The Living Circle

The Living Circle: tudo conectado na Suíça

A hospitalidade suíça é lendária. Afinal, algumas das melhores e mais tradicionais escolas do setor estão localizadas no país. Mas confesso que fazia tempo que a hospitalidade genuinamente suíça não me surpreendia de fato – até agosto passado, quando conheci o The Living Circle.

ACOMPANHE A MARI CAMPOS TAMBÉM NO INSTAGRAM

Trata-se de uma coleção familiar suíça composta por quatro hotéis, três fazendas, um restaurante e uma propriedade italiana que eles chamam de “rústico”. Propriedade privada das famílias suíças Anda e Franz-Bührle, os quatro hotéis do The Living Circle miram no mercado de alto luxo e pregam o bem-viver associado à sustentabilidade.

As propriedades têm um papel pioneiro na hotelaria da Suíça atualmente no que tange a utilização respeitosa dos recursos e na atuação responsável com comunidades locais e o meio ambiente (incluindo parcerias com diversas empresas e associações comunicadas de forma pública e bem transparente).

LEIA TAMBÉM: A Suíça descomplicada do Swiss Travel Pass

.

.

Por dentro do The Living Circle

O The Living Circle é uma coleção de hospitalidade composta pelos hotéis Widder e Storchen em Zurique, o hotel Alex Lake Zurich em Thalwil (Grande Zurique), a fazenda agrícola Schlattgu e o restaurante Buech em Herrliberg, o agriturismo Château de Raymontpierre em Vermes e ainda o Castello del Sole, a fazenda agrícola Terreni alla Maggia e o Rústico del Sole em Ascona.

Todas as propriedades do discreto grupo focam na hospitalidade de luxo e na boa mesa e estão instaladas em meio a paisagens idílicas, com approach sustentável (o slogan do grupo poderia ser traduzido como “hotéis de luxo alimentados pela natureza”).

As cozinhas dos hotéis recebem os produtos – de vegetais a vinhos – diretamente das próprias quintas do grupo, majoritariamente as instaladas nas proximidades, levando a sério o conceito earth-to-table.

ACOMPANHE A MARI CAMPOS TAMBÉM NO INSTAGRAM

.

The Living Circle
Foto: Mari Campos

.

O charme indiscutível do Alex Lake Zurich

O belo Alex Lake Zürich, parte da coleção The Living Circle, foi inaugurado em 2019, pouco antes da pandemia e ainda tem “jeitinho de novo”. A localização é espetacular: fica em Thandill, nos arredores de Zurique (são exatos 8km de distância), literalmente à beira do lago Zurich, a poucos minutos de trem ou barco do centro da maior cidade suíça.

Com interiores bastante contemporâneos, é uma espécie de “city & lake resort”; afinal, alojados ali podemos desfrutar tanto dos dias e noites cada vez mais vibrantes de Zurique (com ampla oferta cultural e gastronômica) como também da vibe bucólica do campo dos arredores e do próprio lago diante do hotel.

LEIA TAMBÉM: Novidades da hotelaria parisiense

.

A arquitetura modernista e funcional passa despercebida à distância. De perto, chama a atenção pelos materiais de alta qualidade – pedra travertino nas paredes, carvalho no piso, mármore branco nas mesas. Detalhes em azul náutico e paredes texturizadas lembram o interior dos iates. Recepção, lobby e bar se confundem, fazendo a vista para o lago ser sempre protagonista.

São apenas 43 espaçosas acomodações no Alex Lake Zurich – todas pensadas como pequenos estúdios, com direito a amplos banheiros, cozinha compacta, área de refeições, quarto, living e terraço (com amplas vistas para o lago, Zurique ou as montanhas). O hotel tem serviço de lavanderia tradicional, mas também uma pequena lavanderia self-service, para quem quiser se sentir realmente em casa.

Dentre os serviços do hotel, há aluguel de SUP e outros equipamentos aquáticos para aproveitar o lago ao máximo, uma pequena academia e também um micro spa com jacuzzi.

CLIQUE AQUI para ver disponibilidade e valores do Alex Lake Zurich.

.

