Grandes redes estão investindo em resorts all inclusive

Nos últimos dezenove meses, muitas mudanças ocorreram na indústria da hospitalidade, provocadas pela pandemia. Além das transformações e ajustes que se fizeram necessários de 2020 para cá para que hotéis e pousadas se adequassem aos novos tempos, temos visto também a aceleração de alguns movimentos e tendências que já tinham começado no pré-pandemia. E é nesse contexto que um desses movimentos chama a atenção: grandes redes estão investindo em resorts all inclusive. E de maneira cada vez mais consistente.

Algumas das maiores redes hoteleiras do mundo, incluindo Marriott, Hyatt, Hilton e Wyndham, por exemplo, têm investido bastante nisso ultimamente. Entre 2020 e 2021, diferentes marcas hoteleiras que nunca tinham apostado nesse nicho investiram em portfólios all inclusive – tanto em rebranding de hotéis existentes como no lançamento de propriedades novinhas em folha. Mesmo redes que nunca primaram exatamente pelos padrões de serviço estão entrando nessa onda – e até o mercado de luxo quer uma fatia cada vez maior deste segmento.

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Crédito: Westin Porto de Galinhas / Divulgação

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Grandes redes estão investindo em resorts all inclusive

A Wyndham Hotels & Resorts, por exemplo, criou a marca Wyndham Alltra, a primeira do grupo inteiramente dedicada a resorts tudo incluído. Definida de maneira controversa como “upper midscale”, a nova marca se aliou à Playa Hotels and Resorts e está convertendo duas propriedades em Cancun e Playa del Carmen nas primeiras unidades da nova Wyndham Alltra – uma delas exclusiva para adultos. A rede comunicou recentemente que anúncios de novas unidades da marca all inclusive virão em breve. 

A Hilton Hotels também anunciou recentemente dois novos resorts all inclusive em seu portfólio no México. O grupo Hyatt, dono dos já populares Hyatt Zilara e Hyatt Ziva, comprou o Apple Leisure Group e, assim, adquiriu também os Secrets Resorts and Spas, famosos por seus resorts com tudo incluído em diferentes destinos.

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Foto: Marriott/Divulgação

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A Marriott, que já andava flertando com o nicho dos all inclusive há mais tempo, inaugurou nada menos que vinte novas propriedades all inclusive. E anunciou que deve abrir outras 33 (!) até 2025, incluindo um Westin All Inclusive em Porto de Galinhas (PE). O programa All-Inclusive by Marriott Bonvoy parece estar fazendo sucesso, principalmente entre turistas norte-americanos. 

O grande diferencial da Marriott é que, ao contrário de outras redes que chegam agora aos resorts tudo incluído, ela não está focando apenas nos típicos resorts de categoria turística tão comuns ao nicho. Algumas de suas novas propriedades all inclusive fazem parte do luxuoso portfólio da Autograph Collection, o que tem elevado o conceito de “tudo incluído” a outro patamar.

A longo prazo, a rede planeja incluir também marcas como W e The Ritz-Carlton no nicho all inclusive. A ideia da Marriott é deixar o clássico estereótipo dos resorts all inclusive (comida ruim, quartos caídos, buffets com filas intermináveis, drinks aguados etc) definitivamente para trás.

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Crédito: Marriott/Divulgação

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Mudança de mentalidade dos viajantes  

Depois de tanto tempo em casa durante a pandemia, retomar as viagens após completar o processo vacinal tem sido atividade repleta de desafios e inseguranças para a maioria dos turistas – principalmente se a viagem for internacional (tenho falado um pouco sobre isso também no meu Instagram @maricampos).

A maior procura por propriedades all inclusive pode muito bem estar também associada à ideia de “segurança” que ela muitas vezes traz: mais espaço nos resorts para praticar o distanciamento social, tudo organizado sob o mesmo conjunto de protocolos e regras, senso de familiaridade com os processos cotidianos e nada de surpresas financeiras na hora do check out. 

Vale lembrar que muitos resorts em diferentes destinos estão criando também suas pequenas “bolhas” de segurança ao exigir certificados de vacinação ou testes negativos de Covid-19 como condição fundamental para aceitar a reserva e efetuar o check-in.  

Não à toa, grandes redes estão investindo em resorts all inclusive cada vez mais. Seus executivos defendem que estudos recentes mostram cada vez mais viajantes, de diferentes perfis sócio-econômicos e de diferentes nacionalidades, interessados pela ideia das férias com tudo incluído

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Crédito: Marriott/Divulgação

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Até os mais jovens estão mais abertos aos resorts all inclusive

Um relatório da STR para a Marriott mostrou que mesmo no pré-pandemia a tendência de valorização dos resorts tudo incluído já existia. No primeiro semestre de 2019, hotéis all inclusive teriam gerado $7.9 bilhões em vendas, o que já representava um aumento de 20% em relação aos cinco anos anteriores.

