Entre patrimônios e turistas demais

Conforme sabemos, o Brasil atingiu o número recorde de turistas estrangeiros em 2016: 6,6 milhões de visitantes desembarcaram por aqui no ano passado. O número representa aumento de de 4,8% de aumento em relação a 2015 e corresponde a um incremento de US$ 6,2 bilhões no país. Para esta temporada de verão, a expectativa é de um total de 73,4 milhões de viagens pelo Brasil. Temos números positivos? Temos sim e devemos reconhecer os esforços. Não obstante, vivemos em um país com potencial muito maior de desenvolvimento para a indústria de viagens e turismo.

Por quê?

O Brasil ocupa a décima posição na lista da UNESCO de países com maior número de Patrimônios Culturais e Naturais Mundiais da Humanidade e, em contrapartida, não consta na lista dos países que mais recebem turistas anualmente. Em via de regra, como se tem notificado, os países mais procurados pelos visitantes estrangeiros são também os que possuem maior número de patrimônios registrados. A França, por exemplo, líder dos destinos mais visitados no mundo, ocupa a quarta posição na lista da UNESCO.

São necessários planejamentos específicos de promoção para cada um dos patrimônios em particular. Temos 7 patrimônios naturais, dentre eles o Parque Nacional de Iguaçu, que recebe mais de 2 milhões de turistas anualmente, ficando atrás apenas do Cristo Redentor (declarado Patrimônio da Humanidade também pela Unesco), que recebe aproximadamente 7 milhões de turistas por ano.

Enquanto isso, na Holanda

Já em Amsterdã, os impostos foram elevados a fim de desencorajar a chegada de visitantes. Os moradores da capital holandesa almejam a redução do número de turistas e os responsáveis pelo setor no destino buscam uma maior “qualidade” de visitantes. A cidade possui 800 mil habitantes e recebeu, em 2016, mais 5 milhões de turistas. A busca por um outro perfil de visitantes, um que gaste mais e permaneça na cidade por mais tempo, é motivada não só pelo pedido da população, mas também com objetivo de atrair mais receita através de um turismo de qualidade.

Talking about Brazil

riodejaneiroDurante os acontecimentos do ano, acompanhamos o que a mídia exterior emitia a respeito do nosso país. Sob os holofotes graças às Olimpíadas Rio 2016, o Brasil, durante todo este ano, esteve nas capas de grandes tabloides e foi assunto constante em diários do mundo inteiro. Com conteúdo espontâneo dos mais variados temas, que vão de casos políticos à exaltação das nossas belezas naturais, choveu Brazil lá fora o ano todo, e neste fim de 2016  também.

Acompanhe as notícias internacionais sobre o Brasil no mês de dezembro:

Ainda sobre Rio 2016: o Associated Press, dos Estados Unidos, lançou crítica à manutenção do campo de golfe olímpico na cidade do Rio, com o argumento de que são poucos os que praticam o esporte por aqui.

Conjuntura política: um dos temas mais abordados durante o ano, continua rendendo pauta. Este mês o LeMonde, da França, a Reuters, do Reino Unido, e periódicos da Espanha, Portugal, Peru, Argentina e Chile abordaram o andamento da lava-jato, o esquema de corrupção presente na política brasileira ou a presidência do nosso país em alguma de suas matérias.

No entanto, durante a segunda quinzena do último mês do ano, as festas de fim de ano no Brasil foram mais comentadas. Publicações importantes de países como os Estados Unidos, como o Travel News Guide; Espanha, Alemanha, Itália, Argentina, Peru e Chile comentam e relacionam destinos brasileiros para o réveillon. O verão no Brasil também é tema frequente de revistas de turismo mundo afora, com ênfase no aquecimento do turismo no país durante a temporada e os encantos do verão carioca.

Não podemos esquecer que, apesar de não termos Olimpíadas em 2017, continuamos debaixo dos olhos da mídia mundial. Apesar das notícias factuais a respeito do panorama político-econômico, aproveitar a mídia espontânea que geramos para fomentar o turismo é essencial. Para 2017, queremos um ano em que o Brazil esteja, majoritariamente, no contexto de desenvolvimento enquanto destino turístico. Torcer nunca é demais!

