SH Minerva Swan Hellenic

SH Minerva: a hospitalidade da Swan Hellenic Cruises

A indústria da hospitalidade está presente nas mais distintas formas de hospedagem e sempre gostamos de abordar aqui inclusive modelos não convencionais do mercado. Mas já estava mesmo mais que na hora de trazermos para cá discussões e exemplos da boa hospitalidade no nicho dos cruzeiros marítimos. Então é da minha viagem do mês passado que vem a coluna de hoje, inaugurando esse nicho por aqui e trazendo detalhes sobre o navio SH Minerva: a hospitalidade da Swan Hellenic Cruises.

Neste fevereiro, voltei à Antártica, desta vez a bordo do navio SH Minerva. A viagem todinha pode ser conferida em detalhes no meu Instagram @maricampos. Inaugurado no último réveillon, o Minerva marca o retorno (ou seria renascimento?) da armadora Swan Hellenic Cruises, que acaba de voltar ao mercado após um longo gap e mudança de proprietários e investidores. E volta com tudo: ainda neste semestre inaugurará seu segundo navio, o SH Vega.

O SH Minerva, planejado para explorar os polos e o mais novo navio a operar na Antártica, tem apenas 76 cabines (60 delas com espaçosas varandas) e capacidade máxima de 152 passageiros. Operando em sistema tudo incluído, este navio de alto padrão traz ao mercado inclusões importantes para este nicho nos serviços, como bar aberto, room service 24h e até voos domésticos na Argentina para os roteiros antárticos.

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Hospitalidade EM ALTO MAR para poucos hóspedes

Explorar a Antártica é sonho de muitos viajantes. Afinal, não é todo dia que saímos de casa com destino ao continente mais intocado do planeta. Felizmente, o turismo por ali ainda é bem regulamentado pela IAATO, permitindo apenas tráfego de navios de pequeno porte e desembarque de no máximo 100 pessoas por local. 

Além da garantia de desembarques mais descomplicados e maior tempo nas explorações no continente, esse tipo de embarcação menor também consegue atravessar estreitos (e belíssimos) canais antárticos, como o Lemaire Channel, famoso pelos “espelhos” que cria na água e por algumas das mais belas paisagens da Antártica

Mais que isso: navios menores trazem também melhores condições de fornecer um serviço consistente e mais individualizado ao longo da viagem, com uma proporção de staff por hóspede que pode chegar a quase 1×1. E, em tempos pandêmicos, a escolha de embarcações mais compactas, sem chances de aglomeração em ambientes internos e externos e que testem regularmente seus passageiros, oferece também maior segurança sanitária. 

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SH Minerva: a hospitalidade da Swan Hellenic Cruises

O novo SH Minerva, da armadora Swan Hellenic Cruises, fez seu cruzeiro inaugural com saída de Ushuaia no dia 28/12/2021 e é o navio mais novo a operar no continente antártico. Todas as suas saídas nesta temporada 2021/2022, encerrada no último dia 4 de março, exploraram territórios da Antártica com saída e retorno para o sul da Argentina.

A capacidade máxima de 152 passageiros a bordo não foi alcançada em nenhuma das saídas do navio nesta temporada. No meu itinerário de duas semanas, por exemplo, com saída no começo de fevereiro último, éramos apenas 99 passageiros a bordo, o que foi excelente para garantir que todos os passageiros pudessem desembarcar do navio ao mesmo tempo em todas as paradas.

O SH Minerva não é um navio de luxo. É elegante, mas não pode ser comparado, nem em serviços nem em instalações, com armadoras do nicho de luxo, como Silversea, Seadream, Regent ou, menos ainda, Seabourn. Mas, como um belo e novo navio de alto padrão, traz novidades e inclusões importantes para este segmento. Para começar, todo passageiro recebe mochila, jaqueta e parka polar, e o navio também empresta ótimas botas galocha para os desembarques na Antártica, facilitando bastante a elaboração da mala para a exploração antártica.

Das 72 cabines, 60 contam com varandas e 16 são suítes com quarto e sala separados. As varandas fazem mesmo toda a diferença na viagem: poder testemunhar não apenas a espetacular paisagem antártica como também eventuais “shows” da natureza (como um sensacional balé de orcas que nos acompanhou durante uma tarde) de nossa própria varanda, é mesmo inesquecível. E as varandas também compõem um dos melhores locais possíveis para tomar o café da manhã pré-expedição.

