O que pode ajudar a vender viagens agora

O cenário ainda incerto da pandemia no Brasil e pelo mundo, faz com que as empresas precisem olhar sempre para pesquisas e dados que possam orientar o seu trabalho a cada momento, no médio e curto prazos. Uma pesquisa* divulgada pela booking.com mostrou que para os brasileiros a busca por preços acessíveis é prioridade na hora de uma viagem. Interessante destacar que as pessoas ainda esperam que as empresas de turismo ajudem no planejamento e nos planos de viagens não só com descontos e promoções, mas também com flexibilidade caso a viagem não dê certo.

Já falamos sobre flexibilidade aqui no blog e, quanto mais busco entender esse cenário nebuloso, mais entendo que a probabilidade de as pessoas comprarem viagens está relacionada à transparência de políticas de cancelamento, formas de reembolsos, multas e opções de seguro. Tudo o que representar uma barreira será um impeditivo para viajar. Parece um tanto óbvio mas, guardando a especificidade de cada setor de turismo, enquanto a confiança em viajar ainda estiver tão sensível e o ambiente indefinido, poder cancelar, remarcar e não ter custos extras me parece ser a primeira coisa que os clientes olham, além do custo-benefício da compra.

Pelos dados apresentados pela booking.com, também me chamou a atenção o fato de que as pessoas podem fazer escolhas de destinos muito mais pelo custo benefício e por valores, do que buscar adaptar o seu orçamento a um destino dos sonhos. O estudo indica que os brasileiros preferem utilizar um orçamento já disponível e fazer uma viagem a curto prazo do que economizar para fazer uma viagem incerta em outro momento. A pesquisa indica que “de 6 em cada 10 viajantes brasileiros preferem pagar imediatamente por uma viagem disponível do que economizar para uma viagem certo”.

Provavelmente um pouco de ousadia e riscos fazem parte da estratégia das empresas do setor nesse momento incerto. Vendas a curto prazo devem seguir por algum tempo. Promoções, flexibilidade para cancelamentos e, ao mesmo tempo, valores que garantam um custo benefício alto são indicadores de que a venda pode acontecer enquanto não temos restaurada a confiança em viajar (e tudo depende também da vacina e da evolução da pandemia). Compartilha com a gente as principais preocupações e demandas de seus clientes na hora de comprar.

*Pesquisa encomendada pela Booking.com e realizada com um grupo de adultos que viajou a lazer ou a trabalho nos últimos 12 meses, e que planeja viajar nos próximos 12 meses (se/quando as restrições de viagem forem suspensas). No total, 20.934 entrevistados em 28 mercados responderam a uma pesquisa online em julho de 2020.

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Jeanine Pires

Apaixonada pela indústria de viagens e turismo, há 31 anos atua como líder do setor no Brasil e no exterior. Já Presidiu e foi Diretora da EMBRATUR entre 2003 e 2010; é Diretora da Pires Inteligência em Destinos e, no final de 2022, entrou para a CVC Corp como Diretora de Alianças e Relações Governamentais. Jeanine foi Co-fundadora da startup ONER Travel em 2020 e já atuou como Presidente do Conselho da Fecomércio São Paulo e da WTM Latin America. Com formação e especialidade em marketing de destinos e economia do turismo, Jeanine faz palestras, cursos e consultorias.

4 thoughts on “O que pode ajudar a vender viagens agora

  1. Meu nome e Samuel tenho uma agência de viagens e sempre questionei sobre o tripé (cancelamento/remarcação/multa)acho injusto isso com o cliente mais creio que com a pandemia as operadoras vão ver com outros olhos ,achei muito bom o seu comentário ,abraço

    1. OI Samuel, obrigada por compartilhar sua opinião conosco. Precisamos realmente diminuir ao máximo as barreiras para que as pessoas voltem a comprar né? Também entendo que todos estamos olhando para a flexibilidade com outros olhos, vamos fazer melhor ainda nosso trabalho! Abs Jeanine

  2. Jeanine, concordo que flexibilidade é super importante. Porém produtos com baixo custo + flexibilidade me parecem muito duvidosos. Como uma operadora/cia aérea/hotel/locadora pode vender um serviço por um preço baixo e ainda ter lastro para cobrir custos de cancelamento ou remarcação? Os prestadores precisam ter um saldo extra caso o passageiro tenha que mudar os planos, certo? O desejo de ter ótimo custo/benefício, valores realmente promocionais e flexibilidade é bem bacana, mas me parece irreal.

    1. Olá Mariana, obrigada por nos trazer essa análise. Sempre os preços muito baixos são duvidosos mesmo. O que você menciona de que as empresas precisam de um saldo extra é verdade, e em alguns setores sabemos que os impactos de não viajar são sérios p a empresa.
      Será que, dependendo do setor, em períodos de baixa demanda não conseguimos ter políticas flexíveis de alguma forma? O que vc acha ? Tenho visto esse tema em todas as pesquisas de preocupações dos consumidores de turismo.
      Abs, e obrigada. Jeanine

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