O restaurante Alex, com paredes de vidro, parece debruçado sobre o lago; e se estende nos dias de bom tempo por um amplo terraço, separado por um pequeno calçadão do lago. Serve diariamente um espetacular café da manhã diariamente (com buffet e pratos à la carte incluídos), almoço e jantar. Vale a pena jantar pelo menos uma das noites ali, provando o elegante e saboroso menu mediterrâneo servido em porções bastante generosas e bons vinhos (acompanhados de ótima playlist).

A grande sacada da estadia é valer-se ao máximo do charmoso transporte cortesia em belas lanchas oferecidas pelo hotel. É com ele que chegamos diretamente ao centro de Zurique pelo rio Limmat ou atravessamos o lago até a idílica Herrliberg para almoçar entre obras de arte no imperdível (e tradicionalíssimo) restaurante Buech – com vista arrebatadora para o lago, montanhas e vinhedos da região, é claro.

ACOMPANHE A MARI CAMPOS TAMBÉM NO INSTAGRAM

.

.

Acompanhe o Hotel Inspectors também no Instagram @HotelInspectors, no Threads @hotelinspectors, no facebook @HotelInspectorsBlog e no Twitter @InspectorsHotel.

.

.

B Hotel Brasília

B Hotel Brasília em nova fase

Sejamos francos: Brasília tem hotéis icônicos do ponto de vista da história e da política, mas nunca teve, de fato, grandes destaques nacionais em hotelaria. Felizmente, esse cenário começou a mudar no final de 2018, quando o B Hotel Brasília finalmente abriu suas portas em pleno Eixo Monumental com design disruptivo do premiado Isay Weinfeld. E a propriedade entra agora em nova fase, querendo consolidar-se também como destino gastronômico na cidade.

ACOMPANHE A MARI CAMPOS TAMBÉM NO INSTAGRAM

Com quartos e áreas sociais cheias de charme e o mais disputado rooftop da cidade, o B Hotel Brasília acaba de renovar toda sua oferta em bares e restaurantes, com inauguração oficial no começo de julho. A ideia é focar na gastronomia para atrair simultaneamente hóspedes, visitantes e moradores da capital brasileira.

Estive no evento de inauguração dos novos menus do restaurante Térreo, o Lobby Bar e do Bar 16 e posso dizer: parece que estão mesmo no caminho certo.

LEIA TAMBÉM: NÓR: a hotelaria de luxo chega a São Roque

.

.

Ode ao movimento modernista

Desde sua inauguração, ainda pré-pandemia, o B Hotel Brasília sempre foi bastante diferente da hotelaria em geral da cidade.  O próprio design exterior, rodeado de verde e com janelas “desencontradas” na fachada, sempre chamou a atenção.

No total, são 302 apartamentos, um restaurante, dois bares e uma bela piscina no rooftop com vista panorâmica para a cidade – tudo inspirado no movimento modernista brasileiro, com direito a cores sóbrias e muitos vãos livres, pilotis e cobogós.

ACOMPANHE A MARI CAMPOS TAMBÉM NO INSTAGRAM

As acomodações têm predomínio de madeiras claras e decoração minimalista, com enxovais Trousseau e cama king size. Os banheiros espaçosos têm amenidades Trosseau e todos os quartos contam com grandes janelas com vista para a cidade. Há ainda água mineral, café e chá cortesia (mas apenas as suítes têm máquinas Nespresso). 

Para o lazer, o grande destaque é a pequena piscina no rooftop, com vista panorâmica para a cidade – perfeita para assistir de camarote o por do sol de todo dia. Conta ainda com área fitness e oferece práticas de meditação uma vez ao mês no jardim interno e eventuais aulas do yoga no rooftop.

Os espaços de eventos da propriedade têm todos mesas e cadeiras assinadas por designers brasileiros, e alguns têm vista para o Estádio Nacional e o Eixo Monumental.

LEIA TAMBÉM: B Hotel quer se tornar destino gastronômico em Brasília

.

.

Nova bossa gastronômica no B Hotel Brasília

A nova fase do B Hotel Brasília quer transformar a propriedade em um “destino” gastronômico para moradores e visitantes na cidade. A nova bossa dos bares e restaurantes por ali ficou a cargo do chef Lênin Palhano, ex-Nomaa Curitiba.

Palhano criou novos menus e propostas tanto para o restaurante Térreo quanto para o Bar 16, focando sempre em pratos e petiscos sabores bem brasileiros e com evidência para ingredientes locais do Cerrado da castanha de Barú ao queijo da Serra do Balsamo e o pequi. 

