Cristalino Lodge

A Amazônia exuberante do Cristalino Lodge

Verde até onde a vista alcança. É assim nosso horizonte durante todo o tempo em que estamos na Reserva do Cristalino, na Amazônia matogrossense. Esse pedacinho tão especial da maior floresta tropical do mundo no norte do estado do Mato Grosso, lar da a maior alpha-biodiversidade da Amazônia brasileira, recebe com capricho o belo Cristalino Lodge.

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O Cristalino Lodge, membro da BLTA (Brazilian Luxury Travel Association) é uma propriedade criada justamente para proteger o bioma no qual está inserido, bem na transição com o Pantanal e o Cerrado. A criação do lodge foi a forma que a família proprietária da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Cristalino, criada nos anos 90 e batizada em homenagem ao rio homônimo que a atravessa, encontrou de viabilizar a proteção da área.

A reserva abrange hoje 11.399 hectares de área protegida  – território seis vezes maior do que o Arquipélago de Fernando de Noronha – e possui também a Fundação Ecológica Cristalino, que promove pesquisa científica e educação ambiental regional. Seu entorno espetacular é o habitat de 1.361 espécies de plantas catalogadas e oito tipos diferentes de vegetação, e é considerado um dos melhores pontos da floresta para observação de vida selvagem, principalmente no período da seca (que vai até o final de outubro).

Inteiramente rodeado pela floresta, o Cristalino Lodge é acessível a partir do aeroporto de Alta Floresta/MT (hoje servido tb por voos regulares da Azul), distante cerca de 1h de carro mais 30 minutos de barco do hotel.

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A hospedagem no Cristalino Lodge

O lodge em si ocupa somente dois hectares de toda a extensa área da reserva. Tudo ali foi planejado e construído de maneira sustentável, inclusive esperando os períodos de cheia para o transporte de materiais.

São apenas 18 acomodações independentes, em formato de pequenos chalés ou bangalôs, com bastante espaço – inclusive algumas unidades com capacidade para até quatro pessoas, ideais para famílias.

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Mas é importante saber que elas não possuem ar condicionado, apenas ventiladores de teto. Durante o dia, podem ser bastante quentes; mas, à noite, o sistema de ventilação utilizado na construção costuma garantir o frescor necessário para uma boa noite de sono. Tampouco possuem telefone para contato com o staff do hotel ou sistema de alarme de emergência.

As diárias têm quase tudo incluído: acomodação, transfers ida e volta ao aeroporto de Alta Floresta, passeios diários (pelo menos dois, um pela manhã e outro pela tarde) e regime de pensão completa com bebidas sem álcool. 

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Gastronomia caprichada e dia-a-dia de aventuras

A gastronomia merece destaque, com alimentos sempre muito frescos e locais e pratos saborosos e bem apresentados no delicioso restaurante com áreas interna e externa. O café da manhã é sempre buffet (com ovos à la carte), o almoço é geralmente à la carte e os jantares podem ser à la carte ou buffet (na semana da minha hospedagem por lá, em duas noites o jantar foi servido em sistema buffet).

Embora o café da manhã seja o mesmo servido todos os dias, os menus à la carte do almoço e do jantar são bastante interessantes, propondo refeições de três ou quatro passos, sempre com opções também de peixes locais e de pratos vegetarianos.

Os dias no Cristalino Lodge costumam começar muito cedo, com alguns passeios saindo antes do amanhecer, com a floresta ainda escura, Chamou minha atenção que eles desligam toda a iluminação do lodge após o jantar, inclusive as sinalizações das rotas de fuga.

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Cristalino Lodge
Cristalino Lodge. Foto: Mari Campos

Com as acomodações espalhadas pela mata, pode ser tarefa bastante difícil conseguir caminhar do quarto ao restaurante na escuridão para as saídas dos passeios que começam de madrugada. Aprendi na prática que a melhor coisa é insistir para que seu guia vá te buscar na porta de sua acomodação para essas saídas.

Os passeios oferecidos pelo hotel incluem caminhadas na mata, lindos passeios de barco, caiaque, subida às duas torres de observação de 50 metros de altura cada construídas na reserva (passeios imperdíveis, principalmente ao nascer do sol, vistas impressionantes da floresta e dos animais lá do alto) e até uma deliciosa e exclusiva prainha de rio.

