Vista aérea do Soneva Jani, nas Maldivas

Hotel carbono neutro: quando a hospedagem não deixa pegadas

Um hotel deve ter como meta ser carbono neutro. Até porque depois de declarada a pandemia, e passada a surpresa inicial com algumas imagens de recuperação do meio ambiente, está claro o efeito arrasador do novo coronavírus na sustentabilidade. E a preservação do meio ambiente terá cada vez mais importância na retomada da economia.

Resolver como a energia é gerada pode estar além das ações cotidianas. Mas valorizar uma propriedade que se preocupa em reduzir o impacto das emissões de carbono nas mudanças climáticas é algo que todos os viajantes podemos fazer quando for seguro viajar novamente.

Atualização: No início de 2021 escrevi para o #Colabora, site de jornalismo independente voltado para o desenvolvimento sustentável, sobre como podemos tornar mais leves as pegadas de carbono das nossa viagens. Também escrevi para o jornal O Globo sobre o que cada um de nós pode fazer para compensar as emissões de carbono nas viagens.

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As emissões de carbono durante a pandemia

Estudo publicado em maio de 2020 na revista Nature Climate Change mostra que a pandemia diminuiu em 17% no mundo as emissões de carbono, que voltaram ao patamar de 2006. O dado é de abril de 2020 em relação a 2019. O número sem precedentes foi alcançado por conta das restrições à mobilidade e da redução do uso de energia elétrica. Como não reflete alterações estruturais, o efeito nas mudanças climáticas é mínimo. Mas diz muito sobre o quanto ainda precisamos reduzir nossas pegadas de carbono e tentar fazer viagens mais sustentáveis.

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Já escrevi aqui sobre como estamos vendo um retrocesso na eliminação do plástico de uso único. Continuar investindo em redução e neutralização de carbono será mais um desafio. Economistas de diferentes escolas de pensamento apontam que a descarbonização do planeta é pilar fundamental para a retomada da economia em geral, viagens incluídas. E, provavelmente, nos próximos anos novas certificações globais serão criadas.

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O que é um hotel carbono neutro

Ser carbono neutro não significa que o hotel não tem emissões de carbono. Uma propriedade carbono neutro se preocupa em reduzir pegadas e compensar as restantes. A neutralização pode ser feita com o plantio de árvores ou investindo em fazendas de energia eólica, por exemplo.

Hotéis que levam a sério a diminuição de pegadas de carbono também podem exigir baixas emissões de seus fornecedores. Como já acontece no caso de alguns programas da hotelaria para eliminação do plástico de uso único. O que não quer dizer que seja tarefa fácil: a cadeia de fornecedores é um dos maiores obstáculos para um hotel ser plastic free.

Leia também: O difícil adeus ao plástico nos hotéis

Bons exemplos de grandes redes

Piscina do Sofitel Dubai The Palm,  hotel da Accor
Sofitel Dubai The Palm: hotel da Accor com energia renovável e baixas emissões de carbono Foto @SofitelDubaiPalm

Entre as grandes redes, a AccorHotels se destaca na neutralização de carbono. O grupo francês pretende que todos os prédios dos quais é proprietária (cerca de 30% de 4.800 hotéis) sejam carbono neutro até o final deste ano. Já todos os novos hotéis e os renovados, inclusive os que são apenas administrados pela rede, serão em construções com baixas emissões de carbono, privilegiando o uso de energia renovável como a solar ou a eólica. Um exemplo de hotel da Accor sustentável e que usa energia renovável atualmente é o Sofitel Dubai The Palm Resort & Spa.

NH Hotels, parte da tailandesa Minor Hotels, é outra rede a se destacar com metas de redução de carbono. No final do ano passado, o grupo NH anunciou que vai diminuir em 20% as pegadas até 2030. O objetivo pode parecer pouco ambicioso, mas a rede espanhola reduz emissões desde 2007. Em 2018, 70% da energia usada em seus 380 hotéis já era renovável.

