Afinal quando estamos falando de marketing de destinos turísticos temos que responder a essas perguntas: o que só seu destino tem? Quais seus diferenciais? Seus valores únicos?
Não é uma tarefa fácil, sobretudo porque hoje não são os destinos que falam sobre si, são os viajantes, os turistas. Também não é um problema do destino ou dos governos, é um desafio para todos os atores do negócio.
É o resultado da experiência dos turistas, suas imagens, vídeos, comentários, críticas, vivências e sonhos que se transformam em publicidade do destino.
O papel do setor público e dos empresários? Conteúdo, conteúdo e conteúdo. Deixar à disposição dos viajantes todo tipo de informações, detalhes, dicas e desejo de visitar seu destino como forma de prover todas as condições para que, ao buscar informações, os turistas encontrem o que procuram.
Tarefa complexa que exige estratégia, recursos humanos e financeiros, além de muita parceria entre gestores públicos e empresários.
Autor: Jeanine Pires
Virando do avesso o MKT
Nosso espaço de debate no portal Panrotas passa a se chamar MKTDestinos.
Adoro o tema e estou empolgada em poder compartilhar mais experiências, informações e tendências sobre como os destinos estão trabalhando sua atração de turistas. Seria isso ?
Acho que não… talvez o foco seja como os turistas, (oppssss) os viajantes, estão falando sobre suas experiências durante suas viagens. Melhor assim.
Apesar de não poder e não querer jogar fora toda a experiência na área de marketing de destinos acho que chegou a hora de virar do avesso, de pensar e agir de forma totalmente diferente na comunicação entre destinos, empresas, intermediários e seus clientes, os viajantes.
Vamos juntos nesse novo desafio, vou adorar receber idéias, exemplos e informações dos leitores do Panrotas.
De olho nos destinos: Magazine Azul #16
De olho nas novidades que as revistas de bordo estão trazendo.
A edição da Revista da Azul de agosto está super interessante, comento alguns dos conteúdos ligados a destinos turísticos e produtos importantes do mercado nacional e internacional.
A edição é de agosto, mas está muito boa, provavelmente você não vai encontrar nos aviões, mas pode acessar: http://www.azulmagazine.com.br/v1/
1. Novo voo para os EUA: a empresa destaca os novos voos para Miami e Orlando, apesar de não serem destinos novos refletem a procura pelos brasileiros e a oferta de novas opções de voos. Ainda faltam as autorizações das autoridades aeronáuticas do Brasil e EUA para iniciar as operações
2. Lençóis Maranhenses: Destino falado mais ainda pouco explorado pelos brasileiros. A matéria é encantadora pelas fotos e informações sobre a natureza, a cultura local e detalhes sobre como chegar, onde ficar, comer e o que é importante levar para a viagem.
3. Tiradentes, MG: Abre o apetite ao falar da capital da Boa Mesa. Minhas está cada vez mais inserida em roteiros gastronômicos aliados à história e à cultura. Detalhes de pratos, restaurantes e particularidades locais são os destaques.
4. Paço do Frevo e Cais do Sertão em Recife: Além de mostrar essas duas novas atrações de Recife, faço meus os encantamentos do autor da matéria. Vale muito à pena, são espaços que falam da história, que permitem a interação e não devem nada a museus importantes de todo o mundo. Especialmente o Cais do Sertão é imperdível. Aliás toda a região do Marco Zero no chamado Recife Antigo está repleto de atrações, lugares para comer, um mercado de artesanato divino e uma vista para o mar indescritível.
Quanto custam 100Km de viagem aérea?
Um estudo da GoEuro apresenta dados sobre o custo do transporte em vários países do mundo, desde o rodoviário, ao ferroviário e aéreo.
Uma olhada no GoEuro Flight Price Index, que pesquisou o custo médio por 100km das viagens aéreas em 43 países coloca a Finlândia como o país mais caro com U$ 138.90. O país mais barato é a Índia, com U$ 10,36; a China está na 12a. posição com o custo médio de U$ 20,06 e a Rússia em 9o. lugar com U$ 18,32.
O Brasil aparece nesse ranking com um custo médio por 100km de viagem aérea em 32o. lugar entre os 43 países pesquisados, com um preço médio de U$ 44,92.
Que história é essa J.W.Marriot ?
Fairfield In. É uma das marcas do grupo Marriott de hotéis, espalhada por diversas cidades no mundo.
Mas o vínculo emocional e a história da marca Fairfield me chamaram a atenção. Em 1951, o fundador da Marriott International, J. Willard Marriott comprou uma propriedade nas colinas de Blue Ridge (Hume, Virgínia), lugar esse que ele transformou em um dos seus lugares prediletos, frequentado por ex-Presidentes americanos e amigos. Era o “lugar ou campo leal, honrado, amplo”, ou diversos outros adjetivos que traduzem a J.W. Marriot as lembranças de uma vida modesta e simples.
