desde seu dia-a-dia?

AVALIANDO CENÁRIO ATUAL COM DADOS

Primeiro trimestre de 2020 aponta queda de 22% nas chegadas internacionais de viajantes pelo mundo; relato da OMT também mostra a diminuição de 19% nas chegadas à América do Sul. A perda de receitas globais do turismo pode chegar a US$ 1,2 trilhões esse ano e os empregos diretos em risco podem chegar a 120 milhões em todo o planeta.

Photo by Mathew Schwartz on Unsplash

Tudo bem, sei que você não está querendo ouvir notícias ruins, pois o cenário já está bastante difícil e está sendo bombardeado com informações difíceis de digerir. Quero te convidar a avaliar os números recentes sobre o impacto da COVID-19 na indústria de viagens e turismo porque estou, assim como você e todos em nosso setor, na torcida e com as mãos na massa para a retomada, e só acredito em cenários quando eles são baseados em números e avaliações consistentes. Considero então que devemos entender o que está passando no planeta para olhar para o futuro do turismo.

Dados de hoje (18 maio 2020), divulgados pela Organização Mundial de Turismo, OMT mostram os primeiros números coletados para o primeiro trimestre de 2020 nas chegadas internacionais de viagens: uma queda global de janeiro a março de 22%. A Ásia-Pacífico é a região mais impactada, pois lá a epidemia chegou mais cedo do que nos demais países, uma diminuição de 35%; as Américas tiveram uma queda de 15% com a sub-região América Latina foi mais impactada, – 19%. Destaca-se que somente o mês de março registrou -57% nas viagens, e fevereiro, -9%. Veja as imagens abaixo:

As projeções da OMT levam a uma diminuição entre 58% a 78% das viagens mundiais em 2020, a depender de como o cenário evolui, especialmente na contaminação e re-abertura progressiva dos países e suas fronteiras. Nas divisas geradas pelas viagens internacionais, a perda pode chegar a US$ 1,2 trilhões, a maior queda registrada historicamente no setor. O setor ainda projeta que o impacto no turismo coloca hoje cerca de 100 a 120 milhões de empregos diretos em risco.

Outras entidades e pesquisas também trazem números que são importantes conhecer. A International Air Transport Association, IATA mostrou uma diminuição de 22% na demanda de passageiros de janeiro a março no mundo, sendo somente em março uma queda de 56%; a projeção para o ano de 2020 é de diminuição de 48%. Estudos sobre os quais a PIRES INTELIGÊNCIA EM DESTINOS E EVENTOS teve acesso em abril mostram que as buscas por viagens aéreas no Brasil começaram a cair em março (-6,6%) e já à partir de abril e maio registraram queda de -36% e -46%, respectivamente. A demanda internacional da Europa, por exemplo, em abril já registrava queda de 31% em relação ao mesmo período de 2019.

Hoje o Brasil tem 8,5% de sua frota de aeronaves voando, e diversas empresas aéreas nacionais e internacionais anunciam a retomada gradual de voos no início de junho, a depender da abertura de fronteiras hoje fechadas no país. Você pode ouvir mais sobre o cenário de aviação no podcast HUB TURISMO, episódio 7, quando conversamos com Eduardo Sanovicz, Presidente da ABEAR.

Seguimos acompanhando os dados futuros, lembrando que a FowardKeys, empresa espanhola de big data para antecipação de demanda mostrou que para os meses de junho, julho e agosto temos no Brasil uma queda de 51.7% nas reservas com confirmação até 2 de maio de 2020 em relação ao mesmo período de 2019.

Podemos ou não ter mais estrangeiros ? (parte 1)

Photo by Matthew Smith on Unsplash

Afinal, por que o Brasil não tem um número maior de visitantes estrangeiros? Vamos fazer alguns posts sobre o tema e adoraríamos ter as opiniões dos profissionais de turismo do país. Nossa conversa não tem cor, não tem julgamento, só busca a melhor compreensão.