Junto com o relatório, a Marriott também divulgou uma pesquisa online feita com norte-americanos em julho deste ano na qual 54% dos entrevistados afirmaram considerar um resort all inclusive para as próximas férias – número que salta para 70% na faixa de entrevistados entre 18 e 34 anos. No estudo, 75% dos entrevistados disseram ainda que vêm resorts tudo incluído como opções seguras para as primeiras viagens pós lockdown e 84% afirmaram dar preferência a marcas com as quais estejam familiarizados na hora de escolher a hospedagem, independente do destino.

Atingir viajantes mais jovens com propriedades all inclusive pode ser mesmo um diferencial importantíssimo para as grandes redes – inclusive a longo prazo, trabalhando bem a lealdade à marca ao longo da vida do hóspede. Vale lembrar que a Marriott é hoje não apenas a maior rede operadora de hotéis do planeta com também dona de um dos mais bem-sucedidos e utilizados programas de fidelidade da indústria da hospitalidade.

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Foco nas experiências

Mesmo hotéis que não têm planos de se tornar tudo incluído passaram a oferecer gama muito maior de serviços e experiências aos hóspedes durante a pandemia.  Pousadas, hotéis boutique, unidades de grandes redes e resorts, todos tiveram que se adaptar nos últimos dezenove meses. E o chamado “turismo de experiência” ganhou ainda mais força no mundo e no Brasil durante a pandemia. 

O Amplia Mundo e a Braztoa, por exemplo, se uniram para criar cursos destinados a pequenos negócios do turismo para que sejam capazes de criar experiências interessantes e seguras para atrair a demanda reprimida de viajantes – e têm casos hoje de membros da comunidade que aumentaram em impressionantes 1000% seu ticket médio neste ano. 

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No nicho do turismo de luxo, os hotéis Fasano são um bom exemplo do investimento pesado na criação de novas experiências para os hóspedes nestes novos tempos. Até o site do grupo foi agora remodelado para que as reservas já possam ser feitas ali mesmo com as experiências durante a estadia incluídas – reforçando a tendência de “simplificação das férias” apontada pelas pesquisas internacionais. 

O Fasano Angra, por exemplo, aproveitou os atrativos naturais e culturais da Costa Verde para apostar no turismo de experiência. Dentre as novas atividades lançadas pelo resort neste semestre estão caminhada pela Trilha do Ouro com degustação de plantas comestíveis da região, travessia de SUP pela baía de Angra, canoagem pelo manguezal e Rio Grande, piquenique personalizado no bosque e jantar privativo ao luar.

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Four Seasons Napa Valley

Trabalho remoto contribui para a recuperação da hotelaria

Hotel office, resort office, room office, anywhere office. Você seguramente já leu e ouviu várias vezes essas expressões nos últimos meses. Afinal, nestes longos mais de treze meses de pandemia, muita gente ainda segue em trabalho remoto. E, graças também a ele, a indústria da hospitalidade – aqui e lá fora – tem conseguido se manter nesses tempos complicados. Sim, o trabalho remoto contribui para a recuperação da hotelaria. 

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Durante a pandemia, muitos profissionais começaram a aproveitar o pretexto do trabalho remoto para eventualmente mudar por alguns dias o seu local de home office, mantendo algum distanciamento social em outro endereço. Afinal, sabemos que não é nada fácil passar 24h por dia no mesmo lugar, com vida profissional e pessoal se misturando o tempo todo.

Assim, lazer e trabalho foram ganhando limites mais tênues e o escritório de casa começou a ser substituído para algumas pessoas por uma casa alugada por uma semana na praia, um chalé na montanha, uma villa isolada, uma pousadinha discreta, um hotel à beira-mar. Desde, é claro, que tenham uma conexão bem potente à internet para que o trabalho possa ser executado sem absolutamente nenhum percalço durante a estadia.

LEIA TAMBÉM: Pandemia pode transformar home office em road office.

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Crédito: Divulgação

Como O trabalho remoto contribui para a recuperação da hotelaria

A tendência do bleisure (mistura de business e leisure) ou das chamadas workcations (mistura de work e vacations) nunca fizeram tanto sentido quanto nesses tempos. E assim, com cada vez mais importância, o trabalho remoto contribui para a recuperação de parte da hotelaria – inclusive aqui no Brasil. 

