Bath, locação da série da Netflix "Bridgerton"

Como é dormir em uma locação da série ‘Bridgerton’

Lady Featherington tem um objetivo na vida: casar suas três filhas. Quem já assistiu a Bridgerton, série da Netflix que estreou no Natal, sabe de quem estamos falando. Produzida por Shonda Rhimes (de Grey’s Anatomy) e inspirada nos livros de Julia Quinn, a obra de época está no topo do top 10 Brasil do serviço de streaming. Bridgerton se passa em Londres no período regencial, no início do século XIX, e mostra nobres e aristocratas britânicos às voltas com romances. A maioria dos fabulosos cenários internos foi recriada em estúdio. Já as cenas externas foram filmadas principalmente na adorável Bath. Várias no Royal Crescent, onde fica o Royal Crescent Hotel & Spa. E como é dormir em uma locação de Bridgerton?

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Bath, Patrimônio Mundial

No sudoeste da Inglaterra, a 1h30m de Londres a partir da Estação de Paddington, Bath é muitas vezes visitada em programas de bate-e-volta. Um desperdício de tempo. Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a cidade tem atrações o suficiente para ao menos uma ou duas noites. A arquitetura predominantemente do período georgiano está muito bem preservada.

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O Royal Crescent, conjunto de 30 prédios da década de 1770 formando uma meia-lua em torno de um gramado, é um dos cartões-postais de Bath. E endereço da fachada da casa dos Featherington. Logo no primeiro episódio dá para ver bem o local, quando os personagens vão a um encontro com a rainha no qual quem brilha é a protagonista Daphne Bridgerton (Phoebe Devynour) e não a família de Lady Featherington (Polly Walker).

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rOYAL cRESCENT, OBRA-PRIMA GEORGIANA

Ainda hoje cerca de um terço das construções do Royal Crescent permanecem como residências únicas. O restante foi dividido em apartamentos, com duas exceções. No Royal Crescent número 1 há um museu, previsto para reabrir em abril, que mostra como era o interior das casas locais no final do século XVIII. Já os números 15 e 16, bem no centro do semicírculo, abrigam o Royal Crescent Hotel & Spa, hotel boutique de luxo que faz a gente se sentir em um episódio de Bridgerton. Ainda não sabemos quando poderemos viajar tranquilamente para o Reino Unido e, no momento, o Royal Crescent Hotel está fechado. Mas é permitido sonhar e fazer planos para dormir em uma locação de Bridgerton.

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Como é se hospedar no Royal Crescent Hotel

O conjunto arquitetônico do Royal Crescent é considerado de Grau 1 pelo Reino Unido, o que significa que é de “interesse excepcional” e não pode ser demolido ou alterado. As duas construções ocupadas pelo Royal Crescent Hotel são de 1775 e foram meticulosamente restauradas para manter o esplendor original. Com os selos de qualidade da hotelaria de luxo Virtuoso e Traveller Made, o hotel é hoje um destino em si. Fica em uma silenciosa área residencial e a menos de 15 minutos de caminhada das principais atrações turísticas de Bath, como as Termas Romanas, a abadia do século XVI e a Pulteney Bridge sobre o Rio Avon (foto no início do texto).

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Locação da série Bridgerton em Bath: Royal Crescent Hotel | Foto de Carla Lencastre
Royal Crescent Hotel em Bath | Foto de Carla Lencastre
Elegância do Século XVIII, cOMODIDADES DO SÉCULO xxi

Antes uma residência, como todas as casas do Royal Crescent, o número 16 virou hotel somente em 1950. Em 1971 o número 15 foi anexado à propriedade, que recebeu o nome de Royal Crescent Hotel. Os donos mudaram ao longo das últimas décadas, mas o nome foi mantido. Os proprietários atuais assumiram o hotel na década de 2010 e fizeram novas restaurações e obras de renovação, inclusive no spa com seis salas de tratamento (com produtos naturais da grife britânica Elemental Herbology), saunas seca e a vapor e uma deliciosa piscina aquecida e coberta com 12 metros de extensão e cercada por paredes em pedra. O ambiente é do século XVIII; os confortos, do século XXI. O serviço é impecável.