Brasileiros voltam a gastar no exterior pelo segundo mês consecutivo

aaaaaadolarOs brasileiros continuaram a gastar no exterior no mês de novembro, conforme Banco Central divulgou na tarde desta terça-feira (20), no relatório mensal da receita e despesa cambial turística. De acordo com os dados oficiais apresentados, os gastos dos brasileiros no exterior foram de U$$ 1,20 bilhão, o que corresponde a um acréscimo de 23,93% se comparado aos números do mesmo mês em 2015. É, praticamente, o segundo mês do ano com aumento expressivo nestes dados: superando as expectativas, o mês de outubro teve o percentual de 42% de crescimento, segundo o comparativo anual. Já os meses de agosto e setembro apresentaram crescimento pouco significativo nos dados de despesa cambial.

Já os estrangeiros gastaram aqui U$$ 472 milhões, correspondendo a um percentual 1,27% superior a novembro do ano passado. O valor configura um déficit de U$$ 728 milhões na na balança do turismo do país.

A permanência do crescimento nas despesas cambiais em novembro é ainda decorrente da variação do dólar, que apresentou aumento, fechando em R$ 3,37 em novembro. Para a receita, o ano de 2016 não foi de crescimento expressivo, com exceção dos meses de julho e agosto, quando tivemos um aumento na receita do turismo por ser o período dos Jogos Olímpicos.

No acumulado do ano, de janeiro a novembro de 2016, a receita cambial  foi de US$ 5,57 bilhões, correspondendo a um percentual de 6,10% superior ao mesmo período de 2015. A despesa cambial, nesses onze meses de 2016 foi de US$ 13,11 bilhões correspondendo a um percentual de 18,66% inferior ao mesmo período de 2015, quando a despesa foi de US$ 16,11 bilhões.

O turismo que conta histórias

storytellingportMuito explorada pelos profissionais de marketing e publicidade, mas ainda pouco utilizada no Brasil,  a técnica do Storytelling já é popular na promoção de destinos turísticos mundo afora. O Storytelling, como o nome já sugere, é, basicamente, a capacidade de contar histórias, sendo uma combinação de conteúdo visual e elementos sonoros, através dos quais é transmitida uma narrativa que possui o objetivo de provocar sensações no espectador.

É uma venda indireta. Por possuir caráter persuasivo, o Storytelling aproxima a marca do consumidor, através das emoções.

No turismo, a técnica ganha uma força ainda maior. O impacto positivo é formado por uma ideia simples: todo lugar tem histórias pra contar e toda viagem memorável se transforma numa história. Sejam elas contadas por quem vive no destino ou por quem esteve no destino a passeio, turistas, moradores, agentes de turismo ou trabalhadores de um mesmo destino possuem histórias que convergem a partir do momento em que estão no mesmo lugar.

Sendo assim, como o Storytelling pode ser usado no marketing de destinos? Através do compartilhamento de experiências. Uma das tendências dos novos turistas, o apreço pela experiência, por viver o destino e não só caminhar por ele, é uma das guias na construção de novas práticas do turismo. As vivências narradas são colocadas sob uma ótica individual, o que sensibiliza ainda mais e nos lembra de que cada experiência em um destino é particular.

A técnica no turismo também é aplicada por meio da narrativa da história do destino. Através do protagonista, há oportunidade de serem citadas as particularidades do destino, sua unicidade cultural, natural, características da sua gente e elementos que moldam a identidade do lugar. Com objetivo não só de tornar conhecidas as especificidades de uma cidade, região ou país, mas também de ambientar o espectador e convidá-lo a experienciar o que há de único no destino.

Mais um acréscimo do método aplicado à promoção de destinos é a diferença entre a relação existente entre pessoas e uma marca e entre pessoas e um destino. O Storytelling no turismo nos aproxima de um lugar, seja ele uma pequena vila no interior ou uma cidade cosmopolita, e um lugar é sempre um destino alcançável, real, com histórias e pessoas reais. A tangibilidade da narrativa é que promove a ida ao destino em foco. Todo lugar tem sua história e há sempre alguém querendo vivê-la também.