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Nos eventos
Salão de destas no Radisson Cartagena
Casamento no Radisson Cartagena: evento carbono neutro | Foto de divulgação

Desde 2019, o Radisson compensa as pegadas de carbono de todos os eventos em seus mais de 1.100 hotéis pelo mundo. Neutralizar as emissões de carbono de eventos também é o que faz o Aria Resort & Casino, como no Forbes Travel Guide Luxury Summit. Contei neste texto como foi a compensação de carbono da conferência do FTG, que levou em conta o transporte dos participantes até Las Vegas, em fevereiro de 2020.

Entrada do Aria Resort & Casino em Las Vegas
Aria: reunião do FTG com emissões de carbono compensadas | Foto de Carla Lencastre

Pequenos grupos e hotéis independentes

O comprometimento de grandes empresas com baixas emissões e neutralização é fundamental para a descarbonização do planeta, mas todos os exemplos são importantes. O Soneva, com dois hotéis (a foto em destaque no início do texto é do Jani) e um iate nas Maldivas e um hotel na Tailândia, tem sólida história de mais de duas décadas de sustentabilidade. Atualmente o Soneva é 100% carbono neutro. O grupo de luxo descarboniza toda a operação, incluindo emissões indiretas como as dos voos dos hóspedes.

Outro modelo vindo das Maldivas é o Kudadoo, inaugurado em 2018 e reconhecido ano passado pela revista HD com o Hospitality Design Award na categoria Resort Sustentável. Com apenas 15 villas em uma ilha privativa, o Kudadoo Maldives usa somente energia solar e se preocupa em eliminar outras pegadas de carbono. A água é dessalinizada em uma ilha próxima, reduzindo as emissões do transporte. E é engarrafada em vidro, eliminando a garrafa de plástico de uso único.

Painéis de energia solar no Kudadoo Maldives
Alguns dos 984 painéis de energia solar no Kudadoo Maldives | Foto de divulgação

Um exemplo bem recente chega do México. Foi inaugurado este mês em Playa del Carmen o Palmaïa, The House of Aïa, que nasce com o objetivo de ser carbono neutro em 2021. Para isso, o Palmaïa, membro da Preferred Hotels, anunciou que está instalando painéis de energia solar no resort e em diferentes áreas do país para compensar suas pegadas.

Varanda com vista para o Caribe no Palmaïa, na Riviera Maya
Palmaïa: investimento em energia solar para neutralizar emissões | Foto de divulgação

No Brasil

Afinal, se no mundo ainda não há muitos hotéis independentes ou de pequenos grupos preocupados em compartilhar o que fazem para mitigar as emissões de carbono, nem certificações amplamente reconhecidas, no Brasil a quantidade é ainda menor. Mas há alguns bons exemplos.

Um deles fica no Estado do Rio. É a Pousada Águas de Paratii, que participou do Programa de Carbono Compensado do Lepac, Laboratório de Extensão da Unicamp em Paraty. Assim como o Go Inn, hotel econômico bem localizado no Centro de Manaus, reconhecido pelo Projeto Neutro de Carbono do Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza (IBDN), organização sem fins lucrativos. Ambos investiram na redução das pegadas (usando energia solar e separando e reciclando o lixo, por exemplo) e compensaram as baixas emissões com o plantio de árvores. Como resultado, são carbono neutro.

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Mandarin Oriental Hong Kong

Como estão as reaberturas de hotéis na Europa e na Ásia

Hotéis na Europa começaram a reabrir este mês. Na China, onde as operações foram retomadas há algumas semanas, algumas propriedades apresentam boas taxas de ocupação. Tanto no continente europeu quanto no asiático, esta primeira fase de reabertura da hotelaria é voltada para o público regional. Ainda que os cenários locais sejam muito diferentes do Brasil, por enquanto é o que temos de referência para nos preparar. Algumas modificações nas reaberturas de hotéis na Europa e na Ásia parecem temporárias, como restaurantes fechados. Outras provavelmente chegaram para ficar, como protocolos de limpeza mais rígidos, já anunciados por diversos grupos hoteleiros, inclusive brasileiros, e check-in touchless.

Atualização: Em 12 de maio, o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC na sigla em inglês) anunciou protocolos globais para a segurança sanitária na hotelaria, entre outros setores. As medidas (em inglês) estão neste link.