Particularmente amo esse debate, porque ele parece simples, mas exige análises de diversos ângulos, depende de fatores ligados diretamente ao turismo e de outros sobre os quais não temos qualquer governança. E sua compreensão e solução, acima de tudo, depende da contribuição de diversos profissionais brasileiros que possuem experiência com o mercado internacional. Afinal, qual o objetivo de fazer esse bate papo? Atrair mais estrangeiros, gerar mais negócios para os que trabalham no setor, gerar empregos; fazer o turismo maior aliado na recuperação da economia nacional.

Vamos parar de fazer comparações esdrúxulas ou repetir versões equivocadas sobre o número de turistas que visitam a Torre Eiffel e o Brasil, ou que visitam a Espanha ou França e o Brasil; não dá para comparar, é preciso entender.


Junto com o debate do número de estrangeiros, é primordial fazer o debate sobre seus gastos nas viagens ao Brasil. Já está mais do que batido relembrar que somente o número de pessoas que chegam não pode ser um indicador de sucesso do turismo, somos nós, profissionais da área que precisamos enfocar esses aspectos. Estão espalhados pelo mundo diversos exemplos de lugares que NÃO QUEREM MAIS TURISTAS, ver sobre overtourism aqui. E ainda tem outro aspecto, os órgãos de turismo pelo planeta afora, e as empresas do setor, usam dados do passado (séries históricas) para entender o movimento temporal dos volumes de visitantes; mas o que vale hoje é antecipar a demanda, usar big data para saber sobre o futuro, planejar e manejar fluxos e comportamentos de visitantes. Na verdade, o Brasil praticamente não tem dados de séries históricas passadas sobre turismo, imagina quanto tempo levaremos para pensar e agir direcionados ao futuro.

Bem, mas aqui vai o debate. Quero iniciar com números, falando do volume de chegadas de estrangeiros ao Brasil, para nos próximos posts, falaremos dos principais temas importantes nesse problema que estamos tentando desvendar. Fui atrás dos dados existentes sobre a chegada de estrangeiros ao Brasil, que segundo o Ministério do Turismo iniciaram a ser compilados em 1989. Eis as informações que considero mais relevantes, lembrando que não vale analisar friamente o aumento de um ano para outro, o turismo trabalha com séries de no mínimo 5 e 10 anos. Números isolados podem ser chatos, mas são a base para começarmos nossa conversa; lembrando ainda, existem números e números…

  • em 1989 o Brasil recebeu 1,4 milhão de turistas e um ano depois, 1990, foi 1,91 milhão, um aumento de 22%
  • em 1995 foram quase 2 milhões
  • no ano 2000 recebemos 5,3 milhões de visitantes, aumento de 165% desde que os dados começaram a ser coletados
  • entre 2005 e 2010, ficamos na faixa dos 5,3 e 5,1 milhões a cada ano, depois começamos a aumentar em média 4% ao ano (2011 a 2013)
  • 2015: 6,3 milhões de turistas
  • 2018: 6,6 milhões de visitantes

Veja a tabela abaixo com os anos, volumes e percentuais de aumento ou diminuição. A elaboração é nossa em diversas fontes como MTUR, OMT.

FONTE: Pires Inteligência em Destinos e Eventos, 2018

Se fizermos uma média, desde 1989 até 2018, entre altos e baixos, teremos 16% de crescimento ao ano; no entanto, alguns anos deram saltos de 20%, 22% e até 33%. Outros anos, as quedas foram de 22%, 6% e 1%. A série que analisamos tem curvas ascendentes e descendentes bastante sinuosas, o que terá que nos remeter a uma análise de alguns períodos, como por exemplo: 2006 a Varig deixa de voar, e perdemos milhares de assentos no mercado internacional (-6% de turistas); em 2009 uma grave crise econômica mundial e a H1N1, caímos quase 5%. Em 2014 foi a Copa, crescemos 11%; em 2015 a diminuição de turistas foi quase de 2%. Em 2016 foram os Jogos Olímpicos, crescemos 3,8%.