É uma das técnicas mais eficientes para promoção de destinos. Abaixo, um exemplo do Storytelling aplicado ao marketing de destinos na narrativa de um garoto que vive na Serra da Estrela, em Portugal.

2017: o ano do Turismo Sustentável

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Lagoa Misteriosa, Bonito (MS), considerado o melhor destino responsável do mundo. (Foto: Divulgação)

Com vistas na promoção da conscientização a respeito de todo patrimônio natural mundial e considerando que indústria de Turismo e Viagens permanece em crescimento (com aumento de 4% no número de turistas pelo mundo no período de janeiro a setembro deste ano), a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu 2017 como o ano do Turismo Sustentável.

Falei sobre o tema aqui no blog há pouco tempo (veja aqui) explicando a fragilidade das estratégias do nosso turismo, de maneira geral, a respeito de sustentabilidade. O termo, quando se refere ao setor, ainda possui definição um pouco vaga e uma aplicabilidade mais inconsistente ainda na maior parcela da nossa indústria.

A sustentabilidade no turismo, que, entenda-se, vai muito além da preservação ambiental de destinos de ecoturismo, tem mais chances de ser compreendida e transformada em prática, agora que, muito possivelmente, será  mais debatida por aqui.

Quais medidas de preservação são passadas aos turistas? Há reforço de práticas de manutenção de áreas públicas? Como o crescimento do turismo no país afeta a nossa condição socio-cultural?  Qual o impacto ambiental causado pelos visitantes no destino? Qual o papel dos agentes da indústria dentro do tema? São perguntas básicas que devem ser respondidas se quisermos a continuidade do turismo a longo prazo no Brasil.

No caminho

Alguns destinos no país possuem estratégias e análises de risco voltadas ao planejamento, prática e promoção do turismo sustentável. A cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul, recebeu neste ano o prêmio de melhor destino de turismo responsável do mundo (World Responsible Tourism Awards), entregue na WTM London. A cidade de Curitiba também se destacou no segmento de sustentabilidade no setor, sendo considerada a cidade mais verde toda América Latina, no relatório Green City Index (Índice Cidades Verdes).

Também dentro do tema, o MTur apresentou neste ano o Mapa da Sustentabilidade, um guia para consultas que promove e incentiva turistas a visitarem destinos que têm destaque por suas ações sustentáveis.

Vem, verão!

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(Foto: Divulgação)

O verão está chegando e, com ele, a otimista estimativa de aumento no fluxo de estrangeiros no Brasil para a temporada, principalmente no destinos de sol e mar. De acordo com análise divulgada pela Embratur, durante a estação (nos meses de dezembro a fevereiro), é esperado um aumento de 11% no número de turistas internacionais no País, chegando a 2.420 milhões, em comparação aos 2.183 recebidos no mesmo período em 2015.

Caso essa projeção se concretize, teremos um novo recorde de fluxo estrangeiro. De acordo com a entidade, o dado estimado também representa um terço do total de visitantes do exterior durante todo o ano de 2015, encerrado em 6,3 milhões.

Dentre as razões para o crescimento de visitantes internacionais no país podemos destacar duas determinantes: o desempenho e visibilidade adquirida através da Olimpíada Rio 2016 e, sem sombra de dúvidas, a taxa de câmbio do dólar.

Para a Rio 2016, após recebermos de forma admirável a Olimpíada, conquistamos uma popularidade global que, em algum nível, se converte em potencial de destino para a viagem dos turistas internacionais.

Já com a cotação atual do dólar girando em torno de R$ 3,35, temos um momento favorável para a vinda de visitantes estrangeiros, que têm passeios e viagens mais acessíveis por aqui.

Outras medidas de incentivo

Apesar do momento favorável para a chegada de estrangeiros, ainda se faz necessária a intensificação e prática de estratégias de promoção do Brasil como destino no mercado internacional. Outra razão de incentivo para o aumento do fluxo estrangeiro no país seria a isenção de vistos estendida para os países Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália, beneficiados por esta política durante o período dos Jogos. A continuidade de suspensão da exigência de vistos para estes países incrementaria ainda mais a receita do turismo no Brasil durante o verão. Muito comentada, mas ainda não definida, a conclusão da política de isenção de vistos também é assunto cuja deliberação a gente aguarda com otimismo, assim como a estação mais quente do ano.