REABERTURAS DE HOTÉIS NA EUROPA E NA ÁSIA: La Réserve Paris
Sala de uma das suítes do La Réserve Paris | Foto de Carla Lencastre

La Réserve Paris foi o primeiro hotel palácio da capital francesa a reabrir, seguindo novos procedimentos de higienização e de distanciamento social. Neste primeiro momento, o hotel está recebendo apenas moradores da cidade ou dos arredores. Seus dois restaurantes e o bar permanecem fechados. Mas a cozinha também voltou a funcionar e as diárias incluem café da manhã e jantar, servidos nas acomodações (são 25 suítes e 15 quartos). O restaurante Le Gabriel, com duas estrelas Michelin, agora entrega em casa. Na Suíça, o La Réserve Genève reabriu e o La Réserve Eden au Lac Zürich está previsto para 11 de maio.

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Leia mais: Como é se hospedar no La Réserve Paris

REABERTURAS DE HOTÉIS NA EUROPA E NA ÁSIA: Club Med Alpe d'Huez
Um dos quartos do novo Club Med Alpe d’Huez, na França | Foto de divulgação

Ainda na França, e na Itália, o Club Med pretende reabrir seus resorts de neve em julho para receber moradores dos dois países, que geralmente viajariam para outros lugares no verão. Tiago Varalli, diretor do Club Med Brasil, contou em uma live Check Point, na Panrotas, que os resorts de inverno do grupo na França e na Itália, em princípio, funcionarão nos meses de julho e agosto.

Leia mais: É seguro usar a piscina do hotel durante a pandemia de covid-19?

Em seu site, o Club Med listou oito novas medidas de segurança sanitária, como medição diária de temperatura de todos os hóspedes, funcionários (serão todos testados antes de retornar ao trabalho) e fornecedores. Um bloco de quartos será reservado para isolamento, caso apareça alguma suspeita de covid-19. Já os bufês de refeições self-service, tão amados pelos brasileiros no Club Med e em outros resorts, ficarão no verão passado. Os resorts do grupo francês continuarão com bufês e o hóspede pode escolher o que quiser, mas agora funcionários montarão os pratos. No Brasil, por enquanto os planos do Club Med são reabrir seus três resorts (nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia) em julho.

Atualização: O Club Med adiou a reabertura dos resorts em São Paulo e Rio de Janeiro para o final de agosto, e o da Bahia, para setembro.

exemplos asiáticos

Na China, onde o grupo reabriu dois de seus quatro resorts, Varalli diz que a taxa de ocupação tem chegado perto de 100%, apenas com o turismo regional. Mais uma vez, vale lembrar que a China vem de uma situação econômica antes da pandemia bem diferente da brasileira.

Leia mais: Como será a hotelaria de luxo na era covid-19

REABERTURAS DE HOTÉIS NA EUROPA E NA ÁSIA: Regent Shanghai Pudong
O novo Regent Shanghai Pudong | Foto de Ken Seet

Uma ação da hotelaria em Hong Kong deixa claro como os cenários são diversos, mas ainda assim é inspiradora. Hotéis de luxo uniram forças e criaram uma aliança que seria impensável em tempos pré-covid-19. Oito grupos hoteleiros, entre eles Mandarin Oriental (foto no alto do texto), Peninsula, Rosewood e Shangri-La, formaram a aliança Heritage Tourism Brands. Hong Kong já sofria com a queda de visitantes antes do novo coronavírus, por conta dos protestos políticos.

Leia mais: Covid-19 prolonga o uso de plástico na hotelaria

A ideia da aliança é defender de maneira unificada junto a órgãos como o Hong Kong Tourism Board e a Hong Kong Hotel Association a posição da hotelaria de luxo nos planos de reconstrução do turismo. Segundo a plataforma especializada na indústria de viagens Skift, o escritório de turismo local planeja investir US$ 52 milhões agora em junho para ajudar a recuperação do setor de viagens. Formado por alguns dos empresários mais ricos de Hong Kong, o objetivo vai além de fazer lobby. O grupo pretende também criar um fundo próprio para financiar a promoção de seus hotéis na própria Hong Kong, fazendo parcerias com atrações turísticas da cidade para criar experiências voltadas para os moradores.