O restaurante térreo agora serve buffet de saladas no almoço e menu à la carte modificado a cada quinze dias. No jantar, o restaurante funciona unicamente com serviço à la carte, com cardápio fixo, e pratos principais custando em média R$160,00.

LEIA TAMBÉM: Como é se hospedar na nova Villa Langma, em Campos do Jordão

A peculiar linguiça de porco e camarão, feita ali mesmo, é uma das vedetes do cardápio. O meu destaque fica por conta do polvo na brasa com gremolata de pimenta de cheiro e tartar de abóbora e do delicioso tortelloni de queijo da Serra do Bálsamo.

O novo menu de sobremesa traz algumas opções clássicas com adendos inesperados – como sorvete de tapioca e baunilha do cerrado – e ótimas criações autorais. Recomendo muito o “Morango” (R$45), que mistura a fruta com saque, manjericão, espuma de chocolate branco tostado e nuts de amendoas e gergelim.

Para os bons drinks, o Lobby Bar propõe nova carta harmonizada com ótimos pocket shows de jazz em alguns dias da semana. Já o Bar 16, no rooftop, embala seus coquetéis com mini festivais e apresentações de DJs. Dos novos drinks autorais (valor médio R$45), recomendo o peculiar Pomar, que combina uva e pepino com vodca de pêra, edelweiss e limão tahiti; e o delicado Clarificado, com gin, caju, mel, limão e abacaxi.

Um drink no rooftop ao por do sol seguido de um belo jantar no Térreo seguramente valem a visita também para não hóspedes.

ACOMPANHE A MARI CAMPOS TAMBÉM NO INSTAGRAM

.

.

Acompanhe o Hotel Inspectors também no Instagram @HotelInspectors, no Threads @hotelinspectors, no facebook @HotelInspectorsBlog e no Twitter @InspectorsHotel.

.

.

JW Marriott São Paulo

A bossa do novo JW Marriott São Paulo

A inauguração de novas propriedades de importantes redes e bandeiras hoteleiras internacionais é sempre motivo de entusiasmo e satisfação não apenas na indústria da hospitalidade mas em todo o mercado turístico em geral. Assim, a primeira unidade JW Marriott em São Paulo – segunda da bandeira no país – vem sido celebrada desde o anúncio oficial, no final do ano do ano passado. E agora, finalmente, tive a chance de conferir pessoalmente toda a bossa do novo JW Marriott São Paulo.

ACOMPANHE A MARI CAMPOS TAMBÉM NO INSTAGRAM

.

Inaugurado no primeiro semestre de 2022 e ocupando exatamente o mesmo prédio e instalações do antigo Four Seasons São Paulo (que funcionou por menos de um ano e meio no país), o novo JW Marriott em São Paulo pretende ser um refúgio para viajantes – a turismo ou a negócios – , bem como uma oportunidade gastronômica e de relaxamento para os próprios paulistanos, em uma das cidades mais movimentadas do planeta.

A bandeira JW Marriott, da Marriott International, é famosa por aliar o conforto de acomodações e instalações upscale (ou de luxo, em algumas unidades) com o lifestyle contemporâneo e seus principais atrativos. E a nova unidade paulistana obviamente não desaponta.

LEIA TAMBÉM: ILTM aponta tendências para o turismo de luxo em 2023

.

.

novo JW Marriott São Paulo

Para quem já se hospedou no antigo Four Seasons São Paulo, estruturalmente o novo JW Marriott São Paulo não traz surpresas. E confesso que esses takeovers hoteleiros sem alterações físicas até hoje me confundem. Estão ali a grande instalação de fibras óticas e cristais da recepção, o mesmo lobby, mesmo bar, restaurante, spa, acomodações e obras de Burle Marx e Antônio Malta. Mas a atmosfera, felizmente, se nota bem distinta.

CONFIRA valores, disponibilidade e detalhes do novo JW Marriott São Paulo aqui.

Com mais flexibilidade e personalidade inclusive do staff, a gente sente a diferença de ambiente no novo hotel logo ao entrar. O check in com espumante é uma cortesia muito bem vinda, sobretudo quando o processo é um pouco mais demorado.