Estou contanto essa história porque, ao me hospedar num desses hotéis, encontrei a explicação do nome do hotel, e a história que existe por trás da marca. Fui pesquisar e me lembrei, nada como uma boa história para nos emocionar com uma experiência, passar a ver o serviço de outra forma.
Sim! Hoje esse lugar é um hotel para ocasiões especiais, festas, casamentos, eventos. Quer saber mais? http://www.marriottranch.com.
Qual é a sua história? Seu vínculo emocional ?
Eduardo e Pedro
A trajetória que vitimou Eduardo Campos, Pedro Valadares e outras cinco pessoas consternou o Brasil.
Minha homenagem vai a esses dois amigos, Eduardo e Pedro, porque acreditavam num Brasil melhor e mais justo, porque acreditavam no turismo.
Lembro de reuniões dos governadores do nordeste, lideradas por Eduardo Campos para tratar de ligações aéreas, PRODETUR, integração da região, apoio aos estados menores da região. Todos presenciam o trabalho de promoção do estado de Pernambuco nos últimos anos, a realização de algumas edições da BNTM com muito sucesso, o discurso e o investimento em ações para melhorar a infraestrutura e a promoção do estado.
Recordo de Pedro Valadares Secretário de Sergipe e Presidente da CTI Nordeste, buscando voos para Aracaju, pedindo um finger para o aeroporto, integrando todos os estados nordestinos, buscando inovar no trabalho de promoção da região e na parceria com o setor privado e público.
Essas não são palavras dirigidas a pessoas que nos deixaram prematuramente, são o testemunho de que existem pessoas decentes, sérias, comprometidas com o turismo e com o Brasil. Ficam as memórias, as histórias e os contos, as realizações. Fica o exemplo e a coragem de seguir com esperança, fica a saudade da energia e do comprometimento dessas pessoas que tanto se dedicaram ao turismo. Pessoas que acreditaram no turismo como política pública. Obrigada Eduardo, obrigada Pedro.
Crescem gastos em viagens a negócios
A GBTA – Global Business Travel Association, sob o patrocínio da VISA publicou seu relatório anual sobre as viagens de negócios – GBTA BTI Outlook – Annual Global Report & Forecast. O estudo mostra um levantamento em 75 países para entender os fatores que vem influenciando as viagens a negócios e conclui que os maiores gastos em viagens a negócios serão maiores nos Estados Unidos, China e Oeste da Europa. O crescimento chinês é impressionante, em média de 16,2% entre 200 e 2013, com previsão de que a Ásia Pacífico ganhe 5% em market share até 2018.
Cerca de 89% dos gastos em viagens de negócios do mundo – US$ 964 bilhões vem do movimento da Ásia Pacífico, Estados Unidos e Oeste da Europa . A China, Rússia, Índia e Brasil continuarão a crescer os gastos em viagens a negócios, ficando entre os quatro países com maior gasto.
Ainda de acordo com o estudo, o preço do petróleo e a instabilidade política são fatores que podem impactar negativamente os gastos nas viagens a negócios.
(Fonte: GMI Portal)
O que aprendi com a Copa: 1 “Podemos tirar nota 10”
Como foi apontado em diferentes estudos e matérias jornalísticas veiculadas durante e depois do Mundial da FIFA, o turismo é um dos setores mais beneficiados com a realização e o legado do megaevento. Se colocarmos o cenário na perspectiva de 2016, e no impacto que os Jogos Olímpicos geram para a imagem de um país, podemos dizer que o evento será a oportunidade de melhorar a qualidade do nosso turismo, e também de aumentar o volume de turistas internacionais que chegam por aqui. O salto no volume de visitantes estará ligado a melhorias no acesso aéreo. Além disso, as experiências de viagem terrestre entre nossos vizinhos e o Brasil podem estimular o crescimento do fluxo do continente.
O perfil do turista que viajou para a Copa do Mundo é diferente daquele que já recebemos. Neste episódio tivemos a chance de abrir novos mercados e de receber mais comentários positivos sobre o Brasil, o que costuma influenciar as escolhas dos viajantes em potencial. De acordo com as pesquisas divulgadas após a Copa, a maioria, que estava visitando o Brasil pela primeira vez, gostou da experiência e quer voltar para explorar mais o país.
