Four Seasons Anguilla

O novo normal das diárias iniciais de US$1.000

Alguns anos atrás, diárias iniciais de US$1.000,00 ou mais em um quarto de hotel eram vistas como certa extravagância, inclusive no mercado de alto luxo. E definitivamente não eram tantas as propriedades que aderiam a essa abordagem. Mas, de uns anos pra cá – e sobretudo nas propriedades inauguradas no pós pandemia – esse cenário se transformou completamente. Parece que estamos vivendo o novo normal das diárias iniciais de US$1.000 na hotelaria de luxo.

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Diversos hotéis, lodges e resorts de luxo inaugurados de 2022 pra cá (como Atlantis The Royal, Bulgari Rome, Aman New York e tantos outros) estão cobrando valores superiores a mil dólares por suas categorias iniciais de acomodação.

E esses aumentos parecem ter sido perfeitamente absorvidos pelo mercado: nenhuma dessas propriedades está enfrentando problema de baixa ocupação por causa disso; pelo contrário. O tão esperado Soneva Secret, nova propriedade do grupo Soneva nas Maldivas, por exemplo, está sendo inaugurado com tarifa inicial de mais de US$3.000 – e com uma fila considerável de interessados.

Mesmo no Brasil, hoje o novo normal das diárias na hotelaria de luxo também está devidamente instalado: são muitas as propriedades começando suas tarifas em R$3.000,00 sem nem mesmo terem grandes atrativos na acomodação.

Mas diversos agentes de viagem afirmam que, apesar de ouvirem reclamações constantes sobre o alto valor generalizado das diárias, a maioria de seus clientes acaba fechando suas viagens em hotéis de luxo assim mesmo.

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O novo normal das diárias iniciais de US$1.000 na hotelaria de luxo

O reajuste geral nas tarifas da hotelaria a partir de 2022 – seja no Brasil ou no exterior – é evidente e indiscutível, incluindo impressionante média de 35% de aumento nas propriedades europeias. No mercado de luxo, esse aumento nos valores gerais das acomodações hoteleiras é ainda maior em diversos destinos – e não se restringe unicamente a novas propriedades, não.

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O que temos visto cada vez mais, sobretudo nas grandes capitais internacionais, é o fenômeno de, após um novo hotel abrir com tarifas mais polpudas sem encontrar grande resistência do mercado, o restante do nicho correspondente da hospitalidade seguir a onda e reajustar também suas tarifas para patamar semelhante.

Hoje, só em Paris e entre estabelecimentos novos e antigos, são mais de vinte hotéis cobrando mais de US$1.000 por suas acomodações mais simples. Até 2020, esse número era indiscutivelmente menor.

A maioria das propriedades justifica essa alta nas tarifas pela elevada inflação nos últimos anos em tantos destinos, a baixa ocupação no começo da pandemia, as dificuldades em manter bons funcionários atualmente e os grandes investimentos para inauguração ou retrofit da propriedade.

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A onda veio para ficar

Nada disso é descartado, obviamente, e tem seu sentido. Mas sabemos que, sim, muitos hotéis estão elevando consideravelmente suas tarifas tentando incrementar o efeito aspiracional.

Não só temos atualmente mais pessoas dispostas a pagar mais caro por suas férias, como também há um contingente consideravelmente maior de viajantes investindo alto nas viagens celebratórias (aniversários, lua-de-mel etc) no pós pandemia.

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Embora algumas novas propriedades do mercado de luxo estejam nascendo com quartos de entrada realmente mais espaçosos, vale lembrar, no entanto, que tarifas mais elevadas nem sempre são sinônimo de melhor serviço ou acomodações necessariamente mais luxuosas.

Especialistas de levantamentos como do Euromonitor e da McKinsey, por exemplo, acreditam que o novo normal das diárias iniciais de US$1.000 na hotelaria de luxo deve continuar nos próximos anos, e inclusive se expandir – independentemente do recuo de taxas de inflação etc.

O novo normal das diárias iniciais de US$1.000 na hotelaria de luxo parece que veio mesmo para ficar.

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Mari Campos

Mari Campos (@maricampos) é jornalista formada e premiada nacional e internacionalmente. Viajante de toda a vida, escreve desde 2004 sobre turismo e hotelaria de luxo para os principais jornais, revistas e sites do Brasil, além de colaborar com algumas revistas e jornais de outros seis países. É também consultora para a indústria da hospitalidade e foi eleita em 2020 pelo ranking Panrotas+Elo uma das 100 pessoas mais influentes do turismo no Brasil. Além da coluna aqui no Panrotas e das colaborações mensais para diversas publicações, é colunista fixa no jornal O Estado de S.Paulo, tem três livros de viagem publicados pela Verus/Record e comanda também desde 2007 o MariCampos.com. Seu instagram @MARICAMPOS foi eleito pelo Kayak um dos dez melhores perfis de viagem do Brasil. Praticante do turismo responsável e regenerativo, põe atenção nos mínimos detalhes de cada hospedagem e acredita que, sim, uma boa cama, uma bela vista e, principalmente, um serviço caprichado podem tornar qualquer viagem ainda melhor.

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