Turismo versus Terrorismo

(Foto: Divulgação)

Com consequências, na maioria das vezes, desastrosas em largas escalas, ataques terroristas são (e sempre serão, enquanto durarem) algumas das mais difíceis ocorrências de se superar quando, após serem estabelecidas medidas de reorganização física e social  e restauração da ordem, as atenções voltam-se ao Turismo.

No início deste mês o governo de Paris apresentou um plano estratégico de reestruturação do turismo na cidade, prejudicado pelos atentados de 2015. Um ano após os ataques, o número de visitantes na Cidade Luz caiu em 11% de janeiro a outubro deste ano e a perda estimada para o país gira em cerca de 1 bilhão de euros até agora: números bastante expressivos, principalmente em um destino onde o turismo é vital para a economia, já que a indústria é responsável por 9% do PIB nacional (representando aproximadamente 40 bilhões de euros por ano).

Com propostas para melhoria na iluminação, promoção de bairros ainda pouco conhecidos e de sediar anualmente grandes eventos esportivos, o projeto pretende aumentar em 2% ao ano o número de visitantes em Paris, até 2022. A premissa é não medir esforços na reedificação do turismo na capital francesa, o que é acertadamente apropriado, quando consideramos a relevância do setor para a cidade.

Terrorismo em outros territórios

Outros destinos que sofreram com ataques até mesmo anteriores aos de Paris, ainda tem o turismo debilitado pelo terrorismo. A Síria, por exemplo, estava com o turismo em ascensão até que começaram as revoltas que desencadearam a guerra civil local, dando origem a uma série de ataques terroristas. Em setembro, comentei aqui, a criticada tentativa do Ministério do Turismo sírio de convidar turistas para o país; que segue enfrentando uma grave crise no setor.

Outros casos são a Tunísia, que sofreu ataques em 2011 e teve um declínio no setor perceptível logo em seguida; e o Marrocos, que passou por atentados no mesmo ano. Ambos os países tiveram um desenvolvimento rápido do setor, o que confere otimismo quanto à recuperação do setor em situações semelhantes.

Apesar de sofrer grandes consequências dos atentados, Paris permanece sendo um dos destinos mais procurados por visitantes estrangeiros e possui recursos, ferramentas e força estratégica para desenvolver seu turismo após a ocorrência dos atentados. A beleza, o prestígio e o encanto da Cidade Luz serão fatores que contribuirão para que fatalidades como as de 2015 sejam superadas.

Precisamos falar sobre isenção de vistos

Passport on map
(Foto: Divulgação)

Já falei algumas vezes neste espaço o quanto uma estratégia relacionada à política de isenção de vistos no Brasil é essencial para o fomento do Turismo. É uma pauta que, finalmente, vem ganhando mais atenção, positivamente, e, apesar de estar inserida nas prioridades da lista de debates, ainda há muito o que se discutir a respeito. Nossa política de vistos necessita urgentemente de uma reorganização, com projetos concretos formados a partir de estudos de resultados; além das considerações de discurso.

Segundo as informações do Mtur, tivemos êxito na isenção de vistos no período dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio, que foi de 1º de junho a 18 de setembro de 2016. De acordo com o levantamento, o número de turistas vindos dos países inseridos no plano de isenção (Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália) para o Brasil aumentou em 55,31% em relação ao mesmo período do ano passado, com o número de 163.104 turistas nesse ano e 105.017 em 2015.

Claro que tivemos em 2016 o diferencial de ser um período de Olimpíada, o que, de forma isolada, certamente já contribui para a vinda dos turistas. Temos, no entanto, para dar uma resolução concreta, o dado de que, do total de estrangeiros beneficiados que vieram para os Jogos, 74,4% afirmaram ter a isenção de vistos como um fator determinante para a viagem. Daí a gente já enxerga com mais clareza a influência e a necessidade de se trabalhar na análise do fim da exigência de vistos para determinados países.