LEIA TAMBÉM: Os termos do turismo popularizados durante a pandemia.

Diversas famílias com crianças em idade escolar que conseguem flexibilizar o trabalho também já utilizaram o ensino à distância como pretexto para mudar um pouquinho o endereço do seu isolamento social para um imóvel de temporada, pousada ou hotel. Muitos hotéis começaram a investir ainda em julho do ano passado em divulgação com uso do termo hotel schooling

Dados recentes da Abear mostram que em novembro passado o Brasil operou o equivalente a 60% dos voos do mesmo período de 2019. Em destinos como Salvador esses números chegaram a impressionantes 81% no mesmo mês. Muitos hoteleiros, agentes e consultores de viagem atribuem tais índices justamente à “virtualização” do trabalho em muitas empresas e parte das instituições de ensino brasileiras.

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Aposta bem sucedida em propriedades com diferentes perfis

De hotéis fazenda (como o Dona Carolina, no interior de São Paulo) a resorts (como Royal Palm Plaza, Mavsa Resort, Sofitel Jequitimar, Hotel Fazenda Mazzaropi, Tauá), diversos hotéis e pousadas têm focado cada vez mais nos conceitos de hotel office e hotel schooling para atraírem hóspedes durante a pandemia. Principalmente durante os dias da semana.

Grandes hotéis de luxo também vêm aproveitando a tendência com sucesso, do Palácio Tangará, em São Paulo, ao icônico The Dorchester, em Londres. Alguns resorts de luxo focados em turistas americanos no México e algumas ilhas no Caribe chegaram a oferecer inclusive o serviço de monitores de home schooling como parte das amenidades incluídas nas diárias de hotel office durante a semana.

LEIA TAMBÉM: A curadoria fundamental do agente de viagem na pandemia.

Aqui no Brasil, trabalho e ensino remotos têm sido grandes responsáveis pelas taxas de ocupação de muitas propriedades durante a semana. As estadias prolongadas com foco em hotel office e hotel schooling também têm sido cada vez mais requisitadas por distintos perfis de turistas e profissionais.

Fora do Brasil, o trabalho remoto também contribui para a recuperação da hotelaria em geral desde meados do ano passado. Plataformas especializadas em reservar hotéis por apenas algumas horas fizeram bastante sucesso desde então, como a dayuse.com.

VEJA TAMBÉM: O crescimento das estadias prolongadas em 2020

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Crédito: Accor/Divulgação

Como tem funcionado o conceito de hotel office

Devagarinho, o home office começa a virar eventualmente uma espécie de road office para alguns brasileiros. Afinal, muita gente já vinha mesmo tendo problemas em se adaptar ao home office desde o começo da pandemia, com dificuldades de trabalhar e morar no mesmo endereço.

Ainda em maio de 2020, algumas propriedades em São Paulo começaram a transformar seus quartos ociosos em escritórios que poderiam ser alugados por um dia, semana ou mesmo um mês. Primeiro foi a rede Accor que apostou no conceito de room office em seus hotéis; depois, diversas outras propriedades independentes também começaram a apostar no mesmo modelo de day use dos quartos como escritório, incluindo até o pequeno Guest Urban, em São Paulo.

Mas, sem dúvidas, a possibilidade de migrar de mala e cuia por alguns dias para um outro destino e poder, além de trabalhar e estudar em outro ambiente, aproveitar também benefícios do local em si (muitas vezes sem ter que pensar no que cozinhar para o almoço e o jantar) tem outro sabor. 

LEIA TAMBÉM: Brasileiro dá mais importância à hotelaria.

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Bleisure, Workcation, anywhere office

Em muitas propriedades brasileiras, graças à difusão do conceito de hotel office (ou anywhere office), quartos ganharam nos últimos meses conexões mais potentes à internet e mesas e cadeiras mais confortáveis e eficientes. Afinal, o hóspede agora passará horas sentado ali, trabalhando naquele espaço antes pensado exclusivamente para o lazer.

Até mesmo propriedades que nunca tinham cogitado receber esse tipo de hóspede antes – como a remota Canto do Papagaio, em Aiuruoca, Minas Gerais – se viram obrigadas a fazer modificações estruturais importantes para atender à nova demanda. 

Alguns resorts e grandes hotéis de rede aproveitaram o crescimento da tendência do hotel office para transformar suas salas de eventos, completamente ociosas desde o começo da pandemia. Os espaços foram transformados em estruturas compartilhadas (com o devido distanciamento social, é claro) de trabalho e estudo.  Em muitos casos, com design que segue a tendência dos chamados “co-working” (que já existiam desde muito antes da pandemia), incluindo até mini-bar cortesia com café, água, sucos e lanches.