Conclusão: entre 1989 e 2018 o volume de visitantes cresceu 372%, e entre 2010 e 2018 cresceu 28%. Nos últimos 4 anos crescemos 5%. Sei que são muitos dados, mas isso mostra os altos e baixos de fatores internos e externos que influenciam diretamente nos resultados do turismo do Brasil e de todos os países do mundo.

Para finalizar essa primeira compilação de dados, fizemos uma comparação do crescimento do turismo no mundo, na América do Sul e nos países emergentes no período entre 2010 e 2018. Em alguns anos, o Brasil cresceu muito mais do que a média mundial (2010, 2011, 2012, 2014 e 2016) e nos demais anos do período mencionado, muito menos do que a média mundial. O fato mais relevante nessa comparação mostra que em todo este período o Brasil cresceu menos do que a média da América Latina, isso é um dado preocupante, pois trata-se da maior economia da região com pior desempenho no turismo. Também, com anos de raras exceções, crescemos menos do que a média das economias emergentes.

Você pode nos ajudar a lembrar de fatores que influenciaram esses períodos de altos e baixos ? Tem mais informações para nos ajudar ? Compartilha aqui com a gente. P.S.: todos os textos com link abordam os temas em mais detalhes.

Veja a segunda parte dessa série aqui.

Um destino à partir de um hub aéreo

O WTTC – World Travel & Tourism Council publicou um relatório sobre a importância da aviação para o sucesso de um destino turístico.

O turismo, nos últimos sete anos, vem crescendo acima da economia global. Países e destinos que buscam desenvolver suas economias e criar empregos vêem o turismo como uma das principais fontes para seu crescimento. O turismo é responsável por 10,4% do PIB mundial, e no Brasil por 7,9% (Fonte: WTTC).

Então quais os fatores fazem um hub de aviação um fator-chave para o sucesso da indústria de viagens e lazer? Estamos aqui falando de hubs que permitem a permanência no destino, ou daqueles que conseguiram transformar rotas de conexão em permanência na cidade.
Os destinos que tiveram maior sucesso em fazer essa transição se beneficiaram de uma combinação de:
• Uma companhia aérea nacional forte que seja financeiramente estável e tenha forte credibilidade;
• Recursos turísticos diferenciais no destino, com um receptivo robusto;
• Excelente conectividade de companhias aéreas, infra-estrutura suficiente e
marcos regulatórios desenvolvidos por meio de parcerias;
• Integração vertical ou central e visão de longo prazo da aviação e
do destino.

“O potencial para estender o turismo para além de um hub de aeroporto requer uma estratégia de destino coordenada, reunindo não apenas os parceiros naturais da companhia aérea e do aeroporto, mas também os atores mais amplos da indústria de viagens e turismo”, diz o relatório.
A forte conectividade das companhias aéreas nacionais, com saúde financeira e boa reputação; um marco regulatório favorável à aviação (veja as demandas da ABEAR); a facilitação de vistos e a prestação de todos os tipos de serviços são essenciais para a competitividade do destino.
É fundamental ter algo além do hub, possibilitando uma experiência positiva às pessoas, desde atrações turísticas até uma infraestrutura adequada.

Planos de marketing conjuntos e pacotes turísticos para oferecer em escalas podem ser atrativos para atender a um mercado de viajantes que procuram novos destinos para experimentar. Ou seja, na minha opinião voltamos a pontos importantes sempre em debate: a parceria entre o setor público e privado; uma atuação conjunta no mercado; a elaboração de planos de marketing de longo prazo, aonde os objetivos e metas são claros e compartilhados; a qualidade e o diferencial dos destinos; e a solidez da experiência do turista, que busca algo novo e atrativo.

A ABEAR traz aqui um panorama do impacto da aviação nos estados brasileiros em 2016.

A “instagramabilidade do Turismo”

Falei aqui sobre como o uso dos smartphones tem transformado a forma como viajamos e como as empresas de turismo se comunicam e, entre as principais tendências dos dispositivos móveis, estão as redes sociais. Dos app das redes, o Instagram ganha a popularidade dos millennials e vem sendo alvo de pesquisas de marketing, administração, comunicação e também do turismo.