Da China veio também a primeira notícia de um novo hotel em tempos de crise. O InterContinental Hotel Group (IHG) inaugura em 16 de maio o Regent Shanghai Pudong, e continua expandindo a marca de luxo na Ásia. Vietnã será o próximo país. O hotel de Xangai não chega a ser inteiramente novo. É uma troca de bandeira: a propriedade hoje é o Four Seasons Pudong.

Há vida pós-quarentena nas reaberturas de hotéis na Europa e na Ásia .

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El Arco em Los Cabos

Como é um spa cinco estrelas na lista do Forbes Travel Guide

O Forbes Travel Guide lançou sua lista 2020 de novos hotéis cinco estrelas em fevereiro, e comentei algumas das novidades no meu texto anterior (clique aqui para ler). Além de hotéis, o FTG também reconhece spas e restaurantes. Um dos destaques da edição 2020 do guia é a quantidade de spas cinco estrelas em Los Cabos, no México. E como é a experiência em um spa cinco estrelas na lista do Forbes Travel Guide?

Leia mais: Os novos hotéis de luxo de 2021

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Entre os 24 novos spas premiados com a classificação máxima em todo o mundo, três ficam em Los Cabos, que já tinha um cinco estrelas (The Spa at Esperanza, da Auberge Resorts) e outros dois com quatro estrelas (The Spa at Las Ventanas, resort Rosewood, e SE Spa at Grand Velas Los Cabos).

As novidades de Los Cabos são o One&Only Spa at Palmilla, o Spa Montage e o Waldorf Astoria Spa. Os três premiados em 2020 ficam em hotéis que também receberam cinco estrelas no FTG (assim como o Las Ventanas al Paraíso). Estive no Spa at Palmilla, em San José del Cabo, a convite do hotel. Voltado para o bem-estar e conectado com a cultura local, é espetacular.

Atualização

Em outubro de 2020, O O&O Palmilla entrou na prestigiosa lista Reader’s Choice Awards da Condé Nast Traveler como um dos cinco melhores resorts na Costa Oeste do México.

Leia mais: É seguro usar a piscina do hotel e o spa durante a pandemia?

o spa do O&O Palmilla

Um dos mais bonitos e luxuosos hotéis de Los Cabos, a pouco mais de duas horas de voo de Los Angeles, o One&Only Palmilla é reduto mexicano de celebridades de Hollywood. Em busca da privacidade e da calma oferecida em toda a propriedade localizada no deserto da Baja California, no extremo sul da península, às margens do azul profundo do Mar de Cortez. E de um spa cinco estrelas na lista do Forbes Travel Guide.

Leia mais: O realmente mudou nos hotéis com a pandemia

O premiado spa fica em meio a jardins exuberantes, com uma fonte, piscinas, jacuzzi, espreguiçadeira e 13 casitas (incluindo uma palapa com vista para o mar) para tratamentos relaxantes, revitalizantes, rejuvenescedores. Há bar de sucos, e diferentes águas aromatizadas estão por toda a parte no spa de dois mil metros quadrados. Uma área mais recente, inaugurada no final de 2017, foi construída para os rituais indígenas do temazcal, como banhos a vapor, com ervas locais, para desintoxicação e purificação, ou consultas com um xamã. Vários tratamentos foram criados exclusivamente para o Palmilla, entre eles uma experiência holística de duas horas de duração que combina exercícios de respiração com massagens.

Leia mais: Como será a hotelaria de luxo na era covid-19

Produtos naturais, como sal marinho, ou da marca britânica ESPA, com ingredientes orgânicos, são usados em peelings, massagens, exfoliações e outras experiências faciais e corporais. É possível marcar aulas de alongamento, yoga ou mesmo um treino de boxe. O spa tem uma barbearia, com tratamentos faciais masculinos, e manicure e pedicure com a grife do podologista francês Bastien Gonzalez, que também só trabalha com ingredientes naturais e óleos essenciais. Todos os hóspedes das 173 suítes do resort podem aproveitar o fitness center e as saunas seca e a vapor, mas vale investir em uma experiência exclusiva.