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Todas as cabines possuem excelente roupa de cama e banho, ótimos roupões e charmosas lareiras elétricas. As cabines são bastante espaçosas, com quarto, saleta, área de trabalho, bons banheiros e muitos, muitos armários e gavetas (as suítes contam também com closet e banheira dentro do box).

A decoração segue a linha mais minimalista usada no navio todo e há várias entradas para carregamento de eletrônicos. Há TV (embora muitos canais não estivessem funcionando na minha), internet, minibar incluído (com não alcoolicos e cerveja) e providenciais binóculos para empréstimo. No SH Minerva, a hospitalidade da Swan Hellenic Cruises prevê serviço de arrumação diário e um serviço de turndown bastante resumido, que inclui unicamente abertura da cama e fechamento de cortinas.

O serviço é bastante simpático em todas as esferas, com destaque para as equipes de recepção e do bar, extremamente eficientes. A ótima equipe de expedição também garantiu passeios seguros (em terra ou em zodiacs) e boas palestras a bordo.  Foram muito bons também em tentar descontrair e minimizar o desconforto das duas travessias do Drake.

Da cozinha às atividades de entretenimento, o serviço por enquanto é bastante orientado para turistas russos, que – embora fôssemos uma interessante mistura de 17 nacionalidades a bordo da minha viagem – compõem a maioria dos hóspedes da Swan Hellenic Cruises. Até mesmo os anúncios feitos no sistema de som são sempre efetuados em inglês e em russo. 

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O que está incluído no SH Minerva

Elegante navio de alto padrão (ou upscale), o SH Minerva conta com instalações novinhas e inclusões importantes que tornam a relação custoXbenefício de suas cabines bastante interessante. Refeições, internet, bar aberto, minibar e room service 24h estão incluídos em todas as saídas.

Como café da manhã e almoço são servidos unicamente em sistema buffet (apenas o jantar funciona à la carte), o room service é saída excelente para fazer suas refeições de forma mais caprichada, no conforto da própria cabine ou varanda, sem perder nadinha das vistas antárticas deslumbrantes ao longo da viagem. Mas vale saber: o serviço de quarto é entregue em uma bandeja de plástico, sem toalha ou jogo americano para ser utilizado nas mesas da cabine. 

Passageiros dos cruzeiros à Antártica contam ainda com noite de hotel em Buenos Aires pré-cruzeiro, voos Buenos Aires-Ushuaia-Buenos Aires, todos os transfers e todos os passeios incluídos no valor final do cruzeiro. As únicas atividades cobradas separadamente são saídas guiadas em caiaque e massagens no spa. 

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O dia-a-dia a bordo no SH Minerva

O dia-a-dia a bordo no SH Minerva variava em dias de navegação e dias de desembarque no continente antártico. Nos dias de navegação, havia programação de atividades educativas no Observation Lounge e eventualmente alguma atividade rápida de entretenimento. Nos dias na Antártica, desembarques programados para manhã e tarde, feitos através de um excelente e organizado “base camp” no deck 3, com cada cabine tendo seu próprio armário para guardar botas e demais pertences.

Tivemos alguns desembarques cancelados em função do mau tempo e alguns dos desembarques inicialmente previstos foram suspensos, mediante mudança de rota definida pelo comandante e anunciada aos passageiros somente após a partida de Ushuaia. Acabamos ganhando um dia a mais inteiro de navegação e perdemos um dia de desembarques na Antártica (incluindo alguns desembarques icônicos em viagens ao continente, como Port Lockroy, que conta com uma super peculiar agência dos correios).

Os horários de refeições (quatro diárias: café, almoço, chá da tarde e jantar) eram sempre os mesmos. Apesar de anunciar um restaurante de tapas, o SH Minerva operou nesta temporada com um único restaurante funcionando, o restaurante Swan, no deck 4. O Club Lounge foi usado nesta temporada unicamente para servir o buffet diário de chá da tarde e servir de buffet de reforço para os raros e informais (fish&chips, churrasco americano etc) almoços promovidos ao ar livre no deck 7. 

O Observation Lounge é o coração social do navio. É ali que fica o único bar (há um bar de apoio na área externa do deck 7, que não foi usado durante a minha viagem) e também ali que acontecem todas as palestras, exibições de documentários e demais interações sociais do cruzeiro (incluindo boas-vindas e despedida do comandante). No meu cruzeiro, tivemos ainda pequenos espetáculos de tango de uma companhia de dança porteña em 3 das noites a bordo. 