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Tendência parece ter vindo para ficar 

A indústria da hospitalidade já entendeu que investir em transformações e adaptações para atender a essa nova demanda de hóspedes em busca de espaços para misturar trabalho e lazer é inevitável. A tendência do hotel office parece ter vindo para ficar: muitas grandes corporações já anunciaram que pretendem manter o trabalho remoto ao menos parcialmente para muitos dos seus funcionários após o fim da pandemia.

Hotéis inaugurados durante a pandemia já abriram suas portas com isso em mente. Caso, por exemplo, do Canto do Irerê, em Atibaia, interior de São Paulo, que desde sua abertura tem recebido majoritariamente hóspedes procurando conjugar isolamento, trabalho e lazer no mesmo endereço. 

LEIA TAMBÉM: Escapadas possíveis na pandemia

Prova de que o trabalho remoto também contribui para a recuperação da hotelaria é que, para muitas propriedades brasileiras, investir no hotel office e no hotel schooling gerou aumento de pelo menos 40% nas taxas de ocupação durante a semana. E contribuiu imensamente para as arrecadações durante todo o período, mesmo com as tarifas mais camaradas geralmente praticadas durante a semana.

Além disso, muitas vezes, viajantes que se hospedaram durante a semana em determinada propriedade para praticar hotel office e hotel schooling, variando um pouquinho o cenário do trabalho e do estudo remoto destes tempos, gostam tanto da experiência que acabam voltando semanas ou meses depois em um final de semana. Mas, desta vez, apenas para descansar e curtir os serviços da boa hospitalidade.

LEIA TAMBÉM: Como hotéis estão driblando a crise na pandemia.

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O incrível caso da hotelaria das Maldivas na pandemia

O ano de 2020 foi seguramente o mais desafiador para a hotelaria e a indústria do turismo em geral, no mundo todo. Muitos hotéis passaram meses fechados, e alguns anunciam agora reaberturas somente para o começo de 2021. Mas mesmo em um ano com tantas dificuldades para a hotelaria frente à pandemia, e no qual a maior parte das pessoas sequer viajou, surge o incrível caso das Maldivas. A hotelaria do idílico arquipélago no Oceano Índico celebra uma impressionante recuperação e vem se convertendo no grande destino de 2020.

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Desde março, viajantes com os mais diferentes perfis (incluindo inúmeras celebridades nacionais e internacionais) escolheram seus resorts como uma espécie de refúgio da pandemia que assola o planeta há mais de nove meses. Puro estilo turismo de isolamento.

Há hotéis que fecharam por alguns meses, é claro; mas vários deles seguiram operando normalmente, mesmo enquanto as fronteiras internacionais estavam fechadas. Hóspedes pré-pandemia decidiram seguir ali, isolados em vilas pé-na-areia e bangalôs sobre o mar, ao invés de voltar para seus países de residência. 

Mais que isso: diversos resorts viram, logo antes das Maldivas fecharem suas fronteiras internacionais ainda em março, turistas chegaram ali em seus jatinhos e iates justamente para fugir dos lockdowns que começavam em seus países de origem.

LEIA TAMBÉM: A evolução dos hotéis durante a pandemia.

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Dia-a-dia sem pandemia

O incrível caso da hotelaria das Maldivas durante a pandemia pode parecer um roteiro de ficção para quem vê de fora. Ali hóspedes vivem o dia-a-dia sem máscaras nem muitas preocupações com distanciamento social, como se a Covid-19 não existisse.

Um dos poucos destinos abertos para qualquer turista internacional, sem restrições inclusive para brasileiros, o arquipélago tem o novo coronavírus sob relativo controle (menos de 13 mil casos totais e 46 mortes desde o começo da pandemia). E recebeu do World Travel and Tourism Council (WTTC) a alcunha de “destino seguro” há três meses (apesar de todas as questões com o ISIS em andamento).

O segredo? Uma resposta rápida, eficiente e conjunta entre governo, hotelaria e companhias aéreas, com regras claras, comuns e objetivas. Valorizando também, é claro, as caraterísticas naturais de isolamento geográfico, distanciamento social e predominância de atividades ao ar livre do destino.

LEIA TAMBÉM: O que há de especial na hotelaria das Maldivas

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Estadias mais longas e frequentes

O incrível caso da hotelaria das Maldivas na pandemia tem gerado não apenas um fluxo constante de viajantes ao longo dos meses, como a maioria deles está fazendo do arquipélago seu único destino da viagem, aumentando a duração das estadias nos resorts. Graças a muitas pessos trabalhando em home office e muitas famílias com as crianças em ensino à distância, as extended stays ficaram ainda mais frequentes por lá.