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Suítes à la Bridgerton

O hotel tem 45 elegantes acomodações, com decorações únicas e banheiros em mármores. Os quartos de entrada, com 23 m² e móveis de época, podem ser um pouco apertados. Mas as 11 suítes com pé-direito alto, tetos ornamentados, lustres, bustos e pinturas a óleo valem o investimento. A sensação de dormir em um prédio de quase 250 anos é a de estar em um cenário de Bridgerton. Ainda que o ambiente seja extremamente romântico, o Royal Crescent Hotel é family friend. Há quartos interligados e outros que podem receber camas extras. O hotel oferece serviço de babysitting e maiores de 12 anos podem usar a piscina do spa.

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O Royal Crescent Hotel tem ainda uma villa com quatro quartos e jardim privativo, procurada por celebridades do cinema e da música. E oferece buyout muito antes de a pandemia ter transformado em tendência a opção de reservar um hotel inteiro para você, sua família e seus amigos. Rolling Stones e U2 já fecharam o Royal Crescent Hotel apenas para convidados.

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bAR, RESTAURANTE E SPA SÃO ABERTOS AO PÚBLICO

Um belo jardim separa os quartos da construção onde ficam o Dower House Restaurant, o Montagu Bar & Champagne Lounge e o spa, todos abertos ao público em geral mediante reserva. O nome do bar homenageia a socialite, incentivadora da literatura e escritora Elizabeth Montagu (1718-1800), que morou no número 16 e organizou muitos eventos literários em seus salões. No site do hotel há detalhes saborosos da história do Royal Crescent e de seus personagens, que renderiam outras séries de TV. Mas é a literatura que é parte indissociável de Bath, como bem sabem os leitores de Jane Austen. A escritora inglesa (1775-1817) viveu na cidade e a usou como inspiração e cenário em suas obras. Royal Crescent incluído.

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A estrutura hoteleira na República Dominicana

Passei a última semana toda na República Dominicana, o destino caribenho mais visitado por turistas de todo o mundo, de acordo com dados do relatório deste ano da Organização Mundial de Turismo.

Neste cenário, sabemos que há anos o Brasil é um mercado extremamente importante para o destino e um dos maiores emissores de turistas do mundo para a República Dominicana. Embora a grande maioria rume diretamente para os grandes resorts tudo incluído de Punta Cana, fiz uma viagem um pouquinho diferente. A convite do Ministério do Turismo da República Dominicana, visitei também outros cantos do país – a começar por sua capital, Santo Domingo – para conhecer um pouco mais da estrutura hoteleira do país e da própria diversidade de seus destinos turísticos.

Voei a Santo Domingo com a Copa Airlines (escala rápida no Panamá), mas o país conta com oito aeroportos internacionais e diversas possibilidades de rotas para chegar lá. A capital dominicana é repleta de belezas arquitetônicas (trata-se da cidade mais antiga das Américas) e realmente vale ao menos um pernoite (se possível, dois) – e a hotelaria local está finalmente sabendo tirar bom proveito disso.

Lá, fiquei hospedada no charmoso Hodelpa Nicolás de Ovando, que ocupa um imenso casarão colonial restaurado em pleno centro histórico. Os quartos e banheiros são espaçosos e confortáveis, há piscina, academia, dois bons restaurantes e os ambientes comuns souberam tirar ótimo proveito da história do edifício. Móveis coloniais com um toque de contemporaneidade, muito verde, belos pisos – e tudo com um serviço bem simpático e eficiente.