Estados Unidos

Enquanto isso, a controvérsia gira em torno dos Estados Unidos. Dividida entre os grupos que são contra e a favor da isenção de vistos no Brasil para os EUA, encontramos argumentos fortes para a discussão. De um lado temos a informação de que o índice de rejeição de vistos americanos para brasileiros nesse ano deve triplicar, chegando a pouco mais de 15%. Embasado neste dado, vemos o pensamento de que não estamos no momento para “abrir” o Brasil para os americanos. Será?

Para escolher um lado, os números são decisivos: além dos dados oficiais da Rio 2016, a WTTC já apontou em pesquisas que, quanto mais aberto o país, mais desenvolvido é o seu turismo. Em números, a organização indica que os países apresentam crescimento de 5% a 25% na receita do turismo à medida que reduzem as restrições de entrada.

Apesar do tema cair em territórios econômicos e políticos delicados como a crise econômica atravessada pelo Brasil e a reciprocidade de vistos, é forte o reforço em defesa da isenção para os países já mencionados. A importância desse tipo de medida para o fluxo de turistas no Brasil é corroborada pelo êxito no período da Rio 2016. A retomada de isenção de vistos já foi a debate com o Ministério das Relações Exteriores e com a Casa Civil. Se aprovada a medida, o período de dispensa se estenderá por dois anos para os mesmo países, facilitando a entrada de turistas e incentivando as viagens ao Brasil. Vamos acompanhando.

Gastos de brasileiros no exterior estouram em 42%

Os dados divulgados pelo Banco Central referentes a despesa e receita cambial do turismo nesta semana superaram as expectativas do setor: de acordo com análise, os gastos dos brasileiros no exterior dispararam no mês de outubro, sendo da ordem de U$$ 1,42 bilhão, ou seja, 42% maior do que os números do mesmo mês em 2015.

O percentual não poderia ser outra coisa, senão surpreendente: durante todo o ano de 2016 o BC tem registrado queda nos gastos dos turistas brasileiros em viagens internacionais, exceto nos meses de agosto e setembro, quando foi observado um crescimento pouco significativo de 2%.

Dentre causas como a variação do câmbio de dólar, implicações e formas de equilíbrio para a balança comercial, que permanece ainda instável, falo um pouco no vídeo abaixo sobre os números da receita e despesa cambial do turismo no mês de outubro deste ano; dados fundamentais para entendermos um pouco mais o caminho que o setor tem percorrido no Brasil e o ritmo do seu avanço. Veja:

Números do turismo no Brasil e no mundo

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(Foto: Reprodução)

Do início do ano de 2016 até o mês de setembro, tivemos,  no mundo todo, quase 1 bilhão de turistas internacionais (956 milhões, para ser mais exata). É o que divulgou a Organização Mundial de Turismo (OMT) na versão de novembro do Barômetro Mundial de Turismo. De acordo com o levantamento, o número equivale a 34 milhões de turistas a mais se comparado com o mesmo período do ano passado, conferindo um aumento de 4% de viajantes estrangeiros.

Ainda, segundo o estudo, durante esses nove meses a demanda pelo turismo internacional se manteve bem, apesar de crescer em um ritmo não tão acelerado, e teve os meses de abril, maio e junho com crescimento mais lento do que os demais trimestres.

Nos resultados regionais, a América do Sul obteve o melhor resultado das Américas, com aumento de 7% na chegada de turistas internacionais, seguida pela América Central, que obteve aumento de 6% e, por último, Caribe e América do Norte, ambos com crescimento de 4%.

O Brasil, juntamente com alguns países como Irlanda, México e Portugal, destacou-se pelo crescimento entre 8% e 9% nas receitas com chegadas de turistas durantes os nove primeiros meses de 2016. Para a OMT, a projeção é otimista para as Américas neste último trimestre  do ano e ainda mais positiva para o ano que vem.

A expectativa é, durante todo o ano de 2016, tenha-se um aumento de 5% de visitantes internacionais mundo afora, em comparação ao ano de 2015. Ainda assim, a OMT traz a assertiva de que, apesar de resistente, o setor de turismo é muito sensível, podendo sofrer alterações diante de riscos reais ou de percepção ampliada. “Nenhum destino é imune”, eis uma grande verdade. Continuamos acompanhando.