De acordo com a pesquisa da empresa de seguros domésticos inglesa Schofields Insurance, 40% dos adultos entre 18 e 33 anos escolhem seu destino de viagem com base no que já podemos chamar de “instagramabilidade”, ou seja a popularidade de um destino ou o seu potencial de popularidade na rede social Instagram.

Foram entrevistados mais de 1000 adultos millennials do Reino Unido e o resultado é que as “férias instagramáveis” foram o principal motivador na decisão final do destino. A ideia base é que: se um lugar parece ser legal no Instagram e é popular na rede social, ele provavelmente é legal mesmo.

Após a popularidade na rede social, as questões mais observadas foram: custo / disponibilidade de álcool (com 24%), desenvolvimento pessoal (22%), experimentar a cozinha local (9%) e oportunidades de passeios (3%).

Mas o instagram nem sempre mostra toda a história: por trás de uma refeição maravilhosa feita à beira-mar em Positano, pode-se ter uma hospedagem desconfortável e deteriorada. E aí entra outra moeda valiosa da rede social para o turismo: o compartilhamento. Onde os próprios turistas mostram no Instagram a experiência, o tratamento, aposentos, rotas, preços e serviços.

Esse compartilhamento é também levado a sério pelos millennials, que podem basear suas escolhas de acordo com o que é compartilhado na rede.

Na competitividade da indústria, a inserção de um destino e a busca pela sua “instagramabilidade” se torna quase inevitável e nos faz experimentar também as redes sociais. Acompanhar hábitos sociais é parte intrínseca do Turismo: o setor se transforma a medida que nos transformamos também.

(Veja também: Os 10 lugares mais presentes no Instagram)

Como o smartphone transforma o Turismo?

Com o desenrolar dos anos, a tecnologia tem moldado determinados aspectos dos viajantes, incluindo hábitos de viajar, estratégias e alcance de marketing e também a relação empresa-turista (B2C).

De acordo com a GSMA, entidade global de telefonia móvel, em julho do ano passado, 5 bilhões de pessoas no mundo inteiro possuíam smartphones. Com um número tão expressivo e com a tecnologia disponível é esperado que os dispositivos móveis produzam impactos na indústria do Turismo.

A plataforma inglesa Travelport entrevistou 55 profissionais da indústria do turismo, além de pesquisar 955 viajantes de todo o mundo a fim de descobrir as principais tendências trazidas pelos smartphones que irão transformar o setor e podem modificar ainda mais as estratégias de empresas de viagens e forma como viajamos em 2018. Confira alguns dos pontos identificados na pesquisa do Travelport:

Boom da voz

O que se pode chamar de “era tátil” está chegando ao fim. A comunicação audível de empresas com consumidores está ainda mais valorizada, a sugestão é que a interação por voz, ainda que em resposta automática, acaba por ‘humanizar’ o serviço, afastando-o um pouco mais do “robótico”, fornecendo mais segurança. O estudo confirma que aproximadamente 31% das empresas de viagens vão investir em tecnologia de voz este ano.

Interfaces de aplicativos

A interface e o visual dos aplicativos também são muito importantes na experiência do viajante. Escolha de cores, fontes, disposição dos itens e facilidade de busca e acesso são imprescindíveis para a experiência positiva do consumidor no aplicativo e a resolução e obtenção das respostas que procura.

Análise preditiva

Elaborada com auxílio de inteligência artificial e Big Data, esse tipo de análise resulta na personalização do serviços. Pode-se prever quais os destinos de maior interesse do viajante, datas favoráveis, estilos de viagem e preços. A oferta fica menos randomizada e mais direcionada ao consumidor. De acordo com o estudo, 83% dos milenniuns permitiriam que as marcas rastreassem seus hábitos digitais para obter experiências mais personalizadas.

Pagamentos através do celular

A possibilidade de realizar pagamentos através do dispositivo móvel, sem sair do lugar e usando apenas a tecnologia móvel é uma realidade que ganhará força, cada vez mais. Não só pela praticidade, mas por se mostrar uma via segura do serviço. Segundo a Travelport, 35% das empresas de turismo planejam investir em plataformas de pagamento móvel este ano.