Parte do grupo Kerzner, o Palmilla deixará de ser o único One&Only nas Américas. O Mandarina, na Riviera Nayarit, também no México, deve ser inaugurado em 1º de novembro. A rede está em expansão e neste 2020 chega à Europa, com a abertura do Portonovi, em Montenegro.

Atualização

Por conta da pandemia, a inauguração do O&O Portonovi foi adiada para 21 de março de 2021.

Leia mais: Como é o Hotel Esencia, na Riviera Maya

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Piscina do novo Anantara Tozeur Resort, na Tunísia

Luxo em cenário de Star Wars e outros novos hotéis de 2020

A versão 2019 da International Luxury Travel Market (ILTM Cannes), a maior e mais importante feira de viagens de luxo, realizada na primeira semana de dezembro na ensolarada Riviera Francesa, esteve como sempre repleta de novidades, entre tendências e produtos, como novos hotéis de 2020. Em estandes lindamente decorados de gigantes da hotelaria, em apresentações para a imprensa, em bate-papos individuais ou em almoços, jantares, coquetéis e festas concorridas em hotéis, restaurantes e até na praia banhada pelo Mar Mediterrâneo, durante intensos quatro dias muito se conversou sobre o mercado de viagens de luxo em 2020. Big players da indústria estiveram por toda a parte e foram muitos os anúncios de aberturas hoteleiras em 2020.

Leia mais: Rosewood anuncia abertura em São Paulo para o final de 2020

Entre tantas novidades, selecionei para a revista Panrotas, semana passada, 20 novos hotéis em diferentes cidades pelo mundo (Paris, Londres e Nova York inclusive) para ficar de olho em 2020.

Você pode conferir a lista completa na edição digital clicando aqui (o texto começa na página 24).

Separei aqui seis hotéis bacanas, fora de grandes centros, para dar uma amostra do que vem por aí na hotelaria de luxo.

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Hotéis novos DE 2020 fora de grandes centros.

Anantara Tozeur Tunisia. Em soft opening desde o final de 2019, este esperado resort no Deserto do Sahara (foto em destaque no topo) fica na região da Tunísia que aparece nos filmes da saga Star Wars como o planeta Tatooine. São 50 quartos e 43 villas a 1h15m de voo da capital, Túnis. Anantara tem hoje 41 hotéis. O 42º (e terceiro na Europa) será o The Marker Dublin, na Irlanda, que reabre no segundo semestre. O projeto do Anantara brasileiro, no antigo Kiaroa, na Península de Maraú, na Bahia, foi adiado.

Leia mais: Hotel carbono neutro, a hospedagem que não deixa pegadas

Novos hotéis de 2020: Six Senses Bumthang, o quinto lodge da marca no Butão
Six Senses Bumthang, o quinto lodge da marca no Butão | Foto de divulgação

Six Senses Fort Barwara. A Six Senses, parte do IHG, continua em expansão. Fort Barwara fica a três horas de carro de Jaipur, na Índia. Em uma fortaleza do século 14, terá 48 quartos, dois restaurantes e duas piscinas. O hotel incorporou dois templos, e o spa seguirá a filosofia ayurveda. Em 2020, Six Senses conclui o projeto no Butão e abre em Bumthang. Este quinto lodge forma um itinerário em conjunto com os quatro inaugurados em 2019.

Na torcida para que os roupões do Fort Barwara sigam o padrão de originalidade de outros hotéis indianos de luxo, como você pode ver aqui.

Leia mais: O difícil adeus ao plástico na hotelaria

Novos hotéis de 2020: interior do restaurante grifado do primeiro O&O na Europa, em Portonovi, Montenegro
O restaurante grifado do primeiro O&O na Europa | Foto de divulgação

One&Only Portonovi. O O&O de Montenegro será o primeiro da marca na Europa. Banhado pelo Adriático, entre o mar e a montanha, o resort fica a 45 minutos de carro de Kotor, Patrimônio Mundial pela Unesco, e a uma hora de Dubrovnik, na vizinha Croácia. Terá 113 acomodações, entre suítes e villas; dez residências, spa e restaurante do chef estrelado Giorgio Locatelli. Ainda para este ano está marcada a inauguração do O&O Mandarina, na Riviera Nayarit, o segundo resort do grupo no México (um terceiro está a caminho, em Puerto Vallarta). E a abertura do O&O Desaru Coast, na Malásia. Nesta mesma região do Sudeste Asiático, a duas horas de carro do Aeroporto de Singapura, foi inaugurado recentemente um Anantara.