Além do charme do hotel em si, o Nicolás de Ovando soube criar um serviço premium dentro do próprio hotel: o Club Imperial, que funciona como um lounge executivo com café da manhã e happy hour gratuitos todos os dias, além de águas, refrigerantes, cafés e peticos à disposição no espaço o tempo todo. Devagarzinho, outras propriedades da cidade começam a investir também nesta vibe hotel-boutique-histórico, que tem tudo para seguir funcionando na cidade.

Para fugir do estereótipo dos imensos hotéis all-inclusive de categoria turística da ilha, algumas regiões da República Dominica, como Samaná e La Romana, se destacam pelas opções luxuosas de hospedagem e pelo fluxo imensamente inferior de turistas em suas areias. La Romana, que vem sendo apontado com um dos pedaços mais luxuosos do país, deve sua aura premium em grande parte ao excelente Casa de Campo, um hotel que faz parte dos seletos portfólios tanto da Leading Hotels of the World quanto da Preferred Hotels.

Trata-se de uma imensa propriedade que mistura hotel e villas privadas entre campos profissionais de golfe, paisagismo caprichado e, claro, a beira-mar. Conta com ótimos quartos, um caprichado beach club, marina, lojas, diferentes complexos de piscina, excelente serviço em geral e ainda uma incrível oferta de bares e restaurantes das mais diversas cozinhas. Ali cada quarto recebe um carrinho de golfe no check in (obrigatória a apresentação da carteira de identidade) para se locomover dia e noite entre os distintos espaços do hotel. A grande sacada do hotel é que ele funciona tanto no modelo tradicional da hotelaria de luxo, com apenas hospedagem, como também em sistema tudo incluído – à escolha do hóspede, inclusive na hora do check in.

A propriedade tem ainda a Altos de Chávon, uma cidadela antiga que reproduz uma vila italiana medieval com direito a igreja, praças, anfiteatro romano e edifícios antigos hoje ocupados por lojas, galerias de arte, cafés, bares e restaurantes – e ainda tem uma vista linda para o rio e as colinas cobertas de verde. A localização é excelente, belas praias quase desertas e ainda é um bom ponto de partida para tomar um dos passeios à Isla Saona.

E como não dava para deixar Punta Cana de lado, passei os últimos dias da viagem por lá. A cidade ganhou novos e charmosos beach clubs e investe cada vez mais pesado em hotelaria de luxo para fugir um pouco do estigma dos resorts all inclusive de qualidade duvidosa. O destaque da hotelaria ali fica por conta do premiado Tortuga Bay, com design de Oscar de la Renta, mas vale dizer que mesmo all inclusives mais tradicionais estão dando um jeitinho de tirar uma fatia deste mercado.

É o caso do hotel Dreams Punta Cana, com mais de 600 quartos, que acrescentou um serviço “Preferred” a alguns deles. O hotel é antigo e poderia passar por uma bem-vinda reforma nos edifícios onde os quartos estão localizados. Mas os quartos são extremamente espaçosos (a maioria com jacuzzis nas grandes varandas) e há mais de 10 opções diferentes para gastronomia. Quem paga pelo suplemento Preffered leva amenidades diferenciadas, bebidas premium, frigobar incluído nas diárias, consumo em sem restrições em todos os restaurantes da propriedade, serviço de concierge exclusivo para reservas e passeios, lounge dedicado dentro do hotel e também um beach lounge exclusivo, bem caprichado, em área específica e controlada da praia, com cabanas e serviço diferenciado.

Uma inciativa simples que faz profunda diferença no dia-a-dia dos hóspedes que optam por este suplemento – a começar pelo sossego do café da manhã. A estratégia vem dando tão certo que outros grandes resorts da região já estão planejando implantar medidas similares a partir do segundo semestre do ano que vem.

Dá para conferir mais informações sobre o país aqui e mais informações sobre a hotelaria testada e aprovada na minha viagem pela República Dominicana aqui.