Os quartos e suites (são 258 no total), embora mantenham as decorações de outrora, ganharam seus “toques Marriott” nas cafeteiras, nas amenidades de banho em grandes embalagens da marca própria do hotel e também no simpático welcome amenity, bem ao estilo Marriott. Têm espaço de sobra, vistas para a cidade, banheiros enormes e belíssimas banheiras.

LEIA TAMBÉM: Cruzeiros podem ter hoje a melhor relação custoXbenefício da hospitalidade

.

Para os hóspedes afiliados ao Marriott Bonvoy, a novidade mais bem-vinda do novo JW Marriott São Paulo é seu belo Executive Lounge no 12o. andar. Hóspedes das executive suites ou com status elite no Bonvoy têm acesso ao local das 6 às 22h, com excelentes atrativos. Lounge charmoso e muito confortável, com amplos espaços para sentar e fazer refeições ou reuniões, tudo com vista panorâmica para São Paulo.

O lounge oferece cafés, bebidas e snacks o dia todo (inclusive em sistema grab&go para hóspedes com tempo mais corrido) e excelentes serviços de café da manhã (espumante incluído) e happy hour diário (com espumantes, cervejas e vinhos), sempre em sistema buffet. Uma mão na roda principalmente para hóspedes sem café da manhã incluído na diária.

LEIA TAMBÉM: Novo cenário da hotelaria de alto padrão nas Ilhas Cayman

.

.

Same same, but different

Se, por um lado, as instalações do novo JW Marriott São Paulo continuam exatamente as mesmas do hotel anterior, inclusive com mesma mobília e décor, os serviços mudaram bastante. O spa, focado nos cuidados com corpo, mente e alma, tem novo e excelente menu de tratamentos com os mais diversos propósitos. Os tratamentos de aromaterapia são puro relaxamento – e extremamente revigorantes também.

A piscina aquecida, parte interna. parte externa, e aberta sem custos para todos os hóspedes, é uma delícia – inclusive literalmente debaixo de chuva. Saunas e academia também são excelentes.

O Bar Caju e o Restaurante Neto, embora tenham mantido os mesmos espaços físicos e os mesmos nomes de outrora, seguem fielmente a bossa do novo JW Marriott São Paulo. Agora sob o comando do chef Ícaro Rizzo, ambos têm novos menus de drinks, snacks, pratos e sobremesas.

ACOMPANHE AS VIAGENS E ESTADIAS DA MARI CAMPOS TAMBÉM NO INSTAGRAM

Ocupando dois andares decorados com muita madeira brasileira e mármore, o restaurante Neto tem cozinha aberta e menu focado em pratos clássicos da culinária italiana em franca releitura do chef Rizzo – e funciona todos os dias da semana, o dia todo.

A mais bem-vinda novidade do restaurante é seu excelente brunch dominical. Funcionando todos os domingos entre 13h e 17h, serve o brunch em inusitado “family style”, com porções grandes, feitas para compartilhar entre amigos ou familiares, levadas diretamente à mesa. A refeição acontece em etapas: frutas e cereais, depois itens e pratos clássicos do café da manhã, depois pratos do almoço da casa e, por último, uma deliciosa variedade de sobremesas. O melhor: toda essa variedade gastronômica é acompanhada de free flow de cafés, sucos, espumante, gin tonica e Bloody Mary.

Uma constante em todas as áreas do hotel que lidam diretamente com o hóspede: serviço afinado, atento e muito prestativo. Fui passar o final de semana ali, pertinho de casa, porque o novo JW Marriott São Paulo vale mesmo a escapada – seja para quem vem de longe ou para nossa já consolidada staycation à paulistana.

CONFIRA disponibilidade e valores do novo JW Marriott São Paulo aqui.

LEIA TAMBÉM: O que faz um mordomo na hotelaria contemporânea

.

.

Acompanhe o Hotel Inspectors também no Instagram @HotelInspectors, no facebook @HotelInspectorsBlog e no Twitter @InspectorsHotel.

.

.

Tartarugas Filha da Lua Pipa

Todo o charme do Filha da Lua, em Pipa, RN

Pipa, no Rio Grande do Norte, ficou definitivamente mais charmosa em dezembro de 2020. Em plena pandemia, um casal de estrangeiros apaixonado pelo Brasil resolveu inaugurar ali um hotel de charme, sustentável e cheio de propósito. Foi com prazer que finalmente fui conhecer todo o charme do Filha da Lua, em Pipa, RN, uma adorável propriedade instalada na bela Praia das Minas.