Agora na época da seca, tive a sorte de ver nas margens do rio uma infinidade de pássaros, anta, porco selvagem, lontra, ariranha, macacos, jacaré e capivara, sempre com uma tranquilidade e silêncio impressionantes. O timing dos passeios é muito bom, com saídas mais curtas, sobrando sempre tempo para descansar e aproveitar a estrutura do lodge também.

Além dos passeios pré-definidos pela equipe do hotel, feitos obrigatoriamente sempre com o mesmo guia durante toda a estadia, o Cristalino Lodge conta com diferentes áreas de convívio social e um deck flutuante no rio. Deve ganhar piscina e academia, pedidos frequentes dos hóspedes brasileiros.

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Operação sustentável

O staff é majoritariamente composto por moradores das comunidades locais e o jovem Lucas é quem cuida para que tudo funcione bem e os hóspedes estejam sempre contentes. Alguns dos guias também são da comunidade local e outros são biólogos brasileiros e estrangeiros.

O perfil dos hóspedes, por muito tempo majoritariamente estrangeiro, na pandemia passou a ser quase que exclusivamente brasileiro. Hoje, hóspedes se dividem bem entre brasileiros e estrangeiros, famílias com crianças, casais e viajantes solo.

A sustentabilidade dá o tom da operação cotidiana do lodge, com arquitetura sustentável, sistemas de tratamento de água, uso de energia solar, técnicas de permacultura, reciclagem e separação dos resíduos e atividades turísticas de baixo impacto. Por isso mesmo, me causou tanto espanto ver que ainda têm água com gás servida em garrafas de plástico – um ponto que precisa ser urgentemente revisto e modificado pela gerência.

No saldo final, uma deliciosa e confortável aventura em uma porção felizmente ainda bem pouco explorada da maior floresta tropical do planeta. Quero muito voltar.

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VILLA LANGMA Campos do Jordão

Como é se hospedar na nova Villa Langma em Campos do Jordão

A chamada hospitalidade não convencional vive um boom contínuo no Brasil desde o começo da pandemia, em 2020. Diversas acomodações, focadas nos mais diversos nichos e estilos de viajantes, seguem sendo construídas e inauguradas por todo o país. Nesta onda contínua de novas propriedades, foi um prazer imenso entender como é se hospedar na nova Villa Langma em Campos do Jordão, SP – que valoriza o sossego e as belezas naturais regionais, sem deixar de lado o conforto e os bons princípios da hospitalidade de qualidade.

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Localizada a pouco mais de 20 minutos de carro do centro da cidade, a nova Villa Langma tem conceito próprio: são apenas quatro luxuosas acomodações, todas com vista panorâmica para a Pedra do Baú e outras belezas da Serra da Mantiqueira, dividindo o mesmo terreno tomado de verde com a casa dos proprietários do negócio. Tem jeito de imóvel de temporada, mas inclui muito mais capricho, amenidades e princípios da hospitalidade tradicional que a maioria das propriedades similares.

Pensadas para duas pessoas cada, as acomodações são tiny houses vizinhas – mas que de “tiny” não têm nada. Pelo contrário: há espaço de sobra para descansar, trabalhar, cozinhar e curtir a vista arrebatadora a partir de todos os cômodos do imóvel.

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a nova Villa Langma em Campos do Jordão

Cada acomodação da Villa Langma em Campos do Jordão é de fato bastante espaçosa para uma tiny house. Todas elas contam com cozinha equipada, mini living, dormitório, área de refeições, banheiro completo com banheira e ducha, enxoval caprichado (incluindo roupões e deliciosas pantufas Trosseau), closet e uma grande varanda mobiliada.

Cada área da acomodação tem de fato espaço satisfatório e todas elas têm vista panorâmica para a Pedra do Baú e arredores – inclusive banheira e chuveiro. Os espaços foram mesmo pensados para o descanso e a contemplação da natureza – o panorama montanhoso é mesmo de uma beleza arrebatadora e até a cama fica voltada para ele, com apenas paredes de vidro à sua frente, pra gente se sentir o tempo todo integrado à paisagem.