Onde ficar em Cartagena, no Caribe colombiano

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Torre da Universidade de Cartagena

Onde ficar em Cartagena, no Caribe colombiano

Em cima do muro não é uma opção. Do lado de cá ou do lado de lá é a principal dúvida na hora de escolher o hotel na belíssima Cartagena das Índias, no noroeste da Colômbia. Dentro da muralha de dez quilômetros de extensão, a cidade tem um colorido Centro Histórico do século XVI, Patrimônio da Humanidade pela Unesco, repleto de hotéis boutique, lojas, bares e restaurantes (estes até em cima do muro). Do lado de fora da muralha está o Mar do Caribe. Onde ficar em Cartagena?

Leia mais: um roteiro por Cartagena na revista Panrotas (a partir da p. 26)

As praias da cidade não são aquelas dos cartões-postais caribenhos, com água azul-turquesa e areia branca e fofa. Mas a hospedagem nos grandes hotéis à beira-mar é opção a ser levada em conta para quem viaja com crianças pequenas. Ou não dispensa a infraestrutura de um resort. Ou simplesmente quer combinar história e praia na mesma cidade.

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Onde ficar em Cartagena: Dentro da Muralha

Para quem vai a Cartagena em busca da vida do século XXI pelas ruas do século XVI, o lugar para ficar é do lado de dentro do muro. Da primeira vez na cidade, há alguns anos, tive ótima experiência no Charleston Santa Teresa, o que contribuiu muito para o meu amor à primeira vista por Cartagena. Com 87 quartos, instalado em um antigo convento do século XVII perto da Torre do Relógio, o hotel tem piscina no terraço, com vista para as torres da Catedral em primeiro plano, e o selo Traveller Made. No belo claustro central estão as mesas do Harry’s, restaurante de Harry Sasson, um dos chefs colombianos mais famosos.

Outro convento, também do século XVII, abriga o Sofitel Legend Santa Clara, com 123 quartos e recomendado pelo Forbes Travel Guide. Mesmo que não seja a sua opção, vale aproveitar o bom bar El Coro e o restaurante 1621. El Coro é o endereço da cripta que inspirou Gabriel García Márquez no livro Do amor e outros demônios. A casa do escritor colombiano, ainda hoje com a família, é vizinha ao Santa Clara. As áreas comuns do hotel são lindas, como o pátio central repleto de plantas e com um poço. A piscina, grande para uma área histórica, está em um pátio ao lado. Este é o hotel do Centro Histórico com melhor estrutura para receber crianças pequenas.

Atualização:

Em outubro de 2020, o Santa Clara foi eleito pelos leitores da Condé Nast Traveler o melhor hotel da América do Sul e o segundo melhor do mundo. Em novembro, foi reconhecido como o South America’s Leading Hotel pelo World Travel Awards.

A bonita Casa San Agustín, membro da Leading Hotels of the World, também é recomendada pelo Forbes Travel Guide. O restaurante Alma, de frutos do mar com leitura contemporânea, é bem gostoso. Tem vista para a pequena piscina em formato de L, emoldurada pela parede em pedra de um aqueduto do século XVII. Os 30 quartos, com decorações únicas, oferecem mix charmoso de detalhes modernos e históricos, alguns com afrescos originais nas paredes. O hotel tem um solário com vista para a torre da universidade do século XIX, onde estudou García Márquez (foto na abertura deste texto).

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Onde ficar em Cartagena: jacuzzi com vista para o Mar do Caribe no hotel Radisson Cartagena Ocean Pavillion | Foto de Carla Lencastre
Jacuzzi com vista para o Mar do Caribe no Radisson Cartagena | Foto de Carla Lencastre

Onde ficar em Cartagena: fora da muralha

Tive as duas experiências, dentro e fora do muro. A mais recente foi mês passado, quando voltei a Cartagena a convite do Radisson Ocean Pavillion. O hotel com 233 quartos fica na praia de La Boquilla, entre 20 e 30 minutos de carro do Centro Histórico. Conto mais sobre o Radisson Cartagena em reportagem na revista Panrotas. Ainda ao norte do Centro, entre 30 e 40 minutos de carro, na região de Manzanillo del Mar, há duas novas opções de grandes redes hoteleiras: o Meliá Karmairi, somente para adultos, aberto em meados de 2019, e o Conrad Cartagena, inaugurado no final de 2017.