O salto na qualidade deverá acontecer com o aprendizado da Copa, que vai impulsionar a competitividade e a melhoria de produtos e serviços públicos e privados. A diversificação da oferta turística abre espaço para novos perfis de visitantes, cujos interesses podem estar na praia, na floresta, nas atrações urbanas, nos roteiros de aventura, nos eventos ou em feiras comerciais. A qualidade virá com o aumento dos gastos, da permanência dos visitantes de lazer e de negócios, a geração de empregos e a oportunidade de novos negócios. O chamado pulo do gato, neste caso com foco nos movimentos interno e externo, deve estar no reconhecimento do turismo como uma atividade que gera divisas e empregos, e que pode mudar o perfil das pequenas empresas em todos os lugares do Brasil. Além disso, é preciso investir na qualidade dos produtos e serviços dos destinos, ter maior cooperação entre os setores público e privado, e apoiar as atividades que impulsionam o setor.
É preciso criar uma estratégia competitiva para fortalecer a imagem do Brasil no mercado global, criando uma identidade para o país, atraindo novos investimentos e envolvendo o turismo, as empresas exportadoras, a cultura, o esporte e a diplomacia. Também é importante preparar uma mensagem única para apresentar ao mundo até 2016. A proposta deve ser mostrar quem somos de verdade, divulgando nossa imagem do nosso jeito. Desta forma evitamos especulações que possam prejudicar o país em diversos aspectos e afastar os turistas, que podem criar expectativas erradas em relação à segurança, receptividade, infraestrutura etc.
Se para a FIFA a Copa no Brasil mereceu nota 9,25 em organização, precisamos de muito esforço, colaboração, objetivos claros, inovação e criatividade para alcançar a nota máxima, 10. Já provamos que temos condições, agora é o momento de trabalhar para atingir a meta.
O que aprendi com a Copa: 8 “Liderança em Eventos”
Ainda tentando sintetizar alguns temas interessantes sobre os benefícios da Copa do Mundo FIFA para o turismo brasileiro quero falar do segmento de eventos.
A mudança de percepção da sociedade, imprensa e diversos atores do Brasil sobre o segmento de eventos é uma oportunidade que o turismo deve aproveitar de forma inovadora. A preparação para receber os visitantes e as experiências vividas nas cidades sede e outras cidades do país foram surpreendentes; muito se aprendeu desde os aeroportos, estradas, restaurantes, hotéis, lojas, lugares de entretenimento. Provavelmente, quando as cidades receberem outros tipos de eventos esportivos ou associativos, estarão mais experientes e darão mais atenção aos fatores valorizados durante o Mundial, assim como terão mais entendimento dos benefícios que esses eventos podem trazer para seus negócios.
Como as cidades vão consolidar essa nova visão? Como os destinos vão buscar mais parceiros privados para captação de eventos? Como os destinos vão receber congressos, feiras e eventos de qualquer natureza ?
O posicionamento do Brasil no ranking da ICCA, e a realização do Mundial da FIFA, coroados com os Jogos Rio 2016 são uma carta branca para a atração de eventos internacionais de qualquer natureza para o Brasil.
Aprendi com a Copa que, tanto no Brasil, na relação da indústria de eventos com parceiros públicos e privados, e, especialmente na promoção internacional do país como sede de eventos de qualquer perfil, precisamos inovar, ser arrojados e criativos em mais cooperação e ações estratégicas.
O que aprendi com a Copa: 9 “povo brasileiro”
Desde que tive a oportunidade de trabalhar com a promoção internacional do Brasil durante 8 anos, tenho grande curiosidade e estudo muito sobre a imagem de nosso país, entender como ela pode ser melhorada e trabalhada de forma estratégica. Quando preparamos o Plano Aquarela em 2003, o Plano Aquarela 2020, assim como nas pesquisas que realizamos com os estrangeiros no Brasil até 2010, toda a estratégia de posicionamento do país era fundamentada em ressaltar nossos grandes ativos reconhecidos pelo mundo, e nos diferenciar por nossos valores e atributos únicos.
Pois agora, em boa hora sempre, se descobre novamente o que essas pesquisas já nos mostravam. O melhor do Brasil é o brasileiro. Matérias na imprensa nacional e internacional mostraram que a forma de receber e o jeito de viver dos brasileiros é o que mais encanta os visitantes do exterior. Depois disso, nosso setor, o turismo. Sim! Foi a qualidade e a diversidade das atrações turísticas que mais encantou os gringos. E claro, algumas coisas os surpreenderam positivamente, como a segurança, a qualidade do transporte aéreo e a qualidade do setor hoteleiro. Novamente o turismo!
Aprendi com a Copa 2014 que o melhor do Brasil são os brasileiros, e que o turismo é o setor mais beneficiado com os megaeventos esportivos, eventos associativos e culturais. Imagina nos Jogos Rio 2016.