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Mas há também boa estrutura para trabalhar, incluindo wifi cortesia de excelente qualidade (eu mesma usei muito durante toda a minha estadia). Assim, a Villa Langma tem tudo para se tornar também um excelente endereço para o anywhere office durante os dias úteis, ainda amplamente utilizado no Brasil.

As estadias na Villa Langma contemplam acomodação, como qualquer imóvel de temporada, mas incluem também um simpático “kit café da manhã” para a duração da hospedagem, deixado na cozinha da acomodação. Cada kit contém pão caseiro, ovos caipiras, geleias, café em cápsulas e drip coffee, queijo artesanal e frutas frescas – tudo adquirido de produtores regionais da Mantiqueira. Há cápsulas também água mineral engarrafada com e sem gás cortesia, mas toda a água das acomodações é filtrada e 100% potável.

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Infraestrutura adicional e serviço dedicado

A Villa Langma em Campos do Jordão tem acesso fácil – apenas os últimos quilômetros que a separam do centro de Campos do Jordão são de terra – e é bastante segura. As estadias ali podem inclusive ser feitas de modo 100% sem contato, já que entrada e saída da vila e das próprias acomodações são feitas através de códigos personalizados para cada hóspede.

Há estacionamento no local, uma pequena horta à disposição dos hóspedes (com ervas, temperos e outros vegetais) e uma sauna finlandesa coletiva também com vista para a Pedra do Baú e outras montanhas. É possível também alugar bicicletas para passear nos arredores.

A vila conta ainda com lavanderia e um “mercadinho da confiança”, onde o hóspede encontra diferentes rótulos de vinhos, cervejas, refrigerantes, geleias e queijos artesanais, tortas e massas congeladas, chocolates, azeites, molhos e sopas, tudo produzido na região. Cosméticos Maly Caran, a mesma marca das simpáticas amenidades de banho que os hóspedes recebem nas acomodações, e porcelanas autorais também estão à venda no local.

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Assim, basta o hóspede da Villa Langma pegar os itens que deseja, conforme sua vontade ou necessidade, anotar sua aquisição em um caderninho no local e pagar seu consumo no check out, com cartão de débito ou crédito ou pix. As opções do mercadinho são tão gostosas e as tiny houses são tão aconchegantes que a maioria dos hóspedes passeia durante o dia mas acaba optando por jantar ali mesmo (e as cozinhas são mesmo bem completas).

Mas, é claro, se a ideia for explorar o destino e arredores, os proprietários Carol e Caco estão constantemente na propriedade e acessíveis por Whatsapp para dar ótimas dicas e sugestões de trilhas, passeios, atividades, restaurantes e vinícolas na região.

As reservas para qualquer período do ano na Villa Langma em Campos do Jordão podem ser feitas diretamente pelo Airbnb ou pelo perfil da propriedade no Instagram – o melhor caminho também para agentes e consultores de viagem entrarem em contato com os proprietários.

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Joali Being Maldivas

Joali Being: o primeiro wellness retreat das Maldivas

Talvez não tenha outro destino do planeta em que a escolha do hotel é decisiva para sua viagem como as Maldivas. Ali, como o turista dificilmente sai dos domínios do resort escolhido, cada hotel do arquipélago é o destino. Com a discutível política de quase zero restrições desde o começo da pandemia, se converteram em um case maior ainda, batendo recordes históricos de visitantes – e, claro, somando ao já imenso portfólio de opções novas propriedades recentemente inauguradas. Incluindo o belo Joali Being, o primeiro wellness retreat das Maldivas.

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Inteiramente dedicado ao turismo de bem-estar e ao nicho do chamado ultra luxo, o novo hotel, inaugurado no finalzinho do ano passado, ocupa sozinho uma ilha do arquipélago de Raa. São cerca de 40 minutos de voo em hidroavião – muitas vezes, em belas aeronaves personalizadas para o hotel – que o separam da capital Malé. O incrível píer de chegada, cuja enorme estrutura de entrada foi inspirada no movimento dos dervixes em transe, já avisa que o resort tem profundas raízes turcas, assim como seus proprietários – mas fez também questão de ter diversos funcionários naturais das próprias Maldivas, uma raridade no destino.