Além destas tendências, a pesquisa também revelou informações a respeito de mensagens e redes sociais: 51% dos viajantes esperam poder se comunicar com marcas através de mensagens e 33% através das mídias sociais. Além disso, 69% dos viajantes afirmam que não consumiriam uma marca cuja experiência no aplicativo é ruim.

Os smartphones são alguns dos itens da tecnologia recente mais utilizados no mundo todo e, notavelmente, merecem atenção na indústria de viagens e turismo, pois o seu uso molda as práticas, comunicação e até a forma de viajar.

Seguimos acompanhando!

Um ano repleto para a Espanha

Em 2017, a Espanha foi o segundo país mais visitado do mundo, ultrapassando os Estados Unidos e ficando atrás apenas da França, segundos as informações do Ministério do Turismo . Os dados já eram previstos no fim do ano passado, mas se confirmaram esse mês, quando se fechou o balanço total do ano.

A Espanha recebeu, em 2017, 82 milhões de turistas, 9% a mais do que o ano de 2016. O número é um recorde para o país e injetou na economia espanhola 87 bilhões de euros, 12% a mais do que em 2016; o setor já representa 11% da economia do país.

Terrorismo

Apesar de ter sido alvo de terroristas no mês de agosto, a Catalunha permanece sendo o principal destino do país. A região recebeu 18,2 milhões de visitantes o que equivale a 23% do total dos turistas visitantes, de acordo com o El País.

Overtourism

A Espanha também enfrentou e ainda enfrenta o fenômeno do overtourism, principalmente na cidade de Barcelona. A superexpansão do Turismo no país, gerou diversas manifestações dos espanhóis no ano passado, quando a insatisfação com o aumento do número de turistas e com os resultados dessa visita eclodiu.

Novas rotas

A Espanha ocupa o terceiro lugar da lista dos 15 países com maior número de novas rotas aéreas no ano que passou de acordo com análise do portal anna.aero.

Os Estados Unidos ficam na primeira posição do ranking como país predominante no lançamento de novas rotas em 2017 e a Alemanha em segundo lugar. Segundo o ranking, a Espanha está no ranking dos 3+ por ter lançado 425 novos serviços aéreos em 2017. No mundo inteiro, foram lançadas ao todo 3.524 novas rotas aéreas.

Principalmente desde a década de 90 a Espanha investe pesadamente no seu Turismo e no turismo das suas cidades. Obviamente, barreiras se apresentam e é necessário um controle maior da expansão do setor e uma visão até mais holística a respeito das esferas as quais o setor está ligado (social, econômico, ambiental etc.), porém a Espanha colhe frutos de plantações antigas no Turismo, tanto positivamente, quanto negativamente. A experiência da Espanha no Turismo (só em 2017, o país passou por diversas situações em que foi necessário o monitoramento de perto) nos ensina a respeito de projetos de Turismo a longo prazo, confiança no setor e gerenciamento de crises. A indústria é uma só e devemos aprender com acertos e erros a desenvolver o nosso próprio Turismo.

Seguimos acompanhando o turismo pelo mundo.

2017 segundo a OMT

A Organização Mundial de Turismo divulgou que, em 2017, o turismo internacional aumentou 6% no mundo. Até o mês de outubro, foram 1,1 bilhão de viajantes internacionais.

Até o mês de agosto de 2017, o turismo cresceu 7% e a OMT aguardava um resultado de desenvolvimento de 5% até o fim do ano, já que os últimos meses registram aumentos inferiores. Porém, atipicamente, o forte crescimento no setor se manteve até o mês de outubro, fato que elevou a porcentagem positiva do balanço anual.

De acordo com a entidade, a previsão para 2018 é de aumento 3% e 4% na chegada de turistas internacionais, com projeção de crescimento anual até o ano de 2030.