O SH Minerva também possui uma pequena academia, sauna, jacuzzi e pequena piscina externa. Mas, infelizmente, sauna, jacuzzi e piscina estiveram todas desativadas durante toda a minha viagem, por alegados problemas de manutenção. 

VEJA TAMBÉM mais detalhes desta bela viagem no meu instagram @maricampos

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Protocolos sanitários

No quesito protocolos sanitários pandêmicos, a Swan Hellenic Cruises foi na contramão das demais armadoras de cruzeiros e eliminou completamente a obrigatoriedade do uso de máscaras para hóspedes a bordo no SH Minerva. Hóspedes não precisavam mais utilizar a máscara nem dentro nem fora do navio. A obrigatoriedade era válida apenas para o staff – exceto para a equipe de expedição nos desembarques antárticos.

Eu e alguns outros passageiros seguimos usando nossas máscaras normalmente durante a viagem, removendo as mesmas apenas para comer e beber, como recomenda a OMS. Viajei também com um seguro com coberturas específicas para Covid-19, inclusive despesas de uma eventual quarentena, como conto aqui. Mas felizmente voltei para casa sã e salva 🙂

A companhia exige comprovante de vacinação completa e teste PCR feito até 72h antes do embarque no navio. Ao longo das quase duas semanas no continente antártico, fomos testados duas vezes, justamente durante as duas travessias do Drake. Na primeira testagem, tivemos alguns passageiros e tripulantes positivados, que foram rapidamente isolados em suas cabines.

No quesito protocolos sanitários gerais, confesso que me causou bastante estranhamento o SH Minerva contar com display de álcool gel unicamente na entrada do restaurante Swan e do Club Lounge – algo geralmente presente com fartura em navios, mesmo em tempos pré-pandemia. Nem mesmo no bar havia álcool em gel disponível, nem houve qualquer distribuição do mesmo para passageiros. Restaurante Swan e Club Lounge eram também os dois únicos locais públicos do navio com pias para quem quisesse lavar as mãos.

No meu cruzeiro, estava a bordo entre os passageiros uma consultora especializada do setor, que visava justamente adequar o navio às normas vigentes da FDA americana, justamente para prepará-lo para sua temporada no Ártico, no próximo verão do hemisfério norte.

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Navios prontos para a próxima temporada

O SH Minerva segue agora para o hemisfério norte e fará alguns roteiros curtos antes de começar oficialmente a temporada do Ártico. Enquanto isso, a Swan Hellenic Cruises já anunciou as datas de seus cruzeiros de expedição para a Antártica, que na temporada 2022/2023 contará não apenas como o SH Minerva mas também com seu novo navio, SH Vega, que será inaugurado em algumas semanas. Datas e valores podem ser conferidos em detalhes no site da companhia.

Vale lembrar que os valores de cruzeiros à Antártica podem sofrer alterações significativas, sobretudo em saídas de fim de temporada, como o que fiz – que podem ter descontos de até 60% na maioria das armadoras que operam no continente.

Após essa linda viagem no SH Minerva, e passada a emoção de retornar a esse espetacular continente dez anos depois da minha primeira visita, fica a dúvida: seria ainda muito cedo para já sonhar com o próximo retorno? 🙂

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Mari Campos

Mari Campos (@maricampos) é jornalista formada e premiada nacional e internacionalmente. Viajante de toda a vida, escreve desde 2004 sobre turismo e hotelaria de luxo para os principais jornais, revistas e sites do Brasil, além de colaborar com algumas revistas e jornais de outros seis países. É também consultora para a indústria da hospitalidade e foi eleita em 2020 pelo ranking Panrotas+Elo uma das 100 pessoas mais influentes do turismo no Brasil. Além da coluna aqui no Panrotas e das colaborações mensais para diversas publicações, é colunista fixa no jornal O Estado de S.Paulo, tem três livros de viagem publicados pela Verus/Record e comanda também desde 2007 o MariCampos.com. Seu instagram @MARICAMPOS foi eleito pelo Kayak um dos dez melhores perfis de viagem do Brasil. Praticante do turismo responsável e regenerativo, põe atenção nos mínimos detalhes de cada hospedagem e acredita que, sim, uma boa cama, uma bela vista e, principalmente, um serviço caprichado podem tornar qualquer viagem ainda melhor.

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