LEIA TAMBÉM: O crescimento das estadias prolongadas durante a pandemia.

Oferecendo promoções desde o começo da pandemia, resorts locais receberam pela primeira vez reservas de brasileiros para estadias de um mês inteiro. “As Maldivas reabriram suas fronteiras para viajantes de qualquer nacionalidade, e a maioria das pessoas já associa o destino a segurança, com teste negativo, local remoto, tudo feito ao ar livre. Com os preços tão atrativos, a demanda realmente aumentou muito”, diz Clara Campos, diretora comercial da Minor Hotels para América do Sul.

Muitos dos resorts criaram pacotes especiais para favorecer as estadias prolongadas (extended stays), que seguem fazendo sucesso entre os mais diferentes perfis de viajantes. Um dos hotéis mais procurados por brasileiros no arquipélago, o Anantara Veli, foi ainda mais longe e criou agora no final do ano um pacote que dá direito a até 365 dias consecutivos de hospedagem. O pacote inclui livre trânsito dos hóspedes, traslados ilimitados de e para Malé e mais uma série de mimos e privilégios durante a estadia. 

LEIA MAIS sobre o Anantara Veli aqui.

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Promoções constantes e parcerias com celebridades

Além disso, a parceria constante da hotelaria local com celebridades (brasileiras, de Hollywood e Bollywood), agentes de viagem e influenciadores também tem sido essencial para colocar o destino cada vez mais em evidência como “ambiente livre de Covid” nas redes sociais. “Tanto o órgão de turismo local quanto os hotéis sempre tiveram uma política de relações públicas e divulgação bastante sólida, facilitando o acesso de celebridades, influenciadores e agentes de viagem. E agora seguem promovendo essa política mais do que nunca”, conta Bruno Vilaça, proprietário da Superviagem.

“Os hotéis estão todos com promoções realmente atraentes, com descontos reais entre 25% e 50% em relação aos valores que costumavam praticar antes da pandemia”, diz Jacque Dallal, da Be Happy, uma das agências que mais vende viagens para as Maldivas no Brasil. “Estamos vendendo bem Maldivas desde maio, e vendendo o mesmo tanto que vendíamos antes da pandemia”, conta. 

A resposta sincronizada das companhias aéreas foi capaz de criar inclusive uma oferta de voos internacionais a Malé ainda maior do que a existente pré-pandemia. A Qatar Airways, umas das principais responsáveis pelo transporte de brasileiros ao arquipélago, criou exigências para embarque em seus voos que também aumentam a sensação de segurança do destino, como apresentação de teste PCR negativo no check-in em São Paulo e embarque obrigatório nos aviões com uso de máscara e face shield. A companhia passou agora a realizar também testes rápidos gratuitos e obrigatórios na conexão no aeroporto internacional do Catar em todo passageiro com destino a Malé. 

VEJA TAMBÉM: Como é fazer conexão em Doha.

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O protagonismo da rede Soneva

Hotéis e resorts estabeleceram rapidamente regras claras e amplamente divulgadas para garantir a segurança sanitária de staff e visitantes. Mas talvez o maior case da hotelaria das Maldivas durante a pandemia seja o da rede Soneva. Suas duas propriedades no arquipélago, Soneva Fushi (que tive o prazer de conhecer em 2019 e mostro em detalhes também no meu instagram @maricampos) e Soneva Jani, ficaram fechadas por vários meses durante pandemia até que a rede encontrasse sua fórmula perfeita de segurança para reabrir as portas aos turistas. 

LEIA AQUI como é se hospedar no Soneva Fushi.

O visionário Sonu Shivdasani contratou e treinou equipe médica exclusiva e montou um laboratório de análises particular em parceria com a Roche em uma ilhota não muito distante dos resorts (cada um instalado em uma ilha privativa diferente).

Hoje, todo novo hóspede dos dois resorts da rede é levado diretamente para sua própria vila para colher material para um novo teste, gratuito, que garante uma espécie de  “camada extra de proteção” contra o coronavírus. O hóspede fica então “confinado” aos limites da sua vila (com alimentação, acesso ao mar e à piscina privativa) até que saiam os resultados negativos dos testes – o que normalmente acontece até a hora do jantar do primeiro dia. 

Iniciativa de sucesso

O staff dos hotéis é testado frequentemente e deixa os resorts com muito menos frequência do que faziam no pré-pandemia. Além disso, os funcionários dedicados a receber novos hóspedes não têm nenhum tipo de contato com hóspedes já negativados. 

LEIA TAMBÉM: Turismo de luxo segue firme durante a pandemia.