Com apenas 17 charmosos bangalôs espalhados por uma enorme área protegida frente ao mar, o Filha da Lua foi ainda mais longe: já abriu de cara com o primeiro restaurante 100% glúten free e lactose free do Rio Grande do Norte. E propõe sustentabilidade real, sem greenwashing ou enrolação, a meros 10 minutos de carro do centro do vilarejo. 

LEIA TAMBÉM: Sem glúten e sem lactose, uma vista deslumbrante em Pipa

CONFIRA: Novos hotéis para ficar de olhoa em 2022

.

.

Todo o charme do Filha da Lua, em Pipa, RN

Localizado em área protegida, o Filha da Lua é um ecolodge que nasceu da paixão de um casal belga pelo Brasil. Inga e Frederic D’Ansembourg compraram o terreno hoje ocupado pelo hotel pensando inicialmente em fazer ali residência privada da família. Mas o projeto cresceu e acabaram optando por criar ali uma propriedade sustentável, com restaurante focado em alimentação saudável.

Com diárias desde R$850,00 por pessoa, a propriedade associada à Serandipians/Traveller Made fica de frente para o mar, em uma região bastante sossegada e longe da badalação do balneário, e famosa também pela desova de tartarugas. Dá para ver muitos detalhes e todo o charme do Filha da Lua no feed e nos destaques “Pipa/RN” do meu instagram @maricampos.

As 17 suítes distribuídas em nove bangalôs sobre palafitas são muito espaçosas, extremamente confortáveis, românticas e rodeadas de verde.  As imensas varandas merecem destaque, mobiliadas com esmero, puro convite ao ócio. As que estão instaladas no segundo andar dos bangalôs contam ainda com banheiros ao ar livre, cama com dossel e área para refeições. 

O café da manhã, servido ao redor da piscina e de frente para o mar é um dos pontos altos do Filha da Lua. Servido à la carte, diretamente na mesa do hóspede, traz sempre produtos muito frescos e saborosos, feitos na hora. E tudo sem glúten ou lactose, incluindo pão de queijo, bolos, pães e os “queijos” da casa. Se o hóspede quiser, pode também ser servido na varanda da suíte, com todo o capricho. 

Nas demais refeições, um vasto menu que vai desde porções para compartilhar à beira da piscina a refinados pratos de cozinha local e internacional – mas sempre mantendo a proposta gluten free e lactose free. 

CONFIRA mais detalhes e valores do Filha da Lua aqui

LEIA TAMBÉM: Viagens de até US$2 milhões: o novo boom do ultra luxo no turismo.

.

.

Sustentabilidade real na hotelaria

Todo construído de maneira sustentável, utiliza madeira de eucalipto de reflorestamento nas acomodações que foram todas erguidas sobre palafitas, para interferir o mínimo possível na delicada geografia local. 

Há uso de energia solar, estação de lixo 100% ecológica e plásticos ou produtos químicos perigosos/danosos de limpeza são sumariamente banidos. Comprando produtos de pequenos produtores locais, todo o menu do hotel é 100% glúten free e 100% lactose free – o primeiro do gênero. Utiliza somente amenidades sustentáveis e está realmente engajada com a comunidade local através de diferentes projetos, com o louvável Hello Pipa/Hello Barra, que fornece alimentação e ensina inglês gratuitamente para crianças, jovens e adultos da região. “Queremos criar uma corrente de consciência ética na hospitalidade”, diz Inga.

Vale destaque também sua Fazenda PachaMamma, que promove cultivo orgânico e regenerativo de ervas, frutas, legumes e verduras diversos através de sistemas agroflorestais e permacultura. Os alimentos produzidos ali abastecem as escolas de inglês, o hotel e também o restaurante Cicchetti Pipa, no centrinho da cidade. 

Além disso, algumas das experiências turísticas oferecidas aos hóspedes foram desenvolvidas em parceria com membros das comunidades locais, com destaque para a escola de kitesurf Kitemaster Pipa.

LEIA TAMBÉM: 10 mudanças de atitude para sermos turistas mais sustentáveis

.

.

Um hotel irmão a caminho

Inga e Frederic D’Ansembourg não apenas abriram ali sua primeira investida na indústria da hospitalidade com o Filha da Lua, como também fizeram de Pipa sua residência familiar em parte do ano e estão prestes a abrir o SEMPRE VIVO, seu segundo hotel na região. 