Leia mais: Como será a hotelaria de luxo na era covid-19

Novos hotéis de 2020: piscina com vista para o Mar Tirreno no Villa Igiea, em Palermo
Piscina voltada para o Mar Tirreno no Villa Igiea, em Palermo | Foto de divulgação

Villa Igiea, a Rocco Forte Hotel. Rocco Forte em pessoa anunciou em Cannes a reabertura do Villa Igiea, fora do centro de Palermo. Em um palácio do final do século 19 e com 68 quartos e suítes, a maioria com vista para o mar, será o 14º hotel de Sir Rocco (sétimo na Itália, segundo na Sicília). Hotel desde o início do século 20, Villa Igiea recebeu nobres europeus e celebridades de Hollywood ao longo das décadas, antes de fechar.

Leia mais: Cinco inovações que vão mudar a hotelaria

Novos hotéis de 2020: café da manhã com vista para o Caribe no Le Carl Gustaf
Café da manhã com vista para o Caribe no Le Carl Gustaf | Foto de divulgação

Barrière Le Carl Gustaf. O grupo francês Barrière chega a Saint-Barth, no Caribe, e já aceita reservas para a partir de 1º de março. Serão 23 acomodações, todas com vista para o mar, entre quartos, suítes e bangalôs. O hotel boutique terá também uma filial da clássica brasserie Le Fouquet’s, de Paris, que faz parte do mesmo grupo e completa 150 anos em 2020.

Cayo Guillermo Resort Kempinski. A rede alemã baseada em Genebra cresce em Cuba, depois do sucesso do Gran Hotel Manzana La Habana, aberto em 2017. O novo resort à beira-mar, em Playa Pilar, tem 245 quartos. Com 76 hotéis em 31 países, Kempinski pretende chegar a uma centena de hotéis em todo o mundo no próximo ano.

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O que há de especial na hotelaria das Maldivas

O turismo nas Maldivas é algo relativamente novo, com os primeiros resorts abrindo suas portas no país anos anos 1970. E há, indiscutivelmente, algo de especial na hotelaria das Maldivas. Hoje, a principal força motora da economia nacional é um verdadeiro fenômeno, com mais de 150 resorts operando no país, incluindo 20 novinhos em folha (como os ultra luxuosos Hurawalhi e Kudadoo) , que abriram suas portas neste 2019 (e diversos novos resorts já têm suas aberturas agendadas para os próximos cinco anos).

Com cerca de 1190 ilhotas espalhadas em diferentes atóis no oceano Índico, a beleza aquática das Maldivas é mesmo tudo aquilo que as brochuras dos hotéis prometem. As Maldivas têm das melhores possibilidades de avistamento de vida marinha do mundo, tanto debaixo d’agua quanto nos passeios de barco. O que torna relativamente fácil vender um destino que ainda é um dos mais caros do mundo – sobretudo por ser um destino que, com a mais baixa elevação do mundo e um ecossistema bastante frágil, é um dos mais afetados pelo aquecimento global e aumento do nível do mar.

SAIBA MAIS detalhes sobre hotéis nas Maldivas aqui.

A hotelaria que faz toda a diferença na viagem

Enquanto as temperaturas nas Maldivas são praticamente as mesmas o ano todo, a sazonalidade das chuvas deve ser rigorosamente considerada pelo turista. A melhor temporada vai de novembro a abril, mas é também a mais cara e cheia.