A iniciativa adotada pelos hotéis Soneva tem sido tão bem sucedida que outras redes presentes no arquipélago já cogitam adotar metodologia semelhante para 2021.

Com os testes feitos in loco, as máscaras foram 100% abolidas nos resorts, hóspedes e staff interagem livremente entre si o tempo todo, e até os serviços de buffet e as clássicas salas self-service de sorvetes e chocolates da rede foram mantidos. “Dentro dos hotéis simplesmente não se fala de Covid. A gente vive o dia-a-dia como se realmente não houvesse pandemia no mundo”, conta Fernanda Schmidt, da Beyond Destinations, que acaba de voltar de lá com a família.

E tem mais: se o hóspede recém-chegado a qualquer um dos resorts Soneva testar positivo, ele deve ficar confinado em sua vila até que o teste dê negativo – mas a rede garante até 14 dias de cortesia nas diárias nesse caso. Ousados, para dizer o mínimo.

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VEJA TAMBÉM: Os melhores hotéis do ano.

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Piscina do Sheraton, resort urbano no Rio

Staycation: como é se hospedar em um resort urbano no Rio

Biossegurança, protocolos, staycation são palavras com novos significados na pandemia de Covid-19. Staycation, algo como férias na própria cidade ou nos arredores, vem do inglês (stay + vacation) e continua sem tradução em português. É algo que já fiz algumas vezes no Rio de Janeiro, onde moro, e que ganhou outro sentido com a pandemia. Depois de quase oito meses, meu primeiro check-in foi em um resort urbano no Rio, o Sheraton Grand. A ideia da escapada era aproveitar a mudança de ares para descansar, trabalhar e vivenciar as mudanças pelas quais a hotelaria está passando. Recentemente, fui conferir como estão funcionando os restaurantes de hotéis na orla carioca. Agora dei mais um passo.

Esta staycation durante a pandemia foi em hotel de grande rede internacional (Marriott), com procedimentos claros e que reunia tudo o que eu buscava naquele momento. Mas há muitas propriedades pequenas em que tudo também está certo. O importante é escolher o que melhor se adequa ao que cada um procura. No meu caso, buscava um lugar perto de casa, de frente para o mar, em meio ao verde, com ar puro e espaço para praticar distanciamento social sem esforço e recuperar um pouco os movimentos fazendo uma das coisas que mais gosto na vida: viajar. Ainda que para um destino realmente hiperlocal, a menos de 10 km do meu endereço.

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Sheraton Grand Rio, resort urbano de frente para o mar

Décadas antes de pensarmos em pandemia, o Sheraton Grand Rio já se destacava por ser um resort urbano com ampla área de lazer ao ar livre. Há 46 anos entre as praias do Leblon e de São Conrado, com vista livre para o Oceano Atlântico, foi renovado para as Olimpíadas de 2016 e está bem conservado. O hotel, o primeiro de marca internacional no Rio, fica perto das melhores praias cariocas, de bares e restaurantes e do comércio.

Leia também: De predador a construtor, é a vez do turismo regenerativo

Fui durante a semana e transformei o home office em room office: a staycation foi também uma workcation com vista para o mar. Encontrei poucas pessoas (todas respeitando as regras, inclusive o uso obrigatório de máscara nas áreas comuns), ambientes limpos e serviço acima da média com equipe gentil e eficiente. O Sheraton Grand Rio retomou as atividades em setembro de 2020 seguindo os novos procedimentos de limpeza da Marriott International sobre o qual já escrevi aqui (detalhes no site da rede). O hotel tem também os selos de conscientização brasileiros municipal, estadual e federal.

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Biossegurança: álcool gel por toda a parte e menus por QR code

O check-in pode ser feito pelo aplicativo Marriott Bonvoy ou, rapidamente, no lobby imenso e vazio, com álcool gel, barreira em acrílico protegendo os funcionários e marcação no piso. Os elevadores têm avisos lembrando que eles não devem ser usados por mais de duas pessoas de bolhas diferentes, além de álcool gel ao lado das portas e nas cabines.

Leia também: Como estão funcionando os hotéis do Rio na pandemia

Os quartos, com decoração clássica, estão disponíveis em diversas configurações. Vale a pena investir em uma das opções com vista para o mar. Na chegada, o aviso na porta diz que ninguém entrou depois da limpeza. Um código QR leva ao menu do room service e do minibar, agora abastecido sob demanda. O Wi-Fi funciona perfeitamente.