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Onde ficar em Cartagena: prédios modernos na ponta da península de Bocagrande, em Cartagena | Foto de Carla Lencastre
Prédios modernos na ponta da península de Bocagrande | Foto de Carla Lencastre

A área hoteleira de praia mais perto do Centro é Bocagrande, península repleta de arranha-céus que, vista do mar, lembra Downtown Miami. Está a cerca de 15 minutos de carro da principal entrada da cidade murada, a Porta do Relógio. Um clássico na área é o Hilton, em El Laguito, no sul da península. Há outras opções de redes, em diferentes faixas de preço. Em Bocagrande, como em La Boquilla, geralmente a areia e o mar são acinzentados, com águas mornas. Há vendedores, o assédio é grande; as praias são seguras.

Onde ficar em Cartagena: conjunto histórico vai abrigar o Four Seasons Cartagena | Foto de divulgação
Como vai ficar o conjunto histórico que abrigará o Four Seasons Cartagena| Divulgação

Também ao sul do Centro, fica Getsemaní, um dos bairros mais antigos de Cartagena. É lugar para aproveitar a vida noturna, com muitos bares de salsa. Há alguns meses, a rede Four Seasons anunciou que sua terceira propriedade na Colômbia (há dois hotéis em Bogotá) será justamente em Getsemaní, em um conjunto de prédios históricos a apenas cinco minutos de caminhada da Porta do Relógio. Passei por lá, as obras ainda não começaram. Será a 15ª propriedade da coleção Four Seasons Historic Hotels. Em fase de gentrificação, o bairro tem hostels e hotéis como o Selina, inaugurado há menos de um ano, com quartos individuais e comunitários.

E agora? Qual o seu lado do muro?

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Fachada do Kimpton Fitzroy, hotel em Londres

Como é se hospedar no Kimpton Fitzroy, em Londres

Erguido há 120 anos para abrigar um dos primeiros hotéis de Londres com banheiro em todos os quartos, o impressionante prédio com fachada em terracota na Russell Square, em Bloomsbury, acaba de completar um ano como Kimpton Fitzroy. O nome homenageia o arquiteto Charles Fitzroy Doll, também autor da sala de jantar do Titanic. Fitzroy Doll encomendou duas esculturas idênticas de um dragão em bronze. Uma está na escadaria que começa no exuberante lobby em mármore do hotel. A outra foi para o Titanic. Um dos dragões se chama Lucky George (George o Sortudo). Fácil saber qual deles, não?

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O Fitzroy é o primeiro Kimpton no Reino Unido e o segundo na Europa com a marca americana, agora propriedade do gigante britânico da hotelaria InterContinental Hotels Group (IHG). Em abril de 2018, depois de reforma de 85 milhões de libras (cerca de R$ 440 milhões), o hotel reabriu como Principal. No mês seguinte, o IHG assumiu a administração da marca britânica e decidiu pelo rebranding, concluído em outubro do mesmo ano. Fiquei hospedada no Kimpton Fitzroy em maio deste ano, a convite do VisitBritain, órgão de promoção do turismo britânico.

O IHG comprou a Kimpton no final de 2014. O primeiro hotel europeu com a bandeira foi aberto em 2017, o De Witt, em Amsterdã. Este ano a marca chegou à Escócia, em Edimburgo e Glasgow. Manchester, na Inglaterra, terá o próximo. Todos estes quatro hotéis no Reino Unido eram Principal.