O Sempre Vivo terá o dobro da capacidade de hóspedes do Filha da Lua e terá mais foco em lifestyle, incluindo diferentes tipos de acomodação para distintos perfis de hóspedes. “O Sempre Vivo vai focar em uma audiência mais diversa, com cozinha internacional, sendo um complemento à cena hoteleira de Pipa”, explica Inga.

Visitei pessoalmente as obras e o Sempre Vivo está mesmo ficando lindo! Com design e proposta bem diferentes do Filha da Lua, mas também de cara para o mar. A inauguração do novo hotel está prevista para julho de 2022. 

LEIA TAMBÉM: ILTM Latin America comprova o crescimento do turismo de luxo

.

.

Acompanhe o Hotel Inspectors também no Instagram @HotelInspectors, no facebook @HotelInspectorsBlog e no Twitter @InspectorsHotel.

.

.

Alimentos e bebidas na recuperação da hotelaria

Na minha coluna anterior, falei que hotéis que tinham deixado de ver a receita unicamente em termos de ocupação de quartos e diárias vendidas teriam alento nestes tempos de pandemia. Pois hoje eu quero falar especificamente sobre como os investimentos no setor de alimentos e bebidas (F&B) contribuem enormemente na recuperação da hotelaria. 

Nestes tempos de baixa ocupação, embora F&B tenha margens bem diferentes de lucro, seus custos também são bem diferentes. Assim, o setor pode representar um percentual realmente importante da receita durante a pandemia. Com sorte, pode também criar hábitos no consumidor que perdurem também depois dela.

Um dos espaços externos para refeições do The Dylan Amsterdam. Foto: Divulgação

Hotéis na europa já começam a perceber diferença na receita

Em Amsterdã, por exemplo, a ocupação nos hotéis está aquém do esperado, já que o principal público da hotelaria da cidade sempre foi estrangeiro. Entretanto, hotéis de luxo que reabriram já vêem um aumento considerável de receita neste setor nesta fase em comparação ao mesmo período do ano passado.

“O hotel The Dylan, por exemplo, foi um dos primeiros a reabrir e tem um restaurante estrelado no Michelin. O gasto médio no restaurante já está maior nesta fase de reabertura do que era antes da pandemia”, conta Erik Sadao, da Sapiens Travel. “Quem está consumindo em bares e restaurantes dos hotéis neste momento ainda é um público muito local, mas que está realmente consumindo mais e melhor”, conclui. 

Sadao conta também sobre outras mudanças interessantes em curso por lá, como o fato de alguns alimentos antes muito disputados e caros estarem mais acessíveis atualmente. “Como não está havendo demanda suficiente, conseguimos encontrar ostras de boa procedência por um euro. Queijos consumidos majoritariamente por turistas também tiveram queda significativa nos preços”, conta. No Brasil, isso está acontecendo também com o camarão em alguns destinos muito turísticos do litoral. 

Leia mais: Como hotéis estão driblando a crise na pandemia.

Gastronomia ítalo-brasileira no restaurante Neto, no Four Seasons São Paulo. Foto: Mari Campos

Novas oportunidades no setor também no brasil

Em terras brasileiras, muitas propriedades de diferentes nichos também entendem o quanto a receita proveniente do setor de alimentos e bebidas pode contribuir para a recuperação da hotelaria.”Acreditamos que setores como lazer e alimentos e bebidas são eixo essenciais e não negócios de oportunidade, ou negócios que possam ser terceirizados”, diz Alexandre Zubaran, CEO da Enjoy Hotéis e Resorts.

E a pandemia reforçou a ideia na empresa. “No primeiro trimestre tinhamos um orçamento ousado para a área de F&B e realizamos algo como 40% da receita total. Para a retomada, teremos que aprender como ser rentáveis com 20% a 30% de ocupação, e em F&B não será diferente. Mas acreditamos que em nosso caso o percentual de participação na receita total deverá se manter”, afirma.   

As restrições impostas pela pandemia de Covid-19 acabaram trazendo ainda mais oportunidades para este setor na Enjoy. “Em nossos hotéis atendemos tanto hóspedes quanto proprietários e buscamos entender também seus desejos e interesses. Além de preços especiais, criamos combos de refeição e parcelamento das despesas de alimentos e bebidas. E montamos também um empório que oferece desde itens de conveniência, como fralda descartável ou protetor solar, até itens de F&B com embalagem familiar, para consumo no próprio apartamento”, explica Zubaran. 