Leia também: As novidades na hotelaria de luxo para 2021

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Lazer: Uma das maiores áreas ao ar livre da hotelaria carioca

Há álcool gel por toda a propriedade, com destaque para os totens que funcionam por aproximação no acesso à área de lazer. Com muito verde e voltado para a praia, o ambiente ao ar livre é espaçoso e não favorece aglomerações. Há duas piscinas (a infantil, no momento, abre apenas nos fins de semana), uma jacuzzi, duas quadras de tênis e espreguiçadeiras por toda a parte. A trilha sonora às vezes pode ser animada demais para um ambiente tão tranquilo, mas basta se afastar um pouco das caixas de som para ouvir apenas o barulho do mar. Academia de ginástica, salão de beleza e saunas seca e a vapor ficam no Shine Spa e funcionam com hora marcada. A área de lazer do resort também pode ser aproveitada em day use.

Leia também: Hotéis investem em bem-estar na pandemia

Uma escadinha em madeira leva direto à Praia do Vidigal. Que não é privativa do hotel, mas parece. O outro único acesso é por uma escadaria que sai da Avenida Niemeyer. Durante a semana a prainha, com faixa de areia de 500 metros de extensão, costuma estar vazia.

Leia também: É seguro usar piscina de hotel na pandemia?

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Comes e bebes: restaurantes reabrindo aos poucos e bom room service

A área de alimentos e bebidas do Sheraton Grand Rio é onde mais se nota os efeitos da pandemia. Nos dias de semana, funcionam apenas o bar da piscina (12h às 17h) e o restaurante Casarão (das 6h às 23h). O cardápio à la carte é variado, as mesas estão afastadas umas das outras e o restaurante tem uma gostosa varanda aberta. Mas para quem não pretende sair do hotel durante a semana acaba sendo monótono fazer todas as refeições no mesmo lugar.

O Club Lounge está aberto apenas durante a tarde para um café expresso ou uma água. Estão suspensos o serviço de café da manhã e a happy hour. Às sextas-feiras e aos sábados abrem na parte da tarde e à noite a Casa da Cachaça (de pizzas, petiscos e sanduíches, vizinha do Casarão na área das piscinas); o Lobby Bar e o L’Etoile, restaurante gourmet no 26º andar.

Atualização: O restaurante italiano Bene foi reaberto em janeiro de 2021, com novo design e bar de drinques.

O room service funciona bem e os pratos chegam na temperatura certa, mas o cardápio é bem menor do que o do restaurante. Já no café da manhã a melhor opção é mesmo pedir no quarto. O café farto chega muito bem apresentado. Com o room service, dribla-se o ponto em que o Sheraton poderia fazer melhor: o bufê de refeições self-service. Aqui o hotel segue o novo padrão de bufê pandêmico de resort, com muito plástico (espere encontrar laranjas com casca embrulhadas em filme de PVC), e pré-pandêmico, com desperdício de comida.

Leia também: Plástico, a nova obsessão dos resorts brasileiros

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Antes de ir

Com o aumento dos casos de Covid-19 em todo o país, inclusive no Rio de Janeiro, o cenário ainda é de incerteza. Antes de planejar uma staycation ou um day use é importante confirmar com o hotel, qualquer que seja a categoria, quais serviços estão funcionando e as regras da propriedade. E, claro, ter bom senso para avaliar se é um bom momento para uma escapada.

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Uso de plástico nos resosrts do Brasil na era covid-19: garrafas PET recolhidas no mar

Plástico é a nova obsessão dos resorts no Brasil na era covid-19

O turismo nacional está recomeçando lentamente e já dá para perceber que plástico descartável por toda a parte é a nova obsessão dos resorts no Brasil na era covid-19. Nas últimas semanas assisti a vídeos mostrando toalhas, tapetes de banheiro e papel higiênico envelopados um a um e até amenidades e garrafas de plástico embrulhadas em… plástico. É como se o material tivesse um poder sobrenatural de garantir que um objeto não está contaminado pelo novo coronavírus.

O apego desmedido ao plástico não faz sentido do ponto de vista da ciência. Nem do bom senso. Como garantir que o filme de PVC que embala a garrafa não está contaminado? Plástico tem um grande impacto na poluição marinha e o setor de hospitalidade precisa reduzir o uso e cuidar do descarte adequado. É fundamental que hóspedes e agentes de viagem cobrem novos protocolos não apenas de biossegurança mas também de sustentabilidade. Afinal, turismo sustentável começa pelas escolhas que cada um faz.