Quem não se importa em pegar um pouco de chuva durante sua estadia, pode apostar no meses de setembro e outubro, que costumam ter tempo mais estável e boas promoções na hotelaria. Mas a hotelaria nacional joga os preços pra baixo mesmo de maio a julho, que são indiscutivelmente os meses mais chuvosos. E, por isso mesmo, se esmeram tanto em oferecer a maior variedade possível em atividades e gastronomia – além de quartos de sonho – para manter o turista feliz mesmo quando o céu desaba lá fora.

CONHEÇA os dois hotéis com o melhor custoXbenefício das Maldivas

Nos últimos anos, o destino entrou em todas as listas de “lugares para visitar”das grandes publicações internacionais. E há mesmo algo de especial na hotelaria das Maldivas – é indiscutível. No fundo, ao comprar suas férias nas Maldivas, o turista está comprando especificamente sua estadia em uma destas mais de mil ilhotas. Está comprando um hotel determinado (já que a maioria se hospeda a semana toda no mesmo resort), muito mais que o destino em si.

A maioria destas ilhas é minúscula e ocupada por um único hotel ou resort, e é aí que a hotelaria desempenha um papel fundamental num destino. Durante sua hospedagem, tudo que você fará e consumirá, dos restaurantes aos passeios, será oferecido e gerenciado pelo hotel que você escolheu.

As melhores estruturas das ilhas

Em setembro passado, estive por duas semanas em quatro diferentes ilhas, três atóis e cinco diferentes resorts no país. Era uma viagem 100% em férias, mas eu queria mesmo entender o que há de tão especial na hotelaria das Maldivas. Os hotéis escolhidos para as duas semanas de encantamento foram o Soneva Fushi, o Anantara Kihavah, o Anantara Dhigu, o Anatara Veli e o Niyama Private Islands Maldives.

E ali o alto padrão de serviço da hotelaria, seja ela de luxo (Soneva, Kihavah e Niyama) ou equivalente a um 4 estrelas (como Dighu e Veli), já começa no aeroporto de Malé – todos eles contam com excelentes lounges para esperarmos nosso transfer, seja ele feito em lancha ou hidroavião, com transporte em carros e vans de luxo desde o terminal internacional do aeroporto. No caso dos resorts de luxo, os mesmos lounges podem também ser utilizados na volta, antes de fazer o check in para seu voo internacional de volta.

Leia mais: como ser um bom hóspede em tempos de pandemia

A supremacia do Baa Atol

O grande destaque da viagem ficou por conta dos dois primeiros – Soneva Fushi e Anantara Kihavah , ambos no mesmo Baa Atoll e distantes menos de meia hora em lancha um do outro. Dois hotéis que têm não apenas localização privilegiada (foi neles que encontrei o fundo do mar mais espetacular da viagem, com ambas ilhas rodeadas de barreiras de corais impressionantes) como excelência em serviço, que se adapta rápida e muito eficientemente às mudanças climáticas e preferências dos hóspedes.

Nos dois resorts, pedi para trocar minha bicicleta por um triciclo como o dos funcionários para poder pedalar pelas ilhas e filmar e fotografar ao mesmo tempo e fui prontamente atendida – assim como duas hóspedes indianas que não pedalavam há muito tempo e estavam com medo.

Em um dia de chuva, em que todos os passeios externos (mergulhos, passeios de barco etc) foram cancelados, o pessoal do Anantara Kihavah criou rapidamente diferentes atividades dentro do resort ao longo do dia, como demostrações culinárias, aula de yoga e workshops com baristas, sem custos.

Além disso, sabem como poucos manter a excelência de serviço mesmo com ambientes muito relaxados, em que quase todo mundo anda descalço e bem à vontade o tempo todo. E têm imensos kids clubs (entre os maiores das Maldivas), com atividades ininterruptas para crianças de diferentes idades e adolescentes.

SAIBA TUDO sobre o Soneva Fushi aqui.

Leia mais: sete dicas para tornar suas viagens mais sustentáveis

Ambos hotéis têm também total comprometimento com conservação e sustentabilidade, sendo bastante estritos quanto a consumo e produção de lixo (uma questão seríssima no destino todo). Têm diversas posturas incríveis em relação à sustentabilidade. Garrafas plásticas, canudos plásticos e afins simplesmente não existem nestes hotéis, e hóspedes que (ainda) insistem nestes itens são polidamente “educados” do porquê tais objetos foram banidos dos resorts.