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Hospedagem no Kimpton Fitzroy, em Londres

Localização

O Kimpton Fitzroy fica em Bloomsbury, uma área mais tranquila de Londres. A estação de metrô de Russell Square encontra-se na esquina, a 150 metros. O Museu Britânico está do outro lado da praça, a cinco minutos de caminhada. Na mesma direção, mais 15 minutos levam à área de compras da Oxford Street. Do lado oposto fica Holborn, com bares e restaurantes. Chega-se em 15 minutos também à região renovada no entorno das estações de trem e de metrô de King’s Cross e St. Pancras, casa londrina do Eurostar.

Quartos

São 334 acomodações, com tamanhos entre 11 e 68 metros quadrados. Fiquei em uma suíte com vista para a Russell Square. Na primavera e no verão, o verde das folhas das árvores parece invadir o ambiente acolhedor, com decoração sóbria. Na sala, com tapete sobre piso em madeira escura, sofá de dois lugares, poltrona, mesa de centro e televisão, há bonitas edições de Jane Austen e Charles Dickens, máquina de café expresso e minibar. No quarto, a escrivaninha fica entre dois armários com cortinas em vez de portas. Espelhos ajudam a ampliar os ambientes.

O ponto alto é o banheiro em mármore branco, repleto de luz natural e com banheira separada do chuveiro. A Kimpton é inovadora em design de roupões de banho, mas os do Fitzroy são em estilo clássico.

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Gastronomia

O bar Fitz’s é o destaque. Com uma atmosfera extravagante e sexy, o ambiente escuro mistura antiguidades com plumas, sofás confortáveis em veludo com um globo espelhado de discoteca pendurado no teto. Os drinques são bons e servidos lindos copos. O bar é bem concorrido no início da noite, mesmo em dia de semana. Melhor reservar.

A tradicional wine hour da Kimpton acontece no restaurante Neptune, em tons claros de mármore, com bons vinhos e canapés. No dia em que lá estive, o gerente geral do hotel, Paul Walters, estava conversando com os hóspedes e querendo saber a opinião de todo mundo, em um ambiente descontraído.

O restaurante é especializado em frutos do mar e abre para almoço e jantar. Hóspedes também podem tomar o café da manhã ali. Em outro restaurante, o Palm Court, é servido o chá da tarde. Fica em um pátio interno com plantas e uma claraboia em vidro que deixa passar a luz natural. É um ambiente luminoso, que contrasta com as outras áreas do hotel, mais escuras. Há ainda um café em ambiente mais neutro e moderno, o Burr & Co.

Áreas comuns e serviço

Conhecia o edifício de outras idas a Londres, quando entrava no prédio histórico apenas para admirar seu interior. Cada área é mais incrível do que a outra. Há mármore nas imensas colunas, nas paredes, nos pisos em mosaico. O décor combina móveis clássicos com objetos de design, característica da rede, alguns à venda. Não há piscina nem spa. O serviço é informal e gentil, ainda que um pouco confuso nos bares e restaurantes. Estive lá apenas seis meses depois da abertura. Ajustes já devem ter sido feitos.

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Hall dos elevadores do Mandarin Oriental Hyde Park London

Como é se hospedar no renovado Mandarin Oriental Hyde Park, em Londres

Welcome, Ms. Lencastre, me disse o porteiro assim que abriu a porta do táxi na entrada do Mandarin Oriental Hyde Park, em Londres. Reconhecimento facial feito por seres humanos, e não pela tecnologia, é um luxo da hotelaria que sempre me impressiona. Não poderia ter começado melhor minha hospedagem no Molon.

O hotel pegou fogo em junho de 2018, logo depois de o prédio centenário ter passado, ao longo de dois anos, pela maior renovação da sua histórica. O jeito foi, como diz o clichê, renascer das cinzas. E que renascimento. Mês passado, a gerente geral, Amanda Hyndman, que assumira a função poucos dias antes do incêndio, foi escolhida a hoteleira do ano pela associação de viagens de luxo Virtuoso. E tanto o hotel quanto o spa são reconhecidos com cinco estrelas no Forbes Travel Guide.