Algumas pessoas que já voltaram a viajar me disseram que se sentem mais seguras em um mundo embalado a plástico. Entendo a sensação, afinal é um material fácil de limpar. Porém, de um modo geral, contágio por superfície é evitado mantendo mãos limpas, seja com água e sabão ou com álcool 70%. O hóspede assintomático na piscina ou no restaurante pode ser vetor de transmissão do novo coronavírus. Já embalagens de amenidades ou de bebidas em alumínio, plástico e vidro são facilmente laváveis com água e sabão caso o cliente desconfie da higiene do quarto.

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Leia mais: É seguro usar de piscina de hotel durante uma pandemia?

Plástico é a nova obsessão dos resosrts do Brasil em tempos de covid-19: piscina de hotel brasileiro pré-pandemia
Piscina de hotel brasileiro pré-pandemia | Foto de Carla Lencastre

As insustentáveis luvinhas Do bufê self-service

Há excesso de plástico também no bufê de refeições de self-service dos resorts, atividade classificada como de alto risco na pandemia e que muitos hotéis insistem em manter. Além de ser cada vez menos justificável a exaltação ao desperdício de comida, os bufês agora fazem uma elegia ao plástico de uso único. Os talheres são embalados, às vezes um a um, e os hóspedes recebem luvas descartáveis cada vez que vão se servir.

Quando o bufê é assistido, com funcionários servindo, o uso de plástico diminui. Vale ressaltar que talheres envelopados em plástico chegaram a hotéis que oferecem apenas serviço à la carte. É um problema ambiental gigantesco criado pela hotelaria, e ainda não encontrei um empreendimento brasileiro que deixe claro como pretende descartar a novidade.

Leia mais: Como ficam os bufês de hotel em tempos de covid-19

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O que diz a Resorts Brasil

Passei algumas semanas observando nas redes sociais fotos e vídeos de hóspedes de resorts que fazem parte da Associação Brasileira de Resorts. Dos 52 hotéis associados, 51 estão funcionando (o 52º é o Ocean Palace, em Natal, com reabertura marcada para o próximo dia 30). A Resorts Brasil tem em seu site um Guia para o Viajante Responsável, feito em parceria com 27 (!) entidades, e detalhados protocolos para os hoteleiros.

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Na cartilha com procedimentos de higiene e segurança, validados pela Anvisa e por sete associações, não há nenhuma orientação sobre plástico descartável. No caso dos bufês, a recomendação é que o serviço seja assistido, com estações de alimento protegidas por acrílico e funcionários servindo os hóspedes. Para os frigobares, a orientação é abastecer sob demanda ou higienizar cada item individualmente entre um hóspede e outro. Um dos itens do manual destaca o uso de canais de comunicação digitais para informar sobre protocolos de segurança, o que a maioria dos hotéis brasileiros ainda não faz mesmo depois de seis meses de pandemia.

Já no guia do viajante o texto até chama a atenção para o uso excessivo de plástico, lembrando da importância de se evitar consumir produtos em embalagens plásticas, e orienta sobre o descarte de máscaras, que não podem ser misturadas com lixo reciclável. Sustentabilidade aparece como uma prioridade em um dos três eixos de atuação da associação e há um grupo de trabalho dedicado ao tema. Mas nenhuma informação sobre como lidar com a overdose de plástico de uso único gerada pela pandemia.

Mesmo resorts que têm em seus sites páginas dedicadas a promover medidas sustentáveis de verdade, como o uso de energia 100% limpa e ações de impacto voltadas para as comunidades locais, não fazem menção às medidas de redução do plástico ou ao descarte.

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‘Plástico é medida cosmética’

Conversei sobre o uso indiscriminado do plástico na hotelaria nacional com a jornalista Ana Lucia Azevedo, há mais de três décadas especializada em ciência e saúde. Com vários prêmios na área, ela está cobrindo a pandemia para o jornal O Globo. Ao longo de seis meses entrevistou muitos especialistas sobre o novo coronavírus. “Embalar produtos em plástico é medida de efeito cosmético no que diz respeito à covid-19 e potencialmente poluente. Ao abrir o plástico, o cliente se exporá da mesma forma ao novo coronavírus. O importante é garantir a higienização. O aumento do consumo de plástico impacta os oceanos, que já sofrem com uma poluição sem precedente, comprometendo a qualidade da água e mata animais”.

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Plástico pode, e deve, ser substituído

Semana passada, saí pela primeira vez para ir almoçar fora na pandemia. Escolhi o Arp, agora com mesas ao ar livre no calçadão do Arpoador. É um dos meus restaurantes de hotel preferidos no Rio de Janeiro, onde moro. O cliente recebe em embalagens de papel álcool em gel 70% e um envelope para guardar a máscara. Talheres e guardanapos chegam em embalagens de papel. É possível trilhar bons caminhos em meio a pandemia.

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