Acabo de passar uma semana todinha por lá fazendo um de seus programas de imersão iniciais e acompanhando o gerente geral Özgur Cengiz, ex-One&Only Maldives conduzir com maestria a enorme equipe de funcionários do resort. E posso afirmar categoricamente: o Joali Being é mesmo diferente – e bastante – de qualquer outro hotel das Maldivas.

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Como funciona o Joali Being, o primeiro wellness retreat das Maldivas

É possível que o viajante escolha se hospedar ali apenas pela beleza natural da ilha ou pela arquitetura de estilo realmente sem igual no arquipélago. Mas esqueça o “barzinho” da noite, os cafés da manhã flutuantes, as renovações de casamento em jardins ou bancos de areia idílicos. A proposta do Joali Being é trabalhar com programas completos de imersão personalizados para seus hóspedes. Estabeleceu “quatro pilares transformadores” – mente, microbioma, pele e energia – que orientam todos os tratamentos, terapias e refeições oferecidos na propriedade. A ideia principal é que seja visto como um wellness retreat no qual hóspedes cuidem bem da saúde física e mental com o “plus” de estar nas Maldivas.

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Seus programas de imersão estão disponíveis para hóspedes que fiquem por pelo menos cinco noites no resort e são personalizados, segundo os mais diversos propósitos pessoais e/ou médicos. Mudar antigos hábitos acaba sendo uma consequência natural de todos eles.

As atividades disponíveis incluem uma mistura interessante de princípios da ciência moderna e das tradições antigas, incluindo muita naturopatia, medicina ayurvédica, medicina oriental e herbologia. Há tênis, yoga, aerial yoga, pilates, core, arco e flecha, snorkeling e mais uma série de aulas diariamente – muitas delas incluídas na diária de qualquer hóspede. E esportes aquáticos, massagens, watsu, terapia dos sons, crioterapia e outras práticas pagas à parte. O espetacular café da manhã – com direito a um enorme buffet e amplo menu de pratos à la carte – está sempre incluído; as outras refeições dependerão do programa escolhido pelo hóspede.

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Apontado pela Travel&Leisure como um dos melhores novos hotéis de 2022, possui apenas 68 acomodações, todas em estilo villa e muito espaçosas. São 33 na praia e 35 sobre o mar, todas com living separado do quarto, enormes banheiros e piscina privativa. Com água, café e chás – e fartamente disponíveis – dentre uma louvável seleção de amenidades cortesia (que inclui também nécessaires, material de leitura e diversos outros mimos. Há wifi de ótima qualidade – mas apenas nas villas. A ideia é todo mundo desconectar enquanto estiver fazendo suas atividades no resort.

O complexo de spa, Areka, tem 39 salas de tratamentos privativas – a maioria remotamente entre a vegetação local e algumas poucas sobre o mar. Tem a maior academia das Maldivas, diferentes espaços para prática de yoga e quadras esportivas. O centro de herbologia do hotel, Aktar, cria chás customizados para os hóspedes e oferece ainda diferentes ateliês e workshops, ensinando inclusive como preparar seu próprio óleo essencial perfumado.

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A natureza dá sempre o tom

Dos restaurantes à arquitetura, é a natureza quem comanda tudo no Joali Being, primeiro wellness retreat das Maldivas. Biofílica, a arquitetura impressiona em qualquer ambiente: materiais naturais, texturas diversas e pés-direito altíssimos, criando espaços muito ventilados. Priorizaram também cores pouco usuais na hotelaria das Maldivas, como rosa e verde-água nos quartos, que definitivamente transmitem uma sensação constante de tranquilidade.

CONFIRA AQUI MAIS DETALHES E VALORES DAS ACOMODAÇÕES DO JOALI BEING

São apenas dois restaurantes na propriedade toda, Flow e Mojo. Mas o primeiro vale por três: tem, separadas, uma cozinha apenas para peixes e frutos do mar, outra para vegetais e outra para carnes. E cada refeição apresenta menus distintos para cada uma delas (como em qualquer resort das Maldivas, fundamental reservar a estadia com pelo menos meia pensão; as refeições avulsas ficam facilmente em US$250,00 para um casal, sem bebidas.