América do Sul

Segundo a OMT, no fim dos dez primeiros meses de 2017, a América do Sul liderava o crescimento do setor nas Américas, com 7% de aumento nas visitas de turistas. Um dos motivos é o enfraquecimento do desempenho do setor na América do Norte.

Com o ano começando, ficamos no aguardo de estudos e balanços da indústria no ano completo de 2017. Os dados de chegadas internacionais nos ajudam a observar o setor sob um panorama a nível global, analisar projeções e traçar estratégias. Ficamos no aguardo e seguimos acompanhando.

OMT classifica 2017 com um dos melhores anos

A Organização Mundial do Turismo (OMT) aumentou o crescimento esperado no número de viagens de turistas internacionais no mundo para 6% para o final deste ano, enquanto as estimativas anteriores estavam em 4,5%. O aumento na previsão tem base nos resultados registrados nos primeiros dez meses desse ano, quando foram contabilizados 70 milhões de pessoas a mais viajando internacionalmente, de janeiro a outubro, um aumento de 7% em relação ao mesmo período do ano de 2016.

Geralmente, o turismo internacional experimenta um crescimento até o mês de agosto, enquanto os últimos meses do ano tendem a registrar um ritmo mais lento do que os anteriores, mas em 2017 a tendência ascendente foi mantida até outubro, impulsionada principalmente pela Europa do Sul e do Mediterrâneo, África do Norte e Oriente Médio.

Segundo a OMT, a melhora na economia global e a recuperação de destinos que sofreram declínios anteriormente são algumas das razões que refletem o bom resultado no Turismo.

Alguns dados do balanço da OMT

O crescimento mundial contribuiu para uma forte recuperação da demanda do Brasil e da Rússia, com aumentos de 33% e 27%, respectivamente.

A Europa liderou o crescimento das chegadas internacionais entre janeiro e outubro, com um aumento de 8%, graças a avanços de 13% na parte sul e mediterrânea.

Nas Américas houve um aumento de 3%, impulsionado pela América do Sul, com aumento de 7%, enquanto a América Central e o Caribe registraram aumentos de 4%. Observando apenas a América do Norte, a região teve um aumento de 2% graças aos resultados positivos do México e do Canadá, que contrastam com a queda nos EUA.

A África registrou aumento de 8% e foi a segunda região de crescimento mais rápido, graças a uma forte recuperação de seus destinos no norte e os sólidos resultados dos sub-saharianos.

Na Ásia e no Pacífico, o aumento foi de 5%, resultado que foi liderado pelo sul da Ásia, com uma recuperação de 10%; Sudeste Asiático (8% a mais) e Oceania (7% a mais).

No norte da África e no Oriente Médio, o Egito, a Tunísia e a Palestina recuperaram fortemente as quedas dos anos anteriores, enquanto Marrocos, Bahrein, Jordânia, Líbano, Omã e Dubai mantiveram um crescimento sustentado.

Seguimos acompanhando as últimas notícias do Turismo em 2017.

Brasileiros gastam 32% a mais em compras no exterior

A alta de despesas dos brasileiros em terras estrangeiras permanece em alta a cada mês, foi o que confirmou o relatório do Banco Central a respeito do último mês outubro, divulgado hoje (quinta-feira 23).

Até o mês passado, o brasileiro já gastou mais de US$ 15 bilhões em terras estrangeiras, o que corresponde a 32% a mais do que os números do mesmo período em 2016. Seguindo a mesma linha dos últimos meses, a despesa cambial de outubro foi teve alta 15% em relação a outubro do ano passado.

Receita cambial

Já os turistas internacionais injetaram no País US$ 463 milhões em outubro deste ano, 6% a mais do que o mesmo mês em 2016. Porém, no acumulado do ano, a receita fica em queda, sendo de US$ 4,82 bilhões, 5% a menos do que o mesmo período do ano passado.

Dólar estável

O aumento de gastos dos brasileiros em viagens internacionais tem sido previsto mediante a estabilidade do dólar, que segue girando em torno de R$ 3,15 e não deverá sofrer muitas alterações nos próximos meses.