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Depois de seis meses fechado, no final de 2018 o Molon reinaugurou seus três restaurantes, o bar e o spa. A reabertura para hóspedes foi em 15 de abril deste ano. Fiz check-in dias depois, a convite do VisitBritain, órgão de promoção do turismo britânico. A seguir, alguns destaques da hospedagem.

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A renovação do Mandarin Oriental em Londres

Localização

Um dos hotéis mais luxuosos de uma cidade repleta de estabelecimentos de primeira, o Mandarin Oriental Hyde Park London fica no elegante bairro de Knightsbridge, em frente à loja de departamentos Harvey Nichols e perto da Harrods e do V&A Museum. A estação de metrô de Knightsbridge está na calçada em frente, a cem metros. A escada na entrada do hotel leva ao lobby com mármores em diferentes cores, colunas e imenso lustre de cristal que lembra uma flor aberta.

Atualização: Em outubro de 2020 os leitores da Condé Nast Traveler escolheram o Mandarin Oriental Hyde Park como o melhor hotel de Londres no Reader’s Choice Awards 2020.

A outra fachada é voltada para o parque, como o nome do hotel indica, onde há uma entrada usada apenas pela Família Real e convidados especiais, geralmente chefes de Estado. A rainha Elizabeth II e sua irmã, princesa Margaret, tiveram aulas de dança no ballroom, na primeira metade do século 20. O prédio em estilo eduardiano é de 1889. Funciona como hotel há 117 anos, e como Mandarin Oriental desde o ano 2000.

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Quartos

O novo design dos 181 quartos é assinado por Joyce Wang, que vive entre Londres e Hong Kong. A ideia foi “trazer o parque para dentro do hotel”, e há muitas referências a folhagens, patos e cavalos, inclusive na bela curadoria de obras de arte moderna distribuídas por toda a propriedade. O mobiliário tem referências art déco e o resultado é sofisticado e acolhedor.

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A espaçosa suíte onde me hospedei, voltada para a Knightsbridge, era silenciosa, com sala, quarto e dois banheiros em mármore, um deles com banheira, ambos com vasos sanitários japoneses, com aquecimento. No quarto, há mesa, poltrona e tomadas e entradas USB por toda a parte. Na sala, sofá, poltrona, mesa de centro, mesa de trabalho, estante com livros interessantes e um bonito armário com frigobar e máquina de café expresso. Menção especial para as lindas luminárias em todos os ambientes.

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A água mineral vem da fonte do Blenheim Palace, palácio onde nasceu Winston Churchill a cerca de cem quilômetros a noroeste de Londres. O primeiro-ministro britânico foi um dos muitos hóspedes ilustres do hotel, e é homenageado também na carta de drinques do bar.

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Gastronomia

O Molon é o endereço do Dinner, restaurante do chef britânico Heston Blumenthal, com duas estrelas Michelin. E, também, do sempre bom Bar Boulud, menos formal, do chef francês radicado em Nova York Daniel Boulud. Como bom hotel inglês, tem um concorrido afternoon tea com champanhe servido no bonito Rosebery, um salão de chá que funciona desde 1920, e um bar com drinques inspirados na história e na localização do prédio. O café da manhã, com bufê e serviço à la carte, é servido no salão do restaurante de Blumenthal, com janelões voltados para o Hyde Park.

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O Bar Boulud tem entrada independente pela rua. O novo décor do bar, os restaurantes e do spa no subsolo, com piscina de 17 metros de extensão e 13 salas de tratamento, é assinado pelo designer nova-iorquino Adam D. Tihany.

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Serviço

Impecável, como se espera em um hotel deste porte. Do reconhecimento na chegada aos pequenos detalhes, como um pequeno prendedor em velcro para manter enrolados os fios dos eletrônicos espalhados pelo quarto. Funcionários gentilíssimos em todas as áreas.

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