Os menus oferecidos focam no local, no orgânico, no saudável. Nada em linha xiita, é claro. Porque obviamente há pizza, hamburguer e batatas fritas no menu. E carnes de todo tipo. Mas os menus mais extensos são os de peixes e frutos do mar e vegetais – e há diversas opções para veganos. E os pratos são sempre muito, muito leves, mesmo nas porções mais bem-servidas.

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No Joali Being não há qualquer estímulo ao consumo do álcool; pelo contrário. A frase clássica do staff é “muitos hotéis se orgulham de suas adegas; nós nos orgulhamos dos nosso chás”. O resort conta com um dos bares exclusivamente dedicados à milenar bebida, com mais de 60 tipos de chá oriundos de 17 países (Brasil incluído) à disposição. Oferece não apenas um vasto menu como degustações especiais e workshops inteiramente dedicados a esse universo.

Nos restaurantes e no bar principal, há oferta alcoólica mas bastante limitada. O destaque fica por conta de bons vinhos orgânicos e biodinâmicos. Mas a grande estrela da casa são seus sucos, vitaminas e deliciosos (mesmo!) healthy mocktails, sempre à disposição – e com impressionante variedade.

Os carrinhos elétricos estão sempre à disposição dos hóspedes, dia e noite. Mas todos são incentivados a fazerem bom uso de caminhas e das bicicletas e triciclos existentes em toda villa – e a adesão é altíssima.

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Um resort que já nasceu sustentável

O Joali Being já nasceu 100% comprometido com a sustentabilidade. Faz compostagem de todo resíduo orgânico, utiliza somente sacos de lixo biodegradáveis, baniu o uso de plástico (tem embalagens criativas que incluem até folhas de bananeira), faz reciclagem constante de materiais (inclusive vidros quebrados, com esmagadora própria) e adotou uma política zero waste até na cozinha (vegetais inutilizados são transformados em picles, cascas das frutas são desidratadas, ervas que sobram aromatizam azeites etc).

Seus restaurantes trabalham com o conceito “earth to table“ e os peixes e frutos do mar servidos ali são comprados apenas de pescadores locais com práticas sustentáveis de pesca. Associado ao Olive Ridley Project, está finalizando dois tanques para recuperação de tartarugas que ficarão instalados no próprio resort.  A arquitetura biofílica, privilegiando a iluminação e a ventilação naturais, garante também eficiência energética. Irriga o resort em sistema “drip” e faz uso de BioGuy para remover resíduos biológicos de maneira sustentável.

As chaves das acomodações são todas de madeira, as amenidades são embaladas em papel ou colocadas em grandes displays reutilizáveis e até as cápsulas de café dos quartos são 100% biodegradáveis. Produz sua própria “água da casa” com sistema Sewage Treatment, farta e gratuitamente distribuída em todas as acomodações e restaurantes. Eventuais plásticos encontrados no resort (trazidos pelo mar ou pelos hóspedes) são separados e enviados para a Parley, uma organização não governamental de proteção aos oceanos.

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Importante: como é focado em bem-estar, é um hotel pensado para adultos. Famílias com crianças são bem-vindas apenas na super low season (julho e agosto). Já no Joali Maldives, dos mesmos donos e localizado a meros 15 minutos de lancha do Joali Being, são bem-vindas – e muito mimadas – o ano todo.

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Six Senses Shaharut

Six Senses chega a Israel com Six Senses Shaharut

A imensidão de crateras, montanhas, penhascos e formações geográficas espetaculares do deserto do Negev cobrem mais da metade de todo o território de Israel. Fazendo fronteira com a Jordânia, esse fenomenal deserto, tão fértil em belezas naturais e experiências bem autênticas em tours, parques nacionais e kibbutzim da região, carecia há tempos de uma opção realmente confortável e com bom serviço de hospitalidade. O jogo agora virou: a rede Six Senses chega a Israel com Six Senses Shaharut.