Em um período de tantas mudanças e tanta necessidade de proatividade, inúmeras novas medidas protetivas foram implantadas para garantir segurança de hóspedes e colaboradores. Tudo isso gera custos e, obviamente, pode e deve gerar também receita. “Mudamos procedimentos no recebimento de mercadorias, na armazenagem, na produção e principalmente na forma de servir nos nossos bares e restaurantes”, conta Zubaran.

Mas a confiança no papel do setor de alimentos e bebidas na recuperação da hotelaria segue. “O setor de F&B seguirá sendo essencial para nosso modelo de negócio. Mas entendemos que o nível de confiança em relação à marca fará cada vez mais diferença. Caberá à empresa implantar e comunicar protocolos rígidos e sobretudo, garantir sua aplicação adequada”. 

Entenda melhor o que é turismo de isolamento.

Charme e excelência em qualquer refeição na Provence Cottage.
Foto: Divulgação

Excelência na serra mineira

O setor de F&B também teve sempre papel importantíssimo na adorável Provence Cottage, em Monte Verde, MG, que tem indiscutivelmente um dos melhores restaurantes da região. “Por ser chef, alimentação e hospedagem sempre andaram de mãos dadas, como personagens principais dos meus negócios. Sempre tive cuidado extra na manipulação e na escolha dos ingredientes”, conta Ari Kespers, um dos proprietários da pousada.

Nesta fase de retomada, a gastronomia segue protagonista e gerou também novas oportunidades. “Recebemos forte demanda também por atender hóspedes de outras pousadas da região, com refeições que estas pousadas não oferecem. E que Monte Verde, com o comércio fechado, também não atende neste momento. Isso tem incrementado de 10% a 20% nosso faturamento, o que compensa as restrições governamentais de ocupação máxima de 40% em estadias”. Falo mais sobre pousadas brasileiras neste processo de reabertura para o turismo aqui.

LEIA MAIS detalhes sobre a Provence Cottage aqui.

Leia mais: Quando será seguro viajar pelo Brasil?

Bons drinks no Fasano Angra. Foto: Mari Campos

Oportunidade de novos hábitos para os brasileiros

Tradicionalmente, salvo raras exceções, no Brasil não existe a cultura de frequentar hotéis para consumo de alimentos e bebidas em seus bares e restaurantes. Cenário bem diferente em destinos da Europa, por exemplo, nos quais bares e restaurantes de hotéis são frequentemente incluídos no lazer de alguns moradores.

Mas a pandemia (associada à necessidade de “domesticação” do lazer) pode ser também a oportunidade de incutir estes novos hábitos no consumidor. “Brasileiros em geral gastam muito menos que estrangeiros (sobretudo americanos) durante sua hospedagem. Normalmente pagam pelos pernoites, mas acabam saindo para comer e beber fora. Já outras nacionalidades consomem muito mais alimentos e bebidas no próprio hotel, e também mais serviços de bem-estar”, explica Erik Sadao.   

Como valores de diárias levam cada vez mais em consideração esse mix de gastos/consumo dos hóspedes e hotéis precisam, obviamente, de rentabilidade, sabemos que com baixa ocupação as tarifas nacionais podem subir. Por isso, urge que as propriedades busquem também uma rentabilidade cada vez maior do setor de alimentos de bebidas nesta fase de recuperação da hotelaria. E, preferencialmente, que isso se estenda também para o pós-pandemia. 

Gerar nova consciência e novos hábitos no consumidor – inclusive na busca por lazer dentro de sua própria cidade – é fundamental.  “Hotéis no Brasil, sobretudo nesta fase em que viajaremos unicamente de maneira doméstica, precisam criar cada vez mais alternativas para que o viajante brasileiro se sinta de fato à vontade e inspirado para consumir mais dentro do próprio hotel – seja por segurança, solidariedade ou mesmo por apelo e prazer”, afirma Sadao. 

Leia tudo que já publicamos sobre hotelaria em tempos de coronavírus.

Acompanhe o Hotel Inspectors também no Instagram @HotelInspectors, no facebook @HotelInspectorsBlog e no Twitter @InspectorsHotel.