Com estruturas bem distintas – o Soneva é mais informal e tem apenas beach villas, enquanto o Anantara Kihavah tem um pouco mais de glam e divide a ilha em beach villas e surreais bangalôs sobre a água -, ambos hotéis também souberam muito bem dividir espaços e atividades para que todos os públicos (casais, famílias com crianças, grandes grupos de amigos, solo travelers) se sintam bem-vindos e respeitados o tempo todo. A gastronomia também é impecável em ambos.

SAIBA TUDO sobre o Anantara Kihavah aqui.

LEIA MAIS: como planejar uma viagem às Maldivas

Maldivas com jeito jovial e descolado

Mais trendy e com hóspedes em sua maioria entre 30 e 50 anos, o Niyama Private Islands Maldives, é um verdadeiro sucesso entre brasileiros. Ali a gente escuta português o tempo todo e até os funcionários se arriscam a usar algumas expressões em português, com muita informalidade.

Extremamente contemporâneo do décor dos quartos e (belíssimos) bangalôs aos restaurantes (tem até dois bares com ares de balada), é também o hotel queridinho dos surfistas (Gabriel Medina incluído!). Serviço muito simpático e cálido em todos os ambientes – sem abrir mão do jeito mais informal – e a melhor massagem que fiz na viagem toda.

Ocupando duas ilhas diferentes, é banhado tanto pelas típicas águas calmas e mornas das Maldivas de um lado como por ondas na medida para o surf de outro. O melhor dos mundos no mesmo hotel, já que agrada a qualquer tipo de viajante com suas praias.

SAIBA tudo sobre o Niyama Maldives aqui.

Os hotéis queridinhos dos brasileiros

Já a dobradinha Anantara Dhigu e Anantara Veli, literalmente vizinhos, distantes apenas um minuto de barco um do outro, é outro case de sucesso entre brasileiros. Os resorts quase gêmeos atendem super bem o hóspede que quer conforto mas tem budget mais reduzido, no melhor estilo pague um, leve dois.

Enquanto a oferta de hotelaria mais econômica (ou menos cara) nas Maldivas é imensa, mas vira e mexe com quartos e bangalôs maltratados pela umidade e que precisam urgentemente de renovação, este definitivamente não é o caso do Dhigu e do Veli, que renovam seus quartos e bangalôs com frequência.

É claro que não dá para esperar ali o mesmo nível de conforto nem a mesma excelência em serviço e gastronomia dos demais hotéis citados neste texto – até porque a diferença tarifária é bastante significativa por esta mesma razão. Mas ambos resorts cumprem bem a promessa de oferecer instalações bastante confortáveis, serviço simpático e refeições de qualidade, seja para casais em lua-de-mel ou famílias completas (o Veli é adults only, mas hóspedes dos dois hotéis podem fazer uso sem restrições das instalações do outro durante o dia).

LEIA MAIS: Porque Anantara Dhigu e Anantara Veli são os queridinhos dos brasileiros nas Maldivas

Falta neles um pouquinho de jogo de cintura para desenvolver novas atividades nos dias de muita chuva (peguei três dias bastante chuvosos por lá, sem nenhum tipo de atividade oferecida aos hóspedes). E também a bela área dos bangalôs sobre o mar fica comprometida durante estes dias de tempo ruim (pela posição onde está, venta muito quando chove e os carrinhos de golfe não conseguem chegar aos bangalôs, obrigando os hóspedes a se molharem caminhando em qualquer trajeto de ida e volta ao resort, mesmo à noite, antes e após o jantar).

Mas, atenciosos e muito queridos, encontraram, por exemplo, o chapéu que esqueci no check out e aproveitaram outra saída em lancha com hóspedes para me levar o chapéu esquecido ao aeroporto de Malé, antes da minha partida do país.

Mais do que em qualquer outro lugar, estrutura especial da hotelaria nas Maldivas e a qualidade de seu serviço fazem mesmo toda a diferença.

Leia mais sobre minha viagem para as Maldivas aqui.

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