O hotel, inaugurado no segundo semestre de 2021 mas aberto a turistas internacionais somente em março deste ano, já está mudando o cenário turístico na região. Com proposta 100% focada em bem estar e sustentabilidade, e instalado literalmente em meio ao deserto, o Six Senses Shaharut já começa a atrair hóspedes que nem estão viajando propriamente por Israel. É cada vez mais frequente turistas em viagem pela Jordânia escaparem por alguns dias ao país vizinho para conhecerem todas as belezas do Negev com o conforto e a excelência das propriedades Six Senses (são cerca de 3h de distância do hotel a Petra).

Conhecer o deserto do Negev, em Israel, era um dos meus sonhos de viagem. Tive o prazer de realizá-lo neste junho de 2022, após concluir um roteiro de “Terra Santa para brasileiros” com a agência curitibana Caminhos Viagens. E o sonho do Negev se realizou de maneira ainda melhor que a esperada: tive o prazer de ser a primeira jornalista brasileira a se hospedar no novo Six Senses Shaharut durante minhas aventuras por lá (dá pra acompanhar não só minha estadia no hotel quanto também toda minha bela viagem por Israel no Instagram @maricampos). E na coluna de hoje vou contar em detalhes porque esse belo resort em pleno deserto é tão especial.

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Six Senses chega a Israel com Six Senses Shaharut

Faltava mesmo ao deserto do Negev uma propriedade focada no mercado de luxo (hotéis previamente existentes por lá focavam em sua maioria nas fatias mais econômicas do turismo, como o enorme Kfar Hanokdim e o Selina Ramon. O Six Senses Shaharut chegou com 60 acomodações em uma propriedade de 46 acres do deserto.

O hotel está em harmonia com o panorama quase sobrenatural das paisagens da região. Cada suíte foi desenhada para parecer uma mini villa (ou cottage), com enormes portas, relaxantes tons pastéis, muitas texturas diferentes e a cama sempre posicionada bem no meio do quarto, para garantir vista panorâmica do deserto através das janelas que vão do chão ao teto. 

Cada uma delas possui living, varanda e espaçosos banheiros, com banheira e chuveiro bem separados; algumas possuem também pequenas piscinas privativas, chuveiro externo e área de refeições. Há pouco espaço para guardar roupas ou abrir as malas. Tampouco há espaço para guardar as malas, que acabam ficando sempre aparentes no quarto, tolhendo um pouco a passagem.  Por outro lado, há água filtrada, café em cápsulas e biscoitos cortesia no belíssimo minibar embutido.

A decoração é um dos maiores trunfos da propriedade. Tudo no quarto é repleto de texturas, distintos tecidos, aromas naturais. Tudo é inspirado no deserto, com peças, objetos e louças produzidos com exclusividade por uma comunidade próxima. A arquitetura bem bolada garante vista panorâmica para o deserto para todas as acomodações e nenhuma delas fica à vista dos hóspedes que caminham pela propriedade.

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Projeto levou dez anos para ser concluído

O empresário Ronny Douek começou o projeto há dez anos, quando ainda nem imaginava que seria inaugurado como Six Senses Shaharut. O hotel já estava em avançado processo de construção quando a rede Six Senses entrou na jogada. A ideia de Douek sempre foi ter ali um hotel cujas construções (acomodações, áreas comuns etc) parecessem ter estado sempre ali, como uma espécie de vila nabateia – projeto levado a cabo com esmero pela arquiteta Daniella Plesner.

Com seus parceiros comerciais, investiu mais de 100 milhões de dólares na empreitada que realmente criou um hotel que parece parte da paisagem do deserto. E o projeto tinha mesmo tudo para se tornar uma propriedade Six Senses, tão focado em autenticidade e sustentabilidade.  É o primeiro hotel tanto de Israel quanto da própria rede Six Senses a conquistar certificação LEED.

O projeto está dando tão certo que executivos da rede já planejam criar uma espécie de “circuito Six Senses” em Israel, com diferentes propriedades em outros cantos do país. Vale lembrar que a cena hoteleira está em franca expansão no país que, além do Six Senses Shaharut, ganhou esse ano seu primeiro Kempinski em Tel Aviv (o antigo The David, que acaba de reabrir as portas) e tem Mandarin Oriental em franca construção na mesma cidade. 

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Mas nem tudo foi simples: Shaharut, que se traduz como o momento logo antes da alvorada, é também o nome de uma pequena comunidade dos arredores que, então com apenas 160 residentes, viu de repente sua população aumentar com alguns dos funcionários do hotel se mudando para lá.  Inicialmente os moradores não estavam nada satisfeitos com a chegada de um hotel a seu recanto remoto e silencioso; mas parece que agora os ânimos estão finalmente se acalmando por lá. 

Diversos moradores fizeram parte de alguma maneira dos elementos artesanais da construção e manutenção do resort, da madeira esculpida dos tetos e portas aos exclusivos cobertores, colchas e cerâmicas do hotel.  Dizem que Duek supervisionou cada porta, almofada ou lamparina instalada no resort, do qual segue sendo proprietário. 

A administração do resort apostou em um staff muito jovem de israelenses. A maioria veio sem experiência na área, recém saída dos anos no exército de Israel – o que torna o serviço bastante casual em todo o hotel e ainda precisando de ajustes importantes no restaurante, principalmente durante o serviço do café da manhã. Muitos funcionários do hotel estão hoje alojados numa pequena comunidade “kibbutz-style”.

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Para comer, relaxar, Se aventurar

O Six Senses Shaharut conta com três espaços gastronômicos focados em uma fusão da cozinha israelense com a mediterrânea. Há um grill próximo à piscina, o adorável Jamillah Bar para drinks, lanches e pratos leves, e o Midian, o restaurante principal, aberto para café, almoço e jantar.

Em todos eles, a proposta do chef executivo David Bitton (ex- King David) é utilizar ingredientes locais e regionais muito frescos, muitos deles produzidos no próprio hotel ou em algum kibbutz da região. Com mesas internas e externas, a cozinha ao vivo e o fantástico forno taboon se encarregam de produzir pratos étnicos e internacionais.

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O café da manhã servido diariamente no Midian é praticamente um evento – e tudo com vista panorâmica para o vale Arava, as montanhas Edom e até o pequeno vilarejo Shaharut. São inúmeras estações distintas de um imenso buffet de quentes e frios, uma área somente para queijos locais e diferentes tipos de iogurte e uma lista bastante interessante de sucos especiais e pratos à la carte, também incluídos. (aliás, reservar diárias com meia pensão ali é fundamental)

O Six Senses Shaharut tem ainda piscina infinity com vista para o deserto israelense e as montanhas jordanianas, um belíssimo spa ayurvédico com piscina indoor, estábulo com camelos resgatados, um anfiteatro para apresentações musicais e sundowners, e um genial jardim quase tropical que abastece as cozinhas do resort.  Atividades como aulas de yoga, tours pelo jardim, criação do seu próprio scrub e até happy hour ao por do sol três vezes por semana estão incluídas nas diárias, em dias e horários específicos.

Para chegar ao hotel, são cerca de três horas e meio de carro desde Tel Aviv ou Jerusalém, três horas de Petra ou 50 minutos a partir do Aeroporto Internacional Ramon (ETM), próximo a Eliat, no mar Vermelho. Chegadas em helicópteros também podem ser reservadas. O resort recebe apenas hóspedes acima de 12 anos.

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Tartarugas Filha da Lua Pipa

Todo o charme do Filha da Lua, em Pipa, RN

Pipa, no Rio Grande do Norte, ficou definitivamente mais charmosa em dezembro de 2020. Em plena pandemia, um casal de estrangeiros apaixonado pelo Brasil resolveu inaugurar ali um hotel de charme, sustentável e cheio de propósito. Foi com prazer que finalmente fui conhecer todo o charme do Filha da Lua, em Pipa, RN, uma adorável propriedade instalada na bela Praia das Minas.

Com apenas 17 charmosos bangalôs espalhados por uma enorme área protegida frente ao mar, o Filha da Lua foi ainda mais longe: já abriu de cara com o primeiro restaurante 100% glúten free e lactose free do Rio Grande do Norte. E propõe sustentabilidade real, sem greenwashing ou enrolação, a meros 10 minutos de carro do centro do vilarejo. 

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Todo o charme do Filha da Lua, em Pipa, RN

Localizado em área protegida, o Filha da Lua é um ecolodge que nasceu da paixão de um casal belga pelo Brasil. Inga e Frederic D’Ansembourg compraram o terreno hoje ocupado pelo hotel pensando inicialmente em fazer ali residência privada da família. Mas o projeto cresceu e acabaram optando por criar ali uma propriedade sustentável, com restaurante focado em alimentação saudável.

Com diárias desde R$850,00 por pessoa, a propriedade associada à Serandipians/Traveller Made fica de frente para o mar, em uma região bastante sossegada e longe da badalação do balneário, e famosa também pela desova de tartarugas. Dá para ver muitos detalhes e todo o charme do Filha da Lua no feed e nos destaques “Pipa/RN” do meu instagram @maricampos.

As 17 suítes distribuídas em nove bangalôs sobre palafitas são muito espaçosas, extremamente confortáveis, românticas e rodeadas de verde.  As imensas varandas merecem destaque, mobiliadas com esmero, puro convite ao ócio. As que estão instaladas no segundo andar dos bangalôs contam ainda com banheiros ao ar livre, cama com dossel e área para refeições. 

O café da manhã, servido ao redor da piscina e de frente para o mar é um dos pontos altos do Filha da Lua. Servido à la carte, diretamente na mesa do hóspede, traz sempre produtos muito frescos e saborosos, feitos na hora. E tudo sem glúten ou lactose, incluindo pão de queijo, bolos, pães e os “queijos” da casa. Se o hóspede quiser, pode também ser servido na varanda da suíte, com todo o capricho. 

Nas demais refeições, um vasto menu que vai desde porções para compartilhar à beira da piscina a refinados pratos de cozinha local e internacional – mas sempre mantendo a proposta gluten free e lactose free. 

CONFIRA mais detalhes e valores do Filha da Lua aqui

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Sustentabilidade real na hotelaria

Todo construído de maneira sustentável, utiliza madeira de eucalipto de reflorestamento nas acomodações que foram todas erguidas sobre palafitas, para interferir o mínimo possível na delicada geografia local. 

Há uso de energia solar, estação de lixo 100% ecológica e plásticos ou produtos químicos perigosos/danosos de limpeza são sumariamente banidos. Comprando produtos de pequenos produtores locais, todo o menu do hotel é 100% glúten free e 100% lactose free – o primeiro do gênero. Utiliza somente amenidades sustentáveis e está realmente engajada com a comunidade local através de diferentes projetos, com o louvável Hello Pipa/Hello Barra, que fornece alimentação e ensina inglês gratuitamente para crianças, jovens e adultos da região. “Queremos criar uma corrente de consciência ética na hospitalidade”, diz Inga.

Vale destaque também sua Fazenda PachaMamma, que promove cultivo orgânico e regenerativo de ervas, frutas, legumes e verduras diversos através de sistemas agroflorestais e permacultura. Os alimentos produzidos ali abastecem as escolas de inglês, o hotel e também o restaurante Cicchetti Pipa, no centrinho da cidade. 

Além disso, algumas das experiências turísticas oferecidas aos hóspedes foram desenvolvidas em parceria com membros das comunidades locais, com destaque para a escola de kitesurf Kitemaster Pipa.

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Um hotel irmão a caminho

Inga e Frederic D’Ansembourg não apenas abriram ali sua primeira investida na indústria da hospitalidade com o Filha da Lua, como também fizeram de Pipa sua residência familiar em parte do ano e estão prestes a abrir o SEMPRE VIVO, seu segundo hotel na região. 

O Sempre Vivo terá o dobro da capacidade de hóspedes do Filha da Lua e terá mais foco em lifestyle, incluindo diferentes tipos de acomodação para distintos perfis de hóspedes. “O Sempre Vivo vai focar em uma audiência mais diversa, com cozinha internacional, sendo um complemento à cena hoteleira de Pipa”, explica Inga.

Visitei pessoalmente as obras e o Sempre Vivo está mesmo ficando lindo! Com design e proposta bem diferentes do Filha da Lua, mas também de cara para o mar. A inauguração do novo hotel está prevista para